GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono José
da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 28/05/2006 - Festa de
Ascensão do Senhor
. Evangelho de 21/05/2006 - 6º Domingo
de Páscoa
. Evangelho de 14/05/2006 - 5º Domingo
de Páscoa
Acostume-se
a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos
e versículos, acesse a página
"A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado. BOA LEITURA!
FIQUE COM DEUS!
28/05/06 –
Festa de Ascensão do Senhor
(coloque o cursor sobre o texto
em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Celebrar a partida de Jesus para o Pai é senti-lo eternamente
presente na vida das pessoas e da comunidade cristã. Ele
não se afastou. Criou sua morada estável em nosso
meio, como aquele que sustenta os passos e o testemunho dos que
nele crêem (evangelho). Cabe agora à comunidade cristã
mostrá-lo presente mediante o testemunho (I leitura). Ele
está sempre presente no meio de nós, em nossas comunidades,
pois a glória de Deus é estar conosco; e nós
o glorificaremos quando o reconhecermos e manifestarmos como Senhor
Absoluto, Cabeça da Igreja, razão da nossa esperança
(II leitura).
Salmo 118/117
- "Dai graças ao Senhor porque
Ele é bom! Eterna é sua misericórdia!"
II leitura (Ef 1,17-23):
- "A glória de Deus é
a comunidade cristã"
“ASCENSÃO DO SENHOR: O CÉU
NÃO É UM SONHO”
Para
muita gente, inclusive cristãos, céu é uma
palavra enigmática que soa de maneira estranha, junto com
a idéia fantasiosa de que seja um local longíguo,
escondido na imensidão do cosmos, como um prêmio reservado
aos santos e justos, após a morte.
Muitos cristãos têm o desejo sincero
de irem para o céu, mas bem mais tarde, no ocaso da vida,
depois de terem “curtido” este céu aqui da terra.
Por aí a gente percebe como a idéia que se tem do
“céu” é um tanto equivocada, conseqüência
de uma fé infantil, e de uma mentalidade religiosa presa
a um Deus Legislador.
A Festa da Ascensão do Senhor, celebrada
nesse domingo, desmistifica esse céu estranho, misterioso
e distante, e nos dá um conceito de fácil compreensão:
viver no céu é viver na comunhão com Deus,
é este o destino glorioso de Jesus e também de todos
os cristãos, essa comunhão com Deus só é
possível por causa da missão de Jesus, missão
necessária para libertar o homem e dar-lhe um destino novo,
o Cristo anunciado na escritura passará pelo sofrimento,
paixão, morte e ressurreição e com isso, irá
tornar possível o homem participar da vida de Deus, e a partir
daí o homem não irá precisar saudade daquele
paraíso perdido, o que era impossível tornou-se possível,
o que era sonho virou feliz realidade.
O
Livro do Atos dos Apóstolos, primeira leitura dessa liturgia
festiva, fala da volta de Jesus ao Pai, de onde vem a palavra ascensão,
que significa elevar-se ou subir.
Não se trata evidentemente, de uma matéria
jornalística, informando o local e o modo como Jesus subiu
ao céu, mas sim de uma belíssima reflexão,
sobre aquele momento em que Jesus atingiu o ápice da sua
missão terrena, deixando aos seus discípulos em primeiro
lugar, e a todos nós, a tarefa de dar continuidade à
sua missão “Vós sereis testemunhas de tudo isso”.
Assim é que, os discípulos e os cristãos
de todos os tempos terão essa incumbência de testemunharem
a Jesus, sua pessoa e sua obra libertadora, anunciando aos homens
essa Boa Nova, de que agora já é possível viver
na comunhão com Deus, porque ele entrou em comunhão
com o homem em Jesus.
Ascensão, portanto, não é
fim, mas início de algo, na vida dos discípulos. Em
um primeiro momento eles não se aperceberam disso, com as
comunidades de Lucas no primeiro século do cristianismo,
acontecera a mesma coisa, diante da perseguição e
do sofrimento, por causa do testemunho, os cristãos se perguntavam
“Quando Jesus vai voltar, para tornar o Reino pleno?
Os próprios discípulos, no diálogo
com Jesus na primeira leitura vão indagar “Senhor,
é agora que ireis instaurar o Reino em Israel?”
Em muitas ocasiões Jesus havia falado da sua volta a este
mundo, os cristãos imaginavam que ela iria acontecer de imediato,
e até a invocavam em suas orações comunitárias:
"Marana-tha – Oh Vem Senhor!".
No primeiro momento, os discípulos ficaram
olhando para o céu, as comunidades cristãs, passado
muito tempo após a ascensão, de certo modo também
olhavam para o alto, cheias de expectativa, e hoje não é
muito diferente, têm muitos cristãos que não
querem fazer outra coisa senão olhar para o céu a
espera de soluções milagrosas que somente Jesus poderá
trazer, para tantos problemas que os afligem. Não se relacionam
com Deus como pessoas ativas, mas apenas como indivíduos,
totalmente a mercê dos desígnios de Deus e da sua providência.
Como os discípulos e as comunidades de Lucas,
ouçamos atentos a advertência dos dois homens de branco
“Homens da Galiléia, por que ficais aqui, parados,
olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o
céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para
o céu!”, ou seja, um dia Jesus voltará, mas
é necessário por mãos à obra, na construção
do Reino.
Por isso o evangelho de João deixa claro
que Jesus conferiu à sua Igreja um mandato: Fazer discípulos
todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, e ensinar a observar tudo o que Jesus ensinou! Além
da sua presença consoladora e fortalecedora, assegurada por
Jesus, na segunda leitura ouvimos que Jesus pede para que o Pai
nos dê um Espírito de Sabedoria e um coração
sempre aberto à sua Luz, para vivermos sempre nessa esperança.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
21/05/06 –
6º Domingo de Páscoa
(coloque o cursor sobre o texto
em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
O amor é a essência da vida de Deus e das pessoas.
O Pai ama o Filho comunicando-lhe o Espírito Santo. Jesus
nos ama infundindo-nos seu Espírito, tornando-nos seus amigos
e companheiros de luta na implantação do projeto de
vida. Assim formamos comunidade com a Trindade (evangelho). O amor
gera comunidade entre as pessoas, levando-as a superar barreiras,
pois ele não discrimina por nenhum motivo (I leitura). Amar
é compromisso sério com o povo que sofre, pois ninguém
conhece Deus a não ser a partir da solidariedade com os empobrecidos
(II leitura). Amar ou não amar: eis a questão. Aí
se joga a sorte do cristianismo e de qualquer religião, pois
sem o amor nem o próprio Deus existe.
Salmo 118/117
- "Dai graças ao Senhor porque
Ele é bom! Eterna é sua misericórdia!"
II leitura (1Jo 4,7-10):
- "Experimentar Deus no amor"
“A ALEGRIA DO AMOR”
Lembro-me
das aulas de catequese onde tínhamos que decorar os dez mandamentos
de Deus e mais os cinco da Igreja e eu me “enrolava”
todo na hora da confissão. Anotava todos eles em um papelzinho
e depois começava a checar quais eu havia infligido e depois
tinha de me policiar para não tornar a cometer aquele pecado
porque senão o Padre ficava zangado e na minha cabeça
de criança, formou-se a imagem de um Deus que ficava muito
zangado quando fazíamos algo de errado.
Um dia por acaso descobri que minha mãe
também não sabia de cor os mandamentos, mas ela costumava
nos dizer “Meus filhos, façam sempre o bem para as
pessoas e assim vocês nunca vão fazer nada de errado”.
Neste evangelho percebi que Jesus pensa como minha mãe, ou
é minha Mãe que pensava como Jesus, porque ele acabou
com o peso da lei ao dar uma nova ordem: Amai-vos uns aos outros
assim como eu vos amei, e desta maneira os mais de seiscentos mandamentos
do judaísmo ficaram reduzidos a praticamente um só:
amar o próximo.
Talvez alguém queira argumentar que a gente
se esqueceu de Deus que está na citação bíblica
em primeiro lugar: Amar a Deus sobre todas as coisas...De fato,
esse é o mais importante de todos os mandamentos do Judaísmo
e do Cristianismo, mas como praticá-lo?
Para as pessoas que estão ao nosso lado
e que amamos, mostramos um sorriso, damos um abraço, um beijo,
um aperto de mão, damos alguma ajuda, ouvimos seus desabafos,
dizemos uma palavra de consolo e esperança quando sofrem,
festejamos juntos quando ela está alegre. Mas Deus não
é uma pessoa, de mais a mais ele não precisa do nosso
amor porque é perfeito em si mesmo e o fato de nós
o amarmos não irá acrescentar nada naquilo que ele
já é, da mesma forma que se nós não
o amarmos, Deus não tem nada a perder. Mas o amor na vida
de uma pessoa faz a diferença!
Por isso é que o primeiro e o maior de todos
os mandamentos, Jesus simplifica em um só: no amor aos irmãos
e irmãs. E isso faz realmente sentido, porque em Jesus Deus
se encarnou na nossa natureza humana, e pelo seu Espírito
e pela sua graça, Pai e filho habitam em nós, apesar
da nossa fragilidade e, portanto, quando amamos o irmão estamos
na verdade amando o próprio Cristo. Se ainda houver dúvidas
recorramos ao evangelho de Mateus “Eu tive fome e me destes
de comer, tive sede e me destes de beber”.
E
essa presença de Deus em nossa vida, no mais profundo do
nosso ser existencial, não é privilegio só
dos cristãos, na primeira leitura da liturgia desse domingo,
o apóstolo Pedro e os que o acompanhavam, se surpreendem
quando está na casa de Cornélio, um homem pagão,
e percebe que Deus havia derramado sobre ele e toda sua família
o seu espírito.
A força do amor provoca grandes transformações
em nossa vida mudando principalmente as relações para
com Deus e para com o próximo. A palavra “servo”,
neste texto, significa empregado, aquele que simplesmente executa
a sua tarefa sem saber de nada sobre o patrão, ele cumpre
um contrato e isso basta.
Ao chamar os discípulos de amigos, Jesus
quer ensinar que o Pai não é um Patrão e que
nós não somos seus empregados, mas sim amigos.
Um amigo ajuda o outro sem querer nada em troca,
nem no presente e nem no futuro, e esse gesto gratuito desperta
nele uma alegria incontida. O amor ao próximo, que Jesus
insiste tanto nesse evangelho, é o amor da gratuidade onde
ele próprio é o modelo e a referência maior
e por isso tem autoridade para acrescentar: “... Como
eu vos amei”.
Este é um testamento espiritual que Jesus
dá aos seus seguidores pois enquanto Igreja fomos por ele
escolhidos para viver na comunhão e no amor, capacitados
por sua graça santificante que recebemos no Batismo, por
isso o anúncio do evangelho só terá credibilidade
junto aos homens, se vivermos no amor, porque somente ele nos insere
na vida de comunhão com Deus já nesta vida, e depois
de maneira plena na outra.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
14/05/06 –
5º Domingo de Páscoa
(coloque o cursor sobre o texto
em azul para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
A comunidade cristã se reúne para celebrar a fé
e cimentar sua união com Cristo, a videira, cujos ramos são
todos os que o aceitam e seguem (evangelho). A fé que celebramos
tem sua expressão maior no amor entre os membros da comunidade.
Seria vã a fé que não levasse ao amor (II leitura).
Ela se traduz também no testemunho cristão, levando
as pessoas a eliminar desconfiança, frieza e indiferença
nas relações interpessoais. Celebrar a fé é
solidariedade e compromisso com os perseguidos por causa do testemunho
(I leitura).
Salmo 118/117
- "Dai graças ao Senhor porque Ele é
bom! Eterna é sua misericórdia!"
II – Leitura: Primeira Carta de São
João 3, 18-24:
- "Amar é algo de concreto e sério!"
“PERMANECEI EM MIM”
Achei muito intrigante este evangelho de São João
15,1-8 desse quinto domingo da páscoa. Debrucei-me sobre
o texto por três dias, lendo, relendo e tentando entender
o seu sentido, e me perguntei por que João é tão
repetitivo, pois só nesse evangelho o verbo “permanecer”
aparece oito vezes, e as palavras “ramos e frutos” se
repetem por seis vezes. Penso que são palavras chaves, porque
repetidas com tanta insistência nos transmitem algo de grande
importância para a nossa vida cristã.
Frutos e ramos permanecem ligados e unidos, formando
uma só árvore. Está certo que os frutos vêm
depois dos ramos, mas o fruto faz parte da árvore, ele é
um fim e ao mesmo tempo um meio, porque esconde dentro de si as
sementes de vida, que um dia cairão na terra e irão
germinar fazendo surgir uma nova árvore da mesma espécie.
Portanto, o fruto é o início e o fim do processo.
O evangelista afirma em outra citação, que Deus é
amor e isso se confirma nessa reflexão: de fato Deus é
amor. Tudo provém dele e caminha para ele, que é nossa
origem e nosso fim.
Com isso em mente voltei minha atenção
para a primeira leitura de Atos, tentando encontrar alguma ligação
com o evangelho. Trata-se do relato do primeiro contato do apóstolo
Paulo com os apóstolos da Igreja de Jerusalém, que
tiveram grande dificuldade em aceitá-lo por causa do medo
e da desconfiança que o ex-perseguidor de cristãos
causava.
Achei belíssima e importante enquanto reflexão
a atitude de Barnabé, que intermediou e facilitou esse contato
testemunhando a verdade a favor de Paulo. Eis aí um ensinamento
fantástico para bem vivermos em comunidade, onde devemos
ser ponte entre as pessoas e os grupos. Ás vezes infelizmente
somos os primeiros a cavar abismos entre os irmãos e irmãs
e em vez de facilitarmos a comunhão, acabamos levantando
barreiras que impedem o amor, a amizade, confiança, alegria
e respeito entre as pessoas da comunidade.
São Paulo não tinha a pretensão
de fundar uma nova religião e por isso sentiu a necessidade
de estar em comunhão com a Igreja de Jerusalém, era
diferente e pensava diferente do grupo tradicional, quanto ao público
alvo de suas pregações e quanto ao método e
conteúdo da evangelização, mas isso não
o impediu de viver a comunhão com os demais.
Em uma sociedade onde os “iguais” cada
vez mais se isolam e vivem em um particularismo egoísta,
a atitude do apóstolo provoca em nós um questionamento:
como é que administramos nossas “diferenças”
na comunidade? Sabemos acolher o “diferente” ou nos
fechamos no tradicionalismo religioso?
E como por trás de um texto há sempre
um contexto, comecei a me perguntar o que estava ocorrendo nas comunidades
de João, que provocou essa tão bela reflexão
e acabei concluindo que deveria estar havendo muita fragmentação
e ruptura por causa das perseguições que fazia com
que muitos membros deixassem a comunidade.
“Eu sou a Videira e vós os ramos”
é uma espécie de refrão que João vai
repetindo com insistência na sonoridade desse evangelho. Videira
é a árvore toda e não apenas o tronco como
podemos pensar. Um ramo não sobrevive se for cortado da árvore.
Um cristão não vive se não estiver ligado,
unido e em uma íntima comunhão com Jesus Cristo e
aqui gostaria de me aprofundar, já que embalei na reflexão.
Não se fala aqui da Vida enquanto existir biológico,
mas da Vida Nova que na graça de Deus tudo clareia e mostra-nos
o sentido inclusive da própria vida nessa terra. A vida de
quem não está em Cristo não tem nenhum sentido
porque a pessoa não tem essa esperança escatológica
de uma plenitude que ainda está por vir, mas que de certa
forma já desfrutamos nessa vida se estivermos com Cristo.
Mas devemos esconder essa verdadeira preciosidade
que é a Vida da Graça, que em Cristo Deus nos concedeu,
ou devemos manifestá-la? E com essa última interrogação
voltei-me para a segunda leitura da Carta de João, onde ele
afirma que o nosso amor tem que ser manifestado em ações
e na verdade e não apenas em boca ou com palavras. E chegamos
assim ao final da nossa reflexão que agora, ficou mais fácil
de se entender: A seiva que nos alimenta é o amor de Deus
e o ato de amar são os frutos, que só conseguimos
dar porque estamos unidos a ele e aos irmãos da comunidade
que é a Igreja. E quando não amamos, o nosso coração
seca, azedando e amargando nossos frutos e o que é ainda
pior, tornamo-nos-nos um galho seco em meio a uma árvore
exuberante, e não é preciso lembrar pra que serve
um galho seco.
Diácono José da Cruz
jotacruz3051@gmail.com
PÁGINA DESTINADA
A PUBLICAÇÃO DE SERMÕES PROFERIDOS EM MISSAS
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
|
|
|