GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
24.05.2015
Solenidade de Pentecostes — ANO B
( VERMELHO, GLÓRIA, SEQUÊNCIA [NA MISSA DO DIA], CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE )
__ "Vinde, Espírito Santo, e renovai a face da terra" __
NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGELHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O mistério da presença e da ação do Espírito Santo é perceptível na criação e na redenção. Já no segundo versículo da Bíblia, lemos: “o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. A ação dele é perceptível na esfera da existência e da salvação; nos indivíduos e na Igreja, nas almas e nos corpos; nos homens e na vida animal. É essa a lição que aprendemos hoje. Barulho, vento, fogo e unidade de línguas. Agora uma só língua é falada e é entendida por todos e todos, em línguas diversas, louvam o único Deus no seio da única Igreja. Só pela força do Espírito vem a fé para se poder dizer que Jesus é o Senhor. Só pelo Espírito, pessoas diversas, com carismas diversos, formam o único corpo místico. É pela força do Espírito que os nossos pecados são perdoados e a salvação acontece. Cantemos Aleluias por este maior dom que recebemos do Pai e do Filho.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: No dia de Pentecostes a Igreja se apresenta ao mundo como uma comunidade de amor. Que essa identidade, que lhe dá o senso de família, seja preservada até o fim dos séculos.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O Espírito nos tira da dispersão e nos re- úne numa assembleia de irmãos, com vários dons e ministérios para ouvir a Palavra e viver a alegria da partilha e da comunhão. É também o Espírito Santo que transforma o pão e o vinho nos sinais da páscoa de Cristo e nos une, todos cristãos, num só corpo, revestindo-nos da força do alto para renovarmos a face da terra. Cada celebração é um novo Pentecostes. Pentecostes é a festa da plenitude da páscoa. O Espírito profético de Jesus torna-se o grande DOM da Igreja, tornando-a comunidade da proclamação e do testemunho! Bendizemos ao Pai porque o Espírito Santo abriu e revelou a todos os povos, raças e nações o mistério que estava escondido desde sempre e reuniu todos na alegria da libertação. Somos hoje revestidos da força deste Espírito para sermos testemunhas alegres e corajosas do Cristo Ressuscitado. É chegado o grande dia de Pentecostes; dia em que a força de Deus resplandeceu de forma sacramental, porque o amor foi derramado nos corações pelo Espírito Santo que nos foi doado (Rm 5,5.) Todas as nações compreenderam a Palavra de Deus, comunicada em todas as línguas, porque era mediada pelo Amor. Hoje, na Catedral, os jovens crismados e os que se preparam para a Crisma se reunirão para a celebração eucarística de Pentecostes. Estejamos unidos a eles e a toda a Igreja, que celebra o cume do Mistério Pascal de Cristo e a salvação que o Filho de Deus trouxe para toda a humanidade.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e meditemos profundamente a liturgia de hoje!
(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
PRIMEIRA LEITURA (Atos 2,1-11): - "Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles."
SALMO RESPONSORIAL 103(104): - "Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai."
SEGUNDA LEITURA (1 Coríntios 12,3-7.12-13): - "Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito."
EVANGELHO (João 20,19-23): - "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós."
Homilia do Diácono José da Cruz – Domingo de Pentecostes — ANO B
"RENASCIDOS NO ESPÍRITO"
Quando se capricha na reforma de uma casa antiga, mudando totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela ficou como nova, a esse respeito, lembro-me também do tempo em que a compra de um sapato novo era onerosa e a gente optava por levar o velho ao sapateiro, que colocava meia sola, passava uma tinta, dava um brilho e quando ia buscar, era como se fosse um sapato novo, e um último exemplo, um dos carros que tive foi uma Brasília, que em certa ocasião mandei fazer uma reforma caprichada e ao sair com ela da oficina, dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nesses três casos, a palavra NOVA é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e a Brasília, continuaram velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito de Deus realiza em nós, não é uma reforma de fachada, não somos uma casa velha reformada, mas nele somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser realmente novas criaturas, porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma conhecimento dessa verdade, fica confuso como Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que podia um homem, sendo já velho, nascer de novo, e se era necessário entrar novamente no útero materno. Nas leituras da missa da vigília, e do domingo de Pentecostes descobrimos que esse renascimento e essa renovação não dependem do homem, mas é iniciativa de Deus. Quando celebramos Pentecostes estamos na verdade celebrando o renascimento de todo gênero humano, a renovação de toda humanidade, onde o homem, consciente e crente desta renovação, se une a seu Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na Igreja, que é o Povo da Nova Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêem e vivem segundo o Espírito, vivenciando um amor que se traduz em serviço, impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e particular que têm exclusividade sobre o Espírito Santo, monopolizando seus dons e carismas, o Espírito é derramado sobre todos e não canalizado para alguns em particular como pensam algumas correntes religiosas. Todos os textos que ilustram essa Festa de Pentecostes, da missa da Vigília e da própria Festa, não deixam margem para dúvidas a esse respeito. “Derramarei o meu Espírito sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1) “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o barulho, juntaram-se á multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria língua” (Atos 2, 4-5) Através do seu Espírito que é único, Deus se comunica com todos os homens no pluralismo de valores, de culturas e religiões, em uma única linguagem!
No espírito descobrimos que somos todos iguais embora queiramos parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do Espírito, derrubaríamos por terra todas as barreiras que nos separam e homens de todas as nações, culturas e religiões, iriam se dar as mãos e em uma única voz cantariam um único louvor, ao único e verdadeiro Deus, reunidos em uma única Igreja que já não seria mais este ou aquele templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as entranhas do homem. Eis aí algo esplendido que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos renovamos porque Deus em seu Espírito Santo, entra em nós. “Nossos ossos estavam secos, nossa esperança havia acabado , texto que em Ezequiel 17, mostra não só a situação de um povo, que tinha perdido a sua identidade de povo de Deus, mas da própria humanidade, que sem Deus não consegue sonhar, ou esperar nada de bom, mas só tem pesadelos, e neste mesmo texto vemos a maravilhosa profecia “Porei em vós o meu Espírito para que vivais... E os anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão” isso significa que todos, jovens e velhos poderão esperar algo novo, uma nova e feliz realidade.
Essa possibilidade se concretizou ao anoitecer daquele dia, quando Jesus soprou sobre a comunidade dos discípulos, concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio Espírito. Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma Igreja que na força do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que estavam fechadas e saiu em missão para anunciar a todos os homens essa verdade, que o Espírito do Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e mais abundante que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e tomar consciência dessa verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor habita nele em Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos da caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e mansidão. Você já fez essa experiência? (Domingo de Pentecostes)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – Domingo de Pentecostes — ANO B
“Espírito Santo: Senhor e doador de vida!”
Veni, Sancte Spiritus! – Vinde, Espírito Santo! "Sem a vossa força e favor clemente, nada há no homem que seja inocente": são umas palavras da sequência de Pentecostes, composta por John Dunstable (1380-1453) e que foi provavelmente entoada na coroação do rei inglês Henry VI, em Paris, em 1431. Toda a Igreja clama: Vem, Espírito Santo! "Ó Deus (…) derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo, e realizai agora no coração dos fiéis as maravilhas que operastes no início da pregação do Evangelho" (oração coleta da Missa do dia de Pentecostes).
O Espírito Santo foi chamado alguma vez de "O Grande Desconhecido" (São Josemaria Escrivá, Caminho, 57). Isso me faz lembrar aquela passagem dos Atos dos Apóstolos na qual Paulo ao chegar a Éfeso, ao conversar com alguns discípulos lhes pergunta: "Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé" Respondem eles da seguinte maneira: "Mas nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo" (At 19,2). Dá a impressão muitas vezes que alguns cristãos nem sabem se existe um Espírito Santo. Quem é o Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é "o Senhor e Doador de Vida, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho recebe uma mesma adoração e glória e que falou pelos profetas". O Espírito Santo é Deus, como o Pai é Deus e como o Filho é Deus. Ele é o Paráclito, o Consolador, enviado por Cristo para comunicar-nos a vida divina. É ele quem nos introduz no Mistério de Cristo, é ele quem nos dá a graça, as virtudes da fé e da esperança e da caridade, os dons e os frutos. Quem é o Espírito Santo É aquele que mora em você, o doce hóspede da sua alma, foi ele quem o fez templo de Deus, filho de Deus, membro da Igreja, quem lhe deu a salvação, a justificação e a vida eterna. "Desde o nascimento da Igreja, é ele quem dá a todos os povos, o conhecimento do verdadeiro Deus; e une, numa só fé, a diversidade das raças e línguas" (prefácio de Pentecostes).
Não podemos ignorar o Espírito Santo e seu poder. Quando o Espírito Santo vem habitar em nós vem com o Pai e com o Filho.
Santa Teresa conta que, ao considerar certa vez a presença das Três divinas Pessoas na sua alma, "estava espantada de ver tanta majestade em coisa tão baixa como é a minha alma", e então o Senhor disse-lhe: "Não é baixa, minha filha, pois está feita à minha imagem" (Santa Teresa, Contas de consciência, 41, 2). Nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Quis Deus que essa semelhança fosse semelhança mesmo e nos fez participar de sua natureza divina. É pelo Espírito Santo que nós participamos da natureza divina. "Como não dar graças a Deus pelos prodígios que o Espírito não cessou de realizar nestes dois milênios de vida cristã? O evento de graça do Pentecostes tem, com efeito, continuado a produzir os seus maravilhosos frutos, suscitando em toda a parte ardor apostólico, desejo de contemplação, empenho em amar e servir com total dedicação a Deus e aos irmãos. Ainda hoje o Espírito alimenta na Igreja gestos pequenos e grandes de perdão e de profecia, dá vida a carismas e dons sempre novos, que atestam a Sua ação incessante no coração dos homens" (João Paulo II, Homilia do Domingo de Pentecostes de 1998).
Pentecostes já era uma festa celebrada pelos judeus cinquenta dias depois da Páscoa. No começo era uma festa na qual se dava graças a Deus pela colheita da cevada e do trigo, era uma festa agrícola. Já no século I, porém, tornou-se a festa que celebrava a aliança (o dom da lei e a constituição do Povo de Deus). Cinquenta dias depois da Páscoa, os discípulos de Cristo recebem o Espírito Santo, a lei na nova aliança no sangue de Jesus. Também o Espírito Santo constitui a nova comunidade do Povo de Deus, a Igreja.
Nela, todos devem estar unidos em Cristo e na força do Espírito Santo. As línguas de Pentecostes significam essa unidade do Povo de Deus. Pentecostes é, então, o reverso de Babel (cf. Gn 11,1-9); em Babel, a dispersão, aqui, a unidade. O Espírito Santo, que é o amor do Pai e do Filho, é também amor entre nós. Lembremo-nos que é sempre o amor que une os corações. O amor, por ser conhecido propriamente somente pelos que se amam, é sempre muito discreto. Daí a discrição do Espírito Santo: sua missão é levar a Palavra de Jesus, ajudar a Igreja para que anuncie destemidamente a Palavra da salvação, Jesus Cristo. Isso condiz com o Espírito Santo que é amor, já que o autêntico amor sempre pensa mais no outro que em si mesmo.
A Igreja precisa estar unida. Hoje terminamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos; findamos a semana, não a oração pela unidade dos cristãos. Todos nós, discípulos de Cristo, precisamos – é importante para nós e para a evangelização – viver bem unidos: uma só fé, os mesmos sacramentos, um só governo: o do Papa e o dos Bispos em comunhão com ele. A divisão é vergonhosa para nós. "Celebrai, pois, este dia como membros do único corpo de Cristo. E não o celebrareis em vão, se realmente sois aquilo que celebrais, isto é, se estais perfeitamente incorporados naquela Igreja que o Senhor enche do Espírito Santo e faz crescer progressivamente através do mundo inteiro. (…) Esta é a casa de Deus, edificada com pedras vivas. Nela o Eterno Pai gosta de morar; nela seus olhos jamais devem ser ofendidos pelo triste espetáculo da divisão entre seus filhos" (Dos Sermões de um Autor africano anônimo do séc.VI).
As línguas de fogo no dia de Pentecostes simbolizam a unidade da Igreja, ela falaria todas as línguas com a sua expansão; no entanto, essa que falaria todas as línguas encontra-se toda ali, unida. Essas línguas são de fogo. "O fogo simboliza a energia transformadora do Espírito Santo" (Cat. 696). Também ao Espírito Santo poderia aplicar-se o simbolismo da água, que significa "o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo" (Id.). Nós experimentamos a água e o fogo, ao mesmo tempo. Nascemos da água e do Espírito no nosso Batismo (cf. Jo 3,5), a partir daí o Espírito Santo começa uma ações muito especiais em nós que vai transformando-nos mais e mais. São Basílio fala-nos da importância de estar com o Espírito Santo, ou melhor, de que o Espírito Santo esteja em nós: "Por estarmos em comunhão com Ele, o Espírito Santo torna-nos espirituais, recoloca-nos no Paraíso, reconduz-nos ao Reino dos céus e à adoção filial, dá-nos a confiança de chamarmos Deus de Pai e de participarmos na graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz e de termos parte na vida eterna" (Liber de Sp. Sancto, 15,36, em Cat. 736).
Antes de Pentecostes, "Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus" (At 1,14). Peçamos nós também, em união com toda a Igreja e com Maria, Mãe de Igreja: Vinde, Espírito Santo!
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
Comentário Exegético – Domingo de Pentecostes — ANO B
(Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios)
EPÍSTOLA (1 Cor 12, 3b7. 12-13)
O ESPÍRITO FIRMA JESUS: Ninguém falando em Espírito de Deus diz anátema Jesus e ninguém pode dizer Senhor Jesus senão em Espírito sagrado (3). Ideo notum vobis facio quod nemo in Spiritu Dei loquens dicit anathema Iesu et nemo potest dicere Dominus Iesus nisi in Spiritu Sancto. ESPÍRITO [pneuma<4151>=spiritus] a palavra pneuma tem diversos significados, desde alento, vento, a parte imaterial do homem, alma (Jo 19, 30:paredöken to pneuma=entregou o espírito), disposição(Mt 5,3: felizes os pobres em espírito), um ser imaterial (Lc 24. 37: edokoun pneuma theorein= pensaram ver um espírito mau (Mc 1, 23: en pneumati akathartö=um homem com espírito imundo), o espírito de Deus ou de Cristo (At 16,7), o Espírito Santo (Mt 28, 19 e 2Cor 13, 3), um movimento interior, dependente de Deus ou de Cristo. Assim como o Espírito de Deus desceu no batismo sobre Cristo, também esse mesmo Espírito desceu sobre os batizados, especialmente sobre os que a imposição das mãos confirma na fé, como no caso de At 8, 17 sobre os samaritanos. E a habitação do Espírito Santo inunda os fieis com diversos dons e carismas. É a estes carismas, especialmente ao da profecia, que Paulo se dirige neste trecho. Profecia não como revelação de futuros eventos (Mt 22, 43: Davi em espírito chamou a ele Senhor), mas como palavra de Deus para ser ouvida pela assembleia dos fieis presentes (no nosso caso). ANATHEMA [<331>=anathema] era uma coisa ou pessoa dedicada a uma divindade, como um ex-voto. De modo especial, quando a coisa ou pessoa é destinada para ser maldita pela mesma divindade. (Js 7,12). No NT o significado é negativo para indicar uma coisa maldita, uma imprecação, uma separação definitiva de Deus como alguém por este rejeitado e execrado. Tal o caso de Rm 9, 3 em que Paulo desejaria ser anátema, ou seja, como ele explica, desejaria ser separado do Cristo por seus irmãos, os judeus de sua raça. E em Gl 81, afirmará que mesmo um anjo que anunciasse um evangelho, diferente do que ele tinha anunciado aos gálatas, seria anátema. ESPÍRITO SAGRADO [pneuma agion] ou procedente da parte de Deus, geralmente traduzido por Espírito Santo [Holy Spirit] sem que isso implique diretamente a terceira pessoa da Trindade, mas um dos seus carismas, no caso o dom de profecia. E falando como profeta, ninguém pode nomear Senhor a Jesus, se não é impulsionado pelo dom de profecia do Espírito Santo. De fato, era esta a regra para distinguir a verdadeira profecia da falsa. Porque os judeus, segundo o Trifon, chamavam Jesus de perverso e amaldiçoavam ele e os seus seguidores, sendo o nome de Jesu (sic) o acróstico de seja seu nome e memória apagados, e o declaravam como aquele que foi pendurado, falso deus, mentiroso, abominável nome absoluto de Cristo.
OS CARISMAS: Existem variedades de carismas, mas o mesmo Espírito (4). Divisiones vero gratiarum sunt idem autem Spiritus. Paulo agora trata dos dons extraordinários que ele chama de CARISMAS [charisma<5468>=gratia] dons espirituais, abundantes na igreja de Corinto, mas que davam ocasião a grandes abusos. No corpo do capítulo os descreve com mais detalhe. Carismas e graça diferem essencialmente. Na Teologia escolástica o carisma é dado para a edificação da assembleia, dos outros (gratiae gratis data). A graça é dada para a salvação e santificação do receptor (gratia gratis faciens). Como carisma, temos o exemplo no AT de Balaão (Nm 22, 28) em que um animal fala e impede uma maldição contra os filhos de Israel. Paulo fala de palavra de sabedoria, de ciência, de fé, dom de curas, de milagres, de profecia, de discernimento de espíritos, de línguas, de interpretação (1Cor 12, 8-10) aos quais acrescenta os dons de ministérios: profetas, doutores, de ajuda, de governo (idem 28). O MESMO ESPÍRITO: Paulo chama a atenção para a origem dos carismas. É o Espírito Santo, como hoje dizemos, que opera em nós como o magister interior de S. Agostinho, que Jesus dizia vos ensinará todas as coisas [didaxei panta] (Jo 4, 16) e com o poder de Deus [dymanis tou agiou pneumatos] (At 1, 8). Poder e sabedoria eram os termos, junto da eternidade, que constituíam os atributos divinos, segundo o entender dos antigos.
OPERAÇÕES: Também existem variedades de atividades, mas um mesmo é o Deus o que atua todas as coisas em todos (6). Et divisiones operationum sunt idem vero Deus qui operatur omnia in omnibus. ATIVIDADES [energëma<1755>=operatio] é o plural de energëma com o significado de trabalho, obra, operação, realização. Ao afirmar ser O MESMO DEUS, implica que Espírito é Deus e essas demonstrações são obra de Deus, não do espírito humano e menos de outro espírito independente ou contrário ao divino. Com estas afirmações, Paulo entra no que na Teologia se tem chamado de corpo místico de Cristo: toda a Igreja é unida e age sob um único alento vital. O Espírito de Deus a ilumina e impulsiona à ação como a alma humana trabalha no corpo do homem. É por isso que esse espírito enviado por Cristo era chamado de Espírito do Senhor Jesus (que inicialmente o impulsionou ao deserto e viveu nele como uma força interior que o levou a dar testemunho da verdade (Jo 18, 37) e a ser executor da misericórdia divina: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem e os mortos ressuscitam (Mt 11, 8). É uma coisa que não se pode negar: Existem na História da Igreja pontos negros que a maculam; mas até o dia de hoje o carismas - chamá-los-emos fatos extraordinários- não deixam de surpreender os sábios e cientistas do mundo. Exemplo recente o Pe. Pio de Pietralcina. Como Jesus no seu tempo, também pode afirmar a Igreja: se não credes em mim, crede nas obras para que conheçais e acrediteis que o Pai [Deus] está em mim e eu nele (Jo 10, 38). Estamos acostumados a julgar pessoas e associações pelo mal que ocasionalmente têm feito. Mas o bem que realizam, isso não é notícia nem é tomado como base para um juízo correto.
SERVIÇO DOS CARISMAS: Pois a cada um é dada a manifestação do Espírito para o proveito (7). Unicuique autem datur manifestatio Spiritus ad utilitatem. - MANIFESTAÇÃO [fanerösis <5321>=manifestatio] o grego fanerösis aparece duas vezes no NT. Esta e em 2 Cor 4,2: nos recomendamos à consciência de todo homem na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Realmente as obras fora do comum, extraordinárias, são as que rubricam a presença divina entre os homens. O Espírito atua como sabedoria e poder, não a sabedoria do mundo, mas da cruz (1Cor 1, 23); e poder, manifestado especialmente como triunfo contra o maligno (Mc 3, 15), como clamavam exultantes os discípulos, após a primeira missão evangelizadora (Lc 10, 17), faculdade que outros queriam usar como máximo poder humano (Lc 9, 49) e que o próprio Jesus contempla como máximo sinal de sua pregação (Lc 11, 20). Independentemente de que hoje a medicina moderna resolve muitos casos como sendo doenças nosológicas, como esquizofrenia, transtorno bipolar e epilepsia. Paulo dirá que sua pregação também tem o mesmo sinal, pois veio aos de Corinto com demonstração do Espírito e poder (1Cor, 2,4). A Igreja usa também este poder para declarar santo uma pessoa, depois da morte do mesmo. PROVEITO [simferon<4851>=utilitas] que na realidade é o particípio de presente neutro do verbo simferö, tomado como nome: na realidade seria para o que é vantajoso. A tradução geral é para o proveito comum.
ANALOGIA DO CORPO: Porque como o corpo é um e tem membros, porém todos os muitos membros do corpo único, sendo muitos um único corpo são, assim também o Cristo (12). Sicut enim corpus unum est et membra habet multa omnia autem membra corporis cum sint multa unum corpus sunt ita et Christus. E, pois, num só Espírito nós todos num só corpo fomos batizados, já judeus, já gregos, já escravos, já livres, também todos num só Espírito temos bebido (13). Etenim in uno Spiritu omnes nos in unum corpus baptizati sumus sive Iudaei sive gentiles sive servi sive liberi et omnes unum Spiritum potati sumus. Paulo usa agora o exemplo do corpo para ilustrar sua teoria do corpo místico de Cristo: formado o corpo por muitos membros, não obstante sendo muitos forma uma só unidade, um só corpo unido. Assim acontece com o Cristo. A unidade tem como origem o Espírito recebido no batismo, que é único para todos os batizados. Isto implica uma realidade intrínseca dentro dos fieis que nada tem a ver com a sola fide. É no batismo que se recebe o Espírito o qual é quem forma o corpo de Cristo, que Jesus chamaria de videira e sarmentos. A seiva, que é a nova vida, provém do tronco no caso da videira; e da cabeça no caso do corpo. Se aquela é paradigma da vida, esta última é modelo de direção e movimento. É do batismo comum, não como simples lavado de água mas como morte ao pecado e nova vida em Cristo, com o qual somos confirmados (Rm 6,2). De modo que se vivemos ou morremos é com Cristo que vivemos ou morremos (Rm 6,8). A identificação com Cristo é, pois, uma ideia paulina da qual o corpo, como paradigma, é consequência natural. E essa vida nova depende do Espírito recebido, que por vezes se mostra modo divino com dons ou carismas extraordinários, mas que modo humano é a base da graça santificante e das virtudes teologais. Pedro, que foi testemunha dos carismas dados aos gentios pela primeira vez em casa de Cornélio, o centurião, usou a experiência sobrenatural dos mesmos para afirmar que também devem ser batizados [recebidos como reino] os que como nós [os judeus] receberam o Espírito Santo (At 10, 47). Este relato serviu para que os judeus- cristãos afirmassem: Na verdade, até aos gentios deu o arrependimento para a vida (At 11,18). Paulo, pois, dedicou grande parte de seu ministério para afirmar que, como parte de um mesmo corpo, não existe diferença entre judeus, gregos, escravos e livres. Em todos eles existe uma mesma vida e uma mesma seiva: o Espírito recebido no batismo. Mais tarde Paulo afirmará que os membros mais delicados e menos honrados são os que devem ser cuidados e receber máxima atenção (Rm 12, 22-23).
EVANGELHO (Jo 20, 19-23)
COMENTÁRIOS
EXEGESE: A exegese deste evangelho pode ser vista na primeira parte da Dominica in Albis deste mesmo ano, do dia 1 de maio. Vamos repetir as explicações dadas no artigo. Por outra parte faremos alguns comentários, próprios do tempo, chamado pascal, para que sirvam tanto para entender os evangelhos como para a vida espiritual dos leitores dos mesmos. É desnecessária a repetição das traduções dos versículos, já efetuados no texto citado anteriormente.
JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS
OS LUGARES PARALELOS: Temos, além do relato de João, outros dois paralelos, muito mais breves, que correspondem a um resumo auricular e não a um testemunho ocular. São Marcos 16, 14-18 e Lucas 24, 36-49. Contrastaremos todos eles para determinar o grau de historicidade e o valor teológico das afirmações, como catequistas bíblicos.
TEMPO: João é o mais detalhado neste respeito: estando, pois, aquele dia perto do fim [opsies], o primeiro da semana. Comparado com o relato de Lucas anterior ao sucesso de João, em que este não narra a aparição aos dois de Emaús, parece que temos uma pequena contradição de tempo. Os dois pedem a Jesus que fique, pois está na tarde e o dia já há declinado [temos traduzido literalmente]. Como pode dizer João que depois de uma caminhada de sessenta estádios, aproximadamente 9 mil metros, ou duas horas de caminho, ainda era a tarde do dia? Vamos explicar esta aparente contradição. A tarde começava às quinze horas. Era este também o tempo em que se iniciavam as jantas. O dia, na primavera palestina, termina entre 17:30 e 18 horas. Caso estejamos, segundo Lucas, no início das 16 horas teremos mais duas horas de volta e os dois discípulos estariam com os onze às 18 horas, precisamente no fim do dia como afirma João.
OS DISCÍPULOS: Além dos doze [melhor onze, porque Judas estava morto] estavam os dois de Emaús e provavelmente mais, dentre os quais logo nos Atos se dirá eram cento e vinte. Dentre os onze, faltava Tomé o chamado Dídimo. Tanto Tomé como Dídimo significam o mesmo: gêmeo. Como diz Lucas, estavam reunidos os onze (!) e seus companheiros, comentando uma aparição a Pedro [Simão] (Lc 24, 33-34) que João não narra, porque ele não foi testemunha do fato. Temos uma falha de informação em Lucas, porque não sendo ele testemunha, narra na totalidade, os onze, quando na verdade faltava um: Tomás. Também vemos como em Marcos existe uma narração formal e genérica, quando resume todas as aparições, afirmando finalmente, que apareceu aos onze quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que o tinham visto ressuscitado (34, 14). Vemos que esta última afirmação é só em parte verdadeira, como constatamos em Lucas 24, 34. Esta falta de detalhes indica claramente que eles tratam o assunto na sua generalidade, como um fato que transcende a história e forma parte da tradição. Não assim em João, onde hora, lugar e circunstâncias permitem conhecer o que uma testemunha viu e ouviu. Por isso temos dois detalhes importantes: o medo aos judeus [propriamente jerosolimitanos] e as portas fechadas, ou melhor, trancadas.
JESUS VEIO: É desta forma como aparece, para estar na frente de todos, a figura do ressuscitado. Nada de ruídos, de resplendor, de experiências impactantes. Como entra a luz quando uma janela é aberta, assim o corpo de Jesus entrou e se colocou no meio deles (19).
A PAZ: A figura na frente deles não é uma estátua; fala e comerá logo, para demonstrar que não é um espírito, uma fantasia, um fantasma. Mas vamos agora estudar suas palavras. A primeira palavra de Jesus é uma saudação que, podemos dizer, entra no costume ambiental: PAZ. A palavra hebraica Shalom, da qual a grega Eirene e a latina Pax são traduções, significa evidentemente ausência de guerra e vida tranquila (Lc 14, 32); mas também significa bênção, glória, riqueza, descanso, bem estar, saúde física, esperança de êxito, justiça, salvação: ou seja, tudo que acostumamos chamar de estado feliz. Especialmente, paz e justiça aparecem unidas (Mt 5, 9-10). A paz é dom precioso de Deus (1 Cor 1, 3). Daí que o futuro Messias, Jesus em definitivo, seja antes de tudo um porta-voz da paz e inclusive se identifique com ela (Rm 5, 1). É o Messias que a comunica por meio do Espírito, como antecipação da paz definitiva (Rm 14, 7). Se a primeira vez, a palavra pode ter o significado de uma saudação (19) quando é repetida pela segunda vez tem um significado profundamente teológico: ela é a base do Espírito que transforma os discípulos em enviados do Pai, recebendo o principal carisma da nova era: o espírito de reconciliação que basicamente é perdão. Algo novo está ocorrendo; e esse algo novo é um bem divino: essa profunda e definitiva paz, que Deus está disposto a partilhar, como doador, com simples seres humanos.
AS CHAGAS: Jesus mostrou suas chagas: mãos e pés, segundo Lucas (24, 39) ou mãos e lado, segundo João (20, 21). Lucas declara o propósito dessa prova, como demonstração de que ele era o mesmo Jesus crucificado que tinha sido depositado no sepulcro e não um fantasma. Nem a afirmação de Lucas nega a de João, nem esta poderá ser tomada como contraditória à de Lucas; máxime que João distingue duas aparições: uma só para Tomé em que pede que este introduza a mão no lado, daí que o lado era mais importante para João do que as chagas do pé. Lucas só traz uma aparição, porque para ele o importante era que Jesus tinha sido visto pelos onze. Isto explica as diferenças entre os dois. Nem todos os detalhes são importantes, mas só aqueles que do ponto de vista do autor contribuem para demonstrar ou confirmar seu propósito. Deste momento em diante, Jesus será o crucificado, ou seja, aquele que em seu corpo apresenta umas feridas que inicialmente foram vergonha e humilhação, mas que desde agora seriam glória e exaltação. O Jesus-homem, filho de Maria [filho do homem] agora se apresenta como o Cristo-Senhor, verdadeiro filho de Deus [Cristo Deus].
O PERDÃO DOS PECADOS: A nova missão dada por Jesus aos discípulos está intimamente unida ao perdão dos pecados. Por isso Jesus repete de novo Shalom lekem [Eirene ymin grego, ou Pax vobis latino]. Mas esta paz não é uma saudação, mas uma doação, um presente divino que é um perdão pela conduta imprópria dos discípulos durante os dias da paixão e morte de Jesus. Jesus esquece e perdoa. Sua paz, que é felicidade e alegria por sua presença viva no meio deles, quer ser uma reconciliação sem recriminações nem censuras. O perdão é total. O desejo de Jesus vai além do simples perdão. Jesus pretende dar aos discípulos um novo ministério: uma função divina, como dom totalmente extraordinário, que requeria um ato solene, visível e simbólico; ou seja, uma ação sacramental em que o homem é instrumento visível da ação interior divina. A missão atual é totalmente diferente da dada aos doze (Mt 10, 1 +) e aos discípulos (Lc 10, 1+) que unicamente consiste em anunciar a Boa Nova e testemunhá-la com o poder de curar e a autoridade sobre os demônios. É uma missão nova que participa da missão fundamental do próprio Jesus, que vamos estudar na continuação. Jesus não só envia os discípulos, mas também o Paráclito (Jo 16, 7). E a missão dos discípulos está na mesma ordem da missão do Paráclito. É, pois, uma missão muito importante.
MISSÃO DE JESUS: Como o Pai me enviou, dirá Jesus. Com estas palavras Jesus afirma o sentido de sua vida: Ele é um enviado do Pai, um mensageiro que tem, como finalidade, o que na continuação descreve como doação a seus discípulos: o perdão. Que Jesus era enviado do Pai temos clara confirmação em Jo 5, 30 e 36. Mas qual foi a missão fundamental de Jesus? O anjo anuncia um Salvador que será Cristo-Senhor (Lc 2, 11). No nome da pessoa estava escrita a missão de sua vida. Por-lhe-ás o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados (Mt 1, 21). E o Batista descreve o futuro Messias declarando-o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29). A missão de Jesus se cumpre no momento de sua morte quando pode exclamar: está consumado (Jo 19, 30). Pouco antes, ao ser elevado na cruz, reclama do Pai o perdão; e o mais admirável é que esse perdão não é para os amigos, mas para os inimigos: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34). Foi para essa hora [de paixão] que ele veio (Jo 12, 27). O perdão é uma amostra de que Deus é Pai e de que a justiça de Deus é clemência para quem recebe o evangelho como a Boa Nova da graça: O ano de graça do Senhor (Lc 4, 19 e Is 61, 2). Na última ceia, declara o mistério encerrado na cruz como o sangue a ser derramado em prol da multidão para o perdão dos pecados (Mt 26, 28) e João, na sua primeira carta, resumirá esta missão afirmando: o sangue de seu Filho nos limpa de todo pecado (1 Jo 1, 7).
MISSÃO DOS DISCÍPULOS: 1) Jesus a identifica com a sua: como o Pai me enviou, assim eu vos envio (21). Um favor deve ser tomado em sentido o mais amplo possível, sem restrição, como dizem os letrados em Direito. Perdoar não é só usar palavras, mas contribuir com ações, unindo-se à sua paixão para que os novos sofrimentos atuem como causa segunda do perdão, o qual Paulo já expressava numa frase de difícil interpretação: Em minha carne estou completando o que falta às tribulações de Cristo, em favor de seu corpo, que é a Igreja (Cl 1, 24). E como tal corpo de Cristo, também ele (sendo parte da Igreja) sofre e adquire méritos para a conversão dos pecadores, como muitos santos sofreram e S. Agostinho confirma em seus escritos. A Deus só podemos dar o nosso sofrimento de quem entrega sua vida, perdendo-a como prova do amor (Rm 5, 8). E nisso consiste precisamente o sacrifício (Ef 5, 2). 2) Jesus realiza uma ação que relembra pelo verbo usado, a mesma de Gênesis 2, 7, segundo a setenta, quando Deus soprou sobre o barro para dar vida ao corpo inerte. Logo teremos uma vida nova dada aos discípulos. Até agora Jesus nunca fez gesto semelhante que implicava modo diferente de ser discípulo. 3) As palavras que explicam a ação de Jesus formam um só conjunto com a missão e o sopro, que tem como significado o perdão dos pecados. Aqui não encontramos menção do Evangelho, não aparece o Reino, não deixa os efeitos salutares aos ouvintes da palavra, mas os efeitos são dirigidos aos presentes, todos eles alegres e com viva fé no Senhor: Se perdoais serão os pecados [dos outros] perdoados, se não os perdoais [os retiveres forçosamente, segundo o grego] não estarão perdoados. Os hemistíquios finais de cada frase estão na voz passiva o que significa uma ação direta de Deus. Poderíamos traduzir livre, mas literalmente, a nova missão apostólica desta forma: Deus perdoará a quem vós perdoardes; e Deus não perdoará a quem vós não perdoardes. O melhor comentário é o do Beato Isaac della Stella: A Igreja nada pode perdoar sem Cristo e Cristo nada quer perdoar sem a Igreja. A Igreja não pode perdoar senão a quem é penitente, isto é, a quem Cristo tocou com sua graça; e Cristo nada quer considerar como perdoado a quem despreza a sua Igreja. 4) Por isso, a condição indispensável do penitente é seu amor por Cristo, segundo as palavras do próprio Jesus: Eu vim chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5, 32) e seus muitos pecados lhe são perdoados porque amou muito; mas aquele a quem pouco se perdoa ama pouco(Lc 7, 47) ou em termos mais ocidentais: A quem pouco ama, pouco se perdoa.
INTERPRETAÇÃO: Que podemos dizer desta segunda missão dos discípulos chamados a perdoar os pecados? ANTES do século XVI todas as Igrejas admitiam que os apóstolos e seus sucessores tinham o poder ministerial de perdoar os pecados dos fieis em nome de Cristo. DEPOIS, com a vinda da Reforma, os evangélicos afirmam que este poder e este encargo são entregues a todos os discípulos; de fato a todos os fieis de todos os tempos (Jo 17, 20) e não a Pedro em particular (Mt 16, 19) ou a um ordo sacerdotal (Lc 24, 48). O perdão não é dado por meio de um poder ministerial causado por uma recepção do Espírito; porém, escutando o testemunho dos fieis, os homens acreditarão (seus pecados lhes serão perdoados) ou se escandalizarão (seus pecados lhes serão retidos). Estas são as novas afirmações dos chamados evangélicos. A Igreja Romana admite como certo que o poder dado por Cristo de perdoar os pecados se exerce também no Batismo e na pregação da palavra (Mc 15, 16). Todo sacerdote no final da leitura do evangelho diz: Pelos vocábulos ditos, sejam perdoados nossos delitos. O teólogo Bruce Vawter declara que este dom do Espírito está aqui relacionado explicitamente com o poder outorgado à Igreja para continuar ostentando o caráter judicial de Cristo, no referente ao pecado. Mas há algo mais: especialmente, da passagem atual, temos duas definições dogmáticas que interpretam as Escrituras em sentido histórico ou literal: A PRIMEIRA definição é do Concílio de Constantinopla (ano 553) proclamando que quando o Senhor insuflou sobre os apóstolos, estes recebem realmente e não figurativamente o Espírito Santo. A SEGUNDA é do Concílio de Trento, declarando anátema do ponto de vista católico, a interpretação desta passagem como não se referindo à potestade de perdoar e reter os pecados no sacramento da penitência, mas somente restringida à autoridade de pregar o evangelho.
LUGARES PARALELOS: Em primeiro lugar, temos a passagem da confissão de Pedro: Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: E se alguma coisa ligares sobre a terra estará ligada nos céus. E se alguma coisa desatares sobre a terra estará desatada nos céus (Mt 16, 19). Pedro recebe de Jesus uma autoridade que é jurídica como chefe do conjunto apostólico. É definitivamente o poder de admitir ou rejeitar dentro da comunidade, homens e ideias como fundamentalmente afins ou inimigas às mensagens verdadeiras do evangelho. Uma outra passagem é: Em verdade vos digo que tudo que por quaisquer motivos ligares sobre a terra estará ligado no céu. E tudo que por qualquer causa desligares sobre a terra estará desligado no céu (Mt 18, 18). Trata-se do mesmo direito de admitir ou rejeitar homens e doutrinas, porque este versículo é a conclusão de como tratar aquele que não quer se arrepender uma vez que rejeita a voz da igreja. Nesse caso será tratado como gentio ou publicano. Uma terceira passagem está em Tiago 5, 16: Confessai, pois, uns aos outros os vossos pecados e orai uns pelos outros para que sejais curados. O contexto indica que é nos momentos de doença em que o doente chama os presbíteros da Igreja para ser ungido e a oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecados, estes serão perdoados (15). Uma quarta passagem é encontrada em 1 Jo 1, 9: Se confessarmos os nossos pecados, ele (Deus) é fiel e justo de modo a demitir nossos pecados e nos limpar de todas as maldades. Finalmente Pedro, à pergunta dos ouvintes, que devemos fazer, dirá: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados (At 2, 18). Destes textos deduzimos: 1o) Que Cristo realmente tem poder para entregar sua autoridade como faculdade a ser exercida visível e externamente sobre os homens. 2o) Que pelo menos de duas formas, desde os tempos apostólicos essa potestade era usada: no batismo e na doença. Temos como confirmação os casos de Ananias (At 5, 1-11) e do incestuoso de Corinto (1Cor cap 5) em que o pecado é retido e punido.
COMENTÁRIOS
TEMPO PASCAL: Podemos chamar assim o tempo transcorrido entre a ressurreição e a ascensão para os discípulos de Jesus. A nota principal desse tempo é o aspecto das aparições de Jesus. Seu corpo aparece como o de um corpo revivido muito mais do que o de um ressuscitado. Vamos explicar: O corpo que Jesus tomou após os três dias [contados do modo judaico] no sepulcro, era como o corpo de Lázaro: um corpo totalmente humano, como se a morte não tivesse existido. Por isso podia ser tocado (Lc 24, 39), podia comer (Lc 24, 43), andava com eles como se fosse o mesmo Jesus que com eles tinha convivido nos últimos anos. Mas uma vez, efetuada a ascensão, Jesus não se mostrará do mesmo modo na suas aparições. Um exemplo é a visão de Paulo. Seu corpo é o próprio de um ressuscitado: um corpo de luz, corpo glorioso (Fp 3, 21) que resulta da transformação do corpo humilhado ou psíquico, de cuja semente nasce o novo corpo espiritual (1 Cor 15, 43).
CARACTERÍSTICAS DO TEMPO PASCAL: Vamos estudar o tempo pascal dos onze e dos outros discípulos da época de Jesus. Que aconteceu de importante que sirva para nós neste século XXI? Neste período de tempo, como diz o Papa Leão Magno, na sua homilia da Ascensão (séc V), foram revelados aos apóstolos grandes mistérios. Em primeiro lugar foi proclamada a imortalidade, não apenas da alma, mas também do corpo. Nesses dias, os apóstolos receberam o Espírito Santo através do alento vital do Senhor Jesus, que conferiu a eles o poder de perdoar os pecados. Pedro recebeu o mandato de cuidar do rebanho do Senhor de modo especial. Era o mesmo Pedro que anteriormente tinha recebido as chaves do Reino, pondo em suas mãos a autoridade de abrir ou fechar os portões do mesmo. Jesus, nesses dias, esclareceu as dúvidas sobre a finalidade de seu messiado, interpretando as Escrituras e, consequentemente, dando a estas a força da palavra divina, como profecias dos eventos salvíficos. Abriu os olhos dos seus discípulos à luz da fé, contrariamente ao modo como o pecado abriu os olhos de nossos primeiros pais. Os olhos dos discípulos foram abertos para compreenderem o mistério autêntico da salvação, trazida pela vitória de Jesus; os discípulos reconheceram a derrota humilhante e vergonhosa de seu pecado. E quando parecia que nada mais faltava ao ensinamento de Cristo, na sua despedida, ele deu aos apóstolos dois preceitos novos: O primeiro era o mandato de serem testemunhas para todos os povos (Lc 24, 48) de modo que as palavras e os escritos dos apóstolos fossem dirigidos pelo Espírito Santo que iriam receber em plenitude nos próximos dias. O segundo preceito era de ficar unidos em Jerusalém até que fossem revestidos do poder do Espírito (Lc 24, 49).
A DÚVIDA: Como podemos compaginar a recepção do Espírito Santo, no domingo da Páscoa, com a infusão do mesmo no dia de Pentecostes? Quando é que verdadeiramente os apóstolos receberam o Espírito Santo? No alento e sopro de Jesus sobre eles ou no vento impetuoso acompanhado das línguas de fogo, no dia de Pentecostes? A resposta é: em ambos os casos. No primeiro, eles receberam um poder ministerial; no segundo, um batismo de carismas como dons gratuitos da graça divina. O poder ministerial é próprio dos homens que chamamos de ordenados; os carismas, de qualquer fiel, independente de sexo ou condição. São as duas faces do Espírito Santo atuando dentro da Igreja. De uma maneira contínua, como ministerial, e de maneira esporádica, como dom extraordinário. O perdão será dado sempre; o fenômeno da xenoglossia foi circunstancial e pontual desse domingo pentecostal. A palavra de Jesus revestidos da força [dynamis] do Alto (Lc 24, 49), indica a função do Espírito Divino como vemos em At 1,8 em que o mesmo autor fala da força [dynamis] do Espírito Divino, porque sereis batizados [SUBMERGIDOS] no Espírito Divino não dentro de muitos dias (At 1, 5). Para que essa força especial, que procede do Alto, de um ser submergido no Espírito do mesmo Deus? É para serem testemunhas de Jesus em toda a terra. Como escreve o quarto evangelho, o Espírito será enviado para conduzir os discípulos à verdade plena (Jo 16, 13) Como? Recordando o ensino de Jesus (Jo 14, 26) e anunciando as coisas futuras (Jo 16, 13). Sem distorcer o significado das palavras que acabamos de ouvir, vemos que nem toda a revelação [a verdade] foi dita por Jesus, principalmente porque agora não podeis suportar [compreender] (Jo 16, 12). Que deduzimos destas citações? Que a assistência do Espírito como revelador da verdade, Mestre da mesma, como foi Jesus no seu tempo, é constante na sua Igreja: permanecerá convosco para sempre (Jo 14, 16) dirá Jesus. Podemos deduzir disso que não é um livro escrito num determinado momento, o único que contém a verdade revelada. O Espírito está vivo na Igreja e deve existir um canal vivo também, para que sua voz seja ouvida através dos tempos. A Igreja católica fala da Tradição e do Magistério. Por meio deste, se faz de forma segura e unificada [que todos sejam um de Jo 17, 20], como foi elaborado o Catecismo da Igreja Católica, ou são elaboradas as Encíclicas papais para ensinar algum tema doutrinal ou moral, condenar erros, informar os fieis de perigos para a fé, procedentes das correntes culturais, avivar a devoção. Segundo a Humani Generis do Papa Pio XII (1950), elas refletem o Magistério Ordinário da Igreja e merecem o respeito da parte dos fieis. João Paulo II nos deixou uma herança de 14 Encíclicas, entre elas a Evangelium Vitae e a Veritatis Splendor. O maior número de encíclicas foi escrito por Pio XI com 41, seguido de Bento XV com 30. A Igreja tem a autoridade, fundada nas palavras de Jesus e reforçada pela presença do Espírito, de formular as consequências explícitas ou implícitas da primitiva revelação, como afirma Marin Sola no seu livro Evolução Homogenia Del Dogma Católico.
O ESPÍRITO, HOJE: Se ele está como mestre no Magistério, tanto extraordinário [ex cathedra] como ordinário da Igreja, onde o encontramos nos fieis? Todo fiel tem o Espírito e o encontra principalmente no amor que ele tem no fundo de seu coração. Porque o Espírito é amor. Por isso, amar Jesus como um discípulo é a condição para que o Pai o ame e venha habitar nele como morada (Jo 14, 23). O amor é, pois, a melhor maneira de saber se o Espírito está conosco. O amor indicará qual é a verdade entre as muitas opções e opiniões do momento. Por isso o atual Papa fala da Caridade da Verdade. A caridade [o amor] é paciente, dirá Paulo em 1 Cor 13, 4. E o Papa atual falará da paciência de Deus e a impaciência do homem. Diante de muitas confusões modernas sobre infusão do Espírito e batismo no Espírito acreditamos que a melhor maneira de saber se alguém está imbuído [batizado] pelo Espírito é ver sua disponibilidade para o amor, ou seja, para o serviço gratuito ao homem. Sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos, dirá João em 1Jo 3, 14. E em 1Jo 4, 12-13: Se nos amarmos uns aos outros Deus permanece em nós…Nisto reconhecemos que permanecemos nele e ele em nós: ele nos deu o seu Espírito. Finalmente, segundo Paulo, o dom mais perfeito é o amor, sem o qual nenhum outro vale nada, como afirma no capítulo 13 de sua primeira carta aos de Corinto. Os estabelecimentos de caridade para a terceira idade e as crianças órfãs dirigidos pela caridade da Igreja têm duas qualidades insuperáveis do ponto de vista social: cuidam de seus internos com muito mais amor e com muito menos dinheiro do que fazem as instituições que podemos chamar laicas.
PISTAS:
1) Como está nossa recepção ao sacramento da reconciliação? Se não o precisamos ou recebemos é porque não pecamos [e o justo peca 7 vezes por dia] ou não sentimos a necessidade de ser perdoados no amor. Talvez sejamos perdoados pela misericórdia; ou condenados pela justiça porque desprezamos, como diz Dante, o Amor.
2) Quantos fieis se sentem aliviados ao receber a absolução em nome do Senhor por um sacerdote! Deveríamos experimentar esta paz reflexo da que Jesus deu a seus discípulos absolvendo-os do pecado de covardia por tê-lo abandonado nos momentos da paixão.
3)Que uso fazemos das encíclicas tanto sociais como sobre os problemas fundamentais da vida ou da verdade? Não foram escritas para ouvidos surdos, mas para homens de boa-vontade. A voz do Papa é a voz de Cristo ou a voz de um teólogo ultrapassado e ultramontano dentro do agnosticismo do relativismo moderno?
4) Muitos se fixam nos carismas, no dia de hoje, e o único que verdadeiramente, segundo Paulo, indica a posse do Espírito é o amor. Este distinguirá os verdadeiros carismas dos falsos. Escutemos João na sua epístola: Quem não ama seu irmão a quem vê, a Deus, a quem não vê, não pode amar (1Jo 4, 20).
EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA
- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.
- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.
Interpretação errada do evangelho:
- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).
Consequências:
- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.
17.05.2015
Ascensão de Nosso Senhor — ANO B
( BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DA SOLENIDADE )
__ "O ressuscitado continua conosco" __
49º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
Tema: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”
SEMANA PREPARATÓRIA DE PENTECOSTES
NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGELHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo. O cristão está chamado a participar na totalidade do mistério de Cristo e, consequentemente, da sua glorificação. Celebrando a Ascensão do Senhor, olhamos para o alto, não para fugir às responsabilidades terrenas, mas para acolher a graça que nos faz caminhar na terra como cidadãos do Céu. O envio missionário que Jesus dirige aos discípulos os torna comunicadores da Boa Nova da salvação a todas as pessoas e por todos os meios legítimos. Celebramos hoje o Dia Mundial da Comunicação Social. Iniciamos, também hoje, a Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebramos a ascensão de Cristo e o Dia Mundial das Comunicações Sociais, tendo como eixo a família, donde brota o dom da comunicação, porque ela é o ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor. Preparemo-nos para o Pentecostes, participando ativamente das celebrações na certeza de que "todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo" (cf. 1Cor 15, 51-58).
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e meditemos profundamente a liturgia de hoje!
(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
PRIMEIRA LEITURA (Atos 1,1-11): - "Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu"
SALMO RESPONSORIAL 46(47): - "Por entre aclamações, Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta!"
SEGUNDA LEITURA (Efésios 1,17-23): - "rogo ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria que vos revele o conhecimento dele"
EVANGELHO (Marcos 16,15-20): - "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura."
Homilia do Diácono José da Cruz – Domingo da Ascensão — ANO B
"NOVO HOMEM"
Meu grupo imaginário de debatedores do evangelho aspirantes a teólogos, se reuniu para refletir o evangelho desse domingo, Festa da Ascensão do Senhor. O Mota, que é o homem encarregado de comprar as hóstias e partículas da paróquia deu início a conversa. “Bom, nessa não caio mais, a apoteótica subida de Jesus ao céu é coisa secundária, os holofotes estão voltados para os discípulos, que recebem a missão, que será acompanhada de sinais prodigiosos”. Certo? Nem mal havia perguntado, o Ernesto, aquele que é líder em uma empresa, retrucou: “Epa! Se é festa da ascensão, a cena principal é Jesus subindo ao céu, pode conferir, vamos ver aqui...” O grupo abriu o Novo Testamento e a Dona Maria, empregada doméstica, observou “Olha, acho que esqueceram de avisar o Marcos que esse domingo é a festa da ascensão, tem três ou quatro palavras dizendo que Jesus foi elevado ao céu e mais nada”
E antes que o grupo esquentasse ainda mais a conversa, eu convidei todos a lerem o capítulo 16 , onde está inserido esse evangelho. A constatação foi a que eu já esperava “Se a ascensão fosse uma prova final, os coitados dos discípulos tomariam zero e seriam reprovados...” - comentou a catequista Roseli. De fato, o quadro que Marcos descreve, antes desse evangelho é meio tenebroso, as mulheres cheias de medo não disseram nada a ninguém, embora tivessem recebido do jovem vestido de branco, a missão de anunciar aos discípulos, Maria de Magdala até que anunciou aos discípulos, mas eles estavam aflitos e choravam, ouviram dizer que Jesus estava vivo, porque ela o tinha visto, mas não acreditaram. Quanto aqueles dois na estrada de Emaús, demorou para “cair a ficha” e perceber que Jesus caminhava com eles, daí foram anunciar ao restante, mas eles duvidaram. Quando Jesus se manifestou aos onze censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração, por não darem crédito ao anúncio. “É isso aí, tomaram a maior esfrega, foi bem feito!” – concluiu o Ernesto. “Eu é que não seria louco de confiar uma missão tão importante a um grupo desse!” – exclamou o Mota decepcionado.
Os discípulos não tinham poderes sobrenaturais, Jesus não confiou a missão a super-homens, o texto anterior nos mostra isso, e aí é que está o bonito da história, nós também muitas vezes temos dúvidas, não acreditamos, e diante de certos acontecimentos, demora para “cair a nossa ficha”, por isso a ascensão de Jesus marca o início da missão da Igreja, e daí a gente começa a se ver nesse evangelho, e principalmente no relato de Lucas em Atos, primeira leitura, quando vivenciamos uma fé da magia e ficamos olhando para o céu, esperando que Jesus volte para consertar tudo o que está errado.
“Olha, confesso que estou meio boiando” – comentou o Mota. “se é a Festa da Ascensão, ou em outras palavras, é a festa da subida de Jesus ao céu, é a sua volta para o Pai, como então descartarmos aquilo que no evangelho parece essencial?”, perguntou a esperta Roseli. De alguém que subiu na vida., a gente afirma que está em ascensão, na encarnação Jesus desceu, e esvaziando-se de si mesmo rebaixou-se á condição de escravo ao morrer na cruz, mas estando no fundo do poço, como podemos dizer, ele fez da condição humana o ponto de apoio para subir e alcançar a glória no mais alto do céu.
E assim, a natureza humana tão frágil e decaída, dominada pelo mal, se vê resgatada em sua dignidade maior, porque o Divino vem ao encontro do humano e se entrelaça na comunhão. Em Jesus toda a humanidade sobe, porque o céu se abre, o ser humano atinge a sua plenitude resgatando o paraíso do Eden que havia perdido. “Então esse “Sobe e Desce” de Jesus, nos evangelhos é apenas uma força de expressão?” – perguntou o Ernesto.
Na verdade Jesus nunca saiu do lado do Pai, mas também nunca nos deixou, esse entrelaçamento do Divino e humano, por livre iniciativa de Deus, é o mistério do Verbo encarnado, onde uma pessoa histórica e real, Jesus de Nazaré, dá um novo significado á vida do homem, trazendo aquele paraíso que perdemos, aqui dentro de nós e podemos falar sem medo, que festa da ascensão é a nova criação que agora se concretiza e se realiza em toda a humanidade, através de Jesus de Nazaré.
O anúncio do evangelho é exatamente essa Boa Nova, de que todo o homem é em Cristo nova Criatura, redimida, liberta e salva, destinada á comunhão plena com Deus em seu paraíso, e desta vez não há o perigo de sermos ludibriados pela serpente, fomos vacinados com a graça de Deus que recebemos no santo batismo.
O mundo inteiro precisa saber dessa Boa Nova, é essa precisamente a missão primária da nossa Igreja, acreditar que o anúncio é verdadeiro, e ser batizado, é condição essencial para quem quer passar por essa renovação espiritual que chamamos de salvação, onde somos configurados a Cristo e com ele já estamos no céu, mesmo ainda estando a caminho, por esta vida terrena. Se ele é a cabeça e nós os membros, não há como duvidar disso, pois o corpo forma uma unidade da qual a nossa Igreja é a expressão mais fiel. É por esta razão que o Senhor age com o discípulo, e confirma a palavra, por meio dos sinais, atestando a sua autenticidade, mesmo vindo de homens tão frágeis como todos nós. É a chancela, o carimbo de aprovação, que o Espírito imprime em nossa missão. (FESTA DA ASCENSÃO – Marcos 16, 14-19)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – Domingo da Ascensão — ANO B
“Suba o nosso coração ao céu!”
Na segunda metade da década dos cinquenta começou a carreira espacial. Tanto os Estados Unidos com a desaparecida União de Repúblicas Socialistas Soviéticas, lançaram satélites artificiais ao espaço. No princípio, sem seres vivos; depois, com alguns animais (cachorros, macacos); e, por último – já nos anos sessenta – deu-se o passo mais importante: enviar naves espaciais tripuladas por seres humanos.
No dia 12 de abril de 1961 deu-se o primeiro voo orbital humano: foi a URSS quem lançou a nave Vostok 1 tripulada pelo astronauta Yuri Gagarin, que desta forma converteu-se no primeiro homem do espaço. O cosmonauta soviético, em suas declarações sobre a viagem espacial, por incrível que pareça, declarou o seguinte: – “passeei pelo universo e não encontrei a Deus”.
Alguns anos depois, dia 21 de julho de 1969, milhões de homens contemplaram em seus lares através de seus televisores, a chegada do homem à lua. Neil Armstrong (o primeiro em pisar a superfície lunar) e Edwin Aldrin passeiam pela lua, recorrem mostras da sua superfície e regressam à terra, junto a Michael Collins, na nave norte-americana Apolo 11. Depois disso Armstrong pronunciou as seguintes palavras: – “queria dizer a todos os que me escutam que façam uma pausa em sua mente e, considerando tudo o que aconteceu nos últimos minutos, deem graças a Deus cada um à sua maneira”.
Duas experiências semelhantes e duas maneiras de ver as coisas tão diversas. Demos graças a Deus porque não precisamos ir ao espaço nem à lua para acreditar em Deus. Basta vivermos com sentido sobrenatural o nosso dia-a-dia, encontraremos o Senhor em todas as circunstâncias de nossa existência. Sabemos que ele, Jesus, é a videira verdadeira e nós somos os ramos e que no nosso dia-a-dia basta estarmos bem unidos a ele.
Ao celebrarmos a Ascensão do Senhor deveríamos encher-nos de sentido sobrenatural. Hoje é um dia no qual se mesclam a alegria pela consumação da glorificação do Senhor Jesus, a tristeza ao vê-lo partir e a melancolia de uma espécie de sonho quase real. Ao celebrar a Ascensão do Senhor, celebramos também – como dizia São Leão Magno num sermão – a exaltação da nossa pobre natureza humana em Cristo: ele sobe aos céus com a nossa carne, com um coração de carne, com sentimentos humanos, em fim, ele nos leva aos céus. Santo Agostinho exortava: “hoje o Senhor nosso, Jesus Cristo, subiu aos céus, suba também o nosso coração com ele”.
Nós fomos feitos para as alturas, levamos dentro de nós essa marca de eternidade que nos faz desejar a felicidade. Cada ser humano tem dentro de si uma espécie de saudade do paraíso, um desejo de ser feliz para sempre, uma ânsia de eternidade que faz sentir certa náusea de viver para sempre numa situação incompleta e cheia de perigos. Aquela frase de Santo Agostinho, “Fizeste-nos, Senhor, para ti e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em ti”, continua atual. O ser humano, por mais que queira fugir de Deus, não descansará enquanto não se deixar seduzir pelo Senhor, já que em cada efêmera felicidade está buscando a Deus, ainda que não saiba.
Você já desejou, de verdade, ver Deus? Nós falamos de Deus, cremos nele, o adoramos, é preciso também desejar vê-lo. Como é o rosto do Pai? Como é a humanidade glorificada de Cristo? Como é a personalidade do Espírito Santo? O que é Deus? Quem é Deus? “Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou” (Jo 1,18). Ambas as afirmações estão perfeitamente combinadas na nossa vida cristã: nós não vimos a Deus, mas nós o conhecemos em Cristo. E, no entanto, desejamos ver como é Deus, como é cada uma das três Pessoas da Santíssima Trindade; também queremos dar um abraço em Nossa Senhora e agradecer pessoalmente ao nosso anjo da guarda por tudo, enfim, nós desejamos o céu.
Hoje é um dia para desejar a vida eterna. Precisamos ter a santa ambição de alcançarmos a eternidade feliz. Que aumente em nós o desejo do céu! Tal desejo nos ajudará a trabalhar muito pela glória de Deus aqui nesta terra e, consequentemente, a construir, desde o posto que ocupamos nesta sociedade, a cidade dos homens que é também nossa. Apostolado! Um cristão sem zelo apostólico é um cristão estéril. Assim como não se pode entender que um peixe não possa nadar, a não ser que esteja morto, assim também não se pode entender que um cristão não seja apostólico, proselitista (no bom sentido da palavra), a não ser que esteja morto. Não podemos perder a audácia, o desejo de ganhar a todos para Cristo. No mesmo sermão citado anteriormente, São Leão Magno dizia que “a fé, aumentada pela ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, não pode temer diante das cadeias, da prisão, do desterro, da fome, do fogo, das feras nem das torturas dos cruéis perseguidores. Homens e mulheres, crianças e frágeis donzelas lutaram em todo o mundo por essa fé até o derramamento do sangue. Esta fé afugenta os demônios, afasta as enfermidades, ressuscita os mortos”.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
Juventude | Pastoral | Vocacional
(Extraído do site Presbíteros)
Vocação Religiosa – Proposta aos Jovens
Mons. José Maria Pereira
No terceiro domingo do mês Vocacional celebramos a Vocação Religiosa. Quando nos referimos à vida religiosa, temos presente os homens e as mulheres que, vivendo em comunidade, buscam a perfeição pessoal e assumem a missão própria do seu Instituto, Ordem ou Congregação. Na solenidade da Assunção de Maria ao Céu, a Igreja lembra que a Mãe de Jesus é modelo para todos os cristãos, e, de forma particular, dos que se consagram a Deus pelos conselhos evangélicos: pobreza, castidade e obediência. Hoje existem diferentes formas de vida consagrada, desde os que testemunham a fé em comunidades apostólicas, contemplativas e monásticas, até os que, pessoalmente, se inserem nas realidades profissionais e evangelizadoras, e aí vivem sua consagração e missão. Recordamos aqui os inúmeros institutos seculares.
O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a colocarem a sua existência ao serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida. A origem da vida consagrada está, pois, no seguimento de Jesus Cristo a partir da profissão pública dos conselhos evangélicos. A referência vital e apostólica são os carismas de fundação. Sua função consiste em dar testemunho de santidade e do radicalismo das bem-aventuranças.
Eis alguns ensinamentos do Documento de Aparecida sobre os consagrados:” A vida consagrada é um dom do Pai, por rmeio do Espírito, à sua Igreja. É um caminho de especial seguimento de Cristo, para dedicar-se a Ele com o coração indiviso e colocar-se, como Ele, a serviço de Deus e da humanidade, assumindo a forma de vida que Cristo escolheu para vir a este mundo: vida virginal, pobre e obediente” (Nº 216). Falando do valor do testemunho da vida contemplativa, continua Aparecida: “De maneira especial, a América Latina e o Caribe necessitam da vida contemplativa, testemunha de que somente Deus basta para preencher a vida de sentido e de alegria. “Em um mundo que continua perdendo o sentido do divino, diante da supervalorização do material, vocês queridas religiosas, comprometidas desde seus claustros a serem testemunhas dos valores pelos quais vivem, sejam testemunhas do Senhor para o mundo de hoje, infundam com sua oração um novo sopro de vida na Igreja e no homem atual”(Nº 221 e Discurso de João Paulo II às Relegiosas de Clausura ,México, 30/01/1979).
O Papa Bento XVI, no Discurso de Abertura da V Conferência, em Aparecida, referindo-se aos jovens e à pastoral vocacional, expressou: “Na América Latina a maioria da população está formada por jovens. A este respeito, devemos recordar-lhes que sua vocação é ser amigos de Cristo, discípulos, sentinelas do amanhã, como costumava dizer o meu predecessor João Paulo II. Os jovens não temem o sacrifício, mas, sim, uma vida sem sentido. São sensíveis à chamada de Cristo que os convida a segui-lo. Podem responder a essa chamada como sacerdotes, como consagrados e consagradas, ou ainda como pais e mães de família, dedicados totalmente a servir aos seus irmãos com todo o seu tempo, sua capacidade de entrega e com a vida inteira. Os jovens encaram a existência como constante descoberta, não se limitando às modas e tendências comuns, indo mais além com uma curiosidade radical acerca do sentido da vida, e de Deus Pai-Criador e Deus-Filho Redentor no seio da família humana. Eles devem se comprometer por uma constante renovação do mundo á luz de Deus. Mais ainda: cabe-lhes a tarefa de opor-se às fáceis ilusões da felicidade imediata e dos paraísos enganosos da droga, do prazer, do álcool, junto com todas as formas de violência”(D.I,5).
Que, cada vez mais, os religiosos, as religiosas e consagrados sejam para o mundo testemunhas de que existe outra forma de viver com sentido. Rezemos para que sejam entre nós sinais vivos e confiáveis do amor de Deus e de seu Reino. Com eles vamos formar a grande comunidade, que é a Igreja, em sua missão de evangelização. E que muitos jovens descubram que vale a pena dar a vida Àquele que por primeiro deu a Sua vida por nós, Cristo Jesus.
EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA
- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.
- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.
Interpretação errada do evangelho:
- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).
Consequências:
- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.
CAMPANHA DA VELA VIRTUAL DO SANTUÁRIO DE APARECIDA
CLIQUE AQUI, acenda uma vela virtual, faça seu pedido e agradecimento a Nossa Senhora Aparecida pela sagrada intercessão em nossas vidas!
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus! Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
|
|
|