GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono
José da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 02/11/2008 - DIA DE FINADOS
. Evangelho de 26/10/2008 - 30º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 19/09/2008 - 29º Domingo
do Tempo Comum
ATENÇÃO:
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a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos
e versículos, acesse a página
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BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!
02.11.2008
DIA DE FINADOS
__ “Dai-lhes, Senhor, o repouso eterno
e brilhe para eles a vossa luz” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Celebramos hoje a Solenidade do Dia de Finados. A Igreja padecente
que espera pela graça de Deus e a Indulgência Plenária.
Nossas orações os fortalecem e abrem caminho para
a Glória de Deus Pai. Por isso devemos rezar por todas as
almas dos Fiéis já falecidos. Saudade sim, Tristeza
não! A morte para o cristão não é um
momento no fim do seu caminho terreno, um ponto isolado do resto
da vida. A vida terrena é preparação para a
vida eterna, nela estamos como criancinhas no seio materno. Nossa
vida aqui na terra é um período de formação
e luta, de primeiras opções. Ao morrer, o homem se
encontrará diante de tudo o que aspirou de mais profundo.
Será o encontro diante de Nosso Senhor Jesus Cristo para
a opção definitiva, a qual será constituída
por todas as opções parciais desta terra. Rezemos
por todos os que se encontram na Glória de Deus e os que
ainda esperam por ela!
SALMO RESPONSORIAL Sl 130 (131):
- "Guardai-me junto de Vós, na vossa
paz, Senhor!"
SEGUNDA LEITURA (1 Tes 2, 7b-9.13):
- "A palavra de Deus permanece ativa em nós!"
EVANGELHO (Mt 23, 1-12):
- "Um só é o vosso Mestre e vós
sois todos irmãos!"
- "OS QUE MORRERAM EM CRISTO..."
(Uma palavrinha sobre Finados)
Pouco se falava em ressurreição dos
mortos no Antigo Testamento, a não ser em uma linguagem figurativa,
na verdade algo incomodava a crença dos judeus, O Deus todo
Poderoso da Aliança, não tinha nenhum domínio
sobre o Xeol, Mansão dos Mortos. Jó em meio ao sofrimento
irá reafirmar a sua fé e esperança ao dizer
“Eu sei que o meu Redentor está vivo”, os irmãos
macabeus, diante da opressão helenista, ameaçados
de perder a vida, encorajados pela própria mãe, afirmarão
a crença em um Deus que irá restaurar seus corpos
mortais, mas é o profeta Ezequiel que chegará mais
perto, nesse sonho de uma vida no pós morte, com o seu clássico
texto da visão dos ossos secos, e mesmo assim, a exegese
deixa claro que se tratava de um encorajamento ao povo exilado,
lembrando-os que o Deus da Aliança não é indiferente
ao sofrimento, e que irá trazê-los de volta, seria
uma ressurreição de idéias, vida nova e animo
novo, cobrindo a secura dos sonhos de liberdade, mortos pelo poder
Babilônico. De qualquer forma, o profeta vislumbra uma nova
pátria, um retorno á Deus e a vida.
Esse Deus dos vivos e dos mortos, vencedor da escuridão,
que oferece a libertação dos grilhões da morte,
ganha um nome e um rosto, deixa de ser um sonho, e no mistério
da encarnação e desvenda o Xeol, estendendo sobre
ele o seu domínio, não mais só nos horizontes
da Religião de Moisés, mas em sentido universal, a
partir de Jesus, nunca mais a morte terá a última
palavra.
Porém, no caminhar do homem por esta vida,
em busca dessa terra prometida, não mais restrita aos limites
geográficos, o momento da morte aparenta ser uma grande tragédia,
o homem tem medo do desconhecido, aquilo que seus sentidos não
experimentaram, que nenhum olho humano viu, nem o ouvido escutou,
ainda permanece como um grande mistério impenetrável
pela compreensão humana.
A Fé na ressurreição não
é a crença em algo ilógico, irreal, obscuro,
o cristão não crê numa possibilidade de vida
após a morte, ele tem a certeza, porque Cristo percorreu
esse mesmo caminho, o caminho do esmagamento, de um corpo destruído,
arrebentado, e que em um momento real e histórico, experimentou
na cruz a inércia da morte, sua musculatura enrijeceu, seus
olhos se fecharam seus órgãos, como todo o resto do
seu corpo, em processo hemorrágico violento, por causa das
chagas, perdeu totalmente a sua força, seus pulmões
não tinham mais o ar vital, e seu coração humano,
dilacerado pela lança que o traspassou, interrompeu sua função
de bombear sangue para aquele corpo na juventude dos 33 anos, e
aquele corpo do jovem Galileu foi sepultado, por um gesto piedoso
de José de Arimatéia.
Jesus de Nazaré percorreu esses mesmos caminhos,
que desembocam na fatalidade da morte biológica, que ninguém
quer, e da qual todos têm medo. Mas há na vida do cristão
algo fascinante, quando tudo parece tenebroso e a derrota parece
eminente, quando a escuridão parece que vai nos tragar, eis
que sucede um encontro único, imemorável, indescritível:
Deus e Homem se encontram, para sacramentar a eterna aliança,
selada pelo Cordeiro. Eis que o novo Adão é acolhido
com festa na casa paterna, com a dignidade de Filho, herdeiro dos
tesouros do céu, guardados por Deus desde os primórdios
da Criação.
Finados é dia de lembrar com intensa alegria,
os entes queridos, que morreram em Cristo, configurados a ele pelo
Batismo, e confirmados Nele pela Crisma. Finados é dia de
juntar nossas vozes com as vozes eternas das Igrejas Triunfante
e Padecente, para em um único louvor, bendizer o Dom da vida,
derramado pelo Espírito em nossos corações.
A morte é passagem, transformação, abertura
de um Novo Horizonte, jamais vislumbrado pelo homem. Morte é
demolir a velha casa, a tenda judiada pelas chuvas, ventos e temporais
dessa vida, mudando-nos para a casa nova, permanente, onde pode
se desfrutar da plenitude do amor Divino.
“Fiquei feliz quando me disseram, vamos à
casa do Senhor!”. Que nosso choro se transforme em risos,
nossos prantos em belas canções. Aquilo que chorando
semeamos, iremos colher sorrindo. Na luz da fé, as covas
transformam-se em berços, onde nasce a verdadeira Vida, aquela
que Cristo nos antecipa, à luz da Fé, emergindo das
águas do Batismo.
"Que as almas de todos os fiéis
defuntos, pela misericórdia de Deus descansem em paz.Amém"
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
26.10.2008
TRIGÉSIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Mestre, qual é o maior mandamento da lei?”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Não será necessário afastar-se das pessoas
para encontrar a Deus. Jesus nos ensina que o primeiro mandamento
é amar a Deus e o segundo, amar as pessoas. Ao nos encontrarmos
com Deus, renovamos nosso empenho em amar e servir ao próximo.
Amando as pessoas, estamos amando a Deus, pois nelas servimos a
Ele, sobretudo nos mais necessitados, tanto material quanto espiritualmente.
Jamais algum texto da Sagrada Escritura nos convida a um interesse
por Deus desinteressando-se pelas pessoas. A contemplação
nos pede um afastar-se físico das pessoas para uma união
espiritual muito maior. O silêncio e a solidão na oração
são um grande reabastecimento e apelo para a ação
perseverante. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 18(17):
- "Eu vos amo, ó Senhor, sois minha
força e salvação!"
SEGUNDA LEITURA (1 Ts 1, 5c-10):
- "Jesus é quem nos livra do castigo
que está por vir!"
EVANGELHO (Mt 22,34-40):
- "Amarás o Senhor teu Deus de todo o
teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo!"
- "O AMOR ÚNICO!"
Amar a Deus de todo o coração, de
toda a alma e de todo o entendimento, eis o primeiro e o maior de
todos os mandamentos, na resposta que Jesus dá aos fariseus,
no evangelho desse domingo. Em meio a relações amorosas
tão distorcidas, temos aí o modo de amar, em sua essência.
Pertencemos a uma sociedade capaz de cometer até um crime
monstruoso, em nome do amor, como foi o caso da garota Eloá,
amplamente divulgado pela mídia sensacionalista onde, após
ter sido preso, o jovem Lindemberg, repetia sucessivamente, na gravação
feita ao celular, que ele queria ficar perto dela porque a amava.
Esta semana presenciei outro fato que cito como exemplo, é
a história de um padastro, acusado de maus tratos em seu
enteado, que diante do Delegado, alegou que o corrigiu para seu
bem, porque não queria que ele viesse a ser um bandido no
dia de amanhã. O garoto, magro e bem franzino trazia nos
braços, costa e pernas, vergões profundos da surra,
que poderia até lhe ter causado uma lesão interna,
tal a violência do ato corretivo.
Em ambos os casos, e em muitos outros divulgados
pela mídia, fala-se em amor, que quer o bem do outro, porém
trata-se na verdade de uma aberração, uma forma de
amar totalmente desvirtuada, um amor pernicioso, marcado pela possessão,
onde o ser amado torna-se propriedade exclusiva daquele que diz
amar. Amor doentio e pecaminoso, que anula a identidade do outro,
tornando-o um mero objeto para seu uso, fazendo do ser amado um
escravo.
Diante do membro de uma pastoral, que educadamente
abordou um casal de namorados durante a missa, onde o rapaz fazia
carícias mais ousadas em plena celebração,
o namorado foi curto e grosso “Ela me pertence e faço
com ela o que quero e onde quero”. Há nesta forma totalmente
errada de amar, dois agravantes, primeiro que as meninas que lotam
as baladas de finais de semana, em sua maioria, se submetem ao garoto,
em segundo, aqui é o mais grave, predomina nas relações
conjugais e familiares, esse tipo de amor possessivo e dominador,
que dá certo até que a outra parte não aceite
mais as regras do jogo, possivelmente seja esse o caso que acabou
em tragédia com a morte da jovem Eloá e de tantos
casais que acabam não mais se entendendo.
Amar de todo o coração significa
uma decisão tomada a favor da outra pessoa, significa uma
vontade manifestada em gestos e atitudes, de toda a alma significa
que o amor adquire um caráter sagrado, algo que só
podia mesmo ser divino, e de todo o entendimento, amor que pauta
pela razão, pela compreensão do outro, trata-se de
uma entrega total, não por imposição, mas dentro
de uma total liberdade.
Talvez possamos nos perguntar, será que
Deus precisa de um amor assim, da parte do homem?
Pois sendo Todo Poderoso e Onipotente, que necessidade
tem Deus de querer ser amado desta maneira? O contexto desse mandamento
que está no cerne da lei, é que Israel tem muitas
opções de divindades, deuses dos povos pagãos,
e que acabavam influenciando o Israelita, esse amor da totalidade
é apenas a atitude de fé, de quem crê em um
único Deus, e que não precisa de nenhum outro, mesmo
porque, não há outro Deus senão o Deus da Aliança.
Tal como naquele tempo, há em nossos tempos mil opções
de pequenos deusinhos que se apresentam diante de nós, querendo
submissão e oferecendo-nos em troca algo ilusório.
Já o Deus dos cristãos, que mostra
o seu rosto em Jesus de Nazaré, pede aos seus seguidores
algo muito simples, e ao mesmo tempo revolucionário e inédito:
o amor gratuito e incondicional, o amor total da entrega ao outro,
respeitando a sua dignidade de Filho de Deus, o amor que sempre
sorri e nada cobra o amor paciente, compreensivo, que sabe sempre
esperar, perdoar, que suscita no outro essa vida nova, que orienta,
exorta, mostra o caminho, toma pelas mãos, cura, renova,
liberta e salva.
Entretanto, se compreendermos que Jesus restaurou
cada homem, tornando-o Filho de Deus, e dando-lhe a dignidade de
ser novamente sua imagem e semelhança, concluímos
que Deus está em cada homem, no mais profundo do seu ser
existencial, independente da sua fé, da sua condição
social ou moral, logo, fica muito claro, porque o segundo mandamento
é semelhante ao primeiro e tem o mesmo peso – Amarás
o teu próximo como a ti mesmo. Deus está no outro,
e ama a todos, então, se eu deixo de amar o outro, estou
indo contra Deus, ao contrário, se eu amo o outro, de todo
o coração, isso é, por minha vontade e decisão
(mesmo que o outro não mereça) de toda a minha alma,
porque o amor destinado ao próximo é também
sagrado, porque Deus está nele, e de todo o meu entendimento,
não ao sabor das paixões e interesses, mas á
luz da razão. Essa é a única e verdadeira forma
de se amar a Deus, a ponto de João afirmar categoricamente
“Se alguém disser que ama a Deus, que não vê,
e não ama o irmão que está ao seu lado, é
mentiroso e enganador”.
Portanto, que ninguém mais diga –
Não vou a Igreja por causa das pessoas, mas por causa de
Jesus, falar essa frase e defendê-la, é próprio
de quem tem uma espiritualidade vazia, de quem ainda não
entendeu de que todo o ensinamento cristão está concentrado
nesta grande verdade.
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
19.10.2008
VIGÉSIMO NONO DOMINGO DO TEMPO COMUM
__ “Dai pois a César o que é de César
e a Deus o que é de Deus!” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
O que importa é o Reino de Deus. É o único
absoluto a ser buscado. A realidade clara e fundamental é
que Jesus veio pregar o Reino. Diante desse anúncio, as demais
coisas estão num segundo plano. Com isto, Jesus não
quer negar a função de César, mas quer atingir
seus adversários que não compreenderam sua missão
e esquecem a questão definitiva. Ele revela a existência
de um Reino de Deus na história, o qual é possível
a todos, lembrando que o Reino não se dirige a um único
povo e muito menos a um sistema de governo. A esperança cristã
se realizará plenamente no mundo futuro, mas desde já
manifesta sua eficácia. Pois ela é uma força
presente no mundo, é um fermento a levedar, é um sal
que dá sabor às coisas e causas do Reino do Senhor.
Assim, nosso compromisso seja não lembrar apenas hoje das
missões, pois somos sempre chamados a levar a boa nova do
amor aos corações que nos rodeiam. Jubilosamente,
entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 96(95):
- "Ó família das nações,
dai ao Senhor poder e glória!"
SEGUNDA LEITURA (1 Ts 1, 1-5b):
- "Damos graças a Deus por todos vós,
lembrando-vos sempre em nossas orações!"
EVANGELHO (Mt 22,15-21):
- "Dai pois a César o que é de
César, e a Deus o que é de Deus!"
- "A CESAR O QUE É DE CESAR"
Se olharmos a questão apenas pelo lado legalista
do pagamento do imposto, corremos o risco de esvaziar o ensinamento
de Jesus que é muito rico nesse evangelho, quando os fariseus
tentam mais uma vez apanhá-lo em uma armadilha, ao lhe perguntarem
se era lícito pagar tributos ao imperador Cesar Augusto.
Recorro mais uma vez a figura paterna que costumava
dizer de vez em quando, em tom de brincadeira – vida de pobre
é ir à missa no domingo, e trabalhar e pagar contas
em dia de semana. Com seu pouco conhecimento, meu pai tinha a sabedoria
que vem do alto, e nos ensinava, ao falar dessa forma, que a vida
do cristão não é só ir à igreja
rezar, mas também trabalhar, assumindo a própria sobrevivência,
e administrar a família pagando contas, inclusive impostos
públicos, o cristão move-se pela fé, mas precisa
da razão para viver, e a fé é que ilumina a
razão dando um sentido novo à esta vida e motivando
o homem a enfrentar todos os desafios, inclusive o da sobrevivência.
Nesse sentido, os fariseus foram apanhados na própria armadilha,
porque para eles valia apenas um lado da moeda, ao rejeitarem Jesus,
negando sua divindade e messianismo, queriam confrontar Deus e as
forças do Império, pois imagem cunhada em uma moeda
tinha um caráter divino, se a imagem de Cesar, enquanto todo
poderoso na mentalidade imperialista, cunhada na moeda dava-lhe
força e poder, exigindo submissão de todos, muito
mais a imagem de Deus, gravada no coração do homem,
como único Kirios e Senhor, portanto há um tributo
a ser pago a Cesar, Jesus aceita e concorda com o pagamento, mas
há também um tributo ainda maior a ser pago a Deus
Criador e Salvador, encarnado em Jesus de Nazaré, é
o tributo da fé, que envolve necessariamente não só
o acreditar, mas principalmente o aderir, á sua pessoa, sua
missão e seu projeto de vida.
Sem a submissão a Cesar não dava
para sobreviver, eles tiram a moeda do bolso, para mostrá-la
a Jesus, comprovando que pagam o tributo devido, e aí acabam
caindo na armadilha que eles próprios armaram, porque admitem
assim que só cumprem uma parte do que Jesus ensinou já
que a parte de Deus, nunca deram e nem irão dar, uma vez
que optaram por eles próprios, fechando-se em um tradicionalismo
religioso que não tem forças para salvar o homem e
libertá-lo do pecado, transformando a relação
com Deus manifestada na religião, em mero formalismo que
não considera a vida em todas as suas dimensões, inclusive
a temporal.
Hoje diante desse evangelho, ninguém seria
louco de questionar, se devemos pagar os impostos, alguns até
abusivos, a máquina do estado, porque nesse caso também
haverá dúvidas se devemos pagar nossas contas e assumir
nossas responsabilidades como homem, patriota e cidadão.
O primeiro testemunho de um cristão autêntico, enquanto
discípulo de Jesus, seria o crédito que ele tem no
comércio, ao fazer seus negócios e efetuar compras,
está na seriedade e lealdade quando ele honra todos os seus
compromissos, seja em pequenas quantias ou em grandes valores.
Ser cristão de carteirinha, engajado em
pastoral ou movimento, mas não saber administrar o pouco
ou o muito que tem, não tendo uma credibilidade perante as
pessoas, é enganar-se a si próprio, ao próximo.
Acabamos de concluir um processo eleitoral em nossos municípios,
há cristãos que se omitiram do sagrado dever de votar,
criticam quem está envolvido na política e para estes,
ninguém presta, há outros que acham que religião
nada tem a ver com política, economia e administração,
separam até com certo rigorismo, a temporaneidade da mística,
a relação com Deus e a relação com as
instituições do mundo, como se isso fosse possível.
Todos esses, a exemplo dos fariseus, só
vêem um lado da moeda, precisam da estrutura do mundo para
sobreviver, na prática, mas querem ficar apenas com a mística
da fé, praticando uma espiritualidade vazia, vivendo no fundo
uma religião que não passa de uma grande ilusão,
pois qualquer relação com Deus, que não envolva
o homem em todas as suas dimensões, histórica, política,
econômica e social, só pode ser definida como uma alienação,
e religião alienante é como tentar navegar com o barco
na terra, não sairá do lugar, não chegará
a lugar algum e será em vão todo o esforço
nesse sentido.
Por fim, podemos fechar a reflexão lembrando
a nossa missão de ser sal da terra e luz do mundo, -fermento
no meio da massa, não iremos transformar as estruturas do
mundo se nos recusarmos a estar no meio delas, evangelizando até
quem já foi batizado, mas perdeu há muito tempo o
sabor da salvação e da graça de Deus em sua
vida.
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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