GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
04.06.2017
SOLENIDADE DE PENTECOSTES — ANO A
( VERMELHO, GLÓRIA, SEQUÊNCIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE )
__ "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados,
a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos." __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O mistério da presença e da ação do Espírito Santo é perceptível na criação e na redenção. Já no segundo versículo da Bíblia, lemos: “o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. A ação dele é perceptível na esfera da existência e da salvação; nos indivíduos e na Igreja, nas almas e nos corpos; nos homens e na vida animal. É essa a lição que aprendemos hoje. Barulho, vento, fogo e unidade de línguas. Agora uma só língua é falada e é entendida por todos e todos, em línguas diversas, louvam o único Deus no seio da única Igreja. Só pela força do Espírito vem a fé para se poder dizer que Jesus é o Senhor. Só pelo Espírito, pessoas diversas, com carismas diversos, formam o único corpo místico. É pela força do Espírito que os nossos pecados são perdoados e a salvação acontece. Cantemos Aleluias por este maior dom que recebemos do Pai e do Filho.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, alegremo- -nos com a solenidade de hoje. Celebramos o dia feliz em que Jesus, soprando sobre os discípulos, concede-lhes o Espírito Santo, conferindo-lhes a missão de serem testemunhas de sua Páscoa e portadores do perdão dos pecados. A Igreja, conduzida pelo mesmo Espírito, manifesta- se em “diferentes línguas” e culturas e nos mantém unidos na diversidade. Peçamos ao Senhor que renove em nó,s que aqui estamos, o mesmo dom oferecido em Pentecostes para que, com essa potência do alto, realizemos a obra da evangelização. Que o Espírito Santo, que nos uniu como assembleia para ouvir a Palavra do Senhor e partilhar seu Corpo e Sangue, confirme nossa missão.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para a Igreja: a sua apresentação ao mundo, o nascimento oficial com o batismo no Espírito. Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração e na atividade dos discípulos; início da expansão da Igreja e princípio da sua fecundidade, ela se renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembléia eucarística e sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos grupos até o fim dos tempos. A "plenitude" do Espírito é a característica dos tempos messiânicos, preparados pela secreta atividade do Espírito de Deus que "falou por meio dos profetas" e inspira em todos os tempos os atos de bondade, justiça e religiosidade dos homens, até que encontrem em Cristo seu sentido definitivo.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, cantemos cânticos jubilosos ao Senhor!
(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
PRIMEIRA LEITURA (At 2,1-11): - "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava."
SALMO RESPONSORIAL (103/104): - "Enviai o vosso Espírito, Senhor, * e da terra toda a face renovai!"
SEGUNDA LEITURA (1Cor 12,3b-7.12-13): - "Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo."
EVANGELHO (Jo 20,19-23): - "A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio."
Homilia do Diácono José da Cruz – SOLENIDADE DE PENTECOSTES – ANO A
"RENASCIDOS NO ESPÍRITO"
Quando se capricha na reforma de uma casa antiga, mudando totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela ficou como nova, a esse respeito, lembro-me também do tempo em que a compra de um sapato novo era onerosa e a gente optava por levar o velho ao sapateiro, que colocava meia sola, passava uma tinta, dava um brilho e quando ia buscar, era como se fosse um sapato novo, e um último exemplo, um dos carros que tive foi uma Brasília, que em certa ocasião , mandei fazer uma reforma caprichada e ao sair com ela da oficina, dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nesses três casos, a palavra NOVA é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e a Brasília, continuaram velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito de Deus realiza em nós, não é uma reforma de fachada, não somos uma casa velha reformada, mas nele somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser realmente novas criaturas., porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma conhecimento dessa verdade, fica confuso como Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que podia um homem, sendo já velho, nascer de novo,e se era necessário entrar novamente no útero materno. Nas leituras da missa da vigília, e do domingo de Pentecostes descobrimos que esse renascimento e essa renovação não dependem do homem, mas é iniciativa de Deus. Quando celebramos Pentecostes estamos na verdade celebrando o renascimento de todo gênero humano, a renovação de toda humanidade, onde o homem, consciente e crente desta renovação, se une a seu Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na Igreja, que é o Povo da Nova Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêm e vivem segundo o Espírito, vivenciando um amor que se traduz em serviço, impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e particular que têm exclusividade sobre o Espírito Santo, monopolizando seus dons e carismas, o Espírito é derramado sobre todos e não canalizado para alguns em particular como pensam algumas correntes religiosas. Todos os textos que ilustram essa Festa de Pentecostes, da missa da Vigília e da própria Festa, não deixam margem para dúvidas a esse respeito. “Derramarei o meu Espírito sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1) “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o barulho, juntaram-se á multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria língua” (Atos 2, 4-5) Através do seu Espírito que é único, Deus se comunica com todos os homens no pluralismo de valores, de culturas e religiões, em uma única linguagem!
No espírito descobrimos que somos todos iguais embora queiramos parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do Espírito, derrubaríamos por terra todas as barreiras que nos separam e homens de todas as nações, culturas e religiões, iriam se dar às mãos e em uma única voz cantariam um único louvor, ao único e verdadeiro Deus, reunidos em uma única Igreja que já não seria mais este ou aquele templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as entranhas do homem. Eis aí algo esplendido que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos renovamos porque Deus em seu Espírito Santo, entra em nós. “Nossos ossos estavam secos, nossa esperança havia acabado , texto que em Ezequiel 17, mostra não só a situação de um povo, que tinha perdido a sua identidade de povo de Deus, mas da própria humanidade, que sem Deus não consegue sonhar, ou esperar nada de bom, mas só tem pesadelos, e neste mesmo texto vemos a maravilhosa profecia “Porei em vós o meu Espírito para que vivais... e os anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão” isso significa que todos, jovens e velhos poderão esperar algo novo, uma nova e feliz realidade.
Essa possibilidade se concretizou ao anoitecer daquele dia, quando Jesus soprou sobre a comunidade dos discípulos, concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio Espírito. Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma Igreja que na força do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que estavam fechadas e saiu em missão para anunciar a todos os homens essa verdade, que o Espírito do Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e mais abundante que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e tomar consciência dessa verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor habita nele em Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos da caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e mansidão. Você já fez essa experiência? (Domingo de Pentecostes)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – SOLENIDADE DE PENTECOSTES – ANO A
“A surpresa: fruto da ação do Espírito”
E se alguém lhe dissesse que você está errado há muitos séculos? No mínimo seria um exagero. Foi exatamente isso que um professor de moral costumava dizer aos seus alunos: “estamos equivocados há muitos séculos porque pensamos que a moral é fazer umas quantas coisas boas”. Eu imagino o olhar expectante dos alunos rumo ao professor experimentado, mas que talvez deixassem notar através das próprias feições alguma censura ao velho professor. Nesse momento, o catedrático continuava: “Não! A moral cristã não é de obrigação, mas uma moral de surpresa, moral de salvação”.
Moral de surpresa?! Eu estou de acordo. Efetivamente, Deus nos surpreende constantemente. A graça, a salvação, a ação do Espírito Santo nas pessoas é uma surpresa maravilhosa. Mas, será que dessa maneira não estaríamos suprimindo a colaboração humana na própria salvação? É muito conhecida aquela frase de S. Agostinho: “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. E é verdade! No entanto, não deixa de causar surpresa que nós possamos fazer obras que mereçam a salvação eterna. Essa afirmação já deixou a mais de uma pessoa deslumbrada, até mesmo escandalizada. Martinho Lutero aceitava que toda a obra da salvação é de Deus, mas se esquecia de que Deus, pela sua infinita bondade e generosidade, capacita o próprio ser humano para poder realizar ações meritórias.
Vejamos esse assunto com mais calma. Santo Irineu afirmou que Deus, no principio, plantou a vinha do gênero humano; muito amou a humanidade e se propôs estender sobre ela o seu Espírito e conferir-lhe a adoção filial. E esse plano de Deus cumpriu-se! Desta maneira, o Pai olha as obras daqueles que são os seus filhos por graça aceitando-as prévio auxilio de seu próprio poder, de Deus.
Uma ideia comum que aparece nos Santos Padres é a seguinte: assim como existe um único Deus, existe também uma única humanidade e uma única fraternidade humana. Assim como Deus é três Pessoas distintas, de maneira semelhante há variedade no gênero humano: as muitas pessoas humanas. Essa variedade não se opõe à unidade da humanidade. No entanto, esse projeto de unidade foi despedaçado pelo pecado logo nos inícios. Logicamente, assim como não se perdeu totalmente imagem de Deus com o pecado original, tampouco a unidade fundada nessa imagem. Não obstante, as relações do homem com Deus e do homem com os demais se viram mudadas a pior como fruto podre da desagregação que o homem experimentou dentro de si mesmo. O homem, segundo os Padres da Igreja, foi disperso em vários pedacinhos. A salvação de Cristo, nesse contexto, seria uma restauração, um recolher o homem disperso. Cristo é o homem singular, mas também é o homem universal, ou seja, leva em si toda a humanidade.
O ser humano, quando se encontrava disperso, e quando se encontra em pecado mortal, logicamente, não pode realizar obras meritórias. Mas quando se encontra em graça, restaurado pelo amor de Deus, as suas obras luzem diante do Senhor que as vê com agrado.
A solenidade de Pentecostes é a festa da unidade porque a obra da reunificação foi levada a cabo pelo Pai em Cristo na unidade do Espírito Santo. Assim como o Espírito Santo, na intimidade da Trindade, é o “lugar” de encontro do Pai e do Filho, o Espírito Santo é quem nos une a Cristo. A salvação consiste, segundo S. Agostinho, em ser unidos ao Corpo de Cristo (cfr. In Ioann tract. 52, n.6; PL 35,1771) pela ação do Espírito Santo através da Palavra e dos Sacramentos.
Sendo a salvação uma ação do Pai e do Filho e do Espírito Santo, é também uma realidade que não se dá se nós não a queremos. E para colaborar eficazmente na nossa própria salvação, e na dos demais, o melhor que podemos fazer é ser dóceis à ação do Espírito Santo nas nossas almas. Se perguntarmos qual é a atitude do cristão para com o Espírito Santo, a resposta deveria resumir-se nessa palavrinha: “docilidade”. Deixar Deus agir e surpreender-nos, deixar que ele organize a nossa vida, dê os critérios da nossa maneira de pensar e de querer. Não nos arrependeremos! O cristão tem somente duas opções: ou ser um homem espiritual ou ser um homem carnal, ou ser uma pessoa penetrada pela ação do Espírito Santo que tudo unifica ou ser uma pessoa dispersa pela carne e pelos diversos apetites desse mundo, ou ser filho de Deus na casa do Pai alimentando-se com os manjares da mesa da Palavra e do Corpo e Sangue do Senhor ou ser filho pródigo e contentar-se com o alimento dos porcos. Nós escolhemos! Mas é Deus quem nos salva!
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
Comentário Exegético — SOLENIDADE DE PENTECOSTES – ANO A
(Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios)
EPÍSTOLA (1 Cor 12, 3b7. 12-13)
O ESPÍRITO FIRMA JESUS: Ninguém falando em Espírito de Deus diz anátema Jesus e ninguém pode dizer Senhor Jesus senão em Espírito sagrado (3). Ideo notum vobis facio quod nemo in Spiritu Dei loquens dicit anathema Iesu et nemo potest dicere Dominus Iesus nisi in Spiritu Sancto. ESPÍRITO [pneuma<4151>=spiritus] a palavra pneuma tem diversos significados, desde alento, vento, a parte imaterial do homem, alma (Jo 19, 30:paredöken to pneuma=entregou o espírito), disposição(Mt 5,3: felizes os pobres em espírito), um ser imaterial (Lc 24. 37: edokoun pneuma theorein= pensaram ver um espírito mau (Mc 1, 23: en pneumati akathartö=um homem com espírito imundo), o espírito de Deus ou de Cristo (At 16,7), o Espírito Santo (Mt 28, 19 e 2Cor 13, 3), um movimento interior, dependente de Deus ou de Cristo. Assim como o Espírito de Deus desceu no batismo sobre Cristo, também esse mesmo Espírito desceu sobre os batizados, especialmente sobre os que a imposição das mãos confirma na fé, como no caso de At 8, 17 sobre os samaritanos. E a habitação do Espírito Santo inunda os fieis com diversos dons e carismas. É a estes carismas, especialmente ao da profecia, que Paulo se dirige neste trecho. Profecia não como revelação de futuros eventos (Mt 22, 43: Davi em espírito chamou a ele Senhor), mas como palavra de Deus para ser ouvida pela assembleia dos fieis presentes (no nosso caso). ANATHEMA [<331>=anathema] era uma coisa ou pessoa dedicada a uma divindade, como um ex-voto. De modo especial, quando a coisa ou pessoa é destinada para ser maldita pela mesma divindade. (Js 7,12). No NT o significado é negativo para indicar uma coisa maldita, uma imprecação, uma separação definitiva de Deus como alguém por este rejeitado e execrado. Tal o caso de Rm 9, 3 em que Paulo desejaria ser anátema, ou seja, como ele explica, desejaria ser separado do Cristo por seus irmãos, os judeus de sua raça. E em Gl 81, afirmará que mesmo um anjo que anunciasse um evangelho, diferente do que ele tinha anunciado aos gálatas, seria anátema. ESPÍRITO SAGRADO [pneuma agion] ou procedente da parte de Deus, geralmente traduzido por Espírito Santo [Holy Spirit] sem que isso implique diretamente a terceira pessoa da Trindade, mas um dos seus carismas, no caso o dom de profecia. E falando como profeta, ninguém pode nomear Senhor a Jesus, se não é impulsionado pelo dom de profecia do Espírito Santo. De fato, era esta a regra para distinguir a verdadeira profecia da falsa. Porque os judeus, segundo o Trifon, chamavam Jesus de perverso e amaldiçoavam ele e os seus seguidores, sendo o nome de Jesu (sic) o acróstico de seja seu nome e memória apagados, e o declaravam como aquele que foi pendurado, falso deus, mentiroso, abominável nome absoluto de Cristo.
OS CARISMAS: Existem variedades de carismas, mas o mesmo Espírito (4). Divisiones vero gratiarum sunt idem autem Spiritus. Paulo agora trata dos dons extraordinários que ele chama de CARISMAS [charisma<5468>=gratia] dons espirituais, abundantes na igreja de Corinto, mas que davam ocasião a grandes abusos. No corpo do capítulo os descreve com mais detalhe. Carismas e graça diferem essencialmente. Na Teologia escolástica o carisma é dado para a edificação da assembleia, dos outros (gratiae gratis data). A graça é dada para a salvação e santificação do receptor (gratia gratis faciens). Como carisma, temos o exemplo no AT de Balaão (Nm 22, 28) em que um animal fala e impede uma maldição contra os filhos de Israel. Paulo fala de palavra de sabedoria, de ciência, de fé, dom de curas, de milagres, de profecia, de discernimento de espíritos, de línguas, de interpretação (1Cor 12, 8-10) aos quais acrescenta os dons de ministérios: profetas, doutores, de ajuda, de governo (idem 28). O MESMO ESPÍRITO: Paulo chama a atenção para a origem dos carismas. É o Espírito Santo, como hoje dizemos, que opera em nós como o magister interior de S. Agostinho, que Jesus dizia vos ensinará todas as coisas [didaxei panta] (Jo 4, 16) e com o poder de Deus [dymanis tou agiou pneumatos] (At 1, 8). Poder e sabedoria eram os termos, junto da eternidade, que constituíam os atributos divinos, segundo o entender dos antigos.
OPERAÇÕES: Também existem variedades de atividades, mas um mesmo é o Deus o que atua todas as coisas em todos (6). Et divisiones operationum sunt idem vero Deus qui operatur omnia in omnibus. ATIVIDADES [energëma<1755>=operatio] é o plural de energëma com o significado de trabalho, obra, operação, realização. Ao afirmar ser O MESMO DEUS, implica que Espírito é Deus e essas demonstrações são obra de Deus, não do espírito humano e menos de outro espírito independente ou contrário ao divino. Com estas afirmações, Paulo entra no que na Teologia se tem chamado de corpo místico de Cristo: toda a Igreja é unida e age sob um único alento vital. O Espírito de Deus a ilumina e impulsiona à ação como a alma humana trabalha no corpo do homem. É por isso que esse espírito enviado por Cristo era chamado de Espírito do Senhor Jesus (que inicialmente o impulsionou ao deserto e viveu nele como uma força interior que o levou a dar testemunho da verdade (Jo 18, 37) e a ser executor da misericórdia divina: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem e os mortos ressuscitam (Mt 11, 8). É uma coisa que não se pode negar: Existem na História da Igreja pontos negros que a maculam; mas até o dia de hoje o carismas - chamá-los-emos fatos extraordinários- não deixam de surpreender os sábios e cientistas do mundo. Exemplo recente o Pe. Pio de Pietralcina. Como Jesus no seu tempo, também pode afirmar a Igreja: se não credes em mim, crede nas obras para que conheçais e acrediteis que o Pai [Deus] está em mim e eu nele (Jo 10, 38). Estamos acostumados a julgar pessoas e associações pelo mal que ocasionalmente têm feito. Mas o bem que realizam, isso não é notícia nem é tomado como base para um juízo correto.
SERVIÇO DOS CARISMAS: Pois a cada um é dada a manifestação do Espírito para o proveito (7). Unicuique autem datur manifestatio Spiritus ad utilitatem. MANIFESTAÇÃO [fanerösis <5321>=manifestatio] o grego fanerösis aparece duas vezes no NT. Esta e em 2 Cor 4,2: nos recomendamos à consciência de todo homem na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Realmente as obras fora do comum, extraordinárias, são as que rubricam a presença divina entre os homens. O Espírito atua como sabedoria e poder, não a sabedoria do mundo, mas da cruz (1Cor 1, 23); e poder, manifestado especialmente como triunfo contra o maligno (Mc 3, 15), como clamavam exultantes os discípulos, após a primeira missão evangelizadora (Lc 10, 17), faculdade que outros queriam usar como máximo poder humano (Lc 9, 49) e que o próprio Jesus contempla como máximo sinal de sua pregação (Lc 11, 20). Independentemente de que hoje a medicina moderna resolve muitos casos como sendo doenças nosológicas, como esquizofrenia, transtorno bipolar e epilepsia. Paulo dirá que sua pregação também tem o mesmo sinal, pois veio aos de Corinto com demonstração do Espírito e poder (1Cor, 2,4). A Igreja usa também este poder para declarar santo uma pessoa, depois da morte do mesmo. PROVEITO [simferon<4851>=utilitas] que na realidade é o particípio de presente neutro do verbo simferö, tomado como nome: na realidade seria para o que é vantajoso. A tradução geral é para o proveito comum.
ANALOGIA DO CORPO: Porque como o corpo é um e tem membros, porém todos os muitos membros do corpo único, sendo muitos um único corpo são, assim também o Cristo (12). Sicut enim corpus unum est et membra habet multa omnia autem membra corporis cum sint multa unum corpus sunt ita et Christus. E, pois, num só Espírito nós todos num só corpo fomos batizados, já judeus, já gregos, já escravos, já livres, também todos num só Espírito temos bebido (13). Etenim in uno Spiritu omnes nos in unum corpus baptizati sumus sive Iudaei sive gentiles sive servi sive liberi et omnes unum Spiritum potati sumus. Paulo usa agora o exemplo do corpo para ilustrar sua teoria do corpo místico de Cristo: formado o corpo por muitos membros, não obstante sendo muitos forma uma só unidade, um só corpo unido. Assim acontece com o Cristo. A unidade tem como origem o Espírito recebido no batismo, que é único para todos os batizados. Isto implica uma realidade intrínseca dentro dos fieis que nada tem a ver com a sola fide. É no batismo que se recebe o Espírito o qual é quem forma o corpo de Cristo, que Jesus chamaria de videira e sarmentos. A seiva, que é a nova vida, provém do tronco no caso da videira; e da cabeça no caso do corpo. Se aquela é paradigma da vida, esta última é modelo de direção e movimento. É do batismo comum, não como simples lavado de água mas como morte ao pecado e nova vida em Cristo, com o qual somos confirmados (Rm 6,2). De modo que se vivemos ou morremos é com Cristo que vivemos ou morremos (Rm 6,8). A identificação com Cristo é, pois, uma ideia paulina da qual o corpo, como paradigma, é consequência natural. E essa vida nova depende do Espírito recebido, que por vezes se mostra modo divino com dons ou carismas extraordinários, mas que modo humano é a base da graça santificante e das virtudes teologais. Pedro, que foi testemunha dos carismas dados aos gentios pela primeira vez em casa de Cornélio, o centurião, usou a experiência sobrenatural dos mesmos para afirmar que também devem ser batizados [recebidos como reino] os que como nós [os judeus] receberam o Espírito Santo (At 10, 47). Este relato serviu para que os judeus- cristãos afirmassem: Na verdade, até aos gentios deu o arrependimento para a vida (At 11,18). Paulo, pois, dedicou grande parte de seu ministério para afirmar que, como parte de um mesmo corpo, não existe diferença entre judeus, gregos, escravos e livres. Em todos eles existe uma mesma vida e uma mesma seiva: o Espírito recebido no batismo. Mais tarde Paulo afirmará que os membros mais delicados e menos honrados são os que devem ser cuidados e receber máxima atenção (Rm 12, 22-23).
EVANGELHO (Jo 20, 19-23)
EXEGESE: A exegese deste evangelho pode ser vista na primeira parte da Dominica in Albis deste mesmo ano, do dia 1 de maio. Vamos repetir as explicações dadas no artigo. Por outra parte faremos alguns comentários, próprios do tempo, chamado pascal, para que sirvam tanto para entender os evangelhos como para a vida espiritual dos leitores dos mesmos. É desnecessária a repetição das traduções dos versículos, já efetuados no texto citado anteriormente.
JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS
OS LUGARES PARALELOS: Temos, além do relato de João, outros dois paralelos, muito mais breves, que correspondem a um resumo auricular e não a um testemunho ocular. São Marcos 16, 14-18 e Lucas 24, 36-49. Contrastaremos todos eles para determinar o grau de historicidade e o valor teológico das afirmações, como catequistas bíblicos.
TEMPO: João é o mais detalhado neste respeito: estando, pois, aquele dia perto do fim [opsies], o primeiro da semana. Comparado com o relato de Lucas anterior ao sucesso de João, em que este não narra a aparição aos dois de Emaús, parece que temos uma pequena contradição de tempo. Os dois pedem a Jesus que fique, pois está na tarde e o dia já há declinado [temos traduzido literalmente]. Como pode dizer João que depois de uma caminhada de sessenta estádios, aproximadamente 9 mil metros, ou duas horas de caminho, ainda era a tarde do dia? Vamos explicar esta aparente contradição. A tarde começava às quinze horas. Era este também o tempo em que se iniciavam as jantas. O dia, na primavera palestina, termina entre 17:30 e 18 horas. Caso estejamos, segundo Lucas, no início das 16 horas teremos mais duas horas de volta e os dois discípulos estariam com os onze às 18 horas, precisamente no fim do dia como afirma João.
OS DISCÍPULOS: Além dos doze [melhor onze, porque Judas estava morto] estavam os dois de Emaús e provavelmente mais, dentre os quais logo nos Atos se dirá eram cento e vinte. Dentre os onze, faltava Tomé o chamado Dídimo. Tanto Tomé como Dídimo significam o mesmo: gêmeo. Como diz Lucas, estavam reunidos os onze (!) e seus companheiros, comentando uma aparição a Pedro [Simão] (Lc 24, 33-34) que João não narra, porque ele não foi testemunha do fato. Temos uma falha de informação em Lucas, porque não sendo ele testemunha, narra na totalidade, os onze, quando na verdade faltava um: Tomás. Também vemos como em Marcos existe uma narração formal e genérica, quando resume todas as aparições, afirmando finalmente, que apareceu aos onze quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que o tinham visto ressuscitado (34, 14). Vemos que esta última afirmação é só em parte verdadeira, como constatamos em Lucas 24, 34. Esta falta de detalhes indica claramente que eles tratam o assunto na sua generalidade, como um fato que transcende a história e forma parte da tradição. Não assim em João, onde hora, lugar e circunstâncias permitem conhecer o que uma testemunha viu e ouviu. Por isso temos dois detalhes importantes: o medo aos judeus [propriamente jerosolimitanos] e as portas fechadas, ou melhor, trancadas.
JESUS VEIO: É desta forma como aparece, para estar na frente de todos, a figura do ressuscitado. Nada de ruídos, de resplendor, de experiências impactantes. Como entra a luz quando uma janela é aberta, assim o corpo de Jesus entrou e se colocou no meio deles (19).
A PAZ: A figura na frente deles não é uma estátua; fala e comerá logo, para demonstrar que não é um espírito, uma fantasia, um fantasma. Mas vamos agora estudar suas palavras. A primeira palavra de Jesus é uma saudação que, podemos dizer, entra no costume ambiental: PAZ. A palavra hebraica Shalom, da qual a grega Eirene e a latina Pax são traduções, significa evidentemente ausência de guerra e vida tranquila (Lc 14, 32); mas também significa bênção, glória, riqueza, descanso, bem estar, saúde física, esperança de êxito, justiça, salvação: ou seja, tudo que acostumamos chamar de estado feliz. Especialmente, paz e justiça aparecem unidas (Mt 5, 9-10). A paz é dom precioso de Deus (1 Cor 1, 3). Daí que o futuro Messias, Jesus em definitivo, seja antes de tudo um porta-voz da paz e inclusive se identifique com ela (Rm 5, 1). É o Messias que a comunica por meio do Espírito, como antecipação da paz definitiva (Rm 14, 7). Se a primeira vez, a palavra pode ter o significado de uma saudação (19) quando é repetida pela segunda vez tem um significado profundamente teológico: ela é a base do Espírito que transforma os discípulos em enviados do Pai, recebendo o principal carisma da nova era: o espírito de reconciliação que basicamente é perdão. Algo novo está ocorrendo; e esse algo novo é um bem divino: essa profunda e definitiva paz, que Deus está disposto a partilhar, como doador, com simples seres humanos.
AS CHAGAS: Jesus mostrou suas chagas: mãos e pés, segundo Lucas (24, 39) ou mãos e lado, segundo João (20, 21). Lucas declara o propósito dessa prova, como demonstração de que ele era o mesmo Jesus crucificado que tinha sido depositado no sepulcro e não um fantasma. Nem a afirmação de Lucas nega a de João, nem esta poderá ser tomada como contraditória à de Lucas; máxime que João distingue duas aparições: uma só para Tomé em que pede que este introduza a mão no lado, daí que o lado era mais importante para João do que as chagas do pé. Lucas só traz uma aparição, porque para ele o importante era que Jesus tinha sido visto pelos onze. Isto explica as diferenças entre os dois. Nem todos os detalhes são importantes, mas só aqueles que do ponto de vista do autor contribuem para demonstrar ou confirmar seu propósito. Deste momento em diante, Jesus será o crucificado, ou seja, aquele que em seu corpo apresenta umas feridas que inicialmente foram vergonha e humilhação, mas que desde agora seriam glória e exaltação. O Jesus-homem, filho de Maria [filho do homem] agora se apresenta como o Cristo-Senhor, verdadeiro filho de Deus [Cristo Deus].
O PERDÃO DOS PECADOS: A nova missão dada por Jesus aos discípulos está intimamente unida ao perdão dos pecados. Por isso Jesus repete de novo Shalom lekem [Eirene ymin grego, ou Pax vobis latino]. Mas esta paz não é uma saudação, mas uma doação, um presente divino que é um perdão pela conduta imprópria dos discípulos durante os dias da paixão e morte de Jesus. Jesus esquece e perdoa. Sua paz, que é felicidade e alegria por sua presença viva no meio deles, quer ser uma reconciliação sem recriminações nem censuras. O perdão é total. O desejo de Jesus vai além do simples perdão. Jesus pretende dar aos discípulos um novo ministério: uma função divina, como dom totalmente extraordinário, que requeria um ato solene, visível e simbólico; ou seja, uma ação sacramental em que o homem é instrumento visível da ação interior divina. A missão atual é totalmente diferente da dada aos doze (Mt 10, 1 +) e aos discípulos (Lc 10, 1+) que unicamente consiste em anunciar a Boa Nova e testemunhá-la com o poder de curar e a autoridade sobre os demônios. É uma missão nova que participa da missão fundamental do próprio Jesus, que vamos estudar na continuação. Jesus não só envia os discípulos, mas também o Paráclito (Jo 16, 7). E a missão dos discípulos está na mesma ordem da missão do Paráclito. É, pois, uma missão muito importante.
MISSÃO DE JESUS: Como o Pai me enviou, dirá Jesus. Com estas palavras Jesus afirma o sentido de sua vida: Ele é um enviado do Pai, um mensageiro que tem, como finalidade, o que na continuação descreve como doação a seus discípulos: o perdão. Que Jesus era enviado do Pai temos clara confirmação em Jo 5, 30 e 36. Mas qual foi a missão fundamental de Jesus? O anjo anuncia um Salvador que será Cristo-Senhor (Lc 2, 11). No nome da pessoa estava escrita a missão de sua vida. Por-lhe-ás o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados (Mt 1, 21). E o Batista descreve o futuro Messias declarando-o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29). A missão de Jesus se cumpre no momento de sua morte quando pode exclamar: está consumado (Jo 19, 30). Pouco antes, ao ser elevado na cruz, reclama do Pai o perdão; e o mais admirável é que esse perdão não é para os amigos, mas para os inimigos: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34). Foi para essa hora [de paixão] que ele veio (Jo 12, 27). O perdão é uma amostra de que Deus é Pai e de que a justiça de Deus é clemência para quem recebe o evangelho como a Boa Nova da graça: O ano de graça do Senhor (Lc 4, 19 e Is 61, 2). Na última ceia, declara o mistério encerrado na cruz como o sangue a ser derramado em prol da multidão para o perdão dos pecados (Mt 26, 28) e João, na sua primeira carta, resumirá esta missão afirmando: o sangue de seu Filho nos limpa de todo pecado (1 Jo 1, 7).
MISSÃO DOS DISCÍPULOS: 1) Jesus a identifica com a sua: como o Pai me enviou, assim eu vos envio (21). Um favor deve ser tomado em sentido o mais amplo possível, sem restrição, como dizem os letrados em Direito. Perdoar não é só usar palavras, mas contribuir com ações, unindo-se à sua paixão para que os novos sofrimentos atuem como causa segunda do perdão, o qual Paulo já expressava numa frase de difícil interpretação: Em minha carne estou completando o que falta às tribulações de Cristo, em favor de seu corpo, que é a Igreja (Cl 1, 24). E como tal corpo de Cristo, também ele (sendo parte da Igreja) sofre e adquire méritos para a conversão dos pecadores, como muitos santos sofreram e S. Agostinho confirma em seus escritos. A Deus só podemos dar o nosso sofrimento de quem entrega sua vida, perdendo-a como prova do amor (Rm 5, 8). E nisso consiste precisamente o sacrifício (Ef 5, 2). 2) Jesus realiza uma ação que relembra pelo verbo usado, a mesma de Gênesis 2, 7, segundo a setenta, quando Deus soprou sobre o barro para dar vida ao corpo inerte. Logo teremos uma vida nova dada aos discípulos. Até agora Jesus nunca fez gesto semelhante que implicava modo diferente de ser discípulo. 3) As palavras que explicam a ação de Jesus formam um só conjunto com a missão e o sopro, que tem como significado o perdão dos pecados. Aqui não encontramos menção do Evangelho, não aparece o Reino, não deixa os efeitos salutares aos ouvintes da palavra, mas os efeitos são dirigidos aos presentes, todos eles alegres e com viva fé no Senhor: Se perdoais serão os pecados [dos outros] perdoados, se não os perdoais [os retiveres forçosamente, segundo o grego] não estarão perdoados. Os hemistíquios finais de cada frase estão na voz passiva o que significa uma ação direta de Deus. Poderíamos traduzir livre, mas literalmente, a nova missão apostólica desta forma: Deus perdoará a quem vós perdoardes; e Deus não perdoará a quem vós não perdoardes. O melhor comentário é o do Beato Isaac della Stella: A Igreja nada pode perdoar sem Cristo e Cristo nada quer perdoar sem a Igreja. A Igreja não pode perdoar senão a quem é penitente, isto é, a quem Cristo tocou com sua graça; e Cristo nada quer considerar como perdoado a quem despreza a sua Igreja. 4) Por isso, a condição indispensável do penitente é seu amor por Cristo, segundo as palavras do próprio Jesus: Eu vim chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5, 32) e seus muitos pecados lhe são perdoados porque amou muito; mas aquele a quem pouco se perdoa ama pouco(Lc 7, 47) ou em termos mais ocidentais: A quem pouco ama, pouco se perdoa.
INTERPRETAÇÃO: Que podemos dizer desta segunda missão dos discípulos chamados a perdoar os pecados? ANTES do século XVI todas as Igrejas admitiam que os apóstolos e seus sucessores tinham o poder ministerial de perdoar os pecados dos fieis em nome de Cristo. DEPOIS, com a vinda da Reforma, os evangélicos afirmam que este poder e este encargo são entregues a todos os discípulos; de fato a todos os fieis de todos os tempos (Jo 17, 20) e não a Pedro em particular (Mt 16, 19) ou a um ordo sacerdotal (Lc 24, 48). O perdão não é dado por meio de um poder ministerial causado por uma recepção do Espírito; porém, escutando o testemunho dos fieis, os homens acreditarão (seus pecados lhes serão perdoados) ou se escandalizarão (seus pecados lhes serão retidos). Estas são as novas afirmações dos chamados evangélicos. A Igreja Romana admite como certo que o poder dado por Cristo de perdoar os pecados se exerce também no Batismo e na pregação da palavra (Mc 15, 16). Todo sacerdote no final da leitura do evangelho diz: Pelos vocábulos ditos, sejam perdoados nossos delitos. O teólogo Bruce Vawter declara que este dom do Espírito está aqui relacionado explicitamente com o poder outorgado à Igreja para continuar ostentando o caráter judicial de Cristo, no referente ao pecado. Mas há algo mais: especialmente, da passagem atual, temos duas definições dogmáticas que interpretam as Escrituras em sentido histórico ou literal: A PRIMEIRA definição é do Concílio de Constantinopla (ano 553) proclamando que quando o Senhor insuflou sobre os apóstolos, estes recebem realmente e não figurativamente o Espírito Santo. A SEGUNDA é do Concílio de Trento, declarando anátema do ponto de vista católico, a interpretação desta passagem como não se referindo à potestade de perdoar e reter os pecados no sacramento da penitência, mas somente restringida à autoridade de pregar o evangelho.
LUGARES PARALELOS: Em primeiro lugar, temos a passagem da confissão de Pedro: Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: E se alguma coisa ligares sobre a terra estará ligada nos céus. E se alguma coisa desatares sobre a terra estará desatada nos céus (Mt 16, 19). Pedro recebe de Jesus uma autoridade que é jurídica como chefe do conjunto apostólico. É definitivamente o poder de admitir ou rejeitar dentro da comunidade, homens e ideias como fundamentalmente afins ou inimigas às mensagens verdadeiras do evangelho. Uma outra passagem é: Em verdade vos digo que tudo que por quaisquer motivos ligares sobre a terra estará ligado no céu. E tudo que por qualquer causa desligares sobre a terra estará desligado no céu (Mt 18, 18). Trata-se do mesmo direito de admitir ou rejeitar homens e doutrinas, porque este versículo é a conclusão de como tratar aquele que não quer se arrepender uma vez que rejeita a voz da igreja. Nesse caso será tratado como gentio ou publicano. Uma terceira passagem está em Tiago 5, 16: Confessai, pois, uns aos outros os vossos pecados e orai uns pelos outros para que sejais curados. O contexto indica que é nos momentos de doença em que o doente chama os presbíteros da Igreja para ser ungido e a oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecados, estes serão perdoados (15). Uma quarta passagem é encontrada em 1 Jo 1, 9: Se confessarmos os nossos pecados, ele (Deus) é fiel e justo de modo a demitir nossos pecados e nos limpar de todas as maldades. Finalmente Pedro, à pergunta dos ouvintes, que devemos fazer, dirá: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados (At 2, 18). Destes textos deduzimos: 1o) Que Cristo realmente tem poder para entregar sua autoridade como faculdade a ser exercida visível e externamente sobre os homens. 2o) Que pelo menos de duas formas, desde os tempos apostólicos essa potestade era usada: no batismo e na doença. Temos como confirmação os casos de Ananias (At 5, 1-11) e do incestuoso de Corinto (1Cor cap 5) em que o pecado é retido e punido.
COMENTÁRIOS
TEMPO PASCAL: Podemos chamar assim o tempo transcorrido entre a ressurreição e a ascensão para os discípulos de Jesus. A nota principal desse tempo é o aspecto das aparições de Jesus. Seu corpo aparece como o de um corpo revivido muito mais do que o de um ressuscitado. Vamos explicar: O corpo que Jesus tomou após os três dias [contados do modo judaico] no sepulcro, era como o corpo de Lázaro: um corpo totalmente humano, como se a morte não tivesse existido. Por isso podia ser tocado (Lc 24, 39), podia comer (Lc 24, 43), andava com eles como se fosse o mesmo Jesus que com eles tinha convivido nos últimos anos. Mas uma vez, efetuada a ascensão, Jesus não se mostrará do mesmo modo na suas aparições. Um exemplo é a visão de Paulo. Seu corpo é o próprio de um ressuscitado: um corpo de luz, corpo glorioso (Fp 3, 21) que resulta da transformação do corpo humilhado ou psíquico, de cuja semente nasce o novo corpo espiritual (1 Cor 15, 43).
CARACTERÍSTICAS DO TEMPO PASCAL: Vamos estudar o tempo pascal dos onze e dos outros discípulos da época de Jesus. Que aconteceu de importante que sirva para nós neste século XXI? Neste período de tempo, como diz o Papa Leão Magno, na sua homilia da Ascensão (séc V), foram revelados aos apóstolos grandes mistérios. Em primeiro lugar foi proclamada a imortalidade, não apenas da alma, mas também do corpo. Nesses dias, os apóstolos receberam o Espírito Santo através do alento vital do Senhor Jesus, que conferiu a eles o poder de perdoar os pecados. Pedro recebeu o mandato de cuidar do rebanho do Senhor de modo especial. Era o mesmo Pedro que anteriormente tinha recebido as chaves do Reino, pondo em suas mãos a autoridade de abrir ou fechar os portões do mesmo. Jesus, nesses dias, esclareceu as dúvidas sobre a finalidade de seu messiado, interpretando as Escrituras e, consequentemente, dando a estas a força da palavra divina, como profecias dos eventos salvíficos. Abriu os olhos dos seus discípulos à luz da fé, contrariamente ao modo como o pecado abriu os olhos de nossos primeiros pais. Os olhos dos discípulos foram abertos para compreenderem o mistério autêntico da salvação, trazida pela vitória de Jesus; os discípulos reconheceram a derrota humilhante e vergonhosa de seu pecado. E quando parecia que nada mais faltava ao ensinamento de Cristo, na sua despedida, ele deu aos apóstolos dois preceitos novos: O primeiro era o mandato de serem testemunhas para todos os povos (Lc 24, 48) de modo que as palavras e os escritos dos apóstolos fossem dirigidos pelo Espírito Santo que iriam receber em plenitude nos próximos dias. O segundo preceito era de ficar unidos em Jerusalém até que fossem revestidos do poder do Espírito (Lc 24, 49).
A DÚVIDA: Como podemos compaginar a recepção do Espírito Santo, no domingo da Páscoa, com a infusão do mesmo no dia de Pentecostes? Quando é que verdadeiramente os apóstolos receberam o Espírito Santo? No alento e sopro de Jesus sobre eles ou no vento impetuoso acompanhado das línguas de fogo, no dia de Pentecostes? A resposta é: em ambos os casos. No primeiro, eles receberam um poder ministerial; no segundo, um batismo de carismas como dons gratuitos da graça divina. O poder ministerial é próprio dos homens que chamamos de ordenados; os carismas, de qualquer fiel, independente de sexo ou condição. São as duas faces do Espírito Santo atuando dentro da Igreja. De uma maneira contínua, como ministerial, e de maneira esporádica, como dom extraordinário. O perdão será dado sempre; o fenômeno da xenoglossia foi circunstancial e pontual desse domingo pentecostal. A palavra de Jesus revestidos da força [dynamis] do Alto (Lc 24, 49), indica a função do Espírito Divino como vemos em At 1,8 em que o mesmo autor fala da força [dynamis] do Espírito Divino, porque sereis batizados [SUBMERGIDOS] no Espírito Divino não dentro de muitos dias (At 1, 5). Para que essa força especial, que procede do Alto, de um ser submergido no Espírito do mesmo Deus? É para serem testemunhas de Jesus em toda a terra. Como escreve o quarto evangelho, o Espírito será enviado para conduzir os discípulos à verdade plena (Jo 16, 13) Como? Recordando o ensino de Jesus (Jo 14, 26) e anunciando as coisas futuras (Jo 16, 13). Sem distorcer o significado das palavras que acabamos de ouvir, vemos que nem toda a revelação [a verdade] foi dita por Jesus, principalmente porque agora não podeis suportar [compreender] (Jo 16, 12). Que deduzimos destas citações? Que a assistência do Espírito como revelador da verdade, Mestre da mesma, como foi Jesus no seu tempo, é constante na sua Igreja: permanecerá convosco para sempre (Jo 14, 16) dirá Jesus. Podemos deduzir disso que não é um livro escrito num determinado momento, o único que contém a verdade revelada. O Espírito está vivo na Igreja e deve existir um canal vivo também, para que sua voz seja ouvida através dos tempos. A Igreja católica fala da Tradição e do Magistério. Por meio deste, se faz de forma segura e unificada [que todos sejam um de Jo 17, 20], como foi elaborado o Catecismo da Igreja Católica, ou são elaboradas as Encíclicas papais para ensinar algum tema doutrinal ou moral, condenar erros, informar os fieis de perigos para a fé, procedentes das correntes culturais, avivar a devoção. Segundo a Humani Generis do Papa Pio XII (1950), elas refletem o Magistério Ordinário da Igreja e merecem o respeito da parte dos fieis. João Paulo II nos deixou uma herança de 14 Encíclicas, entre elas a Evangelium Vitae e a Veritatis Splendor. O maior número de encíclicas foi escrito por Pio XI com 41, seguido de Bento XV com 30. A Igreja tem a autoridade, fundada nas palavras de Jesus e reforçada pela presença do Espírito, de formular as consequências explícitas ou implícitas da primitiva revelação, como afirma Marin Sola no seu livro Evolução Homogenia Del Dogma Católico.
O ESPÍRITO, HOJE: Se ele está como mestre no Magistério, tanto extraordinário [ex cathedra] como ordinário da Igreja, onde o encontramos nos fieis? Todo fiel tem o Espírito e o encontra principalmente no amor que ele tem no fundo de seu coração. Porque o Espírito é amor. Por isso, amar Jesus como um discípulo é a condição para que o Pai o ame e venha habitar nele como morada (Jo 14, 23). O amor é, pois, a melhor maneira de saber se o Espírito está conosco. O amor indicará qual é a verdade entre as muitas opções e opiniões do momento. Por isso o atual Papa fala da Caridade da Verdade. A caridade [o amor] é paciente, dirá Paulo em 1 Cor 13, 4. E o Papa atual falará da paciência de Deus e a impaciência do homem. Diante de muitas confusões modernas sobre infusão do Espírito e batismo no Espírito acreditamos que a melhor maneira de saber se alguém está imbuído [batizado] pelo Espírito é ver sua disponibilidade para o amor, ou seja, para o serviço gratuito ao homem. Sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos, dirá João em 1Jo 3, 14. E em 1Jo 4, 12-13: Se nos amarmos uns aos outros Deus permanece em nós…Nisto reconhecemos que permanecemos nele e ele em nós: ele nos deu o seu Espírito. Finalmente, segundo Paulo, o dom mais perfeito é o amor, sem o qual nenhum outro vale nada, como afirma no capítulo 13 de sua primeira carta aos de Corinto. Os estabelecimentos de caridade para a terceira idade e as crianças órfãs dirigidos pela caridade da Igreja têm duas qualidades insuperáveis do ponto de vista social: cuidam de seus internos com muito mais amor e com muito menos dinheiro do que fazem as instituições que podemos chamar laicas.
PISTAS:
1) Como está nossa recepção ao sacramento da reconciliação? Se não o precisamos ou recebemos é porque não pecamos [e o justo peca 7 vezes por dia] ou não sentimos a necessidade de ser perdoados no amor. Talvez sejamos perdoados pela misericórdia; ou condenados pela justiça porque desprezamos, como diz Dante, o Amor.
2) Quantos fieis se sentem aliviados ao receber a absolução em nome do Senhor por um sacerdote! Deveríamos experimentar esta paz reflexo da que Jesus deu a seus discípulos absolvendo-os do pecado de covardia por tê-lo abandonado nos momentos da paixão.
3)Que uso fazemos das encíclicas tanto sociais como sobre os problemas fundamentais da vida ou da verdade? Não foram escritas para ouvidos surdos, mas para homens de boa-vontade. A voz do Papa é a voz de Cristo ou a voz de um teólogo ultrapassado e ultramontano dentro do agnosticismo do relativismo moderno?
4) Muitos se fixam nos carismas, no dia de hoje, e o único que verdadeiramente, segundo Paulo, indica a posse do Espírito é o amor. Este distinguirá os verdadeiros carismas dos falsos. Escutemos João na sua epístola: Quem não ama seu irmão a quem vê, a Deus, a quem não vê, não pode amar (1Jo 4, 20).
EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA
- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.
- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.
Interpretação errada do evangelho:
- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).
Consequências:
- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.
28.05.2017
ASCENSÃO DO SENHOR — ANO A
( Branco, Glória, Creio, Prefácio da Ascensão Ofício da Solenidade )
__ "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos..." __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Hoje, Jesus chega ao ponto máximo de sua glorificação: sobe aos céus e senta-se à direita do Pai e recebe toda autoridade, seja na terra como no céu. Hoje, ele termina sua missão aqui e, antes de subir, prepara seus discípulos para continuarem o que ele começou: implantar o Reino de Deus no meio dos homens. Para isso promete-lhes o mesmo Espírito Santo que ele tinha recebido. Deverão levar sua Palavra de vida e serem suas testemunhas no meio de todas as nações com a força desse mesmo Espírito que ele lhes iria enviar junto com o Pai. Hoje, dia Mundial das Comunicações Sociais, rezemos para que os meios de comunicação implantem, na mente e no coração de todos, os valores do Reino e rezemos também nesta semana para que os cristãos de todas as denominações religiosas trabalhem unidos, sem brigas, para que o mundo creia que Jesus foi o enviado do Pai.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, hoje Jesus sobe aos céus e, após a sua ressurreição, encerra seus encontros e aparições aos discípulos, que serviram para fortalecer-lhes a fé e explicar-lhes a missão. Despedindo- se, o Senhor promete enviar o seu Espírito e, por Ele, permanecer na Igreja por meio da Palavra anunciada e dos sacramentos. Iniciamos hoje a Semana de Oração pela unidade dos cristãos. Peçamos ao Senhor a graça de vivermos unidos em seu amor. Também hoje, alegramo- nos com todos os meios de comunicação que, no mundo, divulgam a verdade e colaboram com o anúncio do Evangelho.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Interpretando teologicamente a Ascensão de Jesus, recomendam os anjos que não se fique a olhar para o céu, mas que se espere e prepare a volta gloriosa do Senhor. Esta é, até o fim dos tempos, a missão da Igreja, em tensão entre o visível e o invisível, enbtre a realidade presente e a futura cidade para a qual caminhamos. A ascensão do Cristo é a nossa ascensão; já que o Corpo é convidado a elevar-se até a glória em que o precedeu a cabeça, vamos cantar nossa alegria, expandir em ação de graças todo o nosso júbilo. Hoje, não apenas conquistamos o paraíso, mas, no Cristo, penetramos nos mais altos céus.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, cantemos cânticos jubilosos ao Senhor!
(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
PRIMEIRA LEITURA (At 1,1-11): - "Homens da Galiléia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu."
SALMO RESPONSORIAL (46/47): - "Por entre aclamações Deus se elevou, * o Senhor subiu ao toque da trombeta."
SEGUNDA LEITURA (Ef 1, 17-23): - "Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus."
EVANGELHO (Mt 28,16-20): - "Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo."
Homilia do Diácono José da Cruz – SOLENIDADE DA ASCENSÃO DE JESUS – ANO A
"O Mandato Missionário"
Dia desses alguém me perguntava, por que razão o evangelista Mateus não fala da Ascensão de Jesus, parece que a parte mais importante ele omite, justo o final Feliz de toda História: Jesus vai subindo e sumindo entre as nuvens, glorioso e vencedor! Alguns mais radicais até acham que esse evangelho nem deveria entrar na Liturgia desse Domingo da Ascensão. Então aqui entram os admiradores de São Lucas, esse “caprichou” na narrativa, narrou em Atos, que é a primeira leitura desse domingo, e repetiu em seu segundo evangelho. Só faltou uma câmara digital para filmar Jesus subindo... Que coisa linda! Claro que esta cena cinematográfica não está no centro das atenções de nenhum dos nossos evangelistas, mas em todos eles, direta ou indiretamente há algo bem mais importante que eles transmitiram as suas comunidades e também as nossas: a História de Jesus, e principalmente a sua missão, terá continuidade!
Não podemos limitar a Festa da Ascensão apenas a essa “subida” de Jesus entre as nuvens, mesmo porque os terrnos são confusos á luz da razão humana, afinal, Jesus foi ou ficou? Pois se Ele foi, não pode ter ficado, e se ficou, então não foi. Esquecemos que Deus é Onipresente e atemporal, não há um antes e um depois nessa história. Pois se Jesus não usa dessa pedagogia própria, nem os seus discípulos e nem nós entenderíamos absolutamente nada. Também é bom esclarecer que a sua presença em nosso meio não em um “Faz de Conta”, um sonho bonito que alimentamos, quando, por exemplo, perdemos um ente querido e afirmamos convictos que sentimos a sua presença junto de nós. Jesus não está vivo entre nós, porque evocamos a sua lembrança, a sua presença é real, embora mística. Ele nunca saiu da Direita do Pai e também nunca saiu do nosso meio, o que muda aos nossos olhos é apenas o modo de se fazer presente, pois se a presença do Senhor em sua Igreja fosse apenas uma bela Utopia, a Igreja teria sucumbido nos primeiros quatro séculos de sua história, quando teve contra si a força destruidora do poderoso império romano.
Quando assumimos algum empreendimento humano, logo queremos saber o que vamos ter que fazer, qual vai ser o nosso papel. O Cristão Discípulo de Jesus já tem essa resposta sobre o que fazer “...Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei” E Jesus ordenou tantas coisas, seu ensinamento é tão denso, como é que a gente vai se lembrar - poderá argumentar alguém. “Eu vos dou um novo mandamento....” . Pronto! Aqui temos a missão da Igreja, anunciar o evangelho que conduz o ouvinte á prática do maior de todos os mandamentos: o amor aos irmãos e irmãs.
Todas as pastorais e movimentos, associações, ordens religiosas, ministérios e tudo mais que há no contexto da Igreja, deve estar direcionado para este mandato; Anunciar o Evangelho é essa a missão primária da Igreja, se o trabalho na em comunidade não tem esse objetivo há algo errado. Nenhuma pastoral ou Movimento deve anunciar a si mesmo, mas o Evangelho de Cristo, e qualquer modelo de espiritualidade deve ser sempre um incentivo ao cumprimento dessa missão. A Igreja no início do Novo Milênio começou a tomar consciência de que tinha se omitido dessa sua missão primária, as paróquias passaram a ser Postos de Atendimento Religioso e Distribuidora de Sacramentos. Por conta disso alguns movimentos que trabalham o querígma, cresceram na nossa Igreja, em uma ação do Espírito Santo, graças a Deus que isso aconteceu, acho até, que foi um “puxão de orelha” em nossas paróquias, que agora, em uma nova visão pastoral vão elaborando planos que contemplam esse resgate da Missão evangelizadora fazendo um anúncio que leve o ouvinte a esta experiência profunda com a Pessoa de Jesus Cristo, chega de fórmulas doutrinárias e conceitos clássicos decorados ou mal digeridos! Chega de tanta omissão, precisamos de Paróquias evangelizadoras cada vez mais!
É este o apelo nas entrelinhas do cérebre Documento de Aparecida, que deve ser o Livro de Cabeceira de todos os que se propor a viver um cristianismo mais autêntico. É normal questionar, se uma Igreja imperfeita e pecadora conseguirá dar conta dessa missão de tão grande importância, uma comunidade Santa e forte na Fé daria melhor conta desse recado. Mateus não se ilude a esse respeito, nas primeiras comunidades não faltavam pessoas fervorosas que reconheciam em Jesus o único Deus e Senhor, prostrando-se diante dele, mas havia também os fracos na Fé, que ainda duvidavam tal qual acontece ainda hoje em nossas comunidades. Jesus não deu a missão apenas aos fervorosos, mas a todos os que participam da comunidade, pois é isso eu define o “Ser Cristão”, anúncio e testemunho! (Festa da Ascensão do Senhor)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – SOLENIDADE DA ASCENSÃO DE JESUS – ANO A
“Rumo ao céu!”
Os discípulos obedeceram a Cristo e foram para a montanha que ele tinha designado. Adoraram-no e foram enviados a anunciar o Evangelho. No dia da Ascensão do Senhor, o cristão percebe que no seu coração há um duplo movimento: o primeiro, olhar para o céu; o segundo, olhar para a terra.
Nós olhamos para o céu porque pensamos na glória de Cristo, contemplando-a na fé. Vemos no Cristo glorioso que sobe à direita do Pai toda a humanidade, a nossa humanidade. A natureza humana nunca tinha sido presenteada com tão grande dádiva, nem mesmo quando, depois de criada, tinha sido sobrenaturalmente elevada. Adão antes do pecado, por mais glorioso e cheio de dons preternaturais que fosse, perderia todo protagonismo diante da glória que irradia a humanidade santíssima de Jesus Cristo. Não obstante, o primeiro Adão era uma imagem gloriosa do que Deus queria para o homem. Já conhecemos a história posterior à criação: o homem desprezou a Deus, pecou, foi expulso do paraíso, perdeu a graça e divagou pelo mundo. Deus, no entanto, não deixou de cuidar do ser humano. Mais ainda, foi generosíssimo: decidiu embelezar novamente o homem e a mulher, mais do que antes. O segundo Adão seria mais agraciado que o primeiro. E assim foi!
Jesus é verdadeiro homem (novo Adão) e verdadeiro Deus. Como Deus, nasceu eternamente do Pai, sempre foi glorioso e essa glória não podia aumentar. Como homem, a sua humanidade foi progressivamente manifestando a glória que havia recebido do Pai. A ascensão é também o esplendor da glória, a expansão da graça e a beleza do céu manifestado no ser humano.
Diante de Cristo, que sobe aos céus, os discípulos caem por terra e adoraram a glória de Deus manifestada na carne do homem Jesus. A sadia curiosidade nos leva a observar cada um dos detalhes dessa humanidade gloriosa; vemo-nos fortemente atraídos a essa realidade e pregustamos o que seremos por toda a eternidade: filhos no Filho. Já o somos, mas essa realidade ainda deve manifestar-se em toda a sua plenitude (cfr. 1 Jo 3,2). Quando nos aventurarmos a observar os detalhes da glória, cairemos por terra: ainda não podemos! A nossa visão humana tem que receber uma ajuda divina para que isso seja possível. No momento basta com adorar a Deus? Não! É preciso manifestar aos outros as maravilhas da graça e da glória.
Esse é o segundo movimento do nosso coração: pensamos nos nossos irmãos, em todos os seres humanos. Depois de contemplar por um momento o projeto de Deus para o homem já realizado na humanidade de Jesus e que se realizará em cada um de nós, temos que perguntar aos nossos semelhantes: o que vocês estão fazendo? Não percebem, por acaso, ó tardos de inteligência e endurecidos de coração, que há coisas melhores? Será que não se dão conta que isso que vocês julgam bom e agradável aos sentidos não satisfaz plenamente o coração humano? Será que estão cegos: não percebem que os dons da inteligência, os prazeres da carne, o poder das riquezas, são apenas uma manifestação de que o coração de vocês tende à felicidade? Deus é essa felicidade!
Não nos escutarão. Talvez não nos ouçam. Frequentemente nos desprezam! Pensam que somos nós os infelizes, os tristes e os apoquentados porque – dizem eles –não desfrutamos da vida, não aproveitamos os prazeres, não aproveitamos a nossa liberdade. Se o cristão não vigiar e não estiver cada dia mais unido a Deus poderia até acreditar na “felicidade-fantasma” dessas pessoas. Para alguns a vida se resume em poucas palavras: Drogas! Sexo! Dinheiro! Tá bom, drogas não; mas as outras duas coisas talvez…
Os homens e as mulheres de bem, aquelas pessoas que sabem o que vale a pessoa humana de verdade, precisam estar atentas. Não podem ser bobas! Não podem ter a falsa humildade de não atuar com inteligência e perspicácia neste nosso mundo. O cristão não pode viver cabisbaixo, triste, melancólico, como se o mundo e as pessoas não tivessem jeito! Não! Não podemos ser moles, atontados, frouxos e sem essa “malícia boa” que manifesta que nós somos pessoas prudentes, oportunas, com capacidade de planejar e de mostrar, de maneira atrativa, o Evangelho de Jesus aos demais. Parecem que eles só conhecem o seu mundo, as suas coisas, os seus prazeres, o seu planeta. É hora de mostrar-lhes algo mais bonito! Acho que é importante pedir a Deus o “dom de línguas” segundo a interpretação de São Josemaría Escrivá: falar de tal maneira que todos nos entendam, que a nossa vida seja transmissão da mensagem de Cristo aos outros, buscar expressar-se de tal maneira que cultivados e menos cultivados compreendam o que queremos dizer quando falamos de Deus.
Você e eu, queremos ir com Jesus… aos céus! Mas não, devemos ficar aqui, talvez muitos anos… trabalhar muito. Eles precisam de nós!
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
O que é a Lectio Divina?
A Lectio Divina vem do latim e tem como significado, “leitura divina”, “leitura espiritual” ou ainda “leitura orante da Bíblia”, é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, conscientes do plano de Deus e a sua vontade, pode-se produzir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e praticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. Santa Terezinha Do Menino Jesus dizia, em período de aridez espiritual, que quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, ela busca no Evangelho o alimento de sua alma.
A Lectio Divina tradicionalmente é uma oração individual, porém, pode-se fazê-la em grupo. O importante é rezar com a Palavra de Deus lembrando o que dizem os bispos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tradição católica, que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Monges diziam que a Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também de todo o cristão. O Papa Bento XVI fez a seguinte observação num discurso de 2005: “Eu gostaria, em especial recordar e recomendar a antiga tradição da Lectio Divina, a leitura assídua da Sagrada Escritura, acompanhada da oração que traz um diálogo íntimo em que a leitura, se escuta Deus que fala e, rezando, responde-lhe com confiança a abertura do coração”.
O Concílio Vaticano II, em seu decreto Dei Verbum 25, ratificou e promoveu com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, que teve um período de esquecimento por vários séculos na Igreja. O Concílio exorta igualmente, com ardor e insistência, a todos os fiéis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela freqüente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (São Jerônimo, Comm. In Is., prol).
A prática cristã ancestral de Oração Centrante tem suas raízes e é alimentada pela oração de escuta da Palavra de Deus na Sagrada Escritura, especialmente nos Evangelhos e Salmos. Por isso, faço este convite a você que ainda não faz a Lectio Divina para ter este profundo alimento espiritual e quem faz desejo os votos de perseverança. A Lectio Divina possui os seguintes passos: comece invocando o Espírito Santo fazendo esta oração: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. – Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra. Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém”. A Lectio possui quatro passos: 1- Lectio (Leitura); 2- Meditatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4- Contemplatio (Contemplação).
Quanto à leitura, Leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Sagrada Escritura (aconselha-se que nas primeiras vezes utilize-se os textos dos Evangelhos). Leia o texto quantas vezes forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes desta perícope: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante que identificar tudo com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação de espírito. À leitura, eu escuto: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Eis uma palavra curta, mas cheia de suaves sentidos para o repasto da alma. Ela oferece como que um cacho de uva. A alma, depois de o examinar com cuidado, diz em si mesma:Pode haver aqui algum bem, voltarei ao meu coração e tentarei, se possível, entender encontrar esta pureza. Pois é preciosa e desejável tal coisa, cujos possuidores são ditos bem-aventurados, e à qual se compromete a visão de Deus, que é a vida eterna, e que é louvada por tantos testemunhos da Sagrada Escritura. Eis uma palavra curta, mas cheia de suaves sentidos para o repasto da alma. Ela oferece como que um cacho de uva. A alma, depois de o examinar com cuidado, diz em si mesma: Pode haver aqui algum bem, voltarei ao meu coração e tentarei, se possível, entender encontrar esta pureza. Pois é preciosa e desejável tal coisa, cujos possuidores são ditos bem-aventurados, e à qual se compromete a visão de Deus, que é a vida eterna, e que é louvada por tantos testemunhos da Sagrada Escritura.
Quanto à Meditatio, começa, então, diligente meditação. Ela não se detém no exterior, não pára na superfície, apóia o pé mais profundamente, penetra no interior, perscruta cada aspecto. Considera atenta que não se disse: Bem-aventurados os puros de corpo, mas, sim, “os puros de coração”. Pois não basta ter as mãos inocentes de más obras, se não estivermos, no espírito, purificados de pensamentos depravados. Isso o profeta confirma por sua autoridade, ao dizer: Quem subirá o monte do Senhor? Ou quem estará de pé no seu santuário? Aquele que for inocente nas mãos e de coração puro (Sl 24,3-4). Depois de ter refletido sobre esses pontos e outros semelhantes no que toca à pureza do coração, a meditação começa a pensar no prêmio: Como seria glorioso e deleitável ver a face desejada do Senhor, mais bela do que a de todos os homens (Sl 45,3), não mais tendo a aparência como que o revestiu sua mão, mas envergando a estola da imortalidade, e coroado com o diadema que seu Pai lhe deu no dia da ressurreição e de glória, o dia que o Senhor fez (Sl 118,24).
Quanto à Oratio, toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai no coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade. Vendo, pois, a alma que não pode por si mesma atingir a desejada doçura de conhecimento e da experiência, e que quanto mais se aproxima do fundo do coração (Sl 64,7), tanto mais distante é Deus (cf. Sl 64,8), ela se humilha e se refugia na oração. E diz: Senhor, que não és contemplado senão pelos corações puros, eu procuro, pela leitura e pela meditação, qual é, e como poder ser adquirida a verdadeira doçura do coração, a fim de por ela conhecer-te, ao menos um pouco.
Quanto ao último passo à Contemplatio, Desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranqüilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus!
Portanto, diante deste patrimônio da nossa Igreja que é este método de Oração da Lectio Divina, desejo a todos que ao lerem este artigo comecem a tomar gosto pela Leitura Orante da Palavra de Deus, pois, nós sabemos que a oração é um dos alimentos da alma que obtemos forças para enfrentar tantas adversidades em nossa caminhada. Que Deus os abençõe nesta nova etapa espiritual.
Pe. Jair Cardoso Alves Neto (Arquidiocese de Cuiabá).
EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA
- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.
- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.
Interpretação errada do evangelho:
- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).
Consequências:
- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.
CAMPANHA DA VELA VIRTUAL DO SANTUÁRIO DE APARECIDA
CLIQUE AQUI, acenda uma vela virtual, faça seu pedido e agradecimento a Nossa Senhora Aparecida pela sagrada intercessão em nossas vidas!
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus! Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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