AMOR E LOUCURA
Tempos atrás, viviam duas crianças - um menino e uma menina - que tinham entre quatro e cinco anos de idade. O menino se chamava Amor e a menina se chamava Loucura.
Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva. Já Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, do tipo que não levava desaforo para casa. Entretanto, mesmo tão diferentes, as crianças cresciam juntas, inseparáveis, brincando,
cantando, brigando...
Mas houve um dia em que Amor não estava muito bem, e acabou cedendo às provocações de Loucura, com quem teve uma discussão muito feia. Ela não deixou barato! Estava furiosa com Amor e começou a agredi-lo, mas não só verbalmente como
de costume! A menina estava tão descontrolada, que agrediu o garoto fisicamente... antes que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor.
Sem saber o que fazer, Amor foi chorando contar para sua mãe o que havia acontecido. Inconsolada, a mãe implorou a Deus uma providência, que, por sua vez, ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa.
Ao ser interrogada, a menina respondeu como se estivesse com razão, que Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que aconteceu. Embora soubesse que não fora justa com seu amigo, a menina que nunca soube se desculpar, concluiu
que a culpa era do Amor e que não estava arrependida.
Perplexo diante da aparente frieza daquela criança, Deus disse que nada poderia fazer para devolver a visão de Amor, mas ordenou que Loucura estaria condenada a guia-lo por toda a eternidade, estando sempre junto a ele, em cada passo
que desse. E até hoje eles caminham juntos...
Onde quer que o Amor esteja, com ele estará a Loucura, quase que fundidos numa só essência. Tão unidos que, por vezes, não se consegue definir quem é Amor e quem é Loucura.
E, por isso, usa-se dizer que "o amor é cego". Mas isso não é verdade, pois o Amor tem os olhos da Loucura.
( Colaboração de Adriana Carolina )