19. ARRANCA-ME UM OLHO
Dois homens aguardam na sala de espera do palácio. Querem
pedir um favor ao rei. Foi mera coincidência chegarem quase
ao mesmo tempo, pois são inimigos.
O rei, que já os conhecia, pediu que entrasse um depois
do outro. Mas advertiu a ambos: Quem ficasse por último
ganharia em dobro o que o primeiro pediu. Se, por exemplo, o primeiro
pedisse um cavalo, o segundo ganharia dois cavalos.
Diante de tantas vantagens para o último, nenhum dos
dois queria ser o primeiro a entrar na sala de audiência.
Por fim o rei tomou a iniciativa e, apontando para um deles, disse:
- Alguém tem que ser o primeiro. Venha você aí.
Este foi o pedido maldoso e diabólico do malvado e invejoso:
- Meu Senhor, ciente de que o outro receberá em dobro
o que eu pedir, peço que me seja arrancado um olho.
Palavra de vida: Deus olhou para a oferta de
Abel e não olhou para a oferta de Caim... Por isso Caim
atirou-se sobre seu irmão e o matou (Gn 4,1-8)
20. NA CADEIRA DE RODAS
Vai haver uma celebração de bodas de casamento.
O casal está entrando na igreja. Todos acompanham a cena
inédita: O marido entra empurrando uma cadeira de rodas
na qual vai sua esposa.
Durante a alocução o padre celebrante pergunta
ao marido:
- Há quanto tempo sua esposa usa cadeira de rodas?
- Há 25 anos. Desde o nosso casamento.
O padre se admira. E toda a assembléia com ele. O marido
lê uma interrogação nos olhos do celebrante
e continua:
- Exatamente há 25 anos, pronunciamos nesta mesma igreja
o nosso “sim” para toda a vida. No meio da festa,
porém, aconteceu o que ninguém esperava. Minha esposa
teve um choque, ficando paralisada.
O padre continuava olhando para um e outro, visivelmente emocionado.
A esposa arrematou:
- Nestes 25 anos fomos muito felizes com nossos filhos. A gente
se casaria de novo se fosse preciso.
- É o que estão fazendo agora, disse o padre.
A igreja inteira bateu palmas.
Palavra de vida: Portanto, o que Deus uniu,
o homem não separe (Mt 19,6).
21. “EU ME ENFORCARIA NO PESCOÇO
DE JESUS”
Aula de catequese numa cidade do interior baiano. A catequista
estava descrevendo com muita vivacidade a história trágica
de Judas, o traidor. Primeiro a cena da traição
e depois o remorso que terminou na forca.
Silêncio na sala. As crianças tinham entendido
tudo: De um lado a tentativa de Jesus para converter Judas. Do
outro lado sua recusa e seu fim trágico. A catequista rompeu
o silêncio e perguntou:
- E vocês, o que fariam se tivessem feito um pecado muito
grande? Fariam também como Judas?
Uma menina de oito anos respondeu:
- Eu me enforcaria também, mas...no pescoço de Jesus.
A catequista, que havia levado um susto com esta resposta tão
inesperada, entendeu o que a criança quis dizer, e comentou
com as outras crianças:
- É assim mesmo. A gente se abraçaria no pescoço
de Jesus pedindo perdão.
Palavra de vida: O pai correu ao encontro do
filho pródigo, abraçou-o cobrindo-o de beijos (Lc
15,20)
22. A FILEIRA DE ZEROS
Um rapaz foi, todo feliz, contar a São Felipe Néri
que encontrara a noiva dos seus sonhos. O santo sacerdote, grande
amigo da juventude, deu-lhe os parabéns e perguntou pelas
qualidades da sua eleita. O rapaz foi enumerando:
- É muito rica. Pertence à alta sociedade.
Felipe escreveu um zero no papel. O rapaz não entendeu
aquele zero. Talvez o padre estivesse rabiscando alguma coisa
enquanto escutava. Continuou:
- É muito bonita. Um encanto de mulher.
São Felipe escreveu um zero atrás do primeiro.
O rapaz começou a ficar encabulado. Mas não comentou.
E continuou:
- Está cursando Faculdade. Forma-se este ano.
Outro zero. E assim uma fileira de zeros a cada qualidade que
o rapaz mencionava. “O que o padre quer dizer com tanto
zero?” Arrematou dizendo:
- Minha noiva é muito religiosa e muito responsável.
São Felipe deu um suspiro de alívio e colocou
o algarismo “1” na frente dos zeros. Agora sim, todas
as qualidades da jovem adquiriram valor real.
Palavra de vida: Ninguém se iluda! ...
pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus (1Cor
3,19)
23. A CHAVE DO CÉU
Frei Leão era um alfaiate santo. Além de santo,
muito original. No fim da vida, já no leito de morte, pediu
que lhe trouxessem a chave do céu.
Que chave do céu nosso bom Frei está imaginando?
Será que já está delirando? Trouxeram-lhe
um velho livro de orações que usou durante muitos
anos. Ele acenou que não. Trouxeram-lhe o rosário.
Também não era. Depois o livro dos Estatutos da
Ordem. Ainda não.
Um Irmão bastante idoso e companheiro de Frei Leão,
lembrou-se da agulha com a qual costurou e remendou muita roupa
dos frades e dos pobres. Buscou-a e lha entregou.
Agora sim. O agonizante beijou-a com mãos trêmulas.
Foi sua ferramenta de trabalho humilde e sacrificado durante muitos
anos.
Palavra de vida: Para nós a chave do
céu é a ferramenta que usamos no trabalho.
24. “FALTOU ESPAÇO PARA
O DIABO”
O professor deu a seguinte tarefa para seus alunos: “Escrever
duas laudas sobre o diabo”. Seria um teste. Distribuiu as
folhas e deu o prazo: Meia hora para executar a tarefa.
Um dos alunos começou assim o seu trabalho: “O
diabo tem um grande inimigo que é Jesus”. E continuou
citando fatos da vida de Jesus. Com isto preencheu as duas páginas
solicitadas. Mas o prazo tinha expirado. E o espaço também.
Por isso anotou no rodapé: “Faltou tempo e espaço
para o diabo”.
Palavra de vida: No meio de nossas atividades,
jamais deixar espaço para o demônio agir.