GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
Colaboração do Diácono
José da Cruz
Índice desta página:
. Evangelho de 23/11/2008 - Festa de
CRISTO REI
. Evangelho de 16/11/2008 - 33º Domingo
do Tempo Comum
. Evangelho de 09/11/2008 - 32º Domingo
do Tempo Comum
ATENÇÃO:
Acostume-se
a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados.
Se você não sabe interpretar os livros, capítulos
e versículos, acesse a página
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BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!
23.11.2008
FESTA DE CRISTO REI - Ano A - Cor Branca
__ “Senhor Jesus Cristo Rei do Universo! Louvor e
glória a Deus!” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Em nossos dias as pessoas estão cada vez mais conscientes
das responsabilidades e do domínio sobre o mundo. O desafio
está em compreender que sem Jesus nada podemos fazer. Cabe
ao cristão, convivendo com as demais pessoas, testemunhar
a união íntima que existe entre a realidade humana
e a fé viva em Jesus Cristo. Na obediência até
a morte e morte de cruz, ao colocar em prática as bem-aventuranças,
entrando na corrente universal do amor, devemos trabalhar diretamente
para que a inteligência e a técnica reconheçam
Aquele que é o Senhor de todas as coisas. Lembrando sempre
que, apesar do pecado, temos condições de buscar a
misericórdia, dominar e não destruir o planeta, sempre
fiel e submisso ao Imortal e Rei Nosso Senhor. No mundo presente
possuímos cargos e nos fazemos autoridades, porém
ocupações passageiras, pois quem reina é Ele,
ao qual sejam dadas a honra e a glória para sempre. Jubilosamente,
entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 23(22):
- "O Senhor é o Pastor que me conduz, não me falta coisa alguma!"
SEGUNDA LEITURA (1 Cor 15,
20-26.28):
- "Na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram."
EVANGELHO (Mt 25,31-46):
- "Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!"
- "O REI DOS REIS"
O filme era em preto e branco, e o cinema era o
saudoso Club Atlético Votorantim, meus olhos brilhavam quando
meu pai me dava uns trocados no domingo de páscoa, e me dizia
“tome, vá assistir o “Rei dos reis”.
O Tarzan e o Zorro, ou o mocinho dos filmes de Cowboy, eram
nossos heróis que sempre se saiam bem sobre os bandidos,
a gente brincava depois, tentando reproduzir o que tínhamos
visto na tela mágica do cinema, e todos queriam ser os heróis
vencedores. Então, o Rei dos reis, na certa contava a história
de um rei poderoso e vencedor, contudo, o final do filme acabara
com o meu entusiasmo, o tal Rei dos Judeus – Jesus de Nazaré
– sofrera uma derrota humilhante e vergonhosa, sendo torturado
pelos seus algozes até na hora da morte, além do mais
nascera pobre em um estábulo, trabalhara com o pai em uma
carpintaria, andava a pé e não em fogosos cavalos
com sua guarda pessoal como faziam os grandes reis, e o pior, andava
com pessoas de baixo nível, ladrões, prostitutas,
pecadores, coisa nada recomendável para um rei. E no meu
pensar de menino, comparado aos heróis da tela, o filme fora
uma decepção.
Não dava nem para brincar de “Rei
dos reis” com a minha turma, pois, como cantava Raul Seixas,
eu também morria de medo de ser pendurado numa cruz. Era
um filme onde, contrariando os demais, a força do mal havia
vencido! Todos os anos eu ia assistir, na esperança de que
houvesse perdido uma parte do filme, quem sabe a fita não
tinha arrebentado, como as vezes ocorria com outros filmes, ocasião
em que a platéia soltava uma calorosa vaia, vai ver que faltava
um pedaço do filme, e assim eu alimentava a esperança
de que Jesus de Nazaré saira-se vitorioso diante dos seus
torturadores e poderosos que o haviam condenado.
Minha mãe era muito fervorosa em suas orações
e práticas religiosas, um belo dia expus-lhe minha dúvida,
se Jesus era ou não um vencedor, e se ele realmente ressuscitara,
após aquela morte horrível na cruz, onde afinal havia
se enfiado, que ninguém o via. Minha mãe sorriu, disse-me
que com o decorrer do tempo eu iria entender, desde que continuasse
a ir à igreja, escutar a santa palavra e a receber a eucaristia.
Achei que a minha mãe tinha algum segredo sobre Jesus, que
não queria me contar.
Comecei a segui-la sem que ela soubesse, um domingo
a tarde foi ao hospital Santo Antonio, visitar uma amiga internada,
levou duas maçãs, e já no quarto, abraçou
e a beijou, dizendo-lhe palavras de conforto e esperança,.
Na outra semana pediu a meu pai para entregar ao soldado Ranieri,
uma marmita cheia de comida e pedaços de frango, para ele
levar para o Chiquinho, que estava preso por bebedeira, e que não
tinha mais família. Em outro dia, acolheu em nossa casa,
com a permissão do meu pai, um andante (eu morria de medo
de andante) ele tinha uma barba grande e estava mau vestido, meu
pai lhe cedeu uma calça e uma camisa limpa, um sapato usado
para seus pés descalços, ele sentou-se na mesa e almoçou
com muito apetite, igual os cachorros famintos que a gente alimentava
na calçada.
E em minha última espionagem, notei que
ela ficou quase uma semana ajudando a cuidar de uma criança
enferma, que vivia com o avô, carregando a menininha pobrezinha
uns três dias, prá cima e prá baixo, levando-a
na farmácia e no Posto de Atendimento. Percorria as casas
rezando o terço nos meses de maio e outubro, e preferia sempre
as mais pobres, para alegria das pessoas simples, que saudavam Nossa
Senhora das Graças, com muita festa. Meu coração
se questionava cada vez mais, onde estava o Rei dos reis, triunfante?
Qual a relação desse Reino do Bem, com aquelas atitudes
de minha mãe?
Lembro-me que já andava nos meus 14 anos
e falava em ir para o seminário, certa tarde o Vico, marido
da Nhá Jandira caiu em frente a nossa casa, esfolando o rosto
na calçada, sangrando muito, sendo que meu irmão o
recolheu para dentro de casa e ela, limpando o ferimento fez um
curativo, lavando o rosto ferido daquele homem, e foi quando então
uma luz brilhou dentro de mim, assim que ela foi para a cozinha
corri atrás “Descobri mãe, descobri
onde está o Jesus vencedor do mal!”. Enxugando
as mãos no velho avental, ela indagou-me para que falasse
logo, pois ainda tinha de preparar a janta para nós. “Ele
está escondido em todas essas pessoas que Senhora ajuda,
eu andei espionando tudo o que a senhora fez.”
Minha mãe sorriu, e disse-me que era mesmo
verdade, que um dia o Padre Antonio explicara para o povo, o que
Mateus havia escrito em seu evangelho (nos anos 60 a gente não
tinha acesso a Bíblia) que em todas as pessoas que sofriam
alguma dor, física ou moral, Jesus estava presente e precisava
ser tratado bem, com carinho, amor e ternura. E assim desvendei
o mistério de Cristo Rei, o seu reino alicerçado no
amor, na justiça, na igualdade entre as pessoas é
eterno, e jamais as forças do mal irão prevalecer
contra ele.
É este o único critério que
o evangelho desse penúltimo domingo do ano litúrgico
nos coloca, para entrarmos na comunhão plena com Deus na
Vida Eterna, crer na vitória da cruz, no Cristo Ressuscitado,
que quer ser amado nos pobres, enfermos, idoso, crianças,
encarcerados, prostituídos, nos famintos, e nos que estão
nus, porque já perdeu toda sua dignidade.
Há algo que nunca contei à minha mãe, e que
guardei só para mim: É que na caminhada para o calvário,
havia poucas pessoas que acreditavam em seu poder e realeza, Verônica,
a que enxugou o seu rosto ferido, era uma delas, quando minha mãe
limpou o rosto ferido daquele Homem alcoolizado, que caira em frente
a nossa casa, eu me lembrei do filme, desvendando o grande mistério
“tive sede e me destes de beber, tive fome e me destes
de comer, estava nu e me vestistes, preso e enfermo, e fostes me
visitar”.
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
16.11.2008
XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano A - Cor Verde
__ “Senhor, tu me entregaste cinco talentos.”
__
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
O Evangelho é uma mensagem pela qual nos devemos deixar transformar
e com a qual conformar todas as nossas atividades. A figura da mulher
perfeita é um modelo de sabedoria e comportamento que deve
caracterizar a espera de reino: felicidade conjugal, trabalho, autenticidade
de valores. No entanto, o terceiro servo da parábola não
é um modelo, pois tem medo do senhor, um medo que o cristão
não deve ter, pois no batismo nos tornamos filhos. O Apóstolo
Paulo lembra que não é momento de dormir como os outros.
Assim, empenhemos nossos talentos não para acumular uma fortuna
para nós mesmos, nem tampouco desperdiçar as capacidades,
mas reconhecer que recebemos nossos dons e que eles fazem parte
do plano de Deus. Jubilosamente, entoemos o cânticos ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 128(127):
- "Felizes os que temem o Senhor e trilham
seus caminhos!"
SEGUNDA LEITURA (1 Ts 5, 1-6):
- "Todos vós sois filhos da luz e filhos
do dia!"
EVANGELHO (Mt 25,14-30):
- "Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel
na administração de tão pouco, eu te confiarei
muito mais. Vem participar da minha alegria!"
- "LUCROS E PERDAS DA NOSSA FÉ"
No penúltimo domingo do tempo litúrgico
do ano “C”, o evangelho nos coloca a parábola
dos talentos, que poderá ser mal compreendida, se não
aprofundarmos a reflexão, pois não estamos diante
de um simples acerto de conta entre um patrão e seus servos,
mas diante de algo muito mais sério que é o sentido
da nossa vida. A grande pergunta que estará em nosso coração
e em nossa mente, quando esta vida estiver se esvaindo, é
exatamente essa: Investimos a nossa existência em que? A vida
vale à pena?
Na contabilidade há um demonstrativo em
cada final de exercício, que mostra aos investidores e acionistas,
de que modo foi investido o capital por eles disponibilizado, esse
balanço final mostra o Ativo e o Passivo, os ganhos e perdas
da empresa, seus direitos e obrigações, seus valores
a receber e suas contas a pagar, seu acréscimo patrimonial
ou suas perdas, caso houver. Esta visão permite ao acionista
decidir se continuará investindo ou se vai procurar outro
negócio mais rentável.
Ora, Deus Pai investiu tudo em nós, o Filho
pagou um alto preço, mais que todo o ouro, toda a prata e
todas as fortunas que há no mundo, é um direito Dele
portanto, querer saber no final de nossa vida, o que foi que fizemos
com o nosso viver, com a sua graça, com a vida nova que tivemos
acesso, com a obra da salvação, uma pessoa extremamente
bondosa e amorosa para conosco, nunca nos cobra nada, pois o seu
amor é incondicional e gratuito, mas a gente se sente na
obrigação de dar um retorno, que pode ser uma grande
alegria, como a dos dois primeiros servos, que duplicaram os talentos
que lhes foram confiados, ou então será um momento
de grande tensão e angústia, marcado pelo medo, por
causa de uma relação distorcida com o Patrão.
Podemos perceber que os outros dois, não tiveram a preocupação
de justificar o porquê aplicaram bem o talento recebido, pois
independente do rigorismo e da exigência do Patrão,
sentiram-se no dever de corresponder à confiança neles
depositada.
Deus reconhece as nossas limitações,
ele sabe muito bem que nem todos irão viver bem, descobrindo
o sentido da vida e vivendo na essência do seu amor, e por
isso, diante dele é válido todo e qualquer esforço
de se viver segundo suas leis e sua santa palavra. Podemos até
dizer, que o talento dado, é a própria existência,
visível aos nossos olhos, e que os talentos adquiridos com
um bom investimento, são as graças sobrenaturais que
antecipam em nosso caminhar, esta vida nova que Jesus nos presenteou.
Na hora certa, esta vida não nos será tirada, mas
enriquecida com os demais talentos ,quando vivemos bem a nossa vida
terrena, entendendo que ela é muito mais do que aquilo que
se vê, São Paulo chama isso de caminhar na Fé.
Porém, aquele que se apegou a esta simples
existência, limitando-se a viver apenas na visão, alimentando
sua esperança apenas com aquilo que esta vida terrena pode
dar, este é o servo Malu e preguiçoso, que investiu
mal a sua vida, e que no balanço final da sua existência,
já diante de Deus, irá constatar horrorizado, que
não auferiu nenhum lucro, e que o que pensava ser um grande
lucro, foi na verdade uma grande e terrível perda, e que
terminou o seu exercício terreno com um saldo negativo, devendo
algo para Deus.
Há uma música pastoral belíssima,
cujo refrão diz “tudo vale a pena, quando a alma não
é pequena!” Eis o grande segredo que o homem precisa
descobrir, que o viver não se restringe aos limites do corpo,
mas que o homem traz em si as sementes da eternidade, de uma Vida
renovada pela qual vale a pena lutar para buscá-la e mantê-la
a cada dia, porque os nossos horizontes são muito mais amplos
do que nossos olhos podem vislumbrar, e esta descoberta prodigiosa
que muda tudo em nossa vida, só ocorre na vida de quem vive
na Fé.
Ainda tomando o exemplo da Contabilidade empresarial,
mês a mês se faz o balancete, que como o próprio
nome diz, trata-se de um Balanço menor, que mostra os valores
movimentados e ajudam o empresário a redirecionar seus investimentos,
caso o resultado do balancete não seja bom, por isso esse
evangelho nos convida também a um bom exame de consciência
diante de Deus no sentido de saber com clareza e sinceridade, o
que é que estamos fazendo da nossa vida, que são os
talentos que Deus nos confiou, sempre é tempo de nos converter,
de acertar as contas negativas e fazer novos investimentos na caridade,
no amor, na solidariedade, com os lucros auferidos da Palavra de
Deus e da força da Eucaristia.
A grande diferença da nossa vida de fé
e de um controle contábil, é que o nosso Deus não
é avarento nem egoísta, e o pouco que conseguirmos
lucrar com a prática do amor cristão, já será
suficiente para ouvirmos dele a palavra que o nosso coração
anseia: “Porque foste fiel na administração
de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar
da minha alegria!” Alegria que já experimentamos
ainda nesta vida, quando colocamos todos os nossos talentos para
servir os nossos irmãos, ajuntando um tesouro no céu.
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
e-mail: jotacruz3051@gmail.com
09.11.2008
XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano A - Cor Branca
__ “ ...pois o santuário de Deus é santo,
e vós sois esse santuário.” __
(coloque o cursor sobre os textos
em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
Comentário:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
Celebrar a Dedicação de um Templo é reconhecer
nosso compromisso de sermos o verdadeiro templo vivo do Senhor Nosso
Deus. A Basílica conhecida como São João de
Latrão, na verdade, é dedicada ao Divino Salvador
e aos santos João Batista e João Evangelista. É
a primeira Catedral do mundo. Segundo Santo Inácio de Antioquia,
ela “preside a assembléia universal da caridade”.
Os templos são sinais externos do amor e respeito às
coisas sagradas, lugar onde se apresenta solenemente culto digno
e agradável a Deus. Além disso, chamam nossa atenção,
pois somos as pedras vivas a formar o grande edifício espiritual
do qual Jesus Cristo é a pedra angular. Ao trazer o nosso
dízimo, vamos refletir no peso desta palavra. É um
compromisso com as coisas sagradas e, sobretudo, não podemos
oferecer somente o que sobra ao Senhor, mas as primícias,
como Ele mesmo nos ensina. Jubilosamente, entoemos o cânticos
ao Senhor!
SALMO RESPONSORIAL Sl 46(45):
- "Os braços de um rio vêm trazer
alegria à cidade de Deus, à morada do Altíssimo!"
SEGUNDA LEITURA (1Cor 3, 9c-11.16-17):
- "Acaso não sabeis que sois santuário
de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?"
EVANGELHO (Jo 2, 13-22):
- "Destruí, este Templo, e em três
dias o levantarei!"
- "O TEMPLO VIVO"
A casa onde morávamos, nos anos 60, esquina
das ruas Albertina Nascimento com a Tarcísio Nascimento,
era incompatível com a nossa classe social, meu pai era um
simples operário e a casa de cinco cômodos era bonita
e espaçosa, a sala era o espaço onde recebíamos
as visitas. Certo dia veio a nossa casa a Dona Dita, uma senhora
humilde que minha mãe gostava muito de acolher, sempre a
ajudando como podia. Minha Irmã havia encerado o corredor
e a sala, e a mulher, ao entrar, pedindo licença, tirou o
chinelo sujo de barro, pois havia chovido àquele dia, mas
minha mãe lhe disse: “Olhe Dona Dita, a senhora é
muito mais importante que esta casa , e esta sala limpa e organizada,
é justamente para receber a senhora, por isso pode por o
chinelo e fique a vontade”
Lembro-me que nos meus nove anos, depois que a
mulher se foi, perguntei à minha mãe se era mesmo
verdade que a Dona Dita, tão pobrezinha daquele jeito, era
assim tão importante, ao que minha mãe respondeu:
”As pessoas, ricas ou pobres, inteligentes ou ignorantes,
são importantes e devem ser sempre recebidas com respeito
e amizade, porque nelas mora o Deus vivo, é uma ofensa ao
nosso Deus, exigir que um pobre tire o sapato ou o chinelo, para
não sujar a nossa casa”. AH Dona Georgina minha primeira
catequista! Como lhe sou grato por ensinar-me esta lição,
apreendida com a Palavra de Deus!
O comentário simples da minha mãe,
é a homilia de hoje, pois Jesus, indignado por terem feito
do templo sagrado um lugar de comércio, expulsa da casa do
Pai os profanadores do templo. Ao afirmar, que o zelo por vossa
casa me devora, Jesus não se refere somente ao templo em
si, edificação material, mas ao templo vivo que é
o homem, onde, exatamente como minha mãe me ensinou, está
presente o Deus vivo
Todas as igrejas cristãs, enquanto lugar
consagrado a Deus, onde o povo se reúne para o culto, deve
e precisa ser respeitado como tal, porque se apresenta como sinal
dessa presença real de Jesus em sua igreja. A Festa litúrgica
desse domingo, dia 09 de Novembro – Dedicação
da Basílica de Latrão – precede a liturgia do
templo comum, que não quer simplesmente prestar homenagem
a um lugar histórico para a igreja católica, como
é a Basílica de Latrão, que no século
IV, quando o imperador Teodósio decretou o Cristianismo como
a Religião oficial do Império, tornou-se a residência
oficial do Papa, passando depois a ser uma Basílica.
Ao celebrar essa festa tão importante, a
Igreja nos oferece esta reflexão da Palavra de Deus, sobre
o sentido do templo, enquanto lugar da presença de Deus,
e o templo vivo onde Deus habita que é no coração
do homem, conferindo-lhe uma dignidade especial, a ponto de Paulo
nos dizer, diante de pecados que profanam o corpo –“
Não sabeis que vossos corpos são templos do Espírito
Santo?”
É na teologia joanina que o corpo será
compreendido enquanto morada de Deus, templo do Deus Altíssimo,
afirmando e confirmando desta maneira, que lá nas profundezas
do nosso ser existencial, envolvendo todas as nossas dimensões,
Cristo Jesus se faz presente graças a efusão do Espírito
Santo, o santíssimo, perfeitíssimo e Todo Poderoso,
vem participar da vida dos homens, não dentro de um conformismo
com o domínio do mal, por causa das fraquezas e da concupiscência
da carne, antes, para os resgatar, apontar-lhes o único caminho
que é Ele mesmo.
Nesse sentido a morte já não existe,
o homem tornou-se propriedade exclusiva de Deus, através
da encarnação de Jesus, nada poderá derrotá-lo,
nenhuma outra força será maior do que a graça
santificante e operante, que preenche todo o seu ser. Esse resgate
da dignidade humana, esta total renovação e renascimento,
é o maior de todos os sinais que Jesus apresenta aos seus
interlocutores neste evangelho - “Destruam este templo
e em três dias eu o levantarei!”
Este Santuário vivo que traz em si o Deus
vivo e encarnado na história, em Jesus de Nazaré,
vem sendo todos os dias e de todas as formas profanado, violentado,
banalizado, mercantilizado, feito em ruínas. Não se
discute aqui o caráter sagrado dos nossos templos cristãos,
mas o que deve nos questionar é a essência daquilo
que Jesus ensina-nos neste evangelho: que como cristãos deste
terceiro milênio, devemos todos ter este mesmo zelo que nos
devora, pela vida e dignidade dos nossos irmãos. Não
estaria na hora de usarmos o “chicote da indignação”,
diante de certas ideologias para quem a vida humana nada vale?.Poderíamos
começar em nossas comunidades, acolhendo todos os que vêm
sendo vítimas desta profanação. (Consagração
da Basílica de Latrão) João 2, 13-22.
José da Cruz é diácono
permanente
da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
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QUE DEUS ABENÇOE
A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores
se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje!
Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!
Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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