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GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL

 

Índice desta página:
Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Comentário Exegético (Estudo Bíblico) do Padre Ignácio - dos Padres Escolápios (extraído do site Presbíteros.com)
. Evangelho de 10/01/2010 - Festa do Batismo do Senhor
. Evangelho de 03/01/2010 - Solenidade a Epifania do Senhor
. Evangelho de 01/01/2010 - Solenidade de Santa Maria - Mãe de Deus


Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados. Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página "A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos, colocando o cursor sobre os textos em azul. A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!

10.01.2010
FESTA DO BATISMO DO SENHOR - ANO C - Branco

__ “Este é meu Filho Amado!” __

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Jesus ao ser batizado por João Batista mostra a sua humildade e total entrega à sua ação missionária. Ungido pelo Espírito Santo, no momento do Batismo, sua origem é revelada por Deus Pai que surge e declara "Este é o meu Filho Amado!". Às margens do Rio Jordão, João Batista prega a conversão dos pecadores como meio para se receber o reino de Deus que está próximo. Jesus entra na água, como todo o povo, para ser batizado. Para ios judeus, o batismo era um rito penitencial; por isso, aproximavam-se dele confessando seus pecados. Entretanto, o que Jesus recebe não é só um batismo de penitência; a manifestação do Pai e do Espírito Santo dão-lhe um significado preciso: Jesus é proclamado "filho bem-amado" e sobre ele desce o Espírito que o investe da missão de profeta - anúncio da mensagem da salvação, sacerdote - o único sacrifício agradável ao Pai, rei - messias esperado como salvador. Jubilosamente, entoemos cânticos ao Senhor!

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

PRIMEIRA LEITURA (Is 42,1-4.6-7): - "Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minh’alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações.!"

SALMO RESPONSORIAL (Sl 28): - "Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!"

SEGUNDA LEITURA (At 10,34-38): - "De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas."

EVANGELHO (Lc 3,15-16.21-22): - "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer!"



- "NO AMADO DO PAI, SOMOS TODOS FILHOS!"
    Reflexão do Evangelho por Diácono José da Cruz

Uma das maiores aventuras da minha adolescência foi ir a pé até a “Light”, como chamávamos  Usina Itupararanga,  com um grupo de amigos, fazer uma pescaria de três dias. Planejamos tudo, a barraca, recipientes com água, as varas de pesca, facões e canivetes, roupas e calçados leves, bonés e óculos escuros para proteger o rosto do sol, e até uma caixinha de primeiros socorros, nossa turma andava encantada com o escotismo e queríamos imitar os escoteiros nessa aventura.

Pensamos em cada detalhe e bem de madrugada, antes de iniciarmos a caminhada, o mais velho da turma, a quem delegamos o papel de “Comandante”, após conferir todo o material, e revistar nossas roupas e calçados, disse solenemente: “Vocês estão prontos, podemos partir!!”. Não o escolhemos como nosso chefe por acaso, ele conhecia bem  o percurso  e estava “calejado” para enfrentar a árdua jornada, ajudando-nos a enfrentar os desafios que viriam...

Estar pronto – significa estar preparado para tudo, mas principalmente ter muita coragem para o confronto, não se vai a uma batalha ou a uma aventura arriscada, sem um preparo, sem um treino ou exercício, se não houver da parte do enviado, a determinação, a força ferrenha de vontade, o objetivo poderá não ser alcançado e a desistência dominará aquele que está em missão. No caso do cristão, estar preparado para o confronto é estar ungido e apossar-se da força de Deus, presente na vida daquele que crê, esta unção nós a recebemos no Santo Batismo.

O Homem, feito a imagem e semelhança de Deus, é chamado a viver a vocação plena do amor, para atingir o auge da sua existência, superando seus limites. Deus o fez para grandes conquistas e o revestiu com a sua força. Jesus Cristo é o primogênito das criaturas, ao encarnar-se em nosso meio, ele aceitou o desafio de ir à frente da humanidade para mostrar o caminho, nesse itinerário cheio de desafios como a trilha de Indiana Jones, que requer do aventureiro muita habilidade, prontidão e persistência.

No evangelho desse Domingo do Batismo do Senhor, Lucas apresenta-nos o Filho Amado do Pai, Aquele com quem o Pai se alegra,  aquele que está pronto para o confronto definitivo com as forças do mal. O Antigo Testamento é todo esse longo tempo de preparação, de exercício e treinamento, o homem é estimulado e encorajado por Deus para o combate e a vitória, Deus lhes empresta sua coragem e sua força, presente no seu espírito, que se apodera daqueles que ele chama, profetas e reis, juízes, nenhum deles agiu sozinho mas deixaram-se conduzir pelo Espírito de Deus.

Mas é em Jesus de Nazaré que todas as promessas serão cumpridas, é ele o verdadeiro ungido do Senhor, o Servo escolhido, o predileto e amado, aquele que não sucumbirá diante do mal, mas será persistente e fiel até que todo mal seja aniquilado e o Reino impere por todo sempre. É este homem forte, perfeito e santo, preparado para a missão, sem tremer ou vacilar, é o Jesus que emerge das águas após receber a força do Espírito Santo e ouvir a voz do Pai que o confirma – “Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu bem querer”.

Ele é mais forte do que João e todos os profetas que o anunciaram, ele é mais Poderoso que todos os reis que governaram o Povo de Israel, simplesmente não porque fala em nome de Deus, mas porque é o próprio Deus, que em Jesus vem dar a cada homem o seu espírito de força, coragem, determinação, empenho, ou seja, ele restituiu a cada homem aquilo que Adão havia perdido, resgatando a humanidade do fracasso, direcionando para a vitória, mudando o rumo da trajetória humana, e tudo começa no dia do nosso Batismo...
O Batismo penitencial de João era apenas um sinal exterior, que mostrava a vontade e o desejo que o homem tinha, de mudar de vida, o Batismo de Jesus, é o momento em que Deus se abre para esse homem que demonstra ter consciência do seu erro e fracasso, Deus se inclina para ouvir este homem que agora quer vencer, e ao chamar a Jesus de Filho amado, Deus esta dizendo a todo homem, que ele aprova essa decisão tomada, e que mais do que isso, ele colocará nas entranhas do homem o poder do seu Espírito, a força poderosa que conduzirá o homem á vitória.

Mas o Batismo de Jesus, além de tudo isso, tem um significado ainda mais profundo, ele caminha à frente de todos os batizados, e como aquele companheiro mais velho do meu grupo de adolescentes, Ele afirma com muita propriedade, que agora o homem está realmente preparado para o confronto, pois ao ser ungido, ele também nos ungiu e nos capacitou dando-nos todos os dons necessários para atingirmos nosso objetivo que é alcançar a vida plena, pois, embora por adoção, nós também somos em Cristo, os Filhos e filhas amados, com quem Deus se alegra, e o Batismo é o dia em que Deus, oficialmente reconhece cada homem como seu Filho.... ( BATISMO DO SENHOR – Lucas 3, 15-16. 21-22 )

José da Cruz é diácono permanente da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim - e-mail:jotacruz3051@gmail.com


Comentário ao Evangelho Dominical (Solenidade do Batismo do Senhor)

Mistério do batismo

Hoje é um dia para dar graças a Deus pelo dom do nosso batismo. Você se lembra do dia, mês e ano em que foi batizado? É importante: foi o dia do seu nascimento para Deus, para a vida sobrenatural. Com a mesma alegria com que celebramos o nosso aniversário, deveríamos celebrar também o nosso aniversário batismal, e ainda com maior solenidade. Lá fomos regenerados, o pecado foi destruído, fomos transformados em filhos de Deus e em membros da Igreja.

No nosso caso está claro, mas, e no caso de Cristo? Consta pelo Evangelho que acabamos de escutar que ele também foi batizado. Contudo, ele não tinha pecado, é o Filho de Deus e o Fundador da Igreja. Ora, o seu batismo tem algum sentido? Ou será que devemos admitir que existia algum pecado em Jesus? É uma verdade de fé que Cristo não teve nenhum só pecado. Já Santo Ambrósio, diante dessa dificuldade, respondeu que o Senhor foi batizado, não para ser purificado, mas para purificar as águas nas quais seríamos batizados.

Além do mais, no batismo de Cristo vemos a estrutura fundamental do batismo da Igreja: água, presença das três Pessoas da Trindade, alguém que batiza e alguém que é batizado. Essa estrutura seria posteriormente desenvolvida na tradição litúrgica da Igreja, guiada pelo Espírito Santo, com diversos ritos que ajudam a dar um maior entendimento do que está acontecendo misteriosamente enquanto se realizam os gestos externos de passar pela água ouvindo do ministro sagrado a invocação do Pai e do Filho e do Espírito Santo. No entanto, o essencial, que aparece em todos os ritos litúrgicos, já se encontra no batismo de Cristo no Jordão e no mandato de Mt 28,19 (“batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”): o batismo se realiza com água em nome das três Pessoas da Trindade e há sempre alguém que o administra (bispo, presbítero ou diácono) e alguém que o recebe (sujeito do sacramento); pelo menos esta é a maneira ordinária de batizar ou de ser batizado.

Todos os mistérios da vida de Jesus são salvadores, o batismo no Jordão também; Jesus é o único Salvador de todo o gênero humano. No mistério do seu batismo, o Senhor santifica as águas nas quais seríamos sepultados em sua morte e vivificados em sua Ressurreição, este evento também é a “manifestação (Epifania) de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus” (Catecismo, nº 535).

Assim como pelo contato do madeiro, as águas amargas de Mara se tornaram doces (cf. Ex 15,22-27), assim também pelo madeiro da Cruz e pelo passar de Cristo por aquelas águas do Jordão, elas se tornaram capazes de lavar os nossos pecados; elas são a partir desse momento signos da ação eficaz de Deus quando a elas se assomam os nomes das Pessoas divinas.

Fomos batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, fomos batizados “no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). Não necessitamos, portanto, depois do nosso batismo, um “batismo no Espírito Santo”, o que nós necessitamos é ser dóceis à ação do Espírito Santo nas nossas almas. Quando isso acontece, quando nos despertamos para a ação de Deus através da fé e da conversão, da volta aos sacramentos, da escuta da Palavra de Deus, se dá o que nós chamamos “efusão do Espírito Santo”. É como se o Espírito Santo, que está em nós pelo batismo, não encontrasse uma maneira de atuar porque nós, pela dureza do coração, não permitimos. Por outro lado, qualquer pecado grave expulsa o Espírito Santo das nossas almas, daí a importância da confissão sacramental e de constantes efusões do Espírito Santo. Tudo é graça! É preciso que recebamos essas graças com espírito de fé e agradecimento.

De fato, os “mysteria baptismatis”, expressão herdada dos Padres da Igreja que quer dizer “mistérios do batismo”, incluíam sempre para os mesmos Padres os Sacramentos do Batismo e da Confirmação, mostrando assim a grande unidade entre o Batismo e a doação do Espírito Santo. Hoje em dia, a Igreja administra o Sacramento do Batismo e o da Confirmação em celebrações distintas e, contudo, continua manifestando essa unidade ao ungir o batizando com o óleo do crisma à espera do momento em que será crismado.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa - 10/01/2010


Comentário Exegético – Batismo do Senhor

O BATISMO DO SENHOR

AT (Lc 3, 15-16.21-22)

(Pe. Inácio, dos padres escolápios)

INTRODUÇÃO: O testemunho de João, o Batista, é duplo: Primeiro ele afirma o que não é para depois apontar que é a voz que prepara o que realmente importa e que deve iniciar o tempo futuro,o tempo do Senhor. Porém temos além do testemunho humano de João o testemunho do próprio Deus. A voz veio após a abertura do céu e em forma corporal, o Espírito posou sobre Jesus que recebeu o batismo de João. A voz de João era de preparação e conversão. A voz do Espírito de Deus e sua presença foi um consequência dessa preparação e dessa humilde confissão. Também em nós é necessária essa conversão que o evangelho chama metanoia para que o Espírito habite dentro de nós.

NEGATIVA DE JOÁO: Estando, pois, em expectativa [prosdoköntos<4328>=existimante] a multidão, e meditando [dialogizomenön<1260>=cogitantibus] todos em seus corações sobre o João, se não era ele o Cristo (15), respondeu o João a todos dizendo: Eu certamente vos batizo [baptizö<907>=baptizo] em água; vem, porém, o mais forte [ischuroteris<2478>=fortior]do que eu do qual não sou digno de desatar [lusai<3089>=solvere] a correia [imanta<2438>=corrigia] das sandálias. Ele vos batizará em espírito sagrado [agiö<40>=sancto] e em fogo (16). Existimante autem populo et cogitantibus omnibus in cordibus suis de Iohanne ne forte ipse esset Christus. Respondit Iohannes dicens omnibus ego quidem aqua baptizo vos venit autem fortior me cuius non sum dignus solvere corrigiam calciamentorum eius ipse vos baptizabit in Spiritu Sancto et igni. EM EXPECTATIVA: A frase grega é um particípio de presente do verbo Prosdokaö como significado de estar a espera de, ou na expectativa. Eram os tempos em que Israel esperava o Rei-Messias como Salvador. Lucas usa um termo geral, falando das suposições e rumores da época. João, testemunha dos fatos e que foi discípulo do Batista, concretiza mais a pergunta e por ele, sabemos que a pergunta foi feita de modo formal por sacerdotes e levitas, especialistas em questões de purificação ritual, da classe dos fariseus ( 1, 19-25). Tenhamos em conta que João, o Batista, era filho de um sacerdote e que os levitas eram geralmente os guardas do templo. A pergunta era dupla: Quem és tu? E qual o teu direito para batizar? A reposta de João indica que os judeus, na época, esperavam três eventos em particular: um ou vários Messias, Elias de volta, e um profeta.

PRIMEIRA OPÇÃO: O Messias era o título de um rei davídico esperado na época. Elias porque também era esperado como precursor. Finalmente o profeta, pois era voz comum que com o Messias proposto por Malaquias em 3, 1 e 23, viria Elias, o profeta: Os envio o meu mensageiro(…) e vos enviarei  Elias, o profeta, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor. Do texto, podemos deduzir que a vinda do Messias (o mensageiro) era um ato de juízo divino, pois o dia do Senhor é como anteriormente demonstramos (ver comentário 1o Domingo do Advento no Dia do Senhor) um dia terrível. Isso mesmo afirmará o Batista ao afirmar quem vos ensinou a fugir da ira que está por vir?(Lc 3,7). Sabemos que a  PALAVRA Massiyah significa ungido (lambuzado) com óleo, traduzida ao grego por Xristós ou Cristo. A palavra sai 40 vezes no AT. Inicialmente, o Ungido era o sacerdote, como podemos ver no livro do Levítico. Logo, passou a designar o Rei, nos livros de Samuel, Crônicas e Salmos; algumas vezes o povo de Israel (1 Cr 16,22 e Sl 105, 15) e, unicamente, em Is 45,1 é Ciro, o ungido ( como para designar que devia ser respeitado como rei de Israel?). Finalmente, a palavra Messias tem em Dn 9, 25-26 um significado no NT, que é o de Xristós grego, empregado por João em 1, 41. Segundo a profecia de Natã “Tua casa e tua realeza serão para sempre estáveis diante de ti, e teu trono, confirmado para sempre”(2 Sm 7, 10). Por isso, o Messias, como ungido do Senhor, viria quando o rei de Israel não fosse de origem davídica. E, precisamente, estes eram os tempos. O Messias seria um rei que administrasse justiça, governasse todos os homens e seria a salvação do povo.

AS OUTRAS DUAS OPÇÕES são também rejeitadas por João, o Batista. Vejamos: SERIA ELIAS? Seu nome significa cujo deus é Jahveh. Elias foi o restaurador do javismo ao exterminar os profetas dos “Baalim” no monte Carmelo (1 Rs cap 18). Milagroso e solitário, vestia uma túnica  feita de pelos com os lombos cingidos com um cinto de couro (2 Rs 1,8) à semelhança do Batista. Sua vida não terminou com a morte comum, mas foi elevado ao céu num carro com cavalos de fogo (2 Rs 2, 11). Devido a este último sucesso, os judeus esperavam sua volta nos tempos messiânicos (Ml 4,5). Jesus identifica Elias com o Batista(Mt 11, 12-14) O próprio João o nega em sua humilde confissão. O PROFETA? A palavra significa aquele que fala em nome de Deus. Em hebraico é geralmente usada a palavra NAVI  em plural naviim. De Aarão diz-se que era o profeta de Moisés (Êx 4, 10-16). Este terceiro personagem, esperado nos tempos messiânicos, era sem dúvida devido às palavras de Moisés em Dt 18, 17-22 : ”Um profeta como tu suscitarei do meio de teus irmãos’. João nega também esta suposição que aparece implícita nas palavras de Jesus: (Mt 11, 9-10) louvando a figura do Batista. É mais que um profeta porque não unicamente revela a palavra, mas a pessoa que é a mesma palavra de Deus. A VOZ: João justifica sua norma de atuação declarando que é a voz que brada no deserto, como disse o profeta Isaías (40, 3-4 ). A finalidade dessa voz era preparar os caminhos para o Senhor. Uma volta dos corações dos filhos à crença dos pais  e conduzir os rebeldes a pensar como homens honestos a fim de formar um povo digno do Senhor (Lc 1, 17). Em definitivo, um reformador do verdadeiro Javinismo, como foi Elias, o profeta.

O BATISMO DE JOÃO: Eu vos batizo em água: Batizo, ou melhor, seria submergir em água. No grego clássico havia dois verbos para indicar um mergulho em água: BaptoBaptizo. O médico Lisander que viveu perto do ano 200 aC os distingue perfeitamente: para fazer picles deve primeiro mergulhar (bapto) o vegetal em água fervente e depois submergi-lo (baptizo) em vinagre. Desse modo o batismo não deve ser um ato casual, mas um processo permanente. É uma conversão e, portanto, significa uma mudança continuada. Lucas fala da mudança que João exige do povo comum, dos coletores de taxas e dos policiais. Isso entre os judeus. Para os gentios é só abrir as páginas de Paulo aos romanos  em 1, 25-31 para ver em que devia consistir a methanoia [conversão] entre eles. O batismo, segundo Paulo, é para se despojar do velho homem, corrompido com concupiscências enganosas, para se vestir do homem novo, criado segundo Deus em justiça e retidão, procedentes da verdade (Ef 4,22-24). Podemos afirmar que, diante destas reflexões, os batizados são menores que os lavados pela água inicial.

O MAIS FORTE: João acrescenta um ponto final: Virá um mais forte (maior) do que ele do qual não é digno de levar as sandálias, como escravo. AS SANDÁLIAS: O Hypodema grego (atado em baixo literalmente; em latim calceamentum)  indica qualquer tipo de calçado, especialmente uma sola de couro, casca de palmeira ou caniço, na planta dos pés que era depois  atada com correias de couro (o imas grego, em latim corrigia). Esse calçado era usado para as viagens ou trabalho da lavoura da terra. Era próprio da mulher ou do escravo mais humilde receber o dono após voltar de uma viagem, desatar os cordéis das sandálias e lavar seus pés. Esta lavagem se fazia sempre que um hóspede entrava numa casa para um banquete (Gn 18,4 e Lc 7,38). Jesus lavou os pés dos discípulos antes da última ceia (Jo 13, 5). Na igreja primitiva, as viúvas lavavam os pés dos santos (=cristãos)( 1 Tm 5, 10). Compreende-se o costume pela razão de que os comensais se deitavam praticamente no chão sobre travesseiros, para os banquetes, entre os quais devemos incluir a Ceia do Senhor (1 Cor 11,20). O Batista se rebaixa até dizer que, como servo, nem é digno de fazer o que o último dos tais faria ao seu senhor.

EM ESPÍRITO SANTO E FOGO: Ou seja, uma imersãono espírito divino [pneumati agiö] em que os profetas e os homens santos escolhidos por Deus estavam habitualmente imersos, ao mesmo tempo que uma simbólica purificação pelo fogo, ou seja a máxima pureza que um metal podia obter através de métodos de limpeza de escórias e contaminações. Logicamente, o Batista não conhecia a ação do Espírito como terceira pessoa da Trindade; mas nós temos textos de Qumrã que ele poderia conhecer, e que dizem: “Então (quando aparecer para sempre a verdade sobre a terra) Jahvé purificará em sua verdade todas as ações do homem e depurará (por meio do fogo) para si, o corpo de cada um; a fim de eliminar todo espírito de iniquidade de sua carne e limpá-lo pelo espírito de santidade de todos os atos de impiedade. E ele derramará sobre o homem o espírito de verdade como água lustral”.( água obtida pela imersão de um tição aceso trazido do altar dos sacrifícios ). No AT existiam várias lavagens com água que se consideravam ritos, e numa delas misturavam-se cinzas do sacrifício como é o caso da novilha vermelha para a água purificadora da oferta pelo pecado (Nm 19, 9). Era o chamado Korban para Aduma (sacrifício da vaca vermelha) em que se prescreve a Juka (estatuto) da Torah (lei) como uma coisa especial, embora não se saiba o porquê de uma vaca vermelha. Talvez por representar a cor do sangue da menstruação feminina que constituía com a morte a principal causa de impureza. O fogo era também instrumento de purificação (Nm 31,23) O mensageiro do Senhor purificará como o fogo do ourives e a potassa dos lavandeiros. Purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata (Ml 3,2-3).Qual acrisolador te estabelecerei entre o meu povo…em vão continua o depurador porque os iníquos não são separados (Jr 6, 27-29). Com estes textos do AT podemos deduzir que, sem dúvida, o batismo ao qual se referia João era um batismo de purificação. O dele era em água lustral para preparar o batismo mais completo do Messias, que apresentava duas partes diferentes: 1a). A parte principal era o espírito novo a receber os que se submergiam no novo batismo de verdade e santidade. 2a) Ao mesmo tempo pelo batismo em fogo referia-se João a esse sinal de contradição (Lc 2, 34) que foi a vinda do Messias, e que imediatamente expressará com o símbolo da pá para separar bons e maus. É o batismo na ira divina. Por isso no início clamará: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? O Batismo do Messias era, pois, uma imersão no espírito divino da verdade para quem estivesse preparado pela mente da conversão, ou no fogo destruidor para quem não tivesse preparado o caminho da verdade, que não se admite sem uma pureza de mente e limpeza de sentimentos. A alusão ao Batismo sacramental é como diz um autor, um estágio tardio (o 3o) da tradição, uma vez sabida a força do Espírito Santo em Pentecostes.

BATISMO DE JESUS: Sucedeu, pois, que ao ser batizado todo o povo, também Jesus sendo batizado e orando, foi aberto [aneöchthënai<455>=apertum] o céu (21), e desce o Espírito, o Divino [agion<40>=sanctrus], em forma corporal [sömatikös<4984>=corporali] como pomba sobre ele e uma voz do céu surgir dizendo: Tu és meu filho ,o dileto [agapëtos<27>=dilectus em ti me agradei.[ëudokësa<2106>=conplacuit] (22). Factum est autem cum baptizaretur omnis populus et Iesu baptizato et orante apertum est caelum, et descendit Spiritus Sanctus corporali specie sicut columba in ipsum et vox de caelo facta est tu es Filius meus dilectus in te conplacuit mihi. A EPIFANIA: Usando os tempos do verbo de modo correto, podemos traduzir: e aconteceu que quando Jesus foi batizado e estando em oração;o primeiro é um passado e o segundo um presente. Houve, pois dois tempos diferentes. Uma vez batizado (em latim Jesu baptizato), e estando orando (orante) é quando se abriu o céu, ou seja, a abóbada  ou teto arqueado [o firmamento do Gênesis] do qual pendiam as estrelas e que segurava as águas superiores, separando o terceiro céu, morada esta do Altíssimo. Esse abrir-se indica um relâmpago (Deus é luz) com o correspondente trovão, como descreve João evangelista a voz da epifania aos gregos (Jo 12, 28). Testemunha deste sucesso extraordinário foi o Batista, porque como ele afirmou em testemunho: tenho visto o Espírito descendendo como uma pomba do céu e permaneceu sobre ele (Jo 1, 32). Esse Espírito será sagrado [agios] para Lucas e será o Espírito, o de Deus (sic) para Mateus. Em nenhum caso se afirma taxativamente que era figura de pomba ou como pomba, mas que a sua descida era suave como a de uma pomba que está  pousando. A VOZ: Tu és o meu Filho, o amado, em ti encontrei satisfação. O adjetivo, o amado, é propriamente um epíteto, um cognome que o distingue perfeitamente dos outros filhos  e estabelece uma relação especial entre Jahveh e Jesus, acrescentada por que em Ti tenho meu agrado, que poderíamos traduzir por em ti encontro meu enlevo, tu és minha maravilha, o desejo cumprido de meus planos. Seria esta a tradução direta do texto hebraico de Is 42,1 : “Aqui está meu servo a quem protejo; meu escolhido em quem minha alma se agrada. Pus nele meu espírito para que traga a justiça às nações”. Porém o texto grego diz: Jacó, meu servo, eu o assistirei; Israel, meu escolhido, eu o aceitei. Não obstante, Mateus traz uma versão em 12, 18  citando o profeta Isaías que confirma um texto grego próximo ao hebraico original: “Eis o meu servo [pais] (em grego pais significa filho ou servo) a quem eu escolhi, o meu bem amado [agapetos] em quem se alegrou minha alma. Sobre ele porei o meu Espírito e ele anunciará o julgamento às nações”. Com isso o filho se transforma em servo. O servo de Jahveh e a sua incumbência será proclamar um juízo às nações ou uma sentença contra os gentios. Se comparamos o texto de hoje com os outros dois das epifanias evangélicas, o do Tabor (Lc 9, 35;Mt 17,5 e Mc 9,7) e o do João 12, 28, vemos como o Filho é louvado e agrada plenamente o Pai por se transformar em servo (escravo)(At 3, 13) e vemos como o servo (Maria e Israel, Lc 1,54) se transforma em filho precisamente pela sua obediência, e assim agrada plenamente o Pai.  Ver Jo 15, 10



03.01.2010
SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR - ANO C - Branco

__ “Na Igreja Cristo se revela a todos os povos!” __

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Deus hoje revela seu Filho às nações, guiando-as pela estrela e concede a todos nós, seus servos e servas que já o cnhece pela fé, a certeza de um dia poder comtemplá-Lo face a face no céu, junto a Jesus Cristo. Esta Unidade nos permite sentir aqui na terra, um pouco da felicidade que teremos junto ao Pai, na casa que Ele preparou para nós. Jubilosamente, entoemos cânticos ao Senhor!

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

PRIMEIRA LEITURA (Is 60,1-6): - "Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor!"

SALMO RESPONSORIAL (Sl 71): - "As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!"

SEGUNDA LEITURA (Ef 3,2-3a.5-6): - "Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito."

EVANGELHO (Mt 2,1-12): - "Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo!"



Homilia do Pe Antoine Coelho, LC

Não podemos deixar de nos surpreendermos com a Epifania do Senhor, ou seja, a manifestação do Filho de Deus encarnado a todos os povos, simbolizada pela visita dos três Reis Magos vindos do oriente. Por que motivo, o evento mais glorioso da história da humanidade, a Encarnação de Deus, é presenciado por tão poucas pessoas? Tal é talvez a pergunta que nos vem imediatamente à mente. Fora dos confins estreitíssimos da gruta de Belém, encontram-se multidões inumeráveis famintas de Deus. Porque será que este acontecimento lhes passou desapercebido?

Certamente, ninguém pode pretender dar uma resposta cabal a estas perguntas. Os motivos profundos pertencem ao Mistério de Deus e ao mistério do homem, que unicamente Deus conhece. O que é certo é que o amor de Deus é discreto, não quer sacudir ninguém, não deseja violentar liberdades. Deus é como o pai bondoso da parábola do filho pródigo, que, diante do filho desejando afastar-se de casa, prefere ceder, sem no entanto baixar os braços e acreditando que a força e autenticidade do seu amor serão suficientes para que o filho volte a casa.

A humilde discrição de Deus leva-o a aparecer ao mundo, na noite do Natal, sem brilhos, sem gritos, sem encantos especiais. Que contraste com o mistério do mal, que necessita fazer de espantalho, que precisa fingir possuir força e plenitude, lançando constantemente os seus slogans arrogantes pelos meios de comunicação. Só os humildes ou os que se querem tornar humildes podem penetrar na simples gruta de Belém: Nossa Senhora, S. José, os pastores e, como o vemos no Evangelho de hoje, os Reis Magos.
Nos Reis Magos impressiona o facto de que não eram nem sequer judeus, ou seja, pertenciam a povos imersos no politeísmo, na adoração das forças da natureza, dos astros, dos animais, dos heróis passados, etc. Como chegaram à conclusão que existia um só Deus e que este Deus tinha de aparecer no mundo? Deus revela-se e encaminha misteriosamente homens humildes de todas as nações, não para que fiquem onde estão, com as suas crenças, mas para que venham ao encontro desse Deus que não temeu entrar no nosso tempo conturbado, para revelar as riquezas do seu amor.

Os Reis Magos, além disso, eram homens sábios, dedicados ao estudo, mas que não faziam do estudo dos astros e da natureza o fim de sua vida. Buscavam Deus. A ciência nunca deve afastar de Deus, antes pelo contrário. E se, hoje em dia, o faz de múltiplas formas, como o são as inaceitáveis investigações sobre embriões humanos, é porque no coração de certos cientistas alojou uma secreta adoração à ciência. Tornou-se, para alguns, uma espécie de divindade cruel em cujos altares devemos inclusive sacrificar seres humanos. Não era isso o que acontecia no passado com a adoração dos falsos deuses? A Bíblia fala daqueles que sacrificavam os próprios filhos a Baal e a outras figuras divinas fictícias. Quando adoramos algo que não é Deus, esse algo termina sempre por escravizar-nos, e às vezes da forma mais impiedosa.

Mas, pelo contrário, quem pode pensar seriamente que esta criancinha, diante da qual se ajoelham os Reis Magos, é um tirano que veio para abusar da nossa liberdade? Está totalmente à mercê de sua mãe e do primeiro que vem, assim como hoje em dia, nos sacrários, sob a forma eucarística, está totalmente à nossa mercê. Quem poderá ter medo deste Deus? Fazê-lo, equivale a rechaçar o amor e a humildade na sua mais pura expressão, equivale a expulsá-los das nossas vidas. Por isso, o Senhor é verdadeiramente Aquele que revela os pensamentos secretos dos corações. A forma como reagimos diante d’Ele, que é amor sem mancha, nos mostra se o nosso amor era real e profundo, ou se consistia num conjunto de sentimentos superficiais.

Os Reis magos fizeram um longo caminho para chegar até ao Senhor, um caminho cheio de perigos e cansativo. Não terão ficado desiludidos ao constatar que no fim do mesmo, apenas encontraram uma pobre criança, sem fausto, sem guardas, sem outro poder que o do amor que se entrega? Tudo é questão de fé. Talvez nós também estamos a dar a nossa vida pelo Evangelho e depois de muitos anos de esforço não vemos os resultados previstos. Mas que resultados esperávamos? Esperávamos brilhar, se não diante dos homens, ao menos diante de nós mesmos? Recordemos sempre, como dizíamos ao início, que Deus se fez uma criança indefesa sem admiradores, nesta noite de Natal, e no meio de uma humanidade que o ignorava completamente. Mas esta semente, aparecida na calada da noite, transformou o mundo e transformará o nosso coração. Podia imaginar Abraão que seria pai de tantas nações, como Deus lhe prometera? Podiam imaginar os Reis Magos quantos homens de todos os povos e nações seguiriam o seu exemplo? Sim, podiam, mas com muita fé.

Que esta seja a nossa fé, irmãos e irmãs! Deus quer precisar dela, como precisou da de Maria, de José e dos Reis Magos. Quantas coisas não realizará Deus através dela, se perseverarmos até ao fim, sem pretendermos ter a satisfação de ver resultados imediatos. Deus não nos enganou no Evangelho: a fé move montanhas. Mas não nos prometeu que veríamos estas montanhas a serem movidas. Deixemos tudo isso, junto com a nossa vida, nas mãos de Deus, nas mãos dessa criancinha, para que ela nos guie suavemente.


Comentário ao Evangelho Dominical (Solenidade da Epifania do Senhor)

Busca, encontro, adoração

Com muita probabilidade, os magos eram Medos da classe dos sacerdotes. Grandes estudiosos de livros sagrados e astrólogos. Tertuliano, por volta do ano 200, disse que eram reis. Eram três? Não se sabe exatamente, o que sabemos é que eles trouxeram três presentes ao Menino Jesus: ouro, incenso e mirra (cf. Mt 2,11). No século VII, através de Beda o Venerável, se conhece os seus nomes: Gaspar, Melquior e Baltazar. Conta-se que os seus restos mortais foram encontrados na Pérsia, levados a Constantinopla, transferidos a Milão e que, atualmente, repousam em Colônia, na Alemanha, desde o século XII.

O evangelho nos ensina que os reis magos buscaram, encontraram e adoraram a Jesus. Trata-se de um resumo do que deveria ser a nossa vida espiritual: busca, encontro, adoração. Que seja uma busca amorosa, um encontro alegre e uma adoração profunda. Que levemos os nossos presentes: nós mesmos e tudo o que temos num humilde reconhecimento da nossa condição de criaturas. No momento em que os magos adoraram o Senhor lá estavam Maria e José, também sempre presentes quando nos reunimos para adorar o Filho de Deus ou quando o adoramos em qualquer lugar “em espírito e em verdade” (Jo 4,23).

A Escritura Santa nos diz que os magos alegraram-se profundamente ao verem a estrela de Belém, ao verem o Menino Jesus, ao ver o único Salvador dos homens no presépio. Antes da vinda de Cristo tudo era escuridão, agora tudo é claridade, somos filhos do Pai das luzes, filhos de Deus. As portas estão abertas: todos podem buscar a Deus, quem primeiro busca o ser humano. Todos podem vir ao encontro com Deus: magos, pagãos, ateus, cobradores de impostos, políticos, cantores, atores, santos e pecadores, todos podem vir adorar o Senhor. Ele nos espera!

Hoje, de maneira especial, queremos rezar por todas aquelas pessoas que gostariam de encontrar a Deus e não o encontram. Há um mistério aqui: Deus se deixa encontrar por aqueles que o buscam, mas ao mesmo tempo há muita gente que busca e não o encontra. O que está acontecendo? Há pessoas que até gostariam de crer em Deus, mas não crêem. Como explicá-lo? Antes de tentar dar uma explicação, a primeira coisa que se deve fazer é agradecer a Deus o dom da fé e reconhecer que ela é realmente um dom, um presente grande de Deus. Em segundo lugar, devemos pedir a Deus o dom da fé para todas as pessoas, especialmente para aquelas que estão mais próximas de nós, na nossa família, no nosso trabalho, para os nossos amigos. Em terceiro lugar, e como tentativa de explicação, devemos ajudar a essas pessoas a buscar melhor a Deus. É certo que Deus se deixa encontrar pelos que o buscam. Daí a importância de que nós sejamos estrelas luminosas para ajudar as pessoas nessa busca de Deus.

Assim como aquela estrela conduziu os magos a Jesus, o cristão está chamado a ser uma estrela que ilumina a vida dos outros sendo instrumento para que encontrem a Cristo. São Boaventura dizia que são três as estrelas que nos conduzem a Jesus: a Sagrada Escritura, Maria e as graças do Espírito Santo. Conhecer bem a Sagrada Escritura nos impulsionará a desejar com maior intensidade a aventura de uma vida interior cheia de Deus; Maria Santíssima, estrela do mar, nos conduz a feliz porto com o seu exemplo de busca, de encontro e de adoração do único Deus três vezes santo; as graças do Espírito Santo são essas graças interiores que nós vamos seguindo docilmente e progredindo sem jamais cessar.

“Manifestai-vos, ó Senhor, nosso Deus, a todas as pessoas!”

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa - 03/01/2010



01.01.2010
SOLENIDADE DE SANTA MARIA - MÃE DE DEUS - ANO C - Branco

__ “Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus!” __

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! Neste dia, a liturgia coloca-nos diante de evocações diversas, ainda que todas importantes. Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade da Mãe de Deus: somos convidados a olhar a figura de Maria, aquela que, com o seu sim ao projecto de Deus, nos ofereceu a figura de Jesus, o nosso libertador. Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI quis que, neste dia, os cristãos rezassem pela paz. Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nunca nos deixa, mas que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude. As leituras de hoje exploram, portanto, diversas coordenadas. Elas têm a ver com esta multiplicidade de evocações. Jubilosamente, entoemos cânticos ao Senhor!

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

PRIMEIRA LEITURA (Nm 6,22-27): - "O Senhor te abençoe e te guarde!"

SALMO RESPONSORIAL (Sl 66): - "Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção!"

SEGUNDA LEITURA (Gl 4,4-7): - "Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho."

EVANGELHO (Lc 2,16-21): - "Deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido."




- "BÊNÇÃO E PAZ!"
    Reflexão do Evangelho por Diácono José da Cruz

A Igreja celebra em todo dia primeiro de ano a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, onde a primeira leitura nos apresenta a chamada “Bênção de Aarão” que traz uma tríplice invocação de Deus, precedida de uma ação.

Para o homem bíblico, bênção tinha muitos significados e há correntes religiosas que em nossos dias ainda vê a bênção dentro desses conceitos do Antigo Testamento, o que é perigoso, pois pode gerar uma distorção nos ensinamentos básicos do Cristianismo, transmitidos por Jesus.

Bênção não é uma superproteção divina para alguns privilegiados, nem tão pouco aumento de patrimônio e conquista de riqueza, porque nesse caso, o homem Jesus de Nazaré seria o mais rico que já pisou nessa terra e seu nome estaria evidentemente relacionado entre as maiores fortunas do mundo, e Jesus também não teria proclamado que os pobres e pequenos são os prediletos no Reino de Deus.

A bênção também não é um amuleto de sorte ou uma fórmula mágica para se fazer uso quando algo dá errado em nossa vida. Na verdade, bênção é todo bem que desejamos e que Deus quer nos dar, não porque sejamos merecedores, mas porque a sua misericórdia nos concede gratuitamente.

E qual é o maior bem que podemos desejar? O mundo responde que é o “ter” e o “poder”, porém, infeliz do homem que assim pensar. A segunda leitura dessa liturgia nos dá a resposta e nos leva ao coração de Deus porque fala da bênção na sua essência, pois o Bem mais supremo e a maior de todas as bênçãos que Deus nos concede é Jesus Cristo, que nos transforma de escravos, porque éramos devedores de Deus, em filhos, herdeiros da sua graça!
É exatamente nesse ato da bondade divina que se concretiza a bênção de Aarão – Em Cristo, Deus nos guarda, nos mostrou a sua face, concedeu-nos a sua graça, voltou para nós o seu olhar e nos concedeu a verdadeira Paz.

E quem é portador dessa bênção? São pessoas especiais, dotadas de poderes sobrenaturais? O evangelho de Lucas, que narra alguns episódios da infância de Jesus, nos mostra que é portador dessa bênção, quem crê e vive essa grande esperança chamada Jesus. A narrativa coloca em realce Maria e os pastores, que eram pessoas simples do meio do povo. Os pastores viviam isolados em suas aldeias próximas a pastagem e não tinham acesso ao sistema religioso, porque sua conduta não era das melhores já que tinham fama de mentirosos e violentos. Maria é de um vilarejo pobre, Nazaré, que em nada poderia contribuir para alguma mudança na humanidade. É no coração dessas pessoas, excluídas do sistema religioso e econômico, que Deus age.

O poder religioso da época jamais admitiria que Jesus fosse o Messias prometido; já os pastores, ao ouvirem o anúncio na noite santa, puseram-se a caminho. Lucas gosta da palavra “pressa” (ele a utiliza para Maria, na visita a sua prima Isabel: Maria foi às pressas...) e nesse domingo novamente menciona que os pastores foram as pressas... Ter pressa nos sugere movimentos feitos com rapidez, mostrando-nos assim que o anúncio da Boa Nova requer certo dinamismo, uma ação eficiente e objetiva.

Quando o nosso agir emana da fé, nossas atitudes e palavras provocam admiração; porém, o verdadeiro anunciador da Boa Nova jamais aponta para si mesmo, mas para o “outro”. A admiração das pessoas é porque vê nos pastores o agir de Deus, é Ele quem causa admiração. As pessoas na verdade descobrem Deus no agir de quem o anuncia. Essa ação de Deus em nossa vida, nem sempre pode ser explicada, pois a fé é por si um mistério. Há muita gente que quando depara com o mistério em sua vida,  e não consegue explicação lógica para certos acontecimentos , acabam desistindo de viver a fé.
O texto dá a entender que Maria e José se admiraram das coisas que os pastores anunciaram. Maria é por excelência a portadora de Jesus para o mundo, mas não sabe tudo e vai descobrindo a verdade aos poucos, sabendo reconhecer Deus nas palavras daqueles homens rudes. Por isso, ela guardava todas essas coisas no coração.

A exemplo de Maria e dos pastores, louvemos e glorifiquemos a Deus, adorando-o no mais íntimo do nosso ser a cada dia de nossa vida, e neste primeiro dia do ano rezemos como o salmista “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção”. Amém. ( Santa Maria Mãe de Deus   (Lucas 2,  16-21)

José da Cruz é diácono permanente da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim - e-mail:jotacruz3051@gmail.com


Comentário ao Evangelho (Solenidade de Santa Maria - Mãe de Deus)

Theotokos: Mãe de Deus

Maria é Mãe de Deus porque Jesus é Deus! Todas aquelas passagens da Sagrada Escritura que dizem que Jesus é o Filho de Deus e que ele nasceu de Maria são argumentos a favor desta verdade de fé. Ora, se Jesus é Deus e Maria é Mãe de Jesus, a conclusão necessária é que Maria é Mãe de Deus. A passagem do Evangelho de hoje nos transmite que Jesus foi “concebido no seio materno” de Maria (Lc 2,21).

No século II, os Padres da Igreja estavam de acordo que Jesus nasceu de Santa Maria Virgem e foi gerado verdadeiramente dela, ex Maria Virgine.Essa verdade também estava presente na piedade dos fiéis, que desde o século III rezavam aquela oração: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as súplicas que vos dirigimos em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”. Parece que foi no Egito que a maternidade divina expressou-se com a fórmula Theotokos (Dei Genitrix = geradora de Deus, Mãe de Deus).

No entanto, no século V, o Patriarca de Constantinopla, Nestório, opôs-se decididamente a verdade de fé. Ele dizia que em Cristo há duas pessoas, a humana e a divina, que se uniam através duma espécie de “pessoa de união”. Como a pessoa divina de Jesus tem como referência o próprio Pai eterno, conseqüentemente Maria só poderia ser Mãe da pessoa humana de Jesus. Na falsa opinião de Nestório, Maria é Mãe de Cristo (da sua pessoa humana) e não Mãe de Deus. Essa afirmação escandalizou os cristãos da época: a doutrina de Nestório vai contra a fé que nos foi transmitida pelos Apóstolos de Jesus Cristo.

São Cirilo de Alexandria, chamado “o teólogo da encarnação”, em consonância com o Papa Celestino I, defendeu com inteligência e fervor que foi o Verbo, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, quem se fez carne e que Maria é Mãe de Deus. O Concilio de Éfeso (ano 431) ratificou essa doutrina e esclareceu que Maria é Mãe de Deus não porque “a natureza do Verbo ou a sua divindade tivesse tido origem da Santa Virgem, mas porque dela nasceu o santo corpo dotado de alma racional, à qual o Verbo uniu-se substancialmente, e assim se diz que nasceu segundo a carne” (DZ 251). Resumindo: em Cristo há uma só Pessoa, a divina, e duas naturezas, a humana e a divina; é a Pessoa divina quem se encarna assumindo assim a natureza humana. Por outro lado, não conheço nenhuma mulher que seja mãe da natureza humana em geral, mas de Antônio, Joaquim, Maria, etc., de pessoas concretas; as mães não são mães de naturezas abstratas, mas de indivíduos. Santa Maria também, ela é Mãe de uma Pessoa, do Verbo do Pai; logicamente, não porque ela tenha gerado a Pessoa divina na eternidade, mas porque ela a gerou segundo a humanidade quando chegou a plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4), ou seja, dela nasceu o Verbo feito carne, Jesus Cristo: ela é Mãe de Deus enquanto que o Verbo fez-se carne nela.

Quando o Povo fiel soube que o Concilio de Éfeso proclamara que Maria é Mãe de Deus, encheu-se de grande júbilo. Nós também, em união com os cristãos de todos os tempos, alegramo-nos com essa verdade e damos graças a Deus porque ela também é nossa Mãe. Que bom começarmos um novo ano com uma celebração em honra de Nossa Senhora! Ela sempre nos leva a Jesus, o seu conselho para o ano que se inicia é este: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Se fizermos o que a nossa Mãe nos diz seremos muito felizes durante esse ano e durante toda a vida, seremos guiados por uma Mãe tão boa e nos sentiremos seguros.

Como ser cristão e não ser mariano? Entende-se sem compreender. Ser cristão e não ser mariano é uma contradição! Sinceramente, é difícil compreender esses cristãos, que ao levarem o nome de Cristo não querem levar o de Maria! Não podemos ser indelicados e pouco elegantes para com Nosso Senhor desmerecendo a sua própria Mãe, que ele tanto ama. Não é verdade que nós também nos sentiríamos ofendidos se alguém começasse a falar mal de nossas mães? Temo pelos que não amam Nossa Senhora!

Hoje também é o dia mundial da paz. Peçamos ao nosso único Salvador Jesus Cristo, por intercessão de Santa Maria Rainha da Paz, que nos conceda a paz, a verdadeira paz!

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa - 01/01/2010



CAMPANHA DA VELA VIRTUAL DO SANTUÁRIO DE APARECIDA

CLIQUE AQUI, acenda uma vela virtual, faça seu pedido e agradecimento a Nossa Senhora Aparecida pela sagrada intercessão em nossas vidas!


QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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