HOMILIA - Abertura
do Pontificado do Papa BENTO XVI
Roma - 24/04/2005
O Evangelho - João 21,15-19
"Tendo eles comido, Jesus perguntou
a Simão Pedro: Simão, filho de João,
amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu
sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.
Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho
de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes
que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.
Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão,
filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque
lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe:
Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus:
Apascenta as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo: quando eras
mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas,
quando fores velho, estenderás as tuas mãos,
e outro te cingirá e te levará para onde não
queres.
Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com
que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado,
acrescentou: Segue-me!"
A Homilia
"Senhores
cardeais, venerados irmãos no Sacerdócio e Episcopado,
Delegações e Autoridades, Membros do Corpo Diplomático,
caríssimos irmãos e irmãs.
Por três vezes, nesses dias tão
intensos o canto da Ladainha dos Santos que nos aconpanhou:
durante o funeral de João Paulo II, por ocasião
do ingresso dos Cardeais no Conclave e também hoje,
quando o cantamos na invocação, que apóia
o novo Sucessor de São Pedro.
Senti, de modo particular, esse canto de
oração como uma grande consolação.
Quanto nos sentimos abandonados depois da partida de João
Paulo II, que durante 26 anos foi o nosso pastor e nosso guia,
ele atravessou o limiar em direção à
outra vida, entrando no mistério de Deus. Mas não
realizou esse passo sozinho. Quem crê nunca está
sozinho, não está sozinho na vida, nem na morte.
Naquele momento invocamos os santos de todos
os séculos, os seus amigos e irmãos na fé,
sabendo que teriam sido o "cortejo vivo" que o acompanharia
para o além, para até a glória de Deus.
Nós sabíamos que sua chegada era aguardada.
Agora sabemos que ele está entre os seus e está
realmente em sua casa. Novamente fomos consolados cantando
no Conclave, ao eleger aquele que o Senhor havia escolhido.
Como poderíamos reconhecer o seu nome? Como poderíamos,
115 bispos provenientes de todas as culturas de países,
encontrar aquele que o Senhor desejava conferir a missão
de unir e desfazer? Mais uma vez nós o sabíamos;
sabíamos que não estávamos sozinhos,
que estávamos circuncisos, cercados e guiados pelos
amigos de Deus.
E nesse momento eu, fraco servidor de Deus,
devo assumir essa tarefa incrível, que realmente supera
toda capacidade humana. E como posso fazer isso? Como serei
capaz de fazê-la?... Vocês todos, caros amigos,
acabaram de invocar toda a lista dos santos, representada
por alguns dos grandes nomes da história de Deus com
os homens, desse modo, em mim, se reaviva essa consciência:
"não estou sozinho, não devo carregar aquilo
que, na verdade, jamais poderia carregar sozinho". A
fila dos santos de Deus me protege, me apóia e me carrega.
E suas orações, caros amigos,
suas indulgências, seu amor, sua fé e sua esperança
me acompanha. De fato, a comunidade dos santos não
pertence somente às grandes figuras que nos precederam
e que conhecemos os nomes. Somos todos a comunidade dos santos!
Nós, batizados em Nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, que vivemos do dom do Corpo e Sangue de Cristo, por
meio do qual Ele quer nos transformar e nos tornar semelhantes
a Si mesmo.
A Igreja é viva, e essa é a
grande experiência desses dias. Justamente nos dias
tristes da doença e da morte do papa, isso se manifestou
de forma maravilhosa aos nossos olhos que a Igreja está
viva, e a Igreja é jovem! Essa igreja jovem leva em
si o futuro do mundo, e por isso mostra também a cada
um de nós o caminho rumo ao futuro. A Igreja está
viva e nós o vemos! Nós experimentamos a alegria
que o Ressuscitado prometeu aos Seus; ela é a viva
porque Cristo está vivo; Ele é o Ressuscitado.
Na dor presente no rosto do Santo Papa na
Semana Santa, contemplamos o rosto de Cristo Crucificado e
tocamos as suas feridas. Mas em todos esses dias também
pudemos, em sentido profundo, tocar o Ressuscitado. Foi nos
dado a oportunidade de experimentar a alegria que Ele nos
prometeu depois de um breve tempo de obscuridade, como fruto
de Sua Ressurreição.
A Igreja está viva! Assim saúdo
com grande alegria e gratidão todos vocês que
estão aqui reunidos: venerados cardeais e bispos, sacerdotes
e diáconos, agentes de pastorais, catequistas, saúdo
vocês, religiosos e religiosas, testemunhas vivas da
figura de Deus; saúdo vocês, fiéis leigos,
imersos no grande espaço do Reino de Deus, da construção
do Reino de Deus que se expande no mundo, em toda expressão
da vida. O discurso também enche de afeto, ao dirigir-me
aos que renascidos no batismo, mas que não estão
em plena comunhão comigo. E a vocês, irmãos
do povo hebraico, que somos ligados pelo grande patrimônio
espiritual comum, que tem suas raízes nas irrevogáveis
promessas de Deus. O meu pensamento, por fim, vai como uma
onda que se expande a todos os homens do nosso tempo, crentes
e não-crentes.
Caros amigos, nesse momento, não necessito
apresentar um programa de governo, alguns traços daquilo
que considero como minha tarefa.
Alguns traços daquilo que considero
como minha tarefa, já pude expor, na minha mensagem
de quinta-feira, 20 de abril. Não faltarão outras
ocasiões para fazê-lo. O meu verdadeiro programa
de governo é o de não fazer a minha vontade,
de não perseguir minhas idéias, mas colocar-me
todo à escuta, com toda a Igreja, na Palavra e Vontade
do Senhor e deixar-me guiar por Ele, de modo que Ele mesmo
guie a Igreja na hora da nossa história. Ao invés
de expor um programa, eu gostaria de tentar comentar os dois
sinais, com os quais é representada liturgicamente
a ascensão do mistério petrino. Nesses sinais,
além disso, também espelham o que foi proclamado
pelas leituras de hoje.
O primeiro sinal, o pálio (o papa
Bento XVI toca no pálio), é um tecido com pura
lã colocado nas costas, que os bispos de Roma usam
desde o século IV, que pode ser considerado como uma
imagem do jugo de Cristo que o Bispo de Roma toma sobre suas
costas. O jugo de Deus é a vontade de Deus que nós
acolhemos. E essa vontade para nós não é
um peso exterior, que nos oprime e tira a nossa liberdade,
é conhecer aquilo que Deus quer, aquilo que é
o caminho da vida. Esta era a alegria de Israel, era o seu
grande privilégio. Esta é também a nossa
alegria. A vontade de Deus não nos aliena, mas nos
purifica, talvez de modo doloroso, e assim nos conduz a nós
mesmos.
Deste modo, não servimos somente a
Ele, mas à salvação de todo o mundo e
de toda a história. Na realidade, o simbolismo do pálio
é ainda mais completo. A lã do cordeiro pretende
representar a ovelha perdida, ou ainda doente, aquela fraca
que o pastor coloca em suas costas e conduz às águas
da vida. A parábola da ovelha perdida que o pastor
procura no deserto era para os pais da Igreja uma imagem do
mistério de Cristo e da própria Igreja.
A humanidade - todos nós - é
a ovelha perdida que no deserto não encontra mais o
caminho. O Filho de Deus não tolera isso. Ele não
pode abandonar a humanidade em uma semelhante condição
miserável. Coloca-se em pé, abandona a Glória
do Céu para então reencontrar a ovelha, e persegui-la
até sobre a cruz. Agarra sobre suas costas, carrega
a nossa humanidade e carrega nós mesmos. Ele é
o Bom Pastor que oferece a Sua vida pelas ovelhas. Todos nós
somos carregados por Cristo. mas ao mesmo tempo, nos convida
a carregar-nos uns aos outros. Assim o pálio se torna
o símbolo da missão do pastor, da qual fala
a Segunda Leitura e o Evangelho. A "santa inquietação"
de Cristo deve animar o Pastor. Para Ele não é
indiferente que tantas pessoas vivam no deserto.
E existem tantas formas de deserto: o deserto
da pobreza, o deserto da fome e da sede, o deserto do abandono
e da solidão, do amor destruído, há o
deserto da obscuridade de Deus, do esvaziamento das almas,
sem mais consciência da dignidade e do caminho do homem.
Os desertos exteriores se multiplicam no mundo porque os desertos
interiores se tornaram assim tão amplos. Por isso os
tesouros da terra não estão mais no serviço
da edificação do jardim de Deus, no qual todos
podem viver, mas são submetidos às potências
da exploração e da destruição.
A Igreja, no seu conjunto e os pastores nela
com Cristo, devem colocar-se em caminho para conduzir os homens
para fora do deserto, rumo ao local da vida, rumo à
amizade com o Filho de Deus, rumo Àquele que nos doa
a vida, e vida em plenitude.
O símbolo do cordeiro tem ainda um
outro aspecto: no antigo oriente era comum que os reis designassem
a si mesmos como pastores de seu próprio povo. Aquela
era uma imagem do seu poder, uma imagem cínica. Para
eles os povos eram como ovelha que o pastor poderia desfrutar
em qualquer momento e como quisesse. Enquanto Ele, o Pastor
de todos os homens, Deus vivente, transformou-se no Cordeiro,
afastou-se dos outros, pisoteados e mortos. Desse modo Ele
se revela como Verdadeiro Pastor: "Eu sou o Bom Pastor,
ofereço minha vida pelas ovelhas", diz Jesus de
Si mesmo.
Não é o poder que redime, mas
o amor. Ele mesmo é o amor. Quantas vezes nós
desejamos que Deus se demonstrasse mais forte, quantas vezes
nós gostaríamos que Deus agisse duramente, derrotasse
o mal e criasse um mundo melhor... Todas as ideologias do
poder se justificam assim: justificam a destruição
dos que se opõem aos progressos e libertação
da humanidade.
Nós sofremos pela paciência
de Deus. Por outro lado, precisamos de Sua paciência.
Deus que se tornou Cordeiro nos diz que o mundo se salva com
os crucificados e não com os que crucificam. O mundo
é redimido pela paciência de Deus e destruído
pela impaciência dos homens. Uma das principais características
do Pastor deve ser a de amar os homens a Ele confiados, do
mesmo modo como Cristo ama para quem trabalha. "Apascentai
as minhas ovelhas", diz Cristo a Pedro e a mim neste
momento. Cuidar, apascentar quer dizer amar. E amar quer dizer
estar pronto a sofrer; amar significa dar às ovelhas
o verdadeiro bem, o alimento da verdade de Deus, da Palavra
de Deus, o alimento de Sua presença que Ele nos oferece
no Santíssimo Sacramento.
Queridos amigos, neste momento posso pedir
somente isso: "Rezem por mim! Rezem por mim para que
eu aprenda a amar sempre mais o Senhor. Rezem por mim para
que eu aprenda a amar cada vez mais o Seu rebanho: vocês,
a Santa Igreja, cada um de vocês individualmente e vocês
todos juntos! Rezem por mim para que eu não fuja diante
dos lobos. Rezemos uns pelos outros para que o Senhor nos
conduza e aprendamos a conduzir-nos uns aos outros."
O segundo sinal que na Liturgia de hoje representa
o recebimento do Ministério Petrino é a entrega
do Anel de Pescador. O chamado de Pedro a ser pastor, que
todos escutamos no Evangelho, segue a narração
de uma pescaria abundante, depois de uma noite durante a qual
jogaram as redes sem sucesso. Os discípulos vêem
em uma margem o Senhor Ressuscitado. Ele lhes sugere de jogar
novamente a rede que ficou tão cheia que não
conseguiam arrastá-la. 153 grandes peixes. Apesar de
serem tantos, a rede não se rompeu. Esta narração
não foi no caminho terreno de Jesus com seus discípulos;
assemelha-se à narração do início:
os discípulos também não haviam pescado
nada de noite, e também naquela ocasião Jesus
havia convidado Simão a fazer-se ao largo mais uma
vez. E Simão, que não era chamado Pedro, deu
a resposta admirável: "Mestre, sobre a tua palavra,
eu lançarei as redes". E então, atribuiu
doravante, "serás pescador de homens".
Ainda hoje, ordena-se a Igreja e aos sucessores
dos apóstolos a fazer-se ao largo do mar da história
e lançar as redes para conquistar os homens ao Evangelho,
a Deus, a Cristo, à verdadeira vida. Os padres dedicaram
um pensamento especial a esse dever singular. Eles dizem assim:
para um peixe que foi criado para a água, é
morte ser retirado do mar, é subtraído ao mar
para servir de alimento vital ao homem. Mas na missão
de "pescador de homens", ocorre o contrário.
Nós homens vivemos alienados nas águas salgadas
do sofrimento e da morte e num mar de escuridão e sem
luz. A rede do Evangelho é que nos arranca das águas
da morte e nos leva para esplendor da luz de Deus, para a
verdadeira vida. É assim na missão de pescador
de homens, ao seguir Cristo: precisamos tirar o homem do mar
salgado de todas as aliençaões para a terra
da vida, para a luz de Deus. É isto! Nós existimos
para mostrar Deus aos homens, e somente onde Deus é
visível a vida começa realmente. Somente quando
encontramos em Cristo o Deus vivente, sabemos o que é
a vida. Não somos um produto casual e sem sentido da
evolução; cada um de nós um fruto do
pensamento de Deus, cada um de nós foi desejado e amado.
É necessário e não existe nada mais de
mais belo que ser alcançado e surpreendido pelo Evangelho
por Jesus Cristo. Não há nada de mais belo que
conhecê-Lo e comunicar aos outros a amizade com Ele.
Muitas vezes a tarefa do pastor, do pescador
de homens, pode parecer cansativa, mas é belo e grande
porque, afinal, é um serviço à Igreja,
é a alegria de Deus que quer ingressar no mundo.
Eu gostaria de revelar outra coisa: seja
na imagem do pastor ou do pescador, emerge de modo muito explícito
o chamado à unidade. Há ainda outras ovelhas
que não são desse aprisco. É preciso
trazê-las, "e elas ouvirão a minha voz e
haverá um só rebanho e um só pastor",
diz Jesus no fim do discurso do Bom Pastor. E a narração
dos 153 grandes peixes termina com a feliz constatação:
"apesar de serem tantos, a rede não se rompeu".
Diríamos, com pesar: "que pena,
meu amado Senhor, acabou por se romper!". Mas não!
Não devemos nos entristecer. Alegremo-nos pela Tua
promessa que não nos desilude e façamos todo
o possível para percorrer o caminho em direção
da unidade que Tu nos prometestes. Recordemo-nos dela na oração,
como mendigantes: "Sim, Senhor, recorda-te do que nos
prometeu! Faz com que sejamos um só pastor e um só
rebanho. Não permitas que a Tua rede se rompa e ajuda-nos
a sermos servos da unidade.
Recordo-me do dia 22 de outubro de 1978,
quando o papa João Paulo II iniciou seu ministério
aqui, na Praça São Pedro. Ainda hoje e continuamente
ressoam-me nos ouvidos as suas palavras de então: "Não
tenham medo! Abram, aliás, escancarem as portas a Cristo!".
O papa falava aos fortes, aos poderosos do mundo que tinham
medo que Cristo tirar-lhe parte do seu poder, caso O deixasse
entrar e houvessem concedido a liberdade e a fé. Sim,
Ele certamente teria subtraído deles algo: o domínio
da condução, a imersão dos direitos,
do arbítrio, mas não teria subtraído
nada do que pertence à liberdade do homem: a sua dignidade,
a edificação de uma sociedade justa.
O Papa falava também a todos os homens,
sobretudo aos jovens. Eu me pergunto: nós, talvez,
temos um pouco de medo, se deixarmos Cristo entrar totalmente
em nós, se nos abrirmos totalmente a Ele, para que
Ele possa tirar algo de nossas vidas, não temos medo
de renunciar algo de grande que faz a vida tão bela?
Não corremos o risco de encontrarmos depois na angústia,
privados de liberdade?... E mais uma vez o papa vem dizer:
"Não!". Quem faz Cristo entrar não
perde nada. Absolutamente nada do que faz a vida livre, bela
e grande. Não! Somente nesta amizade se escancaram
as portas da vida. Somente nesta amizade se realizam os grandes
potenciais da vida humana. Somente nesta amizade nós
experimentamos o que é belo e o que nos liberta.
Assim hoje, eu quero dizer a vocês
com grande força e convicção a partir
da experiência de uma longa vida pessoal. Quero dizer
a vocês, queridos jovens: "Não tenham medo
de Cristo! Ele nao tira nada, Ele doa tudo! Quem se doa a
Ele recebe o cêntuplo! Sim! Abram! Escancarem as portas
a Cristo, e encontrarão assim a verdadeira vida! Amém".
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HABEMUS PAPAM
- Eleição do Papa Bento XVI
Cópia do Boletim NPDBRASIL Especial
016E de 20.04.2005
Caríssimos Irmãos
e Irmãs da Comunidade NPDBRASIL,
Saudações!
Paz e Bem!
O mundo saúda
o novo Papa Bento XVI. O cardeal alemão Joseph Ratzinger
é o 265° Papa na História da Igreja! Que
Deus o abençoe e ilumine nesta jornada!
Esse boletim
especial é dedicado ao Papa Bento XVI, para que todos
o conheçam um pouco mais. Para completar seu conhecimento
sobre o novo Papa e as tendências da Igreja com o novo
Pontífice, suas primeiras manifestações,
suas mensagens e homilias, visitem os sites do Padre Marcelo
- http://www.pmr.com.br
- e também da Rede Canção Nova - http://www.cancaonova.com.
Como católicos
vamos orar sempre pelo nosso Pai Espiritual e representante
de Cristo na terra, o Sumo Pontífice Papa Bento XVI,
eminentíssimo Cardeal Joseph Ratzinger.
Conheça
o novo Papa
Combinação
de textos do site do Padre Marcelo - http://www.pmr.com.br
e do site da Canção Nova - http://www.cancaonova.com
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Às 17h50, horário
de Roma, (12h50 de Brasília) do dia 19 de abril
de 2005, sai fumaça branca da chaminé
da Capela Sistina no Vaticano, anunciando que havia
sido escolhido no novo Papa. Quinze minutos depois,
os sinos da basílica de São Pedro confirmaram
e, por volta das 13h40 (Brasília), o protodiácono
anunciou: "Habemus Papam" (Temos Papa).
O Cardeal alemão
Joseph Ratzinger, então, apareceu numa janela
do Vaticano e pronunciou o "urbi et orbi"
(bênção a Roma e ao mundo), vestido
com os trajes brancos tradicionais de seda e lã
e com o solidéu (gorro) na cabeça.
Milhares de fiéis
festejam na Praça de São Pedro, no Vaticano,
a escolha do 265º Papa que completou 78 anos
de idade no sábado anterior, 16 de abril.
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Prefeito
há 23 anos da Congregação para a Doutrina
da Fé, órgão que substituiu o Santo Ofício
da Inquisição, responsável por resguardar
os dogmas católicos, presidente da Pontifícia
Comissão Bíblica e da Pontifícia Comissão
Teológica Internacional, além de decano do Colégio
Cardinalício. O
novo papa também é contra o homossexualismo,
o uso da camisinha e a comunhão entre divorciados.
É natural
de Marktl am Inn (Passau). Nasceu em 16 de abril 1927, num
sábado de Aleluia. Ordenado sacerdote em 29 de junho
de 1951, foi nomeado arcebispo de Munique em março
de 1977 e proclamado cardeal em 27 de junho do mesmo ano pelo
Papa Paulo 6º. Reconhecido como um excelente teólogo,
Bento 16 domina 10 idiomas e já recebeu sete títulos
de doutor honorário.
Durante os últimos
anos de vida de João Paulo II, Ratzinger cuidou de
muitas das funções do sumo
pontífice como líder da Igreja Católica.
Ele e João Paulo II foram chamados de "colegas
intelectuais".
O cardeal alemão
começou a ganhar atenção ao chegar a
Roma, em 1962, como teólogo conselheiro do cardeal
Joseph Frings [de Colônia, Alemanha] no Segundo Concílio
do Vaticano. Aos 35 anos ele se converte em uma espécie
de "estrela" da teologia.
Em várias
ocasiões, Ratzinger declarou que gostaria de se aposentar
em uma vila na Baviera e se dedicar a escrever livros. Mas,
recentemente, disse a amigos que estava pronto para "aceitar
qualquer responsabilidade que Deus colocasse sobre ele."
Depois da morte de João Paulo II, no dia 2 de abril,
Ratzinger deixou sua função como encarregado
da Congregação para a Doutrina da Fé.
É
considerado um excelente pianista e tem preferência
por obras de Beethoven (1770-1827). Ratzinger é o oitavo
sumo pontífice alemão do Vaticano.
O sétimo
alemão a suceder Pedro no comando da Igreja, Bento
16 também vivenciou os horrores da Segunda Guerra Mundial.
Apesar de ter sido convocado para servir o Exército
Alemão, se posicionou contra o Nazismo.
Espera-se de
Ratzinger, ou melhor, Papa Bento 16, que mantenha a mesma
linha conservadora de João Paulo 2º.
Por hoje é
só pessoal! Muito Obrigado! Fiquem em PAZ e até
o próximo Boletim!
Dermeval Pereira Neves
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