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Índice desta página:
Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Homilias e Comentário Exegético (Estudo Bíblico) extraído do site Presbíteros.com
. Evangelho de 28/03/2010 - Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
. Evangelho de 21/03/2010 - V Domingo da Quaresma


Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados. Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página "A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos, colocando o cursor sobre os textos em azul. A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!

28.03.2010
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor - ANO C - Roxo

__ “CRISTO VAI AO ENCONTRO DA MORTE COM LIBERDADE DE FILHO” __

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! A oferta de sacrifícios a Deus parece constituir, em todos os povos, a expressão mais significativa do senso religioso do homem. Despojando-se de tudo o que lhe pertence por conquista ou pelo trabalho, o homem reconhece que tudo pertence a Deus e lho restitui em agradecimento. Jesus fez sua a pobreza radical do homem perante Deus, apoiou-se na palavra do Pai e não se subtraiu à condição do homem pecador, ao sofrimento que vem do egoísmo e nem aos limites da natureza humana, nem mesmo à morte.

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

PRIMEIRA LEITURA (Is 50,4-7): - "O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida"

SALMO RESPONSORIAL (Sl 21): - "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?"

SEGUNDA LEITURA (Fl 2,6-11): - "Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra."

EVANGELHO (Lc 19,28-40): - "Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!"
ATENÇÃO: A leitura da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo (Lc 23,1-49) é muito extensa e não é possível colocar na janela azul. Por favor, pegue a Bíblia para a leitura, ou então acesse a Bíblia online pelo link abaixo.



- “O REBAIXADO
    Reflexão do Evangelho por Diácono José da Cruz

Rebaixamento é uma palavra que no esporte causa calafrios a dirigentes, jogadores e torcedores, cair para uma divisão inferior é humilhante e porque não dizer “doloroso”, ainda mais quando o time pertence à divisão de elite do futebol.

Isso também se aplica em nossa vida, na realização pessoal em todas as dimensões: social, política e econômica, onde a formação escolar e profissional, agregada á evolução cultural, permite ao homem galgar patamares mais altos, conquistando respeito, prestígio, sucesso e enfim a fama.

O homem foi criado por Deus para a ascese. Às vezes, o modo que o homem utiliza para essa ascensão nem sempre está em sintonia com o projeto de Deus, quando a mesma se faz através da mentira,desonestidade e exploração do semelhante. Neste caso já não se trata de um projeto divino, mas sim diabólico.

Literalmente falando, o Jesus do evangelho é um rebaixado, no aspecto moral, social, político e religioso do seu tempo e na semana santa, que se inicia nesse domingo de ramos, não celebramos, como muitos pensam, um Cristo morto e derrotado, mas a liturgia própria dessa semana reaviva em nossa mente e coração a via dolorosa que Jesus percorreu para alcançar a glória, fazendo para isso a sua “kênose”, ou esvaziamento, como afirma o apóstolo São Paulo na carta aos hebreus “não ursupou da sua divindade mas esvaziou-se a si mesmo”.

Em resumo, Cristo desceu ao mais baixo grau da condição humana, fazendo-se escravo e morrendo como um bandido, sendo desprezado pelos homens, que o viam como um maldito diante de Deus.

No Antigo Testamento conhecemos homens santos, considerados justos diante de Deus, porém, nem o mais virtuoso dos homens seria capaz de realizar tão grande ato de amor, como fez Jesus, que se apresenta como o homem novo, santo e perfeito, que com a salvação resgatou o ser humano, livrando-o da condenação eterna, pois a ofensa que causara a ruptura fora muito grande e imperdoável e por isso, o ato da redenção teria de ser proporcional ao pecado cometido, pois somente dessa maneira o homem se reabilitaria diante de Deus, resgatando a comunhão perfeita do paraíso onde Deus o colocara desde a sua origem.

É precisamente essa alegria, de uma humanidade renovada que ecoa nesse domingo de ramos no evangelho de Lucas, com a narrativa da entrada triunfal na cidade santa de Jerusalém. Não se trata de um triunfo momentâneo, ou de um engodo que arrastará Jesus para o fracasso da cruz, ao contrário, é a expressão mais alta e sincera da gratidão do homem, que se manifesta no louvor ao Rei bendito, que vem em nome do Senhor. Jesus já tinha tomado a decisão, após compreender a vontade de Deus a seu respeito e por isso subiu a Jerusalém, para ser a páscoa definitiva que iria redimir a toda a humanidade.

O relato da paixão segundo Lucas parece ir na contramão da história, porque termina melancolicamente com o enterro de Jesus e com ele, parecia que o homem havia enterrado todos os seus sonhos e esperanças que ainda havia no coração daquele povo. A caminhada humana por essa vida parece terminar de maneira também tão melancólica, mas precisamos prestar atenção no contexto da narrativa, a fidelidade de Jesus ao Pai e o seu amor pela humanidade, o fará superar toda rejeição, ódios e traições, presente no coração dos que tramaram sua morte, e no cálice de amargura que ele não se recusou tomar, estava o mais doce de todos os amores que o homem já experimentou.

O grupo dos discípulos não é perfeito, Judas o traiu, Pedro o negou e além do mais discutiam entre eles quem seria o maior. Em cada personagem que protagoniza a narrativa podemos nos ver, nem sempre fazendo um bom papel.. os que dormem enquanto Jesus se angustia, são os cristãos que não vivem a fé encarnada, que consegue vislumbrar Jesus em todos os que sofrem. Há também os que o traem como Judas, porque não aceitam seu evangelho como referência máxima para se viver, ou ainda os que como Pedro, dizem que são capazes de dar a vida pelo mestre mas na hora mais crítica, em que a sociedade não aceita sua doutrina, alegam que não o conhecem.

Também é bom lembrar que o primeiro julgamento de Jesus foi feito na própria comunidade dos judeus, há comunidades onde o moralismo exacerbado provoca julgamento e condenação de outros Cristos. Pilatos representa aqueles cristãos que jogam o problema para outros resolverem, falam contra o governo, contra o sistema, contra a ideologia, falam até da própria Igreja, mas nunca tem coragem de assumir, dizer o que pensam e mover uma ação em favor da vida dos inocentes. Já o grande Herodes são os cristãos que conhecem a Jesus, ouviram falar de suas maravilhas e exigem seus sinais prodigiosos, para que possam crer. São os que correm atrás do Cristo dos espetáculos que atraem as multidões.

Por isso, antes de agitar nossos ramos e cantarmos hosanas e louvores ao Cristo, nesse domingo de ramos, precisamos nos perguntar que cristãos somos nós e de que lado estamos...

José da Cruz é diácono permanente da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim - e-mail:jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Pe. Françoá Rodrigues – Domingo de Ramos (Ano C)

Acompanhar a Cristo

Você  já pensou em ser durante essa semana santa um personagem em cena durante a Paixão do Senhor? De que lado você vai estar? Senhor, de que lado eu me encontro? Muitas pessoas do Evangelho aparecerão à nossa mente com as suas peculiaridades, temperamentos, fraquezas, covardias, valores. Entrando no santo Evangelho, nós procuraremos estar presentes durante os sofrimentos do Senhor já que todo o Mistério Pascal faz-se atual nestas celebrações litúrgicas da Semana Santa.

Jesus Cristo, que com apenas uma só gota de sangue poderia salvar-nos, vai ao encontro do mais horrendo dos suplícios, transformando-o assim em sinal de salvação. Ele não manda ninguém para sofrer por nós, Deus vem para morrer por cada um de nós, morre em sua humanidade para levar-nos à divindade.

O historiador latino Suetônio conta de um velho soldado romano, que foi citado para comparecer ao tribunal, que encontrando o César pediu-lhe que o defendesse. César ficou surpreendido pelo atrevido pedido; contudo, para mostrar sua magnanimidade, disse ao soldado: “Enviarei alguém em meu lugar”. Então o velho guerreiro abriu a túnica, descobriu o peito e mostrando as feridas disse: “César, quando no combate uma lança ia atravessar o teu corpo, não enviei ninguém em meu lugar para te defender”. Jesus teve coragem, ele mesmo veio para defender-nos, para libertar-nos, para salvar-nos. Nele sim, podemos confiar!

Diz Santo André de Creta: “acompanhemos o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos aos seus pés, com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter.” O mesmo santo continua: “em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo revestidos de sua graça”.

Neste Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, vemos que Jesus aceita as honras que lhe são feitas. Porém, as pessoas que agora se mostram súditas do reinado de Cristo não percebem que Cristo reina diferente; o povo que o aclama como rei, gritará com rebeldia: “crucifica-o”. Jesus também aceita que aquela piedosa mulher gaste com ele um perfume muito caro. E eu, o que eu posso fazer nesta semana tão especial que acaba de começar? Eu posso ser mais atencioso no trato com Deus, na oração; parar de reclamar tanto perante as contradições da vida; oferecer as minhas dores a Deus aceitando a sua Vontade santíssima; ser menos preguiçoso, menos pessimista, menos oportunista. O que eu ainda posso fazer? Diga ao Senhor que você deseja que não sejam apenas palavras ao ar, mas que são sinceras e transformar-se-ão em ações. Diga-lhe que você levará o perfume precioso das suas virtudes a Ele. Caso você não consiga levar esse perfume das virtudes, levará ao menos o esforço dedicado e sem desculpas. Os nossos ramos de oliveira precisam ser ramos espirituais. Nós mesmos precisamos ser quais ofertas agradáveis a Deus e prostrar-nos no chão para que Ele passe sobre nós.

Exceto João, jovem e virginal, os outros apóstolos fugiram. Convence-me bastante a idéia de que João permaneceu fiel aos pés da cruz do Senhor não só porque era jovem e puro, que é muito importante, mas porque estava acompanhado da Mãe de Jesus. Peçamos a Nossa Senhora que nos acompanhe nesta Semana Santa para que possamos permanecer firmes com o Senhor aos pés de sua cruz. Peçamos a ela que nos ensine a viver o segredo da fidelidade e da perseverança, o amor. Quem está com Maria está firme e suporta tudo por amor a Deus.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético – Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor Jesus Cristo - Ano C

feito por Pe Ignácio, dos padres escolápios (extraído do site http://www.presbíteros.com.br)

EPÍSTOLA (Fp 2, 6-11)

INTRODUÇÃO: O trecho é considerado um hino em louvor a Cristo; mas podemos considerá-lo como uma autêntica fórmula de fé em que os cristãos resumiram a vida do Salvador: Um despojamento [Kenösis], um revestimento [sua humanidade], uma humilhação [sua obediência], uma morte sacrifical [de cruz]. A esse destino, livremente assumido, correspondeu sua exaltação [ressurreição] sobre toda criatura [novo nome], que o elevou à categoria divina [Senhor]. Se christianus alter Christus, é assim que deve ser nossa história dentro da História da humanidade, pois foi essa existência a escolhida como caminho e vida pelo Filho de Deus.

A KENÖSIS: O qual (Cristo) em forma de Deus existindo (continuando a existir), não estimouroubo ser igual a Deus (6),mas esvaziou-se a si mesmo tomando a forma de um escravo, em semelhança de homens se tornando (7). Qui cum in forma Dei esset non rapinam arbitratus est esse se aequalem Deo, sed semet ipsum exinanivit formam servi accipiens in similitudinem hominum factus et habitu inventus ut homo. FORMA [Morfë<3444>=forma] é a aparência, figura, ou externa maneira com a qual uma pessoa, é vista; diferente do schema <4976> que pode ser traduzido por modelo, aspecto, hábito. A forma indica em si mesma a presença externa com a qual uma pessoa ou coisa pode ser vista e conhecida. EXISTINDO [Yparchön <5225>=esset]: O verbo Yparchö tem como sentido estar por baixo, começar, ou simplesmente ser como em 1Cor 11, 7 quando Paulo fala do varão, como sendo [representando] imagem e glória de Deus. Uma vez pode ser traduzido como viver; por exemplo, em Lc 7, 25 em que fala dos vivendo [yparchontes] em palácios. As traduções antigas falam de subsistir com o significado de existir ou continuar existindo, permanecer. Talvez pudéssemos traduzir por permanecendo em forma de Deus, ou continuando a ser Deus, que indica não deixando de ser Deus. ESTIMOU [Ëgeomai <2233>=arbitrare]: A tradução primária é liderar, conduzir, e também considerar, estimar, julgar, pensar, como parece ser o caso.Um exemplo em 2 Cor 9, 5: Julguei[ëgësamën] pois necessário. Assim temos traduzido por estimar. ROUBO [Arpagmos<725>=rapina]: traduzido como roubo, latrocínio, furto, apoderar-se de uma coisa imprópria ou que não lhe pertence. É a única vez [ápax] que acontece no NT. O significado é que a divindade era própria dEle e não houve mistificação ou apropriação imprópria da divindade em sua pessoa. ESVAZIOU-SE [Ekenösen<2758>=exinanivit]: o verbo Kenoö significa esvaziar. A fé se torna vaziae a promessa nula dirá Paulo em Rm 4, 14. O significado é que externamente nada demonstrava do que podia ser atributo, qualidade ou sinal distintivo da divindade. Pelo contrário o que era próprio dEle foi anulado porque tomou totalmente outra maneira de ser visto e esta foi a puramente humana, que Paulo chama aspecto de um escravo. O DOULOS [<1401>=servus] não pode ser traduzido por servo, pois estes não existiam na época ou eram chamados diakonoi. A tradução, pois, deve ser escravo, condição última entre os homens e que estavam à disposição do amo sem ter vontade própria. A mesma Virgem Maria declara ser escrava do Senhor (Lc 1, 38), indicando a total submissão e obediência ao que desde então seria seu Senhor. SEMELHANÇA [Omoiöma <3667>=habitus]: semelhança, parecido,  aspecto, forma. Esse aspecto é o de um homem, ou, segundo a tradução direta, aspecto de homens em plural. Como conclusão, temos que Cristo tem como essência a divindade e que a humanidade foi como um vestido ou aspecto externo com o qual foi reconhecido entre os homens de seu tempo. A Igreja interpreta esta passagem declarando: uma pessoa divina e duas naturezas: divina primeiro, como increada e eterna,  e logo, humana, como criada e assumida.

OBEDIÊNCIA: E sendo encontrado em hábito como homem, humilhou-se feito obediente até (a) morte, morte, porém de cruz (8). Humiliavit semet ipsum factus oboediens usque ad mortem mortem autem crucis. HABITO [ Schëma <4976>=habitus]: Em grego significa figura, modo de se comportar, maneira de proceder ou viver. A Vulgata tem a primeira parte como porção do versículo anterior [habitus inventus ut homo]. A ideia subsistente é que Cristo se comportou como um homem comum, sem que a diferença com a divindade pudesse ser vista pelos contemporâneos. HUMILHOU-SE [Etapeinösuin <5913>=humiliavit]: de Tapeinoö que significa humilhar, rebaixar, degradar, abater, abaixar. A ideia é que Cristo desceu até uma posição humilde e humilhante, pois o eauton designa que ele quis tomar essa postura voluntariamente como forma que o rebaixou até uma escravidão total como foi sua obediência até a morte. Porém não uma morte natural, que já seria aceitar um fim indigno de um Deus, mas uma morte de CRUZ [Staurou<4716>=crucis]. Hoje só temos uma visão bastante desluzida do que era a morte de cruz. Só falamos em sofrimentos físicos, mas não pensamos na humilhação que os acompanhava. A cruz era degradante e infamante. Era tratar o homem como um escravo que não tivesse outro direito há não ser o aviltamento e o desprezo. Vejamos o que Pedro pensava da cruz: Senhor, não acontecerá isso a ti (Mt 16, 22). E sobre a humilhação temos as palavras de Jesus: Quando envelheceres estenderás tuas mãos e um outro te cingirá e te conduzirá para onde não quiseres (Jo 21, 18) que parece que o tratará como um animal, mas que era o modo de como os condenados eram conduzidos entre os abusos da multidão apos ouvir: I, lictor, obnubilato capite,  duc illum in crucem (Vai lictor, coberta a cabeça, conduze-o à cruz). A cruz era a mais cruel e mais humilhante morte que um homem podia pensar e a essa morte se submeteu voluntariamente Jesus de Nazaré. Dou minha vida pois ninguém a tira de mim. Eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas minhas ovelhas (Jo 10, 15) e é por isso que meu Pai me ama porque eu dou a minha vida (idem 17) ninguém a tira de mim, mas eu a entrego por mim mesmo…este é o mandato que eu recebi de meu Pai (idem 18). Em tudo isso encontramos a obediência de Cristo que resulta em humilhação e morte de cruz.

EXALTAÇÃO: Por isso, também [o] Deus o exaltou e o presenteou com um nome sobre todo nome (9). Propter quod et Deus illum exaltavit et donavit illi nomen super omne nomen. Neste versículo temos a reação do Pai que premeia a obediência do Filho. A EXALTAÇÃO [Yperypsösen <5251>=exaltavit] que composto de Uyper [sobre] e Ypsoö [exaltar]; na realidade significa, pois, exaltar sobremaneira. E Paulo explica, dizendo que lhe concedeu um NOME [Onoma<3686>=nomen] no lugar da pessoa. Entre os hebreus, o nome próprio estava relacionado com Javeh, e era uma espécie de qualificação ou destino, de modo que temos vários casos em que Jahveh, ou o anjo do mesmo, comuta o nome: Jacó em Ishrael [homem que luta com Deus] é clássico do AT e Simão em Kefas [rocha] do NT. Em ambos os casos o nome determina a função escolhida por Deus, que destina uma pessoa para um específico fim. Qual é o nome que recebeu o homem de Nazare? Paulo o declara no versículo seguinte Iësous (grego) Iesus (latim) ou Jehoshua [Jahveh salva] do hebraico, que, por sua vez, designa o Josué do AT que foi o sucessor de Moisés. De fato, segundo Êx 17, 9, em hebraico YeHOSHUA[<0391>=Josue] e em grego IËSOUS. O nome era frequente na época, pois Flavio Josefo menciona 20 personagens com esse nome. Em aramaico, e este era o idioma de Jesus, soava como Jeshua. Marcos e Lucas escrevem Iësous ho Nazarënos; e Mateus e João, Jësous ho Nazöraios, fórmula que aparece também nos Atos. Em Nazarënos temos referência ao lugar de residência desde a infânia e em Nazöraios um composto das palavras neser[retonho] e semah [germe] tendo, segundo esta interpretação, um caráter messiânico ou o de Nazareo que significa separado para Deus, como em Nm 6. O nome de Jesus é considerado de tal forma único, na atualidade, que não é usado para nome próprio no Brasil. Excepcionalmente ele é comum, por exemplo, na Espanha.

O NOME: Para que no nome de Jesus todo joelho se dobre sobre os céus e sobre a terra e inferiores da terra (10). ut in nomine Iesu omne genu flectat caelestium et terrestrium et infernorum. No NOME DE JESUS relembra o que Paulo dizia: Se confessares em tua boca que Jesus é Senhor e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo (Rm 10, 9). Não é, pois, um nome mágico, que pronunciado de imediato realize a obra de salvação, já que deve ser pronunciado desde a fé, aceitando seu senhorio; é, portanto, essa aceitação que Paulo chama de pistis e que em grego podemos traduzir por entrega fiel e confiada, a que provoca a ação salvífica por parte de Deus. JOELHO [Gonu<1119>=genu]: está unido à palavra DOBRAR [Kamptö <2578>=flectare] que como frase significa venerar e em termos religiosos adorar como diz Paulo em Rm 14, 11: Como está escrito: por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho e toda língua dará louvores a Deus. Paulo cita Isaías 45, 23. E esta citação coloca Jesus, o Cristo, a par de Jahveh, sendo agora o Deus do NT. CÉUS, TERRA E INFERIORES: Propriamente sobre os céus, sobre as terras e inferiores da terra. Na concepção do mundo tripartido da época, o mundo era como uma casa de três andares: o inferior era o submundo ou o Katachthonios [<2709>=inferior] onde se encontrava o abismo. Katachthonios é adjetivo e significa subterrâneo, por baixo da terra, que os romanos chamavam de infernos. A palavra é composta de Kata [embaixo] e Chthön [terra]. O adjetivo se torna neutro nesta passagem e plural, indicando a totalidade dos diversos lugares inferiores ou infernos. Era o lugar em que o maligno [Satanás]  tinha seu domínio como príncipe [não senhor]. No segundo andar, temos a terra e sobre ela habitavam os homens e nos lugares inóspitos [éremoi] assim como no ar, estavam os demônios, em geral espíritos akathartoi ou impuros. Finalmente, os céus que eram habitados pelos anjos e era o domínio absoluto de Deus que tinha como príncipe Miguel. Dentre os céus o mais alto [ypsistos] era o terceiro em que estava a morada de Deus (2 Cor 12, 2). Os anjos cantam glória a Deus nos mais altos céus (Lc 2, 14). Com esta frase Paulo quer dizer duas coisas: 1º) Que Jesus deve ser adorado como Deus. 2º) Que a criação está a Ele submetida em sua totalidade.

A CONFISSÃO: E toda língua confesse que Senhor (é) Jesus Cristo para glória de Deus Pai(11). Et omnis lingua confiteatur quia Dominus Iesus Christus in gloria est Dei Patris. CONFESSE [Exomologësetai <1843>=confiteatur]: A confissão é obrigatória como disse Jesus: A quem me confesse diante dos homens o confessarei também eu diante de meu Pai celeste (Mt 10, 32), que com sua parte negativa indica uma necessidade absoluta em ordem à salvação. O verbo Exomologëö [<1843>=confiteor] tem o significado de confessar, proclamar, declarar em geral publicamente uma verdade, anteriormente mais ou menos oculta. Pode ser um pecado, um delito, ou uma verdade religiosa. SENHOR: [Kyrios <2952>=dominus]: em sentido geral, significa dono; em sentido restrito e religioso, é próprio de Deus, que logo foi restringido a Cristo. A proclamação que é exigida pelo sacrifício da cruz é que Cristo é agora o verdadeiro Deus dos homens. E isso para GLÓRIA [Doxa<1391>=gloria] do Pai. Ou seja, que nesta proclamação de Cristo como Senhor, estamos dando um grito de loa e louvor à sabedoria e ao amor de Deus como Pai: Pai de Jesus e Pai de todos os homens que Jesus salvou por sua expiação no sacrifício de sua morte na cruz.

EVANGELHO (Lc 19, 28-40)

A GEOGRAFIA: E tendo dito estas coisas, seguia na frente subindo para Jerusalém (28). E sucedeu, como se aproximasse de Betfagé e Betânia, junto ao monte, o chamado das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos (29). Et his dictis praecedebat ascendens in Hierosolyma Et factum est cum adpropinquasset ad Bethfage et Bethania ad montem qui vocatur Oliveti misit duos discipulos suos. Marcos e Lucas falam de Betfagé e Betânia próximas de Jerusalém. Na realidade não temos certeza de donde estavam situadas as duas vilas ou aldeias, que é como descreve Mateus, Betfagé com a palavra Kome, significando subúrbio também. Num mapa atual o Monte das Oliveiras está ao nordeste do muro leste da cidade de Jerusalém. O caminho desde Jericó o bordeja pelo leste e sul. Ao enfrentar Jerusalém encontramos  ao sul o monte chamado pelos cruzados de Monte do Escândalo. Mateus só menciona Betfagé, a menos de dois quilômetros de Jerusalém. Parece que tanto Betânia (casa dos dateis ou tâmaras) a três quilômetros da grande cidade como Betfagé (casa dos primeiros figos, brevas em espanhol) na metade do caminho entre Betânia e Jerusalém, eram vilas residenciais de sacerdotes. Betânia era a aldeia de Lázaro onde Jesus tinha seus amigos e se hospedava. De Betfagé só conhecemos que estava a menos de uma milha (1600m) de Jerusalém para que os sacerdotes pudessem descansar nos dias de sábado sem infringir a Mishná que mandava serem as distâncias percorridas menos de dois mil côvados (mil metros) e em circunstâncias especiais duplicava-se a distância.

. O JUMENTINHO: Dizendo: ide à vila oposta, na qual entrando, encontrareis um potro atado, sobre o qual nunca homem algum montou; tendo-o desatado trazei [-o] (30). Dicens ite in castellum quod contra est in quod introeuntes invenietis pullum asinae alligatum cui nemo umquam hominum sedit solvite illum et adducite. Este detalhe está claramente explicitado por Marcos e Lucas com a palavra grega Pólos, que é traduzido por colt em inglês e potro ou poldro ao português. Só que, devido ao fato de que estava junto com a mãe, esta atada, tratava-se logicamente de um jumentinho, o Onárion de João. Segundo Mateus encontraram os dois discípulos enviados, talvez Pedro e João (vide Lc 22,8), uma jumenta com seu potro ou jumentinho, aquela atada; ou como diz Marcos (11, 5) um potro atado à porta de fora no cruzamento do caminho. A vulgata traduz ante januam foris in bivio (= diante da porta de fora, na encruzilhada). No lugar de encruzilhada podemos traduzir rua. Como sempre, nestas minúcias, Mateus se dirige pelo afã catequético e metódico-didático, conformando-se o melhor possível com as antigas profecias. Todos ressaltam o jumento como besta de carga e não como animal de guerra.

UMA QUESTÃO: E se alguém vos perguntar por que desatais, assim dizei-lhe: que o Senhor dele tem necessidade (31). Et si quis vos interrogaverit quare solvitis sic dicetis ei quia Dominus operam eius desiderat. É pura lógica que ao tomar como próprio um jumento que tinha seu amo, os discípulos fossem interrogados sobre o fato, que mais bem pareceria um roubo ou apropriação ilícita. Por isso a resposta devia ser clara: O Senhor, isto é o Mestre Jesus, precisa dele. Temos traduzido literalmente para ver a beleza do grego.

ENCONTRARAM O POTRO: Tendo partido, pois, os enviados, encontraram como lhes disse (32). Estando, pois, eles a desatar o potro, disseram os donos dele a eles: por que desatais o potro? (33). Eles, pois, disseram: O Senhor tem necessidade dele (34). Abierunt autem qui missi erant et invenerunt sicut dixit illis stantem pullum. Solventibus autem illis pullum dixerunt domini eius ad illos quid solvitis pullum. At illi dixerunt quia Dominus eum necessarium habet. A Vulgata acrescenta no versículo 32 o potro que estava ali. O resto da narração é de uma lógica real. A resposta dos dois discípulos se ateve ao que Jesus pressentia.

A PROCISSÃO: E o levaram a Jesus e, colocando seus mantos sobre o potro, montaram Jesus sobre ele (35). Ora, marchando ele, esparziam seus mantos no caminho (36). Et duxerunt illum ad Iesum et iactantes vestimenta sua supra pullum inposuerunt Iesum. Eunte autem illo substernebant vestimenta sua in via. VESTUÁRIO: Os judeus usavam só duas peças para se vestir: a túnica vestido interior e o manto ou vestido externo. Lucas fala de Imation [<2440>=vestimentum], termo geral para veste, mas que em especial designava o manto ou capa larga, que era usado também como cobertor para dormir. Os mantos serviram, pois, como sela para um jumentinho que nunca tinha sido montado e ao mesmo tempo como tapete, sobre o qual pisava o animal no pequeno trajeto desde Betfagé até a entrada no templo, pela porta do Oriente, talvez menos de mil metros. O recebimento recorda a passagem de Jeú em 2 Rs 9, 13 em que os chefes do exército deitaram suas capas para que Jeú, atravessando sobre elas, subisse os degraus para ser coroado rei de Israel. Talvez era uma forma de se declarar vencidos ou inferiores à realeza, como os vencidos na batalha, que tinham que se deitar passando o exército vencedor sobre eles, como era costume entre os orientais. De Catão, o de Útica, se diz que seus soldados também espalharam suas clâmides, ou mantos militares, para que sobre eles passasse o general.

A MULTIDÃO: Então aproximando-se da descida do monte das Oliveiras, começou toda a multidão dos discípulos, gozosos, a louvar a Deus com grande voz por todos os fatos de poder que tinham visto (37), dizendo: Bendito o que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto (38). Cum adpropinquaret iam ad descensum montis Oliveti coeperunt omnes turbae discentium gaudentes laudare Deum voce magna super omnibus quas viderant virtutibus, dicentes benedictus qui venit rex in nomine Domini pax in caelo et gloria in excelsis. Lucas limita-se a afirmar que os discípulos, gozosos, louvavam (ainein) a Deus com grande voz por todas as maravilhas [Dynameön <1411>=virtutibus] de que tinham sido testemunhas. O que eles gritavam era: ¨Bendito quem chega como rei em nome do Senhor. Paz no céu e glória nos (lugares ou regiões) mais altos!¨ Esta é a tradução literal. De quem saiu a iniciativa dessa manifestação exultante? A eleição da cavalgadura foi de Jesus. Mas as palavras de exaltação e júbilo foram, sem dúvida, escolhidas pelos discípulos, a começar pelos apóstolos. Eles acreditavam que Jesus entraria como rei messiânico em Jerusalém e começaria logo a reinar. Parte do argumento dessas suas expectativas estavam fundadas nas maravilhas que tinham visto fazer por Jesus, como era a cura do cego de Jericó, a multiplicação dos pães, e a ressurreição de Lázaro, que segundo João (12, 12) era o motivo principal da aglomeração da multidão em torno do Mestre nazareno. Esperava-se o Messias sobre um jumento (ver profecias) vindo em direção de Jerusalém, tal e como afirmava Zacarias. Os discípulos, iletrados eles e rudes de entendimento, provavelmente não sabiam nada sobre a profecia, mas estavam cheios de entusiasmo e esperavam o restabelecimento do Reino de Israel (At 1,6). Quando Jesus pediu um jumento eles imediatamente pensaram na entrada triunfal, especialmente porque o cavalo era próprio dos romanos, como instrumento de guerra, e é possível que não fosse usado na época pelos judeus, que tinham jumentos e dromedários como bestas de carga e não cavalgaduras militares. HOSANÁ: Segundo Marcos, Mateus e João o grito comum das turbas era Hosaná, ( Hosaina em hebraico) que não se traduz por ser uma voz comum dentro das assembleias primitivas cristãs, palavra que chegou até nós na versão latina do Sanctus, o prefácio do cânon eucarístico: Hosanna in excelsis. A palavra original era composta de Hoshiáh (salva) e de náh,( rogo-te,  please em  inglês). A tradução vernácula é: Senhor, dá a vitória; ou dá Senhor, dá o triunfo. O salmo 118 [ou 117 dos setenta] diz entre os versículos 24-26: (24) Este é o dia que o Senhor fez; que ele seja nossa felicidade e nossa alegria! (25) Dá Senhor, dá a vitória! Dá Senhor, dá o triunfo! (26) Bendito seja aquele que entra em nome do Senhor! Nós vos bendizemos desde a casa do Senhor. Já os setenta traduzem o versículo 25 por Ó senhor, salva, pedimos! Ó senhor conduze-nos a bom termo!. Esta minha tradução direta do grego coincide com a da BAC volume IV, e com a Vulgata. Também com  a RA (revista e atualizada) evangélica. No tempo de Jesus, a palavra Hosana já tinha o significado de Viva! S. Agostinho afirmava que tinha o valor de uma interjeição latina, ou seja, um grito de júbilo, como olé ou viva. OS GALHOS: O caminho foi também adornado com galhos que eram tirados das árvores próximas, como dirão Marcos e Mateus, coisa que Lucas não descreve. João ainda diz que portavam ramos de palma, o que parece duvidoso, pois tais árvores não existiam perto de Jerusalém. É duvidoso pensar que os galhos estavam jogados no caminho, o que dificultaria a caminhada, mas nos lados do mesmo tal e como se acostumava fazer na procissão da festa das tendas ou sukoth. BENDITO: É o Eulogemenos, que se diferencia do Makários (feliz ou sortudo). Eulogemenos (bendito por excelência) significa uma qualidade intrínseca que o aproxima à divindade. A palavra está nos quatro evangelistas, sem distinção. A quem se refere? Ao que vem em nome do Senhor, como rei. A realeza está clara e explicitamente indicada em Lucas, Marcos e João; e implicitamente em Mateus quando indica o filho (descendente) de Davi, como termo do elogio, título que era totalmente messiânico. O clamor dos Hosanna in excelsis termina o texto latino, tradução direta do grego em Marcos e Mateus. Já Lucas termina os animados gritos da multidão com sua preferida frase desde a aparição do anjo aos pastores: ¨No céu paz e glória nos mais altos (céus)¨. Os judeus tinham três céus no mínimo, no mais alto encontrando-se a morada de Deus. A ele se refere o upsistois (=excelsis) grego. Sem dúvida, que cada evangelista, preservando a substância dos fatos, leva, como vulgarmente se diz, a água a seu moinho, dando lugar a uma certa flexibilidade em suas afirmações. As aclamações, unidas aos atos simbólicos referidos, mostram o desejo de receber como rei libertador à semelhança de como foi recebido Simão Macabeu (1 Mc 13, 51) após ter conquistado a cidadela de Jerusalém por meios pacíficos. Ele ordenou ser esta data celebrada todos os anos. Lembra também a purificação do templo em 2 Mc 10, celebrada todos os anos no mês de Kislev (dezembro) durante sete dias, à maneira das tendas. Tanto num caso como noutro, eram memórias de aclamar publicamente a presença divina, como soberano, na pessoa de Simão, por exemplo, entre o povo. No caso de Jesus também era o momento de entender essa presença na figura do seu enviado Jesus, o de Nazaré. Se em Jo 6,15, Jesus resiste ao anseio do povo de aclamá-lo rei (fora do tempo e da cidade previstos), agora ele não só deixa fazer, mas participa e colabora, pedindo uma cavalgadura ad hoc.  O povo pensava em armas e vitórias para obter um triunfo político e guerreiro. Jesus, segundo a profecia de Zacarias, pretendia um triunfo pacífico como vítima, e um reino espiritual em que a geografia não recortasse sua influência e o amor dilatasse seu reinado, conquistando os corações. A paz, oferecida no perdão mais generoso, e a humildade, básica na sua submissão aos mais cruéis instintos humanos, e sua obediência à vontade do Pai até a morte na cruz, seriam de agora em diante, também para seus discípulos, as chaves básicas de seu reinado.

NOTA: AS PROFECIAS: Temos Isaías 62, 11 Eis que o Senhor fez ouvir até as extremidades da terra estas palavras: ¨Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu salvador, vem com ele a sua recompensa, e diante dele, o seu galardão¨. E melhor do que esta, Zacarias 9, 9:¨Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí  vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, e num jumentinho, cria de jumenta¨. Parecem dois animais diferentes; temos por isso colocado o e em itálico como ressalte. Mas pode ser que como a palavra profética estava em verso, o e não seja disjuntivo entre duas palavras (jumento e cria de jumenta) mas a ilação entre duas orações (montado num jumento, ou seja um potro de jumenta). Esta última tradução está confirmada com o latim da vulgata: ¨ascendens super asinum et super pullum filium asinae¨. Sem dúvida, que Mateus fez uma interpretação sui generis, duplicando os animais e fazendo com que Jesus montasse ao mesmo tempo sobre dois animais, o que não parece provável. Interessante é que os setenta têm uma tradução diferente do texto hebraico: ¨montado sobre uma besta de carga (daí a distinção com o cavalo que não era besta de carga mas besta de guerra) e (que era) potro (jumento) novo¨. O jumento é, pois um animal de usos pacíficos (daí a humildade do rei). Mas: como vemos na sequencia, o animal em que montou Jesus devia ser novinho, sem conhecer cavaleiro que o montara anteriormente. Cremos, pois, que era só um animal o que escolheram os discípulos, um potro de jumenta, novo,  sobre o qual nunca ainda ninguém tinha montado. Este inciso era para indicar a divindade de Jesus, pois no AT só podiam ser oferecidos em sacrifício animais que não tivessem sofrido jugo. Os rabinos diziam que se Israel fosse puro, o Messias viria sobre as nuvens conforme Dn 7, 13; mas em caso contrário sobre um jumento conforme Zacarias 9, 9. Realmente, a profecia se cumpre nesse dia de modo completo. Se o jumento foi em tempos primitivos animal de cavalaria real ou pelo menos entre os nobres e dignitários como em Gn 22, 3 ou Jz 3, 10, nos tempos de Jesus era um animal humilde próprio de pobres. O quarto evangelista tem um comentário que abunda neste modo de pensar da humildade da cavalgadura: ¨Isto não o entenderam os discípulos; só quando Jesus foi glorificado (após sua ressurreição e ascensão) entenderam o que estava escrito e compreenderam o que eles tinham feito nesse dia¨. Segundo 1 Rs 1, 33 a 45 a cerimônia em que Salomão foi entronizado era após cavalgar sobre um mulo.(pered em hebraico e hemionos em grego) A palavra grega indica seguramente a origem do animal, um meio jumento ou híbrido, seria a tradução, que no Israel pré-bíblico não era permitido por lei procriar, mas que parece ser animal de cavalgadura nos tempos de Salomão. Este, rei pacífico por excelência, era o tipo de Jesus que entrava em Jerusalém como tal e que seria, de um modo especial, coroado na cruz poucos dias depois.

ALGUNS FARISEUS: Então alguns dos fariseus dentre a multidão lhe disseram: Mestre, repreende os teus discípulos (39). Ora,tendo respondido, disse-lhes: Digo-vos que se estes calarem, as pedras gritarão (40). Et quidam Pharisaeorum de turbis dixerunt ad illum magister increpa discipulos tuos. quibus ipse ait dico vobis quia si hii tacuerint lapides clamabunt. Alguns fariseus, que estavam misturados com o povo, pretendem acalmar o entusiasmo dos discípulos, pedindo a Jesus que reprove a conduta dos discípulos. Talvez temendo uma reação violenta dos romanos que vigiavam, desde a torre Antônia, o sucesso. Mas Jesus diz que até as pedras clamariam caso os discípulos calassem. Isso indica claramente que Jesus nesse momento estava colaborando com seu triunfo e que exultava também com os que o aclamavam. As pedras gritarão ou contra eles [os fariseus] ou declarando Jesus como  Messias. Em hebraico pedra [eben<068>] e filho [ben<01121>] são sons parecidos e temos em Mt 3, 9 o trocadilho que compara filhos [ben] com pedras [eben]: não vos digais entre vós somos filhos de Abraão; porque Deus pode levantar destas pedras[ebenim]filhos[benim] de Abraão. Talvez tenhamos uma recordação de Habacuc 2, 11: as pedras dos muros gritarão e as vigas dos madeiros responderão, que parecia ser um provérbio em Israel contra os que fizeram o mal.

PISTAS: 1) Um mesmo relato, é essencialmente narrado com absoluta fidelidade pelos quatro evangelistas. As discrepâncias, não só redacionais e literárias, mas também em pequenos detalhes, servem para indicar procedências diversas na origem das narrações, mais do que rasgos literários nos autores, que também existem. Tudo isso contribui à verdade essencial dos fatos, que não são copiados literalmente, como quem traduz um texto único. É lamentável que os que se intitulam sábios e entendidos, comparem a veracidade dos relatos evangélicos canônicos com as narrações dos apócrifos, dando a estes o mesmo nível de autenticidade que a dos quatro evangelhos tradicionais, como vemos numa revista moderna. Sem dúvida que o motivo último dos evangelistas foi a catequese e a apologia. Mas isso não derruba sua historicidade essencial. Tudo pelo contrário, é nela que se fundamentam. Outra coisa é que existam no dia de hoje, quando o milagre pode ser cientificamente comprovado, aqueles que rejeitam todos os milagres evangélicos, deixando Jesus só com a doutrina, desprovida de autêntica firma divina.

2) Para quem tem lido e estudado desapaixonadamente os quatro evangelhos, uma coisa é certa: São as palavras de Jesus as que revelam máxima coincidência entre os evangelistas, de modo que elas estão na mesma ordem que as palavras de Javé que inspiraram os antigos profetas, quando eles anunciavam: é a palavra de Jahveh. Já nas narrações de fatos e parábolas existem logicamente uma diferença circunstancial que é devida as diferentes recordações. Parece que as palavras de Jesus eram dísticos que a memória facilmente retinha quando não existiam outros meios mnemotécnicos.

3) Qual era a importância deste trecho de hoje para que os quatro o relatassem? Talvez o fato de que Jesus poderia, se quisesse, ter sido o Rei davídico esperado, mas que ele após esse dia triunfal recusou semelhante messianismo, optando por outro em que a vitória viria pelo sacrifício e a cruz.



21.03.2010
V Domingo da Quaresma - ANO C - Roxo

__ “VAI E NÃO PEQUES MAIS” __

Comentário: Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! O "farisaismo" é a doença de quem não se olha no espelho. Todo rosto tem rugas, e por detrás de uma fachada restaurada ocultam-se manchas escuras. Em todos nós existe um sentimento de culpa exacerbado, resultado de um formalismo legalista, de aspectos inconscientes e de educação ilusória. Mas há também um sentimento de culpa que põe o dedo na ferida. As chagas ardem e causam nojo; também aquelas que comprometem toda a sociedade: a prostituição, a delinquencia juvenil, a droga, as mães solteiras. Há as responsabilidades de quem se deixa explorar e há a responsabilidade de quem explora; é uma sociedade sem valores. Também a nós faltam os valores, mas é mais cômodo liberar-se dessa crise de valores procurando bodes expiatórios, e é fácil encontrá-los... A satisfação de lançar a pedra nos faz esquecer de quem somos, nos liberta da responsabilidade e do sentimento de culpa. Assim, fazem-se campanhas contra a prostituição para deixar as ruas limpas; marginalizam-se os drogados, para que não possam censurar a nossa inutilidade; fazem-se casa de correção, para dizermos a nós mesmos que fazemos o possível. Deixamos de ver ou fazer algo por essas pessoas achando que não é nossa responsabilidade e assim nos sentimos limpos, mas o desprezo que tributamos a esses irmãos e irmãs é, para Cristo, acusação contra nós, e o sofrimento deles se torna sofrimento de Cristo. Quaresma é tempo de conversão, que tal começar agora? Entoemos cânticos ao Senhor!

(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)

PRIMEIRA LEITURA (Is 43,16-21): - "Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as conheceis?"

SALMO RESPONSORIAL (Sl 125): - "Maravilhas fez conosco o Senhor,/ Exultemos de alegria!"

SEGUNDA LEITURA (Fl 3,8-14): - "Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente."

EVANGELHO (Jo 8,1-11): - "Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais"



- “Perdão... uma nova oportunidade
    Reflexão do Evangelho por Diácono José da Cruz

Dia desses, quando o time da nossa cidade somava três derrotas seguidas na competição estadual, um torcedor ferrenho, demonstrando certo desânimo, comentou comigo “Acho que não dá mais, o jeito é lutar para não cair para a divisão inferior, pois o sonho da classificação ficou mais longe...” Quando escrevo essa reflexão, o Tigre, como é chamada a nossa equipe, já somou duas vitórias seguidas e está com a classificação quase assegurada nessa mesma competição.

Na nossa vida de Fé, muitas vezes, por causa do desânimo do pecado, nosso e dos outros, paramos de sonhar com o “Céu” e ficamos a vida inteira lutando para não sermos “rebaixados” para o inferno. Será que foi para isso que Deus nos fez? Claro que não! Pois, para quem tem Fé, o “melhor ainda está por vir” e podemos sonhar sim, porque Jesus Cristo, o Filho de Deus acredita em nós, e mais ainda, nos dá condições totais na sua Graça, de alcançarmos a plenitude do Ser, que o Pai criou, á sua imagem e semelhança.

Em nossa sociedade, sempre marcada por uma grande hipocrisia, há certas classes sociais que são condenadas previamente enquanto que outras “castas” podem cometer certos delitos, mesmo no campo moral ou ético, pois gozam de certa imunidade. Mas, os mais frágeis, ou os que com nada podem contar, como é o caso dessa “Mulher Adúltera”, ficam expostos ao ridículo e ao moralismo exacerbado de classes sociais elitizadas, e também, de maneira pecaminosa, por algumas categorias religiosas,que as rotulam de  “irrecuperáveis”, por outro lado, o sistema parece investir muito mais na construção de novos presídios do que em um projeto sério de ressocialização da população carcerária, e quando se gasta na construção de presídios, é como se dissesse ao delinqüente :: “Pode cometer crime a vontade, que vamos construir mais presídios”.

Os escribas e Fariseus, isso é, a classe dominante e pensante, já havia condenado a mulher pecadora, só queriam aproveitar a ocasião e colocar Jesus contra a parede, para também condená-lo, pois um Mestre verdadeiro, no campo da moral e dos bons costumes, concordaria com a Lei de Moisés, pecou, tinha que pagar, e pagar caro, no caso dos fragilizados, ignorados pela lei, e sem nenhum direito.

Eles não acreditavam que aquela mulher pudesse se regenerar, e nem queriam lhe dar uma nova chance, estavam desejosos de mandá-la para o “paredão” e expulsá-la do convívio dos “salvos” e moralmente perfeitos. Uma comunidade verdadeiramente cristã, nunca irá proceder desta forma. Contrariando esse modo preconceituoso de pensar, Jesus de Nazaré, que é o primogênito de toda a criatura, sendo o homem perfeito, e a perfeita imagem e semelhança de Deus, não condena, porque sabe que aquela mulher tem toda possibilidade de se regenerar.

Não condenar, não significa concordar com o pecado, fechar os olhos para a ação pecaminosa cometida pela pessoa, ao contrário, Jesus acredita e aposta todas as suas fichas no ser humano, que é capaz de sair da “armadilha” do pecado, e dar a volta por cima, resgatando a sua dignidade perdida, pois, a partir da Encarnação do Senhor, nenhum homem será mais condenado,  a Salvação por ele oferecida dá essa possibilidade maravilhosa de recomeçar, de levantar-se da queda e seguir em frente, para alcançar o seu destino glorioso que é a Vida Plena na Casa do Pai.

Falta muito, em nossas relações com as pessoas, essa postura de Jesus, que não condena e que sabe perdoar, pois perdão significa uma nova oportunidade, uma nova chance, para a esposa infiel, para o marido que é um traste, para o Filho ou a Filha rebelde, perdido nas drogas, no mundo da marginalidade, para o empregado mau caráter, para o Patrão desonesto, para o corrupto, para a prostituta, há muitos que gritam e imploram por uma nova chance, entretanto, já estão marcados para ser “apedrejados” em praça pública, como aquela mulher. Em nossa sociedade só se investe e se acredita em quem produz em quem é economicamente ativo, em quem tem posses para adquirir bens de consumo, o resto é lixo, e para esse resto não há novas chances ou oportunidades de se reerguer.

Voltando a comparação com o time de Futebol, Jesus Cristo é como aquele técnico paciente, empenhado, e até ousado, que quando todos estão contra, e não acreditam em uma “virada” da equipe, ele trabalha nos treinamentos, procura conhecer as deficiências e o potencial de cada atleta e tem sempre palavras de incentivo “Olha, vamos recomeçar, vocês vão conseguir, eu acredito em vocês, estamos juntos nessa, vamos em frente, vocês tem condições de “virar esse jogo”.

“Mulher, onde estão os que te acusavam?” Ninguém te condenou, nem eu te condeno,. “Vai e não tornes a pecar”. Isso lembra o meu confessor, no retiro que fizemos recentemente, onde, antes da absolvição, disse-me sorrindo, Jesus está lhe dizendo neste momento “Coragem meu amigo, tente de novo, eu estarei contigo, você vai conseguir”. Esse é o nosso Deus, cheio de misericórdia, que ainda aposta todas as suas fichas no Ser humano, porque o ama apaixonadamente.

Não sei se o time de nossa cidade será campeão, certamente é esse o desejo da direção, do seu técnico e da sua torcida. De um modo muito mais intenso, no coração de Deus, manifestado em Jesus, há esse desejo, de que toda a humanidade se salve, para chegar à Vida Plena, Deus acredita em nosso potencial,  foi ele que nos deu a sua Graça santificadora e restauradora, só depende de nós....pois diferente das “oportunidades humanas”, sempre tão “manipuladas” a favor de alguém,  essa Graça Divina é para todos....Basta querer...”Vá e não tornes a pecar, mostra a tua força, o teu valor, mostra a capacidade que tens, na minha graça, de virar  o jogo da sua vida, e deixar que no seu coração, o Bem supremo triunfe!”                    

José da Cruz é diácono permanente da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim - e-mail:jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Pe. Françoá Rodrigues – V Domingo da Quaresma (Ano C)

Acusados pela própria consciência”

Esta expressão é do Evangelho desse domingo: às palavras de Jesus, os escribas e os fariseus “sentindo-se acusados pela própria consciência” retiraram-se (Jo 8,9). Está claro que tanto a mulher quanto aqueles zelosos custódios da lei de Moisés sentiam-se acusados, quiçá também se viam acusados todos aqueles que vieram para escutar a Jesus e inclusive o homem que cometeu adultério com aquela mulher. A consciência da mulher adúltera a acusava; talvez, no começo, menos por ter pecado contra Deus que pelo fato de ter sido flagrada. Ao encontrar-se com Jesus, aquela mulher foi mudando de atitude: tendo a Jesus diante de si, escrevendo no chão algo desconhecido, numa atitude paciente e acolhedora, a mulher adúltera foi percebendo que estava diante de alguém que a compreendia de verdade.

A consciência dos fariseus e escribas também não os deixava em paz, eles tinham a Jesus diante de si, também contavam com a compreensão do Senhor e, no entanto, não se arrependeram. Sentiram-se acusados sem arrependimento. De fato, existem momentos em que podemos sentir-nos acusados sem nenhuma referência a Deus, simplesmente por orgulho e amor próprio. Essa “acusação da consciência” não começa nem termina em Deus.

Aproximemo-nos cada vez mais do “do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar graça de um auxílio oportuno” (Hb 4,16), pois faltam poucos dias para que celebremos a Páscoa do Senhor, o acontecimento central da história da humanidade. Nesses dias, estamos procurando receber a graça e a misericórdia no sacramento da confissão. Daí a importância de que nos sintamos acusados no mais íntimo do nosso ser; que a nossa consciência, esse sacrário de Deus donde ele nos fala, se sinta sacudida nesses dias.

Não tenho dúvida que o irmão que tem esse texto diante dos olhos nesse exato momento sabe o que é o exame de consciência. Caso me permita, vamos falar um pouco mais dessa prática cristã tão antiga e tão atual. Ao examinar-nos todos os dias, deveríamos pedir ao Senhor que nos ajude a ver as nossas atitudes como ele as vê: os nossos pensamentos, as nossas palavras, os movimentos mais íntimos do nosso coração e todas as nossas ações. Desta maneira, a acusação que a consciência provoca em nós diante duma ação má, começará e terminará em Deus provocando uma espécie de tristeza salutar: “a tristeza segundo Deus produz um arrependimento salutar de que ninguém se arrepende, enquanto a tristeza do mundo produz a morte” (2 Cor 7,10).

O exame de consciência, especialmente para os que começam com essa prática piedosa, poderia reduzir-se a três perguntas. A primeira: o que eu fiz de bom no dia de hoje? Essa pergunta ajuda não só a dar glória a Deus por todo o bem que ele nos fez, mas também a ser otimistas e não ficar pensando que tudo vai mal. Não é falta de humildade reconhecer os nossos talentos e dons se esse reconhecimento vai acompanhado de ação de graças: obrigado, Senhor! Segunda pergunta: o que eu fiz de mal? Neste momento veremos, com calma e dor de amor, que ofendemos o nosso Deus que é amor, que somos ingratos, que pecamos: perdão, Senhor! A terceira pergunta inclui o desejo de alcançar algumas metas na vida espiritual: o que eu posso fazer melhor? Muitas coisas, mas é preciso especificar: amanhã não xingarei, terei mais paciência com o meu patrão, não ficarei olhando as mulheres que passam pela rua, não darei “patadas” nos outros etc. Peça: ajuda-me, Senhor! Termine com um ato de contrição: “Senhor Jesus, Filho de Deus, tende piedade de mim, que sou um pecador.” Amanhã, será um dia melhor. Ah, se você percebeu que precisa se confessar, não perca tempo: peça hoje mesmo o Sacramento da Confissão.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético – V Domingo da Quaresma - Ano C

feito por Pe Ignácio, dos padres escolápios (extraído do site http://www.presbíteros.com.br)

Segunda Leitura - EPÍSTOLA AOS FILIPENSES 3, 8-14

INTRODUÇÃO: Paulo descreve a nova vida do cristão em dois aspectos fundamentais: 1) Um conhecimento novo de Cristo, que é pessoal e íntimo, de modo a ver todo o resto como lixo, especialmente sua vida anterior, determinada pela Lei Mosaica. 2) A cooperação que deve existir entre o cristão e a vida de Cristo, como paradigma esta última, do caminho que nos toca viver e andar na terra até o prêmio final: Cristo é padecer antes de triunfar.

VERDADEIRAS PERDAS: Porém, certamente, também, estimo tudo ser perda por causa da superioridade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por quem todas as coisas são perda e estimo serem imundícies a fim de ganhar Cristo (8). Verumtamen existimo omnia detrimentum esse propter eminentem scientiam Iesu Christi Domini mei propter quem omnia detrimentum feci et arbitror ut stercora ut Christum lucri faciam. Paulo está falando de que a Lei, a circuncisão, a tribo, a justiça e o cumprimento das tradições de tudo isso derivadas, nada valem para ele desde que encontrou Cristo e o conheceu como seu Senhor e Salvador. No lugar de considerar isso como valor, considera-o como PERDA [Zëmia<2209>=detrimentum], um trabalho não só inútil, mas de lucro negativo: o oposto a ganho. E  a causa dessa nova estima é a SUPERIORIDADE [uperechon<5242>=eminens]; na realidade é o verbo Uperechö em forma de particípio do presente, que o latim traduz com propriedade como eminente. CONHECIMENTO: [Gnösis <1108>=scientia] é um profundo saber da pessoa e da vida de Cristo,  o Ungido [Messias] que para Paulo era seu Senhor, seu Kyrios, substituindo o Deus Jahveh do AT. Conhecimento que é muito mais do que simples saber intelectual, e se transforma na íntima amizade e vida em e por Cristo. Paulo explica sua consideração de perda, como sendo o mais desprezível para um homem e especialmente para um judeu, tão estritamente observante da pureza legal. Tudo o que era seu orgulho anterior, agora é como IMUNDÍCIES [skybala<4657>=stercora] os dejetos ou excrementos, estrume como diz a Vulgata, ou seja, o mais desprezível que um ser humano possa desejar. Tudo o que Paulo desejava e do qual ele se ensoberbecia agora deve desprezá-lo a fim de GANHAR [kerdainö <2770>=lucri facere] CRISTO. Éganhar sua amizade, é ser seu discípulo tendo a vida pautada por seus ensinamentos e dirigida por seu espírito, de modo que para ele viver é Cristo (Gl 2, 20).

VERDADEIRA JUSTIÇA: E ser achado nEle, não tendo minha justiça, a da parte da Lei; mas a mediante a fé em Cristo, a da parte de Deus, justiça (fundada) sobre a fé (9). Et inveniar in illo non habens meam iustitiam quae ex lege est sed illam quae ex fide est Christi quae ex Deo est iustitia in fide. Paulo explica agora a diferença que existe entre a JUSTIÇA [dikaiosynë<1343>=iustitia] que provém da Torah ou Lei [Nomos <3551>=lex]. Justiça, no sentido bíblico, é o estado de inocência ou falta de pecado, diante de Deus. Paulo afirma que se a Torah é cumprida estritamente, de modo a não haver transgressões, essa justiça pode ser adquirida teoricamente; mas, na realidade, como essas transgressões existem, todos pecam (Rm 3, 9) é impossível agradar a Deus, seguindo a antiga Lei. Pois todo homem julgado por esta, sempre encontrará o pecado em si e não a justiça. A Lei se transformou num guia para descobrir  o pecado (Rm 7, 7) ou um aio [pedagogo] para nos conduzir a Cristo (Gl 2, 24). Paulo encontrou em si mesmo essa lei do pecado que o transformou em injusto diante  de Deus (Rm 7, 21 e 8, 2). E encontrou na FÉ [Pistis <4102>=fides] em Cristo, que ele diz é um presente ou dádiva de Deus, a nova justiça que não depende das obras humanas ou da prática da Lei [especialmente da circuncisão], mas da fé. Não entramos a definir essa fé que tem como base a ressurreição de Cristo que o transforma em Senhor de nossas vidas e que se expressa inicialmente no batismo, que nos submerge no espírito de Deus, para nascer uma vida nova, conforme com a vontade do Pai.

A FÉ: Para conhecê-lo e a força de sua ressurreição e a participação dos seus padecimentos sendo conforme com sua morte (10). Ad agnoscendum illum et virtutem resurrectionis eius et societatem passionum illius configuratus morti eius. Paulo dá aqui uma definição da fé cristã, a começar pelo CONHECIMENTO [Gnönai<1097>=agnoscendum] dEle. Impossível atuar às cegas. Devemos antes conhecer o fim e os meios; e o fim é Cristo Ressuscitado. Essa fé tem sua base na FORÇA [Dynamis<1411>=virtus] de sua ressurreição. Sobre esta matéria, Paulo admite a divindade de Jesus (1 Cor 15, 4) assim como a verdade da mesma em todos os crentes (1 Cor 15, 12) e de modo especial proclama a ressurreição corporal de todos os que em Cristo morrem (1Cor 15, 21) e nisso consiste a força de sua ressurreição (Ef 2, 6). Porém a fé não é só dádiva e mercê de Deus; é sinergia e PARTICIPAÇÃO [koinönia<2842>=societas] do homem nessa vida exemplar de Cristo: Quem quiser ser meu discípulo tome sua cruz e me siga (Mt 10, 38) -dirá o Mestre. E Paulo ainda acrescenta mais uma razão: preencher o que resta dos sofrimentos de Cristo na sua carne (Gl 1,24). Mais ainda: devemos ser CONFORMES [symmorfoumenos<4843>= configuratus] com a morte de Jesus, como ele diz que foi crucificado com Ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído e não sirvamos ao pecado como escravos (Rm 6, 6).

Se, pois, o alcançar, (será) para  ressurreição dentre os mortos (11). Si quo modo occurram ad resurrectionem quae est ex mortuis. Como diz em outra ocasião, quem está firme veja que não caia (1Cor 10,12). Paulo sabe de sua debilidade e por isso declara SE o ALCANÇAR [katantëö <2658>= occurram]. A ressurreição, dirá na continuação, é um prêmio que, na diferença dos que correm no estádio, não é para um só mas para todos os que correm (1 Cor 9, 24). É lógico que essa ressurreição é também corporal e para o bem da pessoa como foi em Cristo.

AINDA NÃO: Não que já alcancei ou já está terminado; mas persigo, se o alcanço naquele que sou alcançado por Cristo Jesus (12). Non quod iam acceperim aut iam perfectus sim sequor autem si conprehendam in quo et conprehensus sum a Christo Iesu. Paulo fala da ressurreição como de um prêmio que está por terminar, mas para o qual é necessária a intervenção de Cristo. Paulo nunca olvida que ele foi alcançado ou conquistado diríamos hoje por Cristo no caminho de Damasco. E nesse Cristo que o amou primeiro e por ele se entregou (Gl 2, 20), encontrou a razão de sua vida e o motivo de seu trabalho evangelizador; entrega que ele imitou em sua vida e da qual este versículo é testemunha. Realmente, o Senhor o alcançou como se prende um pássaro no alçapão. Prisioneiro de Cristo ele se declara e imitador de seu Senhor em padecimentos e morte.

FINAL: Eu corro para o alvo, prossigo para o prêmio da vocação do alto da parte de Deus em Cristo Jesus (14). Paulo abandonou tudo por Cristo e nele é que espera do alto o prêmio definitivo, dado aos que correm, chamados por Deus como ministros do evangelho.

Evangelho (Jo 8, 1-11)

A ADÚLTERA

O ADULTÉRIO NO AT: A mulher era considerada uma propriedade do marido, a mais íntima e peculiar. Por isso o adultério (Naapup em hebraico e Moicheia em grego) mais do que um pecado de luxúria era um pecado contra a propriedade.  Considerava-se adultério a comunicação sexual com a esposa ou prometida de outro homem. Não é o mesmo que Zaná referida a relações heterossexuais ilícitas, também como o substantivo Nakriyá que em Provérbios 5, 20 significa a relação com uma prostituta. O sétimo Mandamento: Não adulterarás; exige pureza sexual (Êx 20, 14) e apresenta o adultério como um crime repugnante contra Deus em Jó 31, 11: ¨Que minha mulher moa a farinha para outros e que se encurvem outros sobre ela é um crime hediondo, delito submetido à punição dos juízes¨.É a ruptura de um contrato feito diante de Deus que constitui uma desonra a Deus, pois coloca a vontade do homem acima da de Deus pois os dois se tornam uma só carne (Gn 2, 24). Em  Pr 2, 17 o casamento é uma aliança perante Deus e o adultério é  o pior tipo de roubo, pois é o roubo da própria carne, semelhante ao homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida (Dt 22, 26) O adultério torna o adúltero um jumento selvagem (Jr 5, 8). Por isso era passível de morte: Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, serão mortos o adúltero e a adúltera (Lv 20, 10). O método de aplicar a pena capital era queimar a pessoa (Gn 38, 24) como Judá queria fazer com sua nora Tamar. Mas depois, a exemplo de Lv 19, 20, o apedrejamento foi o método escolhido, imitando Dt 22, 23 em que no caso de uma virgem desposada e dentro da cidade, o adultério seria punido com o apedrejamento às portas da mesma cidade,  eliminando assim o mal de Israel. O adultério é simbolicamente figura da idolatria (Ez 16, 32).

APEDREJAMENTO: 1o Na TORÁ: O apedrejamento era sinal de desprezo e gesto de hostilidade, como 2 Sm 16, 6 em que Semei fica atirando pedras em Davi. Apedrejamento em hebraico é Sakal ou Ragam. Em grego Lithoboleo (= jogar pedras).O rei Acab fez com que Nabot fosse apedrejado até a morte para ficar com sua vinha, dando como motivo a blasfêmia conta Deus e o rei (1 Rs 21, 10). Segundo a Lei, o boi que matasse alguém devia ser apedrejado até a morte (Êx 21, 28). Moisés determina o apedrejamento de quem adorasse outros deuses (Dt 13, 10). O sacrifício dos filhos a Molok era também penado com o apedrejamento (Lv 20,2). A imoralidade física de uma jovem, tendo relações na casa do pai antes do matrimônio, também era condenada da mesma maneira à morte (Dt 22, 21). Em Josué 7, 25 Acã e sua família foram apedrejados por se apropriarem daquilo que estava sob o interdito divino. O apedrejamento era responsabilidade da comunidade no seu todo e se dava sempre fora da cidade, como no caso do blasfemo (1 Rs 21, 10). Um filho desobediente e incorrigível devia ser castigado da mesma forma pela comunidade (Dt 21, 18-21). Era para evitar o mal dentro da comunidade e impedir que a mesma fosse castigada por um mal que se considerava gravíssimo por causa da contaminação possível a todo o povo. Era como uma peste que nos tempos modernos se evita com a morte dos afetados. As testemunhas deviam impor as mãos sobre a vítima (Lv 24, 14) e atirar a primeira pedra (Dt 17, 5-7). No código de Hamurabi temos também os mesmos tipos de delitos condenados com a pena máxima. Só que na Mesopotâmia,  como no Egito, a falta de pedras, abundante na Palestina, obrigava a outras maneiras de morte, como a fogueira em que o povo podia participar. Parece que nos tempos de Jesus a lapidação era o castigo imposto segundo Ez 16, 37-40. 2o A MISHNÁ: Admitida a pena de morte pelo adultério, e o homossexualismo (yebamot 8,6), a tradição distingue 4 diferentes penas de morte, apedrejamento, fogueira, estrangulamento e decapitação, e escolhe o apedrejamento para os adúlteros; pena que, segundo alguns doutores, era pior que a morte por fogo. A tradição afirmará que após o apedrejamento, o réu será pendurado;  porém o cadáver não poderá ficar no madeiro durante a noite.

JESUS MESTRE: O título era o de Rabi (mestre meu) ou em aramaico Rabôni, tal e como Maria de Magdala o chamou (Jo 20, 16). Será o Didáskalos grego ou Epistates segundo Lucas, tendo nesta última acepção o significado de Máster inglês. Ou seja, homem com autoridade intelectual e ao mesmo tempo moral de direção. Nós o vemos no evangelho de hoje como um verdadeiro mestre, sentado entre as colunas do pórtico de Salomão no lado oriental do templo. Na última semana de sua vida, já desde o início do dia, Jesus ensinava no templo (Lc 21, 37), tendo como ouvintes principais seus discípulos. E nessas circunstâncias, foi abordado pelos escribas e fariseus que lhe apresentaram uma mulher apanhada no ato do adultério.

A ARMADILHA: A pergunta tinha uma resposta clara segundo a Torá e a tradição ou Mishná. Porém existiam umas conclusões que podiam colocar em situação crítica aquele que respondesse legalmente à pergunta solicitada. Caso Jesus desse uma resposta afirmativa, ele seria condenado pela autoridade romana como executor de uma sentença de morte, à qual não tinha direito; e, portanto seria punido como um assassino. Caso sua resposta fosse negativa, Jesus seria condenado como quem despreza a lei pátria e seu desprestígio seria máximo entre os judeus ortodoxos, com uma reputação totalmente negativa que o aniquilava como mestre em Israel.

1ª RESPOSTA: Jesus nada responde e se inclina para escrever no chão como quem desenha letras sem sentido, na terra. Ele se desentende de um problema que não é seu e que não tem por que responder, pois ele não tinha testemunhado o adultério e não era juiz no caso, que, como caso de morte, seria o sinédrio quem o julgaria. Eram as testemunhas que deveriam atuar através da denúncia ao juiz e atirando as primeiras pedras, para que o povo respondesse e assim evitar o mal que do contrário, contaminaria todo o povo (Dt 22, 22). É costume entre os árabes fazer traços com o dedo quando o que estão escutando não é de seu interesse. É possível que Jesus atuasse em consonância com esta última suposição. Por isso os acusadores insistem. Uma outra suposição é que ele escreveu os pecados dos acusadores, ou  a maldição de Nm 5, 21 correspondente às águas amargas do juízo de ordálio da mulher suspeita; mas parece improvável porque o resultado do caso é a absolvição por ausência de testemunhas.

2ª RESPOSTA: Para entendê-la, devemos buscar precedentes na tradição e na Lei. Segundo o que temos visto em parágrafos anteriores, as testemunhas eram as primeiras pessoas a atirar as pedras que deviam ser dirigidas ao coração da vítima para acabar de imediato com sua vida. Quem estiver sem pecado entre vós atire a primeira pedra. Segundo a Mishná os homens adúlteros eram na época tantos que se deixou de aplicar a lei das águas amargas. Esta prescrição consistia em misturar cinza com água e dar de beber a mistura à mulher que o marido considerava ciumentamente adúltera, mas que não tinha testemunhas apropriadas, ou uma só testemunha, ou sua palavra única. Antes de dar a bebida o sacerdote escrevia uma maldição que devia ser apagada na  água amarga, segundo lemos em Nm 5, 20ss. Caso a mulher fosse culpada a mistura devia produzir inchaço do ventre e esterilidade, definhando seu peito. A resposta de Jesus deixa em primeiro lugar como responsáveis as testemunhas. Ele se ausenta do julgamento e o deixa nas mãos dos acusadores que agora se tornam acusados. Por isso continua escrevendo e desentendendo-se do caso.

A RETIRADA: Tinham toda a conformidade do Mestre, mas existia uma condição que aparentemente não se cumpriu: O sem pecado entre vós, seja o primeiro a lhe atirar a pedra. Ninguém esperava esta resposta que respeita a lei e não é um mandato, mas um aviso e uma lição. De fato não podemos condenar se somos culpados do mesmo delito. A Jesus lhe atacam com a lei e ele contra-ataca com a consciência, que é a lei suprema para todo homem em particular. Que aconteceu dentro da consciência dos acusadores? Por que começaram a desfilar, a começar pelos mais velhos? Alguns manuscritos, querendo explicar a fuga acrescentam ¨convictos por sua consciência¨. Sêneca dizia da mesma que é o juiz mais rigoroso que podemos encontrar. Os mais velhos foram os primeiros. Efetivamente os jovens são como discos novos em que o pecado inicia seu caminho de vício e rasura com a ação repetitiva  a consciência do indivíduo. Os mais velhos não são mais pecadores, mas os que acumulam maior número de pecados. Por outra parte, uma testemunha, para ser verdadeira, devia (segundo a lei) ter uma conduta ilibada, uma palavra acreditada, fora de toda falácia. Não eram as razões e as palavras, mas o peso da pessoa o que dava à testemunha valor e crédito. E uma vez retirados os mais velhos, os jovens nada tinham que fazer. Os mais velhos entenderam por experiência que agora eram eles, as testemunhas, as que passavam de declarantes a juízes e o processo e a condenação estava transferido de Jesus a eles mesmos. Jesus não poderia ser incriminado nem pela relaxação da lei de Moisés, nem pela execução de uma pessoa que a lei romana não permitia na época. Toda a montagem urdida contra Jesus acabava de ruir com a mudança de responsabilidade que de Jesus passará agora às testemunhas acusadoras. Nada havia, pois, a fazer. E numa sociedade em que os presbíteros tinham a voz cantante, os mais novos se encontram sem suporte suficiente para atuar. A morte da adúltera não era o motivo principal da denúncia, pois o que pretendiam era a implicação de Jesus na morte da mesma. Faltando este último, o teatro urdido desmoronava como um castelo de cartas.

O PERDÃO: Como diz S Agostinho, ficaram a sós a miséria e a misericórdia. Se ninguém a condenava Jesus tampouco a condena. A lei divina foi transformada por esta sentença, sempre que o arrependimento seja sincero e o acompanhe o propósito de não pecar mais, o perdão será absoluto. O passado é apagado e o futuro só depende do presente e das disposições do momento. A memória servirá para enaltecer a bondade de Deus que perdoa, sem exigir compensações e reditos pelo passado.

PISTAS: 1) A sabedoria de Jesus dá um xeque-mate a quem pensava tê-lo enredado em suas redes mortais. E é precisamente por meio de uma consciência, que aparentemente estava inoperante, que os mais velhos reconhecem seu erro e retiram sua denúncia. Como está nossa consciência quando censuramos o próximo pelos mesmos delitos que nós usualmente cometemos?

2) Muitos problemas teriam solução, caso fossem nossos e não pretendêssemos resolver os do próximo. Porque neste os contemplamos para criticá-los e não para ajudá-los.

3) O perdão divino é mais amplo do que nós geralmente acreditamos. Só exige que tenhamos a vontade de não optar mais pelo mal.

4) O pecado dos outros é sempre patente aos nossos olhos e rapidamente formamos um juízo de condenação. O nosso é invisível e dificilmente vemos o mal que causamos.

5)Nem sempre a idade é critério de bondade. Geralmente o bem é uma conquista de uma luta diária e constante. Quando um homem honrado envelhece, ele se torna um ancião; quando um canalha envelhece, ele é apenas um velhaco que já viveu muito (Walther Waeny).



Espaço reservado para o próximo domingo...


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QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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