GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono
José da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 10/08/2008 - 19º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 03/08/2008 - 18º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 27/07/2008 - 17º Domingo
do Tempo Comum
ATENÇÃO:
Acostume-se
a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos
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BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!
10.08.2008
DÉCIMO NONO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Jesus veio até os discípulos, andando
sobre o mar.” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
O Senhor Deus vem ao nosso encontro, especialmente nos momentos
de necessidade, quando o invocamos com fé. O Deus dos profetas
e de Jesus é aquele que toma a defesa dos pobres e dos fracos,
e decepciona as esperanças dos que querem se servir de seu
poder. Ele não está nos fenômenos naturais grandiosos
e violentos: vento, terremoto, fogo; mas está no sopro leve
da brisa, como que significando a espiritualidade e a intimidade
das manifestações de Deus ao homem. Rogamos hoje para
que nossos pais, a exemplo do Pai Eterno, cumpram com dignidade
a missão de cada dia e vejam-se realizados nas boas obras
de seus filhos. Ao trazermos ao Templo nosso dízimo, junto
vem a certeza de que nossa vida não se resume à busca
da matéria, mas estamos construindo aqui com nossa generosidade
a cidade futura. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 85(84):
- "Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!"
SEGUNDA LEITURA (Rm 9, 1-5):
- "Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o qual está acima de todos."
EVANGELHO (Mt 14,22-33):
- "Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!"
- "Pedro vacila..."
Jesus manda os discípulos
para o outro lado do mar, enquanto ele próprio despediria
as multidões. O evangelho de João, na passagem paralela
a esta, menciona que estas multidões queriam entronizar Jesus
como rei. Nem os discípulos nem as multidões percebem
a dimensão libertadora e a humildade da encarnação
de Jesus. O messias esperado por muitos seria um líder poderoso
que restauraria entre os judeus um reino glorioso, no modelo que
a tradição criara para o antigo reinado de Davi, o
que não condiz com a prática de Jesus.
Marcos, em seu evangelho, ao apresentar
a narrativa paralela a esta, realça a dificuldade dos discípulos
em remarem contra o vento, bem como destaca a incompreensão
destes discípulos diante da partilha dos pães (cf.
9 jan.). Marcos procura despertar o leitor quanto à própria
identidade de Jesus.
Em Mateus o destaque é o
barco agitado pelas ondas e pelo vento. O "barco" simboliza
a Igreja, já em processo de institucionalização
na década de 80, quando Mateus escreve seu evangelho. Quando
Jesus se aproxima, caminhando sobre as águas, Mateus narra
também a caminhada de Pedro, que a tradição
passou a cultuar como figura proeminente na Igreja. A vacilação
de Pedro ao andar sobre as águas, entre a fé e a dúvida,
induz as comunidades a compreenderem a importância de uma
fé firme e decidida.
Ao contrário do evangelho
de Marcos, a narrativa, em Mateus, termina com a proclamação
messiânica dos discípulos: "Verdadeiramente, tu
és Filho de Deus". A afirmação do messianismo
de Jesus é uma forte característica de Mateus.
As comunidades de discípulos,
ao longo da história, passam por tribulações
sofrendo repressões. Pode-se chegar ao desânimo, com
o sentimento de abandono por parte de Deus. Se assim acontecer,
submerge-se no oceano do mundo dominado pelos poderes fundados sobre
as riquezas acumuladas, que desprezam a vida dos pobres e pequeninos.
Contudo Jesus está presente. Não há o que temer,
pois Jesus é a fonte da vida e a luz para o nosso caminho,
e é a força propulsora da nova criação,
do mundo novo possível.
03.08.2008
DÉCIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Só temos aqui cinco pães e dois
peixes!” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Aprendemos hoje que na Igreja se realiza a grande abundância
dos bens. Temos a comunhão de bens no banquete, que é
sinal de comunhão de vida e de participação
nos bens de Deus. A multiplicação dos pães
nos leva a um primeiro relato e primeiro anúncio da Santa
Ceia. Ao partir o pão para saciar a fome daquele momento,
Jesus Cristo nos prepara para participarmos e reconhece-lo na Eucaristia.
De outro modo em nossos dias participamos da mesa de peregrinos
no Altar, até o dia em que iremos participar do verdadeiro
banquete na vida eternidade. Cumprimentemos hoje nossos Padres,
pela passagem de seu dia, os quais constantemente sob a invocação
do Espírito Santo nos oferecem o alimento sagrado da Eucaristia.
Semana de oração, reflexão e ação
sobre a vocação nos ministérios ordenados:
Diáconos, Padres e Bispos. Jubilosamente, entoemos o cânticos
ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 145(144):
- "Vós abris a vossa mão, e saciais
os vossos filhos!"
SEGUNDA LEITURA (Rm 8,35.37-39):
- "Quem nos separará do amor de Cristo?"
EVANGELHO (Mt 14,13-21):
- "Dai-lhes vós mesmos de comer!"
- "CINCO PÃES E DOIS PEIXINHOS..."
Confesso que quando reflito este
evangelho, conhecido como da multiplicação dos pães,
fico intrigado com algo bem simples: o milagre poderia ser muito
mais espetacular, se Jesus tivesse mandado as pessoas sentarem-se
em grupos, e depois, ao fazer o ritual da benção,
os pães e os peixinhos, aparecessem como em um passe de mágica,
na mão das pessoas, surgindo do nada. Mas neste milagre há
uma palavra chave, de significado muito profundo, trata-se do milagre
da multiplicação... Deus criou tudo do nada, diz o
livro do Gênesis, mas quando se trata do pão, ele faz
questão de multiplicar.
Alguém cedeu o seu lanche,
fazendo parceria com Jesus, no ato prodigioso! Mateus nos dá
a entender que esse alimento pertencia aos próprios discípulos
“Só temos aqui, cinco pães e dois peixes”.
A fome da multidão é muito maior do aquilo que podemos
dar, será sempre assim, o que temos para dar é muito
pouco, para resolver o problema da família, da comunidade,
os problemas sociais, a violência, as drogas, o desamparo
aos idosos, as crianças pobres, as tristezas do outro, a
depressão do irmão, suas angústias e desgraças,
doenças e mortes, a idade avançada, diante de tudo
isso, a gente até se comove, mas justificamos com aquele
pensamento tão nefasto: Sinto muito, nada posso fazer!
Por que dizemos isso, em tantas
situações da nossa vida, diante de um irmão
que sofre, que chora, que se desespera? Porque não confiamos
no que temos, por acharmos muito pouco, vamos ter de nos separar,
vou ter de abortar, vou ter de me omitir, vou ter que ficar quieto,
nos sentimos impotentes, sem força alguma para mudar a situação,
se tivéssemos muito, se tivéssemos poder, se fóssemos
respeitados, se estivéssemos no comando, seu fossemos ricos,
ah! Tudo seria diferente... Daríamos um jeito nessa situação,
resolvendo o problema.
Mas,como nada somos ,e ainda termos
tão pouco, é melhor ficar no velho e conhecido “cada
um por si, Deus por todos”, queremos sempre despedir as pessoas
para que cada uma se vire do seu jeito. É o comodismo e o
egoísmo, que domina este mundo da nossa modernidade onde
o espírito consumista afirma que, somente quem tem muito,
consome muito, pode realizar sonhos e projetos de vida. Jesus desmonta
este esquema mesquinho e centralizador, que concentra a riqueza
material, nas mãos de uma minoria.
Dái-lhes vós mesmos
de comer, eles não precisam ir embora! Após a oração
de graças e a benção, começa a ocorrer
o milagre: os discípulos começam a distribuir aquele
pouco que têm, às multidões. Nos projetos e
empreendimentos humanos, quem mais tem é que decide o que
fazer só quem tem muito, poderá fazer grandes coisas,
no projeto de Jesus a palavra de ordem é partilhar, mesmo
que seja o pouco, acreditando que esse pouco, para o próximo
vai ser muito.
O milagre, portanto, não
está na quantia de pães e peixes, mas no gesto de
partilhar, acreditando que naquele momento, o pouco que eu posso
dar ou fazer, é exatamente tudo o que o meu próximo
precisa. Nesse sentido, os cinco pães e dois peixinhos desse
evangelho, pode ser um simples sorriso, dado a quem está
triste, um abraço, um beijo ou um aperto de mão, em
quem está sofrendo alguma dor, uma mão no ombro de
quem está desanimado, uma palavrinha de consolo a quem chora,
uma palavra de coragem a quem perdeu a vontade de viver. E pronto,
está feito o milagre!
“Você não sabe
como foi importante para mim, a sua presença, o seu gesto,
naquela hora!” Todos nós já escutamos esta frase,
entretanto o que demos ou fizemos foi tão pouco e parecia
tão insignificante. Chegamos ao ponto chave da reflexão,
quando acreditarmos na força do nosso “pouco“,
iremos conseguir mudanças prodigiosas na família,
na comunidade e na sociedade, mas não precisa ficar cobrando
para que o outro faça a sua parte, um gesto de partilha já
é por si suficiente, para promover grandes mudanças,
para transformar a miséria em fartura, pois quando dizemos
– eu já fiz a minha parte, espero que cada um faça
a sua, estamos nos colocando acima das outras pessoas e, portanto
no direito de cobrar, e se seguíssemos essas lógica,
ditada pelo orgulho e a prepotência, estaríamos perdidos
diante de Jesus, que nos ama sempre com um amor sem medidas, sem
nunca nos cobrar.
Dos pedaços que sobraram
encheram-se doze cestos, e a multidão ficou saciada, o projeto
de Jesus de Nazaré parecia tão pouco e ridículo
diante da grandeza do Messianismo, sonhado e esperado pelos seus
compatriotas, entretanto, a graça que nasceu da Salvação,
libertou não só a Israel, mas a todas as nações
da terra. Há alguém faminto ao seu lado, de uma fome
que vai bem além do estomago vazio, ofereça o seu
“pouquinho” com alegria, e creia nesse milagre!
José da Cruz é
Diácono Permanente
Da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail jotacruz3051@gmail.com
27.07.2008
DÉCIMO SÉTIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “O Reino dos céus é como um tesouro
escondido no campo!” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
O Reino de Deus já está presente entre nós
como uma semente; mas é necessário que cresça.
Instaurado por Jesus, é certamente a atualização
da antiga esperança, mas terá que se edificar progressivamente
em toda a face da terra. É papel da Igreja e dos cristãos
serem os artífices desta construção, sob o
impulso do Espírito, antes de tudo a serviço do Reino.
Comparando o Reino com a semente, o grão de mostarda, o fermento,
Jesus quer dizer que este Reino já está presente,
mas longe de sua realização definitiva. Ele se edifica
aos poucos, graças à fidelidade dos discípulos
ao mandamento novo do amor sem limites. Jubilosamente, entoemos
o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 119(118):
- "Como eu amo, ó Senhor, a vossa lei,
vossa palavra!"
SEGUNDA LEITURA (Rm 8,28-30):
- "Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles
que amam a Deus!"
EVANGELHO (Mt 13,44-52):
- "Deixai crescer um e outro até a colheita!"
- "O TESOURO DO REINO"
Certa ocasião, quase caí
no “conto do vigário”, era final de ano e uma
mulher com aparência humilde me abordou em uma rua próxima
à rodoviária de Sorocaba, oferecendo-me duas barras
de ouro, enroladas em uma toalha e guardadas em uma caixa de sapatos.
“Olha moço, o senhor vai passar um natal muito abençoado,
vai poder comprar o que quiser, faço um precinho bom, só
para eu matar a fome das minhas netinhas, que hoje ainda não
se alimentaram”. Apresentou-me Nota Fiscal e ainda o certificado
de garantia, emitido por uma mineradora do Pará, de onde
acabara de chegar.
Um pouco levado pela chantagem emocional,
das crianças que choramingavam de fome, pedindo para comer,
mas também e principalmente, pela possibilidade de ficar
rico em questão de minutos, a imaginação começou
a trabalhar, admitindo o que eu poderia fazer com aquele ouro, caso
as barras fossem mesmo verdadeiras, coisa que eu já estava
começando a acreditar.
Se fosse mesmo verdade, o negócio
seria excelente, ali estava naquele caixa de papelão, a minha
sonhada casa própria, o carro novo, as dívidas todas
quitadas, um natal e primeiro de ano de muita fartura, e ainda uma
boa “gordura” para aplicar no mercado, pois o preço
do ouro, naquele tempo estava alto. Mas o problema era o valor pedido
pela compra, que eu não tinha, e vendo que ainda vacilava
um pouco, a “generosa” mulher disse de modo muito humilde
“Deus está me revelando que o senhor será abençoado,
vamos fazer uma coisa, quanto o senhor tiver eu aceito, nem que
seja metade da metade desse valor..., barras de ouro depois meus
filhos que são garimpeiros, me arranjam mais, mas a fome
dessas crianças, não pode esperar...”
Para minha sorte estava com cheque,
e tinha acabado de sair do banco onde peguei o saldo, composto do
salário do mês, mais o abono completo e metade do valor
das férias, com um pouco de dor na consciência, falei
para ela que o valor que eu tinha era irrisório, mas ela
aceitou e deu um sorriso; “fazê o que, né moço,
pode ser...”. Mas neste momento uma viatura parou perto de
nós e a pobrezinha da mulher saiu em disparada, levando para
sempre minhas sonhadas barras de ouro...
Uma pessoa ingênua, mas também
ambiciosa de um lucro fácil, acaba caindo facilmente nesse
conto do vigário, aplicados por malandros e malandras muito
bem treinados, a gente fica até indignado quando vê
isso acontecer, e perguntamo-nos como é que pode uma pessoa
cair em um conto desses... Acontece porém, que o golpista
só aborda as pessoas certas, isso é, aquelas que sonham
em ficar ricas da noite para o dia, apossando-se de grande fortuna.
Em se tratando da nossa vida de fé, como discípulos
de Jesus, corremos esse mesmo risco, e muita gente convertida cai
em cada golpe, pior do que o conto do vigário.
Quando se trata de bens materiais,
buscamos aquilo que vale mais, nem que isso signifique dar em troca,
tudo o que temos, no meu caso, toda minha economia de final de ano,
achava que era pouco, perto do que aquelas barras de ouro iriam
me oferecer, caso fossem mesmo verdadeiras...
A pessoa que não tem o discernimento
do espírito, dado pela sabedoria que vem do alto, facilmente
deixa de lado os valores do Reino de Deus, para correr atrás
de quinquilharias que nada valem, e o que é pior, muitos
passam a vida inteira iludidos, em função de algo
que parece ser um tesouro, mas que um dia descobrem como eu descobri
a tempo, graças a Deus, que se trata de um ouro falso e sem
nenhum valor.
Os dois personagens da parábola
do evangelho, quando descobrem a preciosidade do tesouro escondido,
e a beleza de uma pérola rara, escondida no meio das outras,
não pensam duas vezes para colocar aquilo que realmente é
valioso, como a única prioridade em sua vida.
O que mais vale nesta vida não
e a riqueza, prestígio, fama, sucesso, poder, luxo e conforto,
mas sim o amor de Deus, que na salvação oferecida
em Jesus, nos dá a alegria da sua graça. Mas para
entender isso, é necessário ter o discernimento do
espírito, e a sabedoria que vem do alto, Salomão compreendeu
que o mais importante é ser sábio diante de Deus,
para saber fazer as escolhas certas, e fazer nesta vida, a opção
certa, a favor do Reino de Deus.
É esse discernimento que
nos permite separar na rede da vida, aquilo que realmente é
bom e tem valor, entendendo que o resto é peixe estragado,
que não serve para nada.
Tudo parece diante de nós
um único tesouro, é preciso tirar apenas aquilo que
é novo, esse novo é Jesus Cristo, Salvador e Redentor
nosso, o único e verdadeiro tesouro, pelo qual vale a pena
dar tudo o que temos e somos, para que em nossas relações
com o próximo, sejamos cada vez mais imagem e semelhança
daquele que nos predestinou.
José da Cruz é
Diácono Permanente
Da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail jotacruz3051@gmail.com
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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