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GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL

Colaboração do Diácono José da Cruz

Índice desta página:
. Evangelho de 16/04/2006 - Domingo de Páscoa
. Evangelho de 09/04/2006 - Domingo de Ramos

(*) - Clique aqui e veja uma mensagem especial de Páscoa do amigo
e irmão Frei Sérgio Bonadiman, OAR

Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página
"A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado. BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!


16/04/06 – Domingo de Páscoa

Comentário: Feliz Páscoa a todos! Jesus ressuscitou e está presente na caminhada da comunidade e da Igreja; por isso, nossas tristezas e medos devem ceder lugar à alegria e à esperança. Como discípulos e discípulas, vamos ao túmulo vazio e constatamos que Jesus vive, e nós todos somos testemunhas dessa grande boa notícia. ELE VENCEU A MORTE E REINA PARA SEMPRE!

A grande alegria proclamada pela Liturgia da Palavra deste dia é a Ressurreição de Jesus. Ele não se encontra mais no túmulo, mas está vivo e presente na assembléia reunida e celebrante. Somos convidados a assumir a vida nova que o Ressuscitado nos trouxe e buscar as "coisas do alto", onde Cristo se encontra.

I – Leitura Atos dos Apóstolos 10, 34a.37-43
Salmo Responsorial: 117/118
II – Leitura Colossenses 3,1-4
Evangelho – João 20, 1-19


“O SENTIDO VERDADEIRO DA PÁSCOA”

A palavra Páscoa tem sua origem no hebraico “Passcha” que significa passagem, e no Judaísmo está contextualizada no fato histórico ocorrido em 1250 A.C que foi a libertação do povo hebreu da escravidão do Egito. A narrativa encontra-se no livro do Êxodo, que pertence ao Pentatêutico, conjunto dos cinco primeiros livros da Sagrada Escritura, cuja autoria é atribuída a Moisés.

O ritual da páscoa judaica segue as determinações dadas pelo próprio Deus ao Sacerdote Aarão conforme Êxodo 12, 1-8.11-14 e o fato histórico, com esse caráter religioso, tornou-se para o Povo um memorial da noite em que Deus os libertou da escravidão do Egito, através de Moisés, derrotando o império do Faraó.

Anteriormente a páscoa era uma Festa dos Pastores, que comemoravam a passagem do inverno para a primavera quando por ocasião do degelo, e surgindo a primeira vegetação à luz do sol, os animais deixavam suas tocas, sendo essa a origem do Coelhinho da Páscoa e do ovo, que ao ter a sua casca quebrada deixa romper a vida que há dentro dele.

A libertação do Povo da escravidão do Egito é o acontecimento mais importante na tradição religiosa de Israel que o tornou um memorial celebrado no ritual judaico, preceito estabelecido pelo próprio Deus, muito rico em sua simbologia.

Trata-se de uma refeição feita em pé, com os rins cingidos, sandálias nos pés e o cajado na mão, como quem está de partida “comereis as pressas, pois é Páscoa do Senhor”. O sangue do Cordeiro imolado irá marcar o batente das portas dos que iriam ser salvos do anjo exterminador, e as ervas amargas lembram a escravidão e o sofrimento que o povo passou.

Jesus de Nazaré, filho de Maria e de José, tendo passado pelo rito iniciático do Judaísmo, freqüentava o templo e a sinagoga, como qualquer judeu fervoroso. Não era sua intenção fundar uma nova religião, mas sim resgatar a essência na relação dos homens para com Deus, que o judaísmo havia perdido por causa do rigorismo do seu preceito e dos seus ritos purificatórios. O fenômeno do messianismo era muito comum naquele tempo, como hoje quando surgem a cada dia novos pregadores em cada esquina, mas somente Jesus é o verdadeiro e único messias, aquele que fora anunciado pelos profetas, o Ungido de Deus, descendente da estirpe de Davi, o grande Rei porém, na medida em que Jesus vai manifestando quem ele é, e o seu modo de viver, convivendo com os pecadores impuros, curando em dia de Sábado e fazendo um ensinamento novo que estabelecia novas relações com Deus e com o próximo.

Tudo isso foi gerando um descontentamento nas lideranças religiosas que de repente começaram a vê-lo como uma séria ameaça a estrutura religiosa existente, e a expulsão dos vendedores e cambistas do templo foi a gota dágua que faltava para à sua condenação, sendo dois os motivos que o levaram à morte: o primeiro de caráter religioso, pois ele se dizia Filho de Deus e isso constituía-se uma blasfêmia diante do judaísmo, o segundo de caráter político, Jesus veio para ser Rei dos Judeus, representando uma ameaça ao augusto Cezar Soberano do império Romano.

O Povo esperava um Messias Libertador político para restaurar a realeza em Israel, que se encontrava sob a dominação dos romanos. É essa a moldura histórica dos fatos que marcaram a vida de Jesus, nos seus três anos de vida pública, desde que deixara a casa de seus pais em Nazaré e dera início as suas pregações tendo formado o Grupo dos discípulos.

Logo após sua morte e ressurreição, nas primeiras comunidades apostólicas (dirigidas pelos apóstolos) se perguntava por que Jesus havia morrido? Nas reuniões que ocorriam aos domingos, porque Jesus havia ressuscitado na madrugada de um Domingo, os apóstolos faziam a Fração do Pão, recordando tudo o que Jesus fez e ensinou, concentrando suas pregações na morte e ressurreição. E assim começou-se a se fazer as primeiras anotações sobre Jesus e mais tarde, entre os anos 60 e 70, surgiram os evangelhos que revelavam, não só porque Jesus havia morrido, mas também como e onde havia nascido e de como vivera a sua vida fazendo o bem, anunciando um reino novo sempre na fidelidade e obediência ao Pai e no amor aos seus irmãos.

A Ressurreição de Jesus é um fato apenas compreensível e aceitável à luz da Fé, que é um dom de Deus concedido aos homens, pois o momento da ressurreição não foi presenciado por ninguém e o que as mulheres viram, segundo o relato dos evangelhos sinópticos, foram os “sinais” da ressurreição: túmulo vazio, os panos dobrados e colocados de lado, e ainda um personagem que dialoga com Madalena, confundido por ela com um jardineiro, que anuncia que Jesus de Nazaré não estava mais entre os mortos porque havia ressuscitado.

As mulheres tornaram-se desta forma as primeiras anunciadoras da ressurreição aos apóstolos. Outra evidência foram as aparições de Jesus Ressuscitado aos seus discípulos, reunidos em comunidade conforme relato do livro do Ato dos Apóstolos. Não se tratam de aparições sensacionalistas para causar impacto e evidenciar a vitória de Jesus sobre os que conspiraram a sua morte, mas sim de um Deus vivo e solidário com os que nele crêem, para encorajar a comunidade dos apóstolos, que tiveram a princípio muita dificuldade para vencerem o medo e descrença, que abateu-se sobre eles com a morte de Jesus.

A Ressurreição de Cristo está no centro da Fé cristã, que é, segundo o pensamento Paulino, a garantia de nossa ressurreição, que não pode e nem deve ser compreendida como uma simples volta a esta vida porque se trata de uma realidade sobrenatural entendida e aceita pela Fé, e não de um fato científico.

O Cristo Ressurrecto apresenta um corpo glorioso!
É este o destino feliz dos que crêem e vivem essa esperança que brota da Fé, pois a Vida venceu a morte!

Celebrar a Páscoa é celebrar esta Vida Nova de toda a humanidade, que irrompeu da escuridão do túmulo com o homem Jesus de Nazaré. É a passagem do pecado para a graça de Deus, das trevas para a luz, da Morte para a Vida , porque o espírito Paráclito que Cristo deu à sua igreja no dia de Pentecostes, tudo renova e permite que, caminhando na Fé, já desfrutemos, ainda que de maneira imperfeita, dessa comunhão íntima com Deus, no Cristo glorioso que nos acompanha nessa jornada terrestre, e que nos acolherá um dia na plenitude da Vida Eterna.

Uma feliz Páscoa a todos!

Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com


MENSAGEM ESPECIAL DE PÁSCOA
Frei Sérgio Bonadiman, OAR

Cristãos que somos devemos procurar perceber o sentido que A Páscoa tem na vida da gente:

  1. A Páscoa tem um sentido de libertação das injustiças sociais e, sobretudo, libertar-nos para a solidariedade.
  2. A Páscoa tem um sentido de ressurreição. Jesus, ele mesmo, disse que é a ressurreição e a vida (Jo 11,15).
  3. A Páscoa tem um sentido de renovação. Jesus veio ao mundo para que tivéssemos vida e vida em abundância (Jo 10,10). Renovação é sinônimo de dar condições de educação, de saúde, de trabalho e moradia para todos.
  4. A Páscoa tem sentido de salvação. Nós fomos salvos em Jesus Cristo, nos diz São Paulo. Deus não olha para nossos pecados, mas o amor que temos em nosso coração.

Que bom seria que, nesta Páscoa, que se prolonga por sete semanas até Pentecostes, nos propuséssemos todos, no dia-a-dia de nossa vida, mudarmos gradativamente, procurando sentir o valor verdadeiro da vida, que se apresenta a todos nós de maneira muito simples.

Por isso, caro AMIGO/A celebrar a Páscoa com alegria é dizer sim ao amor, à vida, é investir na fraternidade e na solidariedade.

Ela traz esperança e alegria e é símbolo de mudança, de liberdade, de vida, pois Jesus, pela ressurreição, passou da morte para a eternidade, mas "estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos". (Mt 28,20).

Feliz Páscoa na alegria de Jesus Ressuscitado!
Frei Sérgio Bonadiman, OAR.


09/04/06 – Domingo de Ramos
(coloque o cursor sobre o texto em azul para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Com o Domingo de Ramos, celebramos a entrada de Jesus em Jerusalém e iniciamos a semana santa, o centro do grande acontecimento da nossa fé: o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Ele se oferece ao Pai como sacrifício de expiação pelos pecados da humanidade orgulhosa, que não sabe ser humilde e pobre em favor de si mesma. Queremos com os ramos nas mãos, sinal de alegria e fé, acolher Jesus que vem a nós como rei humilde e servidor.

Salmo 21/22 - "Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonastes..."

II – Leitura Filipenses 2,6-11 - "Jesus Cristo, existindo em condição divina, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens."


“HOSANA AO FILHO DE DAVI!”

O chamado “Domingo de Ramos” nos introduz na Semana Santa, que tem como cume o Tríduo Pascal onde se celebra a Paixão – Morte – Ressurreição de Jesus. Na liturgia cristã esses três fatos se desdobram em três celebrações muito significativas: O Lava Pés e a Instituição da Eucaristia – Quinta Feira Santa, A Paixão do Senhor com a adoração da cruz – Sexta Feira Santa, e o Sábado Santo com a Vigília Pascal.

A entrada triunfal na cidade de Jerusalém marca o início dos últimos acontecimentos na vida de Jesus de Nazaré, este fato histórico é celebrado nesse domingo, onde além da proclamação do evangelho que narra o acontecimento, proclama-se também o evangelho da Paixão.

Imitando o povo simples de Israel, que olhava para Jesus com muita esperança, porque via nele o grande libertador, os cristãos saem em pequenas procissões nas ruas mais próximas à comunidade, cantando, rezando e agitando os ramos verdes, benzidos no início da celebração pelo sacerdote ou Diácono.

A narrativa de Marcos, marcada pela simplicidade, é a mais antiga sendo a fonte para os outros evangelhos. Jesus de Nazaré, homem pobre e humilde é o Messias esperado e anunciado pelos profetas, uma verdade reconhecida e proclamada pelo povo que o aclama solenemente: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vai começar, o Reino de Davi, nosso Pai. Hosana no mais alto dos céus!” Deram-lhe, portanto, uns tratamentos dignos de um rei, estendendo os mantos no chão, por onde ele passava mas porém, quatro dias depois, quando começa a tornar-se evidente o fracasso, a derrota e a humilhação que estavam por vir, com a prisão de Jesus no Horto dos Oliveiras, ninguém mais estará com ele, e o Nazareno irá enfrentar tudo na mais completa solidão, restando apenas algumas mulheres que assistem de longe a sua agonia na cruz do calvário, segundo escreve Marcos.

O jumentinho, que na Sagrada Escritura simboliza humildade e pobreza, é a montaria escolhida por Jesus para entrar na Cidade Santa. Diante dos poderosos desse mundo, Jesus Cristo usa como arma a humildade e proclama um reino novo onde os pobres são os Bem Aventurados, uma verdade muito longe de ser aceita por uma sociedade extremamente consumista e por isso, essa imagem do Deus feito Homem, montado em um humilde jumentinho é um grande desafio para o homem de hoje, ao mesmo tempo em que motiva a todos os cristãos a fazerem uma profunda reflexão sobre o sentido da vida, questionando-os até que ponto estão comprometidos com esse Reino que Jesus inaugurou no meio da humanidade.

O homem Jesus não compreende porque Judas o traiu, entregando-o nas mãos dos Judeus, nem tão pouco tem explicações para a negação de Pedro, pessoa de sua mais alta confiança, colocado por ele como chefe do Grupo dos discípulos, apesar disso aceita os fatos como eles ocorrem sem exigir que Deus interfira e mude a sorte que o aguarda. Quando se tem maturidade na fé e um coração totalmente aberto para cumprir a vontade do Pai, não se questiona certos fatos de nossa vida, que nem sempre são bons e por isso mesmo difíceis de se compreender.

Mas o ápice do evangelho da Paixão está na belíssima proclamação de fé do Centurião romano, que na Hora derradeira de Jesus, vendo o modo como ele morria, sem injúrias e lamentações contra Deus e contra as pessoas, reconhece e proclama: ”Verdadeiramente este homem era o filho de Deus”. A narrativa de Marcos traz sempre esse questionamento – quem é Jesus? No desfecho dos acontecimentos, seus leais amigos o abandonam, seus seguidores se dispersam, e um Oficial Romano, que não era do seu grupo, vai testemunhar quem ele era, e este testemunho é que irá compor a profissão de fé das primeiras comunidades cristãs.

Nos pequenos projetos e mutirões nascidos no meio do povo, na luta das minorias marginalizadas, na esperança dos empobrecidos é que reconhecemos o Senhor que vem, uma vez mais revestido de humildade, para nos ensinar que não há outra força maior para mudar o mundo, que não seja a força do amor, selado e sacramentado na cruz do calvário.

Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com



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QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

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"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!    Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

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