GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono
José da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 20/07/2008 - 16º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 13/07/2008 - 15º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 06/07/2008 - 14º Domingo
do Tempo Comum
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BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!
20.07.2008
DÉCIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Deixai crescer um e outro até a colheita!”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Uma tendência natural das pessoas é a de dividir a
humanidade em duas categorias: os bons e os maus. E ainda, por vezes,
invocamos as bênçãos sobre nós e os nossos,
e maldições sobre nossos inimigos. Porém, esta
não é a doutrina dos Evangelhos. Jesus ensina que
a vingança através da ira não é o último
recurso, pois o perdão sempre vence. O Reino de Deus tolera
os maus e os pecadores, porque tem uma inabalável confiança
na ação de Deus, que sabe esperar a livre decisão
da pessoa. Ensina-nos o Papa João XXIII: “A mansidão
é a plenitude da força.” Jubilosamente, entoemos
o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 86(85):
- "Ó Senhor, vós sois bom, sois
clemente e fiel!"
SEGUNDA LEITURA (Rm 8,26-27):
- "O Espírito vem em socorro da nossa
fraqueza!"
EVANGELHO (Mt 13,24-43):
- "Deixai crescer um e outro até a colheita!"
- "JOIO, TRIGO, E A PACIENCIA..."
Não há no calendário
da igreja, pelo menos não tenho conhecimento, de uma santa
com o nome de Paciência, apesar disso, ela é muito
invocada pelas pessoas, quando alguém faz algo de errado,
“Tenha Santa Paciência!” eu cresci ouvindo essa
expressão que acho bem interessante e oportuna para a reflexão
deste evangelho pois o homem paciente é aquele que sabe esperar,
empenhando-se em construir algo novo, acreditando que o seu trabalho
dará resultado, ainda que os frutos só sejam colhidos
pelas gerações futuras.
O Reino de Deus não cai do
céu já pronto, e nem acontece no imediatismo, mas
como em um gigantesco quebra-cabeça, cada peça vai
sendo colocada, até que no final iremos todos ver uma belíssima
obra, e, das comparações que Jesus fez sobre o reino,
a mais fiel é a parábola da semente, algo que precisa
ser plantado, cuidado, cultivado, para poder germinar, e depois
de germinado tem de ser muito bem conservado e mantido, ou seja,
a edificação do reino é algo permanente em
nossa vida, que um dia, na visão beatífica iremos
contemplar e poder admirar toda sua beleza, e ainda mais, sentir
uma imensa alegria ao perceber que ajudamos a construí-lo.
Mas quem é que planta uma
semente hoje e espera que amanhã ela já brote e se
transforme em uma planta? É preciso não ter pressa,
nem para ver a semente germinar, nem para colher os frutos, que
se arrancados da árvore fora de tempo, não estarão
maduros e nenhum prazer trará a quem o comer. Eis o grande
mal que afeta a relação entre as pessoas, nos dias
de hoje: a falta de paciência! Talvez como conseqüência
da relação homem versus máquina, dos avanços
da tecnologia e da informática, que nos permite no toque
de uma tecla, ver ou ter de imediato, aquilo que se quer, não
se faz mais nenhum esforço para abrir um portão, que
é eletrônico, acender um fogão, ligar a TV ou
mudar de canal, sem levantar-se do sofá, e até controle
eletrônico para o som do carro, o que eu acho um absurdo.
E assim, acabamos transportando
para a relação com as pessoas, esse imediatismo, quando
queremos resultados, ou mudanças de comportamento, as grandes
empresas investem largamente em cursos de treinamento, porque querem
resultado imediato na linha de produção. Mas as pessoas
não são máquinas, programadas para nos atender,
elas tem autonomia, são movidas por sentimentos, emoções,
temperamento, estão sujeitas a fraquezas, pequenos enganos
ou erros atrozes, são volúveis, capazes de amar e
odiar, ao mesmo tempo, o homem é um mistério, um verdadeiro
Fenômeno, como define o conteúdo da obra de Pierre
Teilhard de Chardin. E diante de toda essa complexidade humana,
em Jesus descobrimos que o Pai nos ama, e que o seu amor é
paciente, compassivo, tolerante e sabe esperar, confiando no ser
humano, quando o chama para viver a vocação do amor.
Entretanto, embora alcançado
pela graça de Deus, o homem não consegue refletir
para o semelhante essa imagem e semelhança, com Aquele que
é a essência do puro amor, pois a impaciência,
a intolerância e o radicalismo, acaba prevalecendo em lugar
do amor que tudo suporta e tudo crê, falta paciência
com os pais, com os idosos, com as crianças, com os enfermos,
com os pobres, com a esposa, com o esposo, com os netos, com os
alunos, com a equipe de trabalho, com os que são diferentes,
no aspecto cultural, econômico, político, religioso,
onde fazemos, de simples adversário um inimigo mortal.
O que Jesus nos pede neste evangelho
é justamente isso, a paciência de crer e saber esperar
o novo reino, ajudando a construí-lo no meio dos homens,
com todo empenho, dedicação e seriedade, o verdadeiro
cristão jamais pode ser radical ou imediatista, pois seria
ingenuidade desejar fazer acontecer o reino á toque de caixa,
na família, na comunidade, no trabalho, na escola ou na política,
infelizmente ainda há muitos cristãos que se sentem
frustrados por não ver resultado do seu trabalho, são
aqueles que não aceitam que haja joio em meio ao trigo, fecham-se
em seus grupos, suas comunidades, seu pequeno mundo, e são
sempre impulsionados a querer arrancar o joio de suas relações,
ignorando que a palavra de Deus e a verdade do evangelho, quando
testemunhadas de maneira autentica, tem poder sim, para transformar
qualquer joio em trigo, resultado da obra da salvação,
desejada por Deus e realizada plenamente por Jesus através
da sua igreja.
José da Cruz é
Diácono Permanente
Da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail jotacruz3051@gmail.com
13.07.2008
DÉCIMO QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “O semeador saiu para trabalhar!”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
No Antigo Testamento, a Palavra de Deus é, antes de tudo,
um fato, uma experiência: Deus fala diretamente a homens privilegiados
e, por meio deles, a todo o seu povo. E assim prepara o momento
em que o VERBO SE TORNA CARNE. É o tempo da Palavra. Ela
convoca e reúne a Igreja, em torno do Pai, e é no
aprofundamento da Palavra que os cristãos tomam consciência
de ser família de Deus, seu novo povo. Mais uma vez trazemos
nosso dízimo. Precisamos estar atentos ao peso dessa palavra;
ele não é a sobra, nem esmola, mas a gratidão
e o reconhecimento ao Senhor nosso Deus. Que ele seja a oferenda
agradável de nossas mãos, gesto de partilha, compromisso
com a comunidade. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 65(64):
- "A semente caiu em terra boa e deu fruto!"
SEGUNDA LEITURA (Rm 8,18-23):
- "Aguardamos a adoção filial
e a libertação para o nosso corpo!"
EVANGELHO (Mt 13,1-23):
- "A semente que caiu em boa terra é
aquele que ouve a palavra e a compreende!"
- “A HORTA DO SÊO JUSTINO”
Quando morávamos á rua Antonio Fernandes,
na minha adolescência (já faz tempo), meu pai mantinha
no fundo do nosso quintal uma modesta horta que se resumia a três
canteiros, porém muito bem cuidados, e em certas tardes
de intenso calor, lembro-me dele, armado com um velho pano de
enxugar pratos, espantado borboletas amarelas e pardais que insistiam
em assentar sobre o canteiro. Eu me divertia em ver a seriedade
com que fazia essa tarefa e um dia, percebendo que era alvo da
minha atenção, fez um comentário que está
bem ligado ao evangelho desse domingo “A terra é
boa, está bem regada e adubada, e a semente das verduras
é de ótima qualidade, mas se a gente abandonar o
canteiro e não dar atenção, os passarinhos
comem tudo e as borboletas amarelas irão praguejar as folhas”.
E assim, o “Teólogo” Sêo
Justino, me ensinava desta forma bem simples, que tudo o que é
bom, além de cultivado, deve ser mantido e conservado,
porque há fatores externos que destroem o que foi semeado.
No tempo de Jesus, a técnica de plantio de sementes sofria
muita perda, pois o semeador saia pelo campo, jogando as mesmas
em todos os tipos de terreno, claro que hoje, com toda a tecnologia
disponível na agricultura, o aproveitamento das sementes
é cem por cento, e elas só são atiradas em
locais preparados para o plantio, não havendo mais esse
perigo de cair em terra improdutiva.
Porém, o jeito tecnicamente errado de fazer
a semeadura, por aqueles tempos, mostra de maneira bem clara a
bondade de Deus, que quer salvar a toda humanidade e por isso,
o seu Filho Jesus, lança as sementes do reino em todos
os tipos de terrenos, existentes no coração humano,
a semente é eficaz, e o semeador sabe muito bem o que está
fazendo, pois se a terra árida, pedregosa ou espinhenta,
aonde foi lançada a semente, passar por uma transformação,
haverá grande chance da semente frutificar.
Jesus não fica escolhendo as pessoas para
anunciar sua palavra e plantar o reino em seu coração,
todo homem tem acesso, e não passará por esta vida
sem conhecer a palavra que é a todos revelada, pois Deus
busca, procura e alcança a cada homem neste mundo. Uma
outra comparação muito boa para compreender esta
parábola, é lembrarmos daquela brasinha de final
de churrasco, que sobrou na churrasqueira e tendo passado a noite
inteira, no dia seguinte, ao remexer as cinzas lá está
ela, basta um sopro e se transformará em chama nova que
incendeia e aquece em redor, a semente está sempre plantada
dentro de nós a espera de quem a ajude a germinar.
Na verdade, o evangelho nos obriga primeiramente
a olhar para dentro de nós, onde iremos nos surpreender
ao constatar que em nosso coração, a semente da
palavra de Deus sempre é jogada abundantemente em todas
as celebrações, e que apesar de sua eficácia
e potencial para frutificar, muitas vezes não germina,
pois há muita terra seca, batida e pedregulhos, que não
a deixa brotar, há muito espinho que sufoca o anúncio
dentro de nós, além dos pássaros, que são
aqueles ideais contrários ao reino de Deus, e que de maneira
furtiva, entram em nosso coração e roubam a semente
do bem.
Mas se por um lado recebemos a semente continuamente,
somos também enviados como missionários para semear
a Boa Nova no coração das pessoas, e aí precisamos
nos perguntar com muita honestidade, será que fazemos como
Jesus, o Filho de Deus, espalhando a semente em todos os corações,
sem se importar com o tipo de terreno que tem ali, ou só
queremos semear em terra fértil? O verdadeiro missionário
está sempre arriscando, pois o que importa é espalhar
as sementes para que todo homem tenha a chance de conhecer a Jesus
Salvador.
Só iremos dar conta dessa missão
se primeiramente soubermos cultivar em nós a boa semente
da Palavra, estando atento a cada instante, revolvendo a terra
com o arado da oração, adubando-a com o verdadeiro
maná que é a Santa Eucaristia, para assim manter
o nosso canteiro, vivendo na unidade e a comunhão com todos,
espantando, como fazia meu pai com aquele pano de prato, qualquer
mal que possa impedir a semente de brotar em nosso coração,
estando assim bem vigilante para fazer o bem, em todas as oportunidades
que Deus nos conceder nessa vida.
E por último, vamos também refletir
e entender, que em todas as nações, povos, culturas
e religiões, Jesus, o Verbo Divino encarnado em nossa história,
semeou a palavra e o seu Reino, e assim, iremos reconhecer na
diversidade de culturas, nações e religiões,
a presença fortalecedora e restauradora do Bem supremo,
que brota do coração de Deus, e em Jesus atinge
o coração de todo homem, transformando o que é
seco em fertilidade, o pedregulho em fertilizante de primeira
qualidade, e os malfadados espinhos, em belas flores que exalam
para todos o perfume do amor de Deus, derramado em nós
por Jesus Cristo...
José da Cruz é
Diácono Permanente
Da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail jotacruz3051@gmail.com
06.07.2008
DÉCIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Pois o meu jugo é suave e o meu fardo
é leve!” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Nós sabemos que Deus se revela a todos, mas os sábios
tornam muitas vezes ineficaz a revelação de Deus.
Os inteligentes e os sábios são, aqui, os mestres
religiosos daquele tempo: os escribas, os fariseus, conhecedores
da lei e manipuladores das tradições. Possuindo o
conhecimento da Lei, tornam-se opressores e sobrecarregam os ombros
das pessoas com fardos insuportáveis. Mas o ensinamento de
Jesus segue outra direção, e ele é claro ao
dizer: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e
sobrecarregados e eu vos aliviarei.” Alivia-nos do peso da
opressão, da tristeza e das culpas do pecado, oferecendo-nos
um jeito divino de se viver no mundo. Jubilosamente, entoemos o
cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 145(144):
- "Bendirei, eternamente, vosso nome, ó
Senhor!"
SEGUNDA LEITURA (Rm 8,9.11-13):
- "Se alguém não tem o Espírito
de Cristo, não pertence a Cristo!"
EVANGELHO (Mt 11,25-30):
- "Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu
e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos
e as revelaste aos pequeninos!"
- A oração
de Jesus
Na primeira parte do evangelho de hoje (vv. 25-27), temos uma
breve oração de louvor, de Jesus, com a afirmação
da união de conhecimento entre o Filho e o Pai. Este texto,
está também, praticamente com as mesmas palavras,
no evangelho de Lucas, com um estilo estranho ao estilo literário
dos evangelhos sinóticos. Encontramos semelhanças
de estilo nas seguintes passagens do evangelho de João:
dirigir-se diretamente ao Pai, em oração de louvor
(Jo 11,41b-42); tudo entregue pelo Pai e a revelação
do Filho (Jo 17,6), o conhecimento entre o Filho e o Pai (Jo 17,25-26).
Jesus dá testemunho do Pai diante de todos. A vontade do
Pai é que todos o acolham. Contudo surge uma separação
entre os "sábios e entendidos" e os "pequeninos".
Os sábios e entendidos são os auto-suficientes das
elites judaicas e os poderosos das cidades. Estes estão
bem instalados em seus privilégios e não querem
mudanças. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados,
privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela
mudança do sistema de opressão. Completando a oração,
Jesus afirma a sua união de conhecimento com o Pai, que
é a fonte da sua revelação ao mundo. Em Deus,
conhecer e amar são inseparáveis. A experiência
missionária confirma que os pobres estão mais disponíveis
para acolherem as propostas do Reino para a transformação
do mundo.
Depois da sua ação de graças com alegria,
Jesus convida a todos ao seu seguimento. O descanso e o alívio
são convincentes motivos para este seguimento. Os discípulos
suportavam o fardo da religião do Templo e da sinagoga.
Era uma religião de observâncias que oprimiam e excluíam.
Pela adesão à novidade de Jesus, no seu convívio,
na amizade, na fraternidade e na prática do serviço,
os discípulos encontram a alegria. No mundo também
vigora o pesado fardo da ideologia do poder e do sucesso. É
a ideologia mantida pelos donos do poder em vista da submissão
dos oprimidos. O mundo oferece a todos a sedução
da riqueza e do poder. Correndo atrás destas ofertas as
pessoas se isolam e seus corações são carregados
com os fardos da ansiedade e da angustia.
A paz comunicada por Jesus, tão desejada por todos (cf.
primeira leitura), até hoje não foi encontrada por
Israel, que, fixo na idéia de "povo eleito",
ainda prioriza a violência e a guerra.
Na segunda leitura prevalece o dualismo carne x espírito.
Como fruto da encarnação do Filho de Deus, é
no coração humano de Jesus, manso e humilde, que
se encontra o repouso e a paz.
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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