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GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL

Colaboração do Diácono José da Cruz

Índice desta página:
. Evangelho de 07/05/2006 - 4º Domingo de Páscoa
. Evangelho de 30/04/2006 - 3º Domingo de Páscoa
. Evangelho de 23/04/2006 - 2º Domingo de Páscoa

Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
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07/05/06 – 4º Domingo de Páscoa
(coloque o cursor sobre o texto em azul para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Hoje é dia dos pastores e dia da pastoral. Trabalhar na pastoral de uma comunidade é estar a serviço da vida e liberdade do povo, continuando na história os atos libertadores de Jesus, o bom pastor. Ele nos mostra o sentido da ação pastoral: dar a vida pelas ovelhas.

Salmo 118/117 - "Dai graças ao Senhor porque Ele é bom! Eterna é sua misericórdia!"

II – Leitura: Primeira Carta de São João 3,1-2 - "Todo aquele que pratica a justiça nasceu de Deus. A prática da justiça mostra que Deus é justo e nos torna seus filhos."


“O BOM PASTOR”

Quando no evangelho desse Domingo se fala em “Bom Pastor” e “Mercenário”, provavelmente achamos que essa “carapuça” não nos serve porque logo julgamos que a reflexão é para aqueles que pertencem a Hierarquia da nossa Igreja: Bispos, Padres e Diáconos. E haverá alguns mais radicais que interpretarão ao pé da letra achando que o assunto é com as outras igrejas cristãs onde os dirigentes são denominados com esse nome e daí livramos a “cara’ dos nossos dirigentes e da nossa Igreja, entendendo que a “carapuça” é para eles...

De fato, a fundamentação histórica se refere às lideranças religiosas de Israel, que também exerciam o poder político e econômico e que não diferentes de algumas lideranças político-religiosas de nossos dias, buscam somente seu interesse esquecendo-se da vida do seu rebanho. A crítica do texto é muito clara nesse sentido.

Mas no pano de fundo dessa reflexão está a relação com as pessoas, seja no contexto religioso, político ou econômico e aí o termo “Bom Pastor” se amplia e ganha em Jesus Cristo um sentido totalmente novo porque só ele é de fato o único Bom pastor.

Não podemos julgar mal o mercenário, pois ele recebe uma remuneração para cuidar das ovelhas em lugar do dono e não tem nenhuma afinidade com elas e, portanto, devem defender o rebanho do ataque de alguns predadores de pequeno porte, mas poderão fugir a abandonar o mesmo caso sua vida esteja correndo algum risco, é o que determina o contrato. Os mercenários não cuidam das ovelhas porque se identifica com elas, mas apenas pelo salário que recebem.

O tema do Bom pastor aplicado a Jesus vai a uma outra linha, ele não vai salvar a humanidade por obrigação, mas por amor e por isso não fica avaliando os riscos que corre ao falar a verdade, defender o interesse dos mais pobres, ao ficar do lado dos pecadores e dos impuros, criticando a religião que os excluía e os explorava.

A expressão “entregar a vida e retomá-la” mostra bem o espírito de total liberdade que levou Jesus a aceitar o sofrimento, a paixão e a morte.

Ao apresentar-se como Bom Pastor Jesus ensina um jeito novo de se relacionar com Deus e com os irmãos, sendo que para com Deus podemos fazer o estritamente necessário: ir as celebrações, ofertar o dízimo, faze as orações, receber os sacramentos e quem sabe até engajar-se em alguma pastoral ou Movimento.

Por que fazemos tudo isso? Porque queremos ficar de bem com Deus aguardando uma recompensa já nesta vida com o cem por cento prometido no evangelho, e ainda a salvação eterna na outra. Na relação com os irmãos também não deixamos a desejar, ajudamos as pessoas, nos engajamos em todas as campanhas, praticamos a solidariedade e assim, na vida social e comunitária somos sempre bem vistos, adquirimos certa fama e prestígio, tornando-nos pessoas influentes na comunidade onde a nossa palavra e a nossa opinião são muito importantes.

Quem age assim com Deus e com o próximo é um mercenário! Então o ensinamento é para todos. Na vida pública cada vez mais as relações são mercantilizadas principalmente nos políticos carreiristas, mas o que não pode e nem deve acontecer, é nós cristãos modelarmos as nossas comunidades segundo tais critérios.

O Bom pastor conhece, escuta, sabe sempre ouvir e está atento para as necessidades de cada uma de suas ovelhas e na hora do perigo em que se aproxima o lobo voraz, ele vai à frente para enfrentá-lo e defender o seu rebanho, ele não tem medo de se expor.

Esse Jesus o Bom Pastor continua a sua ação libertadora no agir dos cristãos e o modo é sempre o mesmo, ele se compadece de suas ovelhas, principalmente as machucadas e indefesas. No livro dos Atos, o apóstolo Pedro curou um coxo à porta do templo Formosa e imediatamente é interrogado pelas Lideranças Religiosas do seu tempo e irá dar o seu firme testemunho de que a cura foi realizada em nome de Jesus, que não está morto, mas que ressuscitou, pelo Poder de Deus Pai.

E se ainda ficarem dúvidas sobre este agir de Deus dentro de uma total gratuidade na Salvação realizada por Jesus a favor de toda a humanidade, João na segunda leitura dessa liturgia irá nos lembrar, para refrescar a nossa memória, sobre o grandioso amor do Pai que nos deu a filiação divina simplesmente por nos amar.

Ora, é claro que o mundo não conhece e jamais conheceu um amor assim, pois o mundo só conhece o amor do “toma lá e dá cá”, o amor interesseiro das barganhas e trocas vantajosas.

Que todas as ovelhas feridas, machucadas e sem esperança, possam encontrar em nossas comunidades o devido acolhimento, e que Jesus, o Bom Pastor nos encoraje para que o nosso amor seja sempre sem medidas.

Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com


30/04/06 – 3º Domingo de Páscoa
(coloque o cursor sobre o texto em azul para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição”. Na Eucaristia recebemos Jesus ressuscitado, e é ele quem nos capacita a traduzirmos seu amor em gestos concretos de liberdade e vida para nossos irmãos. Nas nossas celebrações ouvimos a Palavra de Deus.

I – Leitura: Atos dos Apóstolos 3, 13-15.17-19 - "O que é ser testemunha do Ressuscitado?"

Salmo 118/117 - "Dai graças ao Senhor porque Ele é bom! Eterna é sua misericórdia!"

II – Leitura: Primeira Carta de São João 2,1-5a - "A essência da vontade de Deus é o Amor."


“VÓS SEREIS TESTEMUNHAS...”

Outro dia alguém questionava que é difícil á nossa compreensão, olharmos para a hóstia consagrada e admitirmos que ali está o corpo e o sangue de Jesus, não inerte mas vivo. É aquele mesmo Jesus filho de José, que nasceu na manjedoura em Belém, que conviveu com seus pais em Nazaré, que aos 30 anos deixou sua casa e formou um grupo de seguidores, que realizou grandes prodígios, que foi perseguido e rejeitado, condenado e morto em uma cruz. Esse corpo e esse sangue que comungamos é de um ser histórico. Se Jesus está presente por inteiro na eucaristia, com sua humanidade e divindade, em corpo e alma, então é ele mesmo e não um outro ser. Está diferente mas é o mesmo.

As comunidades de Lucas têm dificuldade em aceitar essa presença misteriosa de Jesus em seu meio, não mais visível e palpável, mas perceptível nos ‘sinais’ e desde o início foi assim por isso o evangelista reflete com a comunidade a dificuldade que tiveram os discípulos para crer em Jesus ressuscitado. Se a nossa fé se fundamentasse em provas cabais com ver e apalpar, a igreja teria acabado quando morreu o último apóstolo.

O senhor se faz presente na palavra que é anunciada. Dois discípulos de emaús, que haviam experimentado essa convivência com Jesus ressuscitado o anunciam aos demais discípulos e enquanto eles estão falando, o próprio Jesus aparece no meio deles, a palavra do santo evangelho não é uma narrativa que evoca a lembrança de Jesus na comunidade, mas ela é a palavra do próprio Cristo, é ele quem fala pela boca de quem anuncia. Ao ouvirmos a palavra, vemos a Jesus, com os olhos da fé. Não é preciso ver o sol, sabemos que ele existe ao vermos a sua luz e sentirmos o seu calor. É exatamente essa a nossa experiência em Jesus Cristo.

A palavra é libertadora, a paz desejada por Jesus aos discípulos tem esse objetivo, libertar os discípulos do medo e da descrença. Não é uma palavra acusadora para causar medo e pavor, mas uma palavra que transmite paz e alegria.

Eles chegam a pensar que Jesus é um fantasma porque não vêem qualquer ligação entre a aparição e o Jesus histórico com quem tinham convivido até há pouco tempo atrás. Nas comunidades de Lucas e em nossas comunidades, ás vezes não conseguimos ver qualquer ligação entre o cristo do evangelho e o cristo da nossa vida, ele parece tão distante como um fantasma, falamos com ele mas não o vemos, celebramos a sua palavra e a sua eucaristia, mas nada sentimos; parece que a fé nada tem a ver com a vida.

“Por que estais preocupados e tendes dúvidas no coração?” Jesus mostra-lhes as mãos e os pés,deixa se ver e tocar, deram-lhe um peixe assado e ele comeu. Os discípulos começam a experimentar essa presença misteriosa do Senhor em suas vidas, sentem espanto e alegria porque não é algo explicável. Jesus está diferente, mas é o mesmo, continua a ser parceiro e amigo de caminhada, embora tenha voltado para o Pai.

O evangelho em seu final associa o Jesus Ressuscitado ao Messias anunciado pelos profetas nas escrituras. O Cristo que os homens mataram, Deus o ressuscitou, assim estava escrito e assim se cumpriu. Então se Jesus ressuscitou seguindo as escrituras, e os discípulos podem comprovar isso, também aquilo que diz as escrituras sobre o homem, se cumpre com a mesma fidelidade: em seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados, que é o início do processo da nossa ressurreição. Deste modo Jesus é a testemunha fiel de que Deus nos ama e de que a nossa vida não termina com a morte porque com Cristo iremos todos ressuscitar.

Basta que guardemos a sua palavra e que confiemos no seu amor que nos converte e nos cura de todos os nossos pecados. Ser testemunha consiste nisso, em viver na comunidade não como em uma nave extraterrestre, mas em uma igreja inserida no meio do mundo testemunhando que o Senhor está vivo e caminha conosco. Uma Igreja que não deve nunca se fechar em uma salvação egoísta, mas que deve estar sempre aberta para anunciar que Deus quer salvar a todos.

Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com


23/04/06 – 2º Domingo de Páscoa
(coloque o cursor sobre o texto em azul para ler o trecho da Bíblia)

Comentário: Portas trancadas são sinal de medo. Cada vez mais nos protegemos: trancamos portas, levantamos muros, colocamos grades... É a triste realidade em que vivemos hoje. Tudo isso porque não damos espaço para a Paz prometida por Jesus. Neste domingo da Divina Misericórdia, somos levados a louvar e agradecer a Deus porque "ele é bom e eterna é sua misericórdia" e sempre nos estende a mão para que caminhemos confiantes e esperançosos.

Salmo 118/117 - "Dai graças ao Senhor porque Ele é bom! Eterna é sua misericórdia!"

II – Leitura: Primeira Carta de São João 5,1-6 - "Amar a Deus significa amar também todas as suas criaturas."


“FELIZES OS QUE CRERAM!”

Nas leituras desse Segundo Domingo da Páscoa, encontramos em Atos dos Apóstolos essa afirmativa um tanto desconcertante para todos nós cristãos, de que os membros da primeira comunidade não consideravam como próprias às coisas que possuíam, e que vendiam tudo e repartiam com os demais e assim não havia necessitados entre eles. É desconcertante porque com toda certeza nenhum de nós já conheceu ou conviveu em uma comunidade com essa virtude, ressalvando-se as congregações religiosas. Se esta é a comunidade ideal, ainda estamos muito longe porque, com relação as nossas necessidades básicas: casa, alimentação, roupa, condução, comunicação etc., o que prevalece é o velho chavão “Cada um por si e Deus por todos”.

Provavelmente Lucas não falava de toda uma comunidade, mas sim de algumas pessoas que davam tudo pela comunidade, como hoje também conhecemos irmãos e irmãs que dão sua casa, seus bens, seu tempo para a comunidade. Também pode ser que Lucas se referia a uma família que formou uma comunidade e isso mostra bem a riqueza que são nossas pequenas comunidades onde com certeza a partilha, a convivência e a comunhão é maior do que nas grandes metrópoles e essa é uma experiência comprovada.

De qualquer forma, o texto mostra que o ideal cristão é exatamente esse: onde houver partilha de bens essenciais à vida do irmão, e não houver acúmulo egoísta, não haverá necessitados. Uma sociedade justa e fraterna irá seguir obrigatoriamente essa linha.

Mas também a gente não perde de “goleada” para aquela primeira comunidade, pois há muita gente em nossas comunidades, nas grandes e pequenas, que realmente se doa e vive na união e na comunhão de vida com todos. É verdade que o nosso Dízimo ainda não é uma expressão perfeita dessa comunhão, porque mal dá para as despesas de manutenção de nossas igrejas, mas aos poucos essa consciência vai aumentando e chegará o dia em que iremos nos alegrar quando percebermos que a afirmativa de Lucas está se realizando entre nós, quando nossos pobres puderem contar com a comunidade onde o Dízimo, ofertado com generosidade, consciência e fidelidade, vai dar e até irá sobrar para atender os necessitados, então diremos de boca cheia que estaremos sendo um só coração e uma só alma.

No evangelho da primeira aparição de Jesus Ressuscitado, encontramos a história de Tomé, que é também a história das comunidades de João e das nossas comunidades, porque Tomé duvidou que o Senhor estivesse com eles, e, em nossos dias, diante de tantas dificuldades, medos e incertezas na vida de fé em nossas comunidades, nós também chegamos a pensar que Jesus não está conosco. Será que ele ressuscitou mesmo? Será que enquanto ressuscitado caminha com as comunidades? Então por que não aparece de uma vez e resolve tudo o que está errado em nossa Igreja? Se ele aparecesse e se deixasse ver e tocar, tudo seria lindo e maravilhoso e uma multidão iria acreditar.

Mas a Fé não é uma certeza que vem do Ver e Tocar, ela não é comprovação científica, mas Dom inefável de Deus, que vem através do Espírito Santo, concedido aos apóstolos e a toda a Igreja pelo próprio Ressuscitado.

Com certeza todos desejaríamos estar no lugar dos apóstolos, que foram tão felizes tendo Jesus Ressuscitado no meio deles, vendo e tocando... Mas Jesus dirá o contrário: “Felizes os que creram sem terem visto!”

Um sentimento de medo e incredulidade dominou os apóstolos naqueles primeiros tempos após a ascensão do Senhor. Não foi nada fácil para eles e não foi da noite para o dia que começaram a viver a Fé com essa maneira apaixonada como nos descreve Atos. Tiveram muitas dificuldades e muitas dúvidas, exatamente como nós temos e Tomé não foi um caso isolado como parece.

E como último ponto da nossa reflexão, o evangelho nos coloca a importância de vivermos e participarmos da comunidade porque ela é o único local onde podemos fazer a experiência do Senhor Ressuscitado. Quando deixamos de freqüentá-la, como ocorreu com Tomé, que não foi na celebração do domingo, acabamos ficando incrédulos e o desânimo poderá nos abater, porque o pecado cega-nos a alma e o coração e passamos a enxergar apenas os erros do nosso irmão, não nos dando conta de que Jesus Ressuscitado caminha conosco e vai à nossa frente!

Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com



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QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
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"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!    Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

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