GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
            
             
            
              16.06.2019 
                Solenidade da Santíssima Trindade — ANO C 
                  (BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO) 
                __ "Comunidade divina: modelo para a comunidade humana. Deus sempre se dá a conhecer aos homens." __ 
              
             
            Ambientação:  
            Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! 
            INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos hoje o mistério da Santíssima Trindade. A fé em Deus Trindade nos leva reconhecer a beleza e a profundidade da realidade humana. Deus é UM em três pessoas, mistério de amor e comunhão, perfeita unidade na diversidade. Por isso, a comunidade humana encontrará a sua verdadeira realização à medida que buscar conviver numa relação de igualdade entre todos os seus membros, respeitando as diferenças. 
            INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, bem-vindos! Após a solenidade de Pentecostes, no domingo passado, reunimo-nos hoje para reconhecer a plenitude do mistério de Deus. O Pai que enviou o Filho e com Ele nos enviou o Espírito Santo, é agora adorado e glorificado em sua grande manifestação de comunhão e de amor fazendo-nos participar de sua intimidade divina. Graça maior não há! Que esta celebração faça reavivar em nós o dia em que fomos mergulhados neste grande mistério, o dia do nosso Batismo. 
            INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Quando ouvimos falar de alguém como de grande personalidade, temos o desejo de conhecê-lo. A festa da SSma. Trindade desperta em nós este desejo e a ele responde, porque Deus dá sempre o primeiro passo em direção à nós. Nesta data, é acentuado particularmente o fato de que Deus se manifesta, se revela, se nos dá a conhecer e nos oferece um conhecimento "pessoal", quer um face a face com cada um de nós, para que nos abramos todos ao grande face a face de Deus. A "Sabedoria de Deus" é alegria de amar aos homens! 
            Sintamos em nossos corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor! 
             
            
               (coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia) 
             
             
            PRIMEIRA LEITURA (Provérbios 8,22-31):   - "O Senhor me criou, como primícia de suas obras, desde o princípio, antes do começo da terra." 
            SALMO RESPONSORIAL (Sl 8):    - "Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!" 
            SEGUNDA LEITURA (Romanos 5,1-5):    - "Justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo." 
            EVANGELHO (João 16,12-15):   - "Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará." 
             
            
             
            Homilia do Diácono José da Cruz — Santíssima Trindade — ANO C 
            TRINDADE NOSSA FAMÍLIA 
            Chacrinha, o velho Guerreiro,  revolucionou a TV com a sua comunicação irreverente nos programas de auditório  ao vivo, foi um grande comunicador e há até uma frase sua que marcou o público  “eu não vim para explicar, vim para confundir”. 
            Há muita gente que pensa que  Deus quis nos confundir ao revelar-se um Deus Trino, uma verdade ilógica, uma  aberração matemática, segundo o raciocínio humano, pois 1 nunca será igual a 3,  entretanto, é o contrário do que dizem, porque o homem jamais teria condições  de penetrar no mistério de Deus, e, as leituras desse domingo, da Festa da  Santíssima Trindade, mostram-nos como Deus se revela, permitindo ao homem  contemplar toda a beleza desse amor. 
            Então penso que o maior e verdadeiro  comunicador de todos os tempos é o Espírito Santo, chamado por Jesus neste  evangelho, de Espírito de Verdade, que nos comunica não só quem é Deus, mas  também quem somos. E a pedagogia de Deus é perfeita, sem queimar nenhuma etapa,  respeitando os limites do homem na sua dificuldade de compreender, e se revela  aos poucos, na medida em que o homem amadurece em sua fé, é, portanto uma  revelação pessoal, pois um comunicador de massa nos moldes que a mídia nos  coloca, não sabe na verdade quem são as pessoas com quem se comunica, seu jeito  de ser, suas dores e angústias, suas dificuldades, além do que, nem sempre o  que a mídia nos comunica é verdadeiro, aliás, na maioria das vezes são  “verdades” inventadas para se vender uma idéia, um conceito ou um produto. Mas  Deus nos dá um tratamento personalizado, pois o Espírito Santo nos conduz à  Verdade que é ele próprio. 
            O homem é muito especial estando sempre  no centro do projeto de Deus, basta ver a obra da criação em seus detalhes,  feita com grande sabedoria, tudo foi preparado para que o homem fosse feliz, a  sabedoria aqui mencionada em Provérbios, é como o amor de uma mãe que prepara  com todo carinho o enxoval e o quarto onde o seu filho irá viver após o  nascimento, amor que acolhe e que se alegra em ficar junto e a sabedoria de  Deus tinha prazer de ficar junto com os filhos dos homens, o belo e perfeito,  se apaixonando pelo feio e imperfeito. Nenhum Deus é assim, só o Pai de Jesus! 
            O nosso Deus nunca foi um enigma que  desafia os homens a decifrá-lo, ao contrário, torna-se acessível em Jesus  Cristo, no qual pela fé somos justificados, isso não significa que alcançaremos  à salvação de maneira passiva, pois a segunda leitura da carta de Paulo aos  Romanos, nos propõe o desafio de testemunharmos nossa esperança, que é Jesus  Cristo, em meio às tribulações deste mundo. 
            As palavras de Jesus aos discípulos são  consoladoras nesse sentido, porque na verdade eles estão tomados pela tristeza,  por causa da idéia de que o senhor irá deixá-los, não haviam se dado conta de  que a volta de Jesus ao Pai, iria perpetuar a presença de Jesus junto a eles,  através do Espírito Santo. Os pecados e as misérias humanas não conseguem  impedir essa comunicação de Deus aos homens, aberta a partir de Jesus Cristo,  poderia se dizer que o emissor se comunica perfeitamente bem, mesmo que o  receptor não seja muito eficiente, pois Deus nunca desiste do homem e o seu  amor é eterno, comprovado em Jesus Cristo, ápice da revelação desse amor, que  nos insere na vida de Deus através da comunhão. 
            Celebrar a Santíssima Trindade não é celebrar um  mistério insondável, mas é sentir uma grande alegria, ao saber o quanto Deus  nos ama, e se desdobra para nos alcançar e nos manter sempre junto a si. Uma  galinha que abre suas asas para proteger e abrigar os pintinhos, uma águia que  carrega sobre as asas seus filhotes para que apreendam a voar, são alegorias  que aparecem na Bíblia e que facilitam à nossa compreensão a respeito de Deus.  Enfim, embora imerecedores, somos todos membros desta Família Do PAI, do FILHO  e do ESPÍRITO SANTO. (Festa da Santíssima Trindade) 
            José da Cruz é Diácono da  
              Paróquia Nossa
              Senhora Consolata – Votorantim – SP 
              E-mail  jotacruz3051@gmail.com 
             
            Homilia do Padre Françoá Costa — Santíssima Trindade — ANO C 
            Santíssima  Trindade 
            “Não devemos perder de vista a tradição, a doutrina e a  fé da Igreja Católica, tal como o Senhor ensinou, tal como os apóstolos  pregaram e os Santos Padres transmitiram. De fato, a tradição constitui o  alicerce da Igreja, e todo aquele que dele se afasta deixa de ser cristão e não  merece mais usar este nome” (Das cartas de Santo Atanásio, bispo, séc.IV). O  que quer dizer “Santíssima Trindade”? Um mistério que só pode ser conhecido  pela fé: há um só Deus em três Pessoas realmente distintas entre si: o Pai e o  Filho e o Espírito Santo. A nossa salvação tem estrutura trinitária: o Filho  nos atrai ao Pai a través da ação do Espírito Santo, somos batizados em nome  das três Pessoas divinas. A Profissão de Fé, o Credo, tem essa mesma estrutura:  “Creio em Deus Pai todo-poderoso (…). E em Jesus Cristo seu único Filho nosso  Senhor (…). Creio no Espírito Santo (…)”. Nós queremos dizer no dia de hoje com  a liturgia da Igreja: “Sede bendita, ó Trindade indivisível, agora e sempre e  eternamente pelos séculos, vós que criais e governais todas as coisas”  (Antífona do Cântico evangélico de Laudes). E pedimos: “Fazei que, professando  a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade  onipotente” (oração coleta). 
            Para dizer-se cristão é necessário crer que há um só Deus  em três Pessoas realmente distintas – o Pai e o Filho e o Espírito Santo – e  crer também que o Filho de Deus se fez homem, se encarnou para a nossa salvação.  Há um só Deus e esse único Deus é uno, ou seja, não se divide; não é um Deus em  três versões, em três rostos, ou em três deuses. Não! Há um só Deus. E, no  entanto, Jesus Cristo, nos revelou que dentro de Deus há vida, há diálogo, há  amor; em Deus há três Pessoas: o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Mas o Pai  não é nem o Filho nem o Espírito Santo, o Filho não é nem o Pai nem o Espírito  Santo, o Espírito Santo não é o nem Pai nem o Filho; são Pessoas distintas.  Cada Pessoa é Deus, cada Pessoa divina é toda a divindade e, no entanto, não há  três deuses. Grande mistério! 
            O leitor poderia dizer-me: “mas isso eu já sei pela  catequese”. De acordo! E, contudo, eu tenho certeza que é muito importante  voltar a celebrar a nossa fé, professá-la e pensá-la. O dogma (verdade) da  Santíssima Trindade nos diz também que o Pai não foi feito por ninguém, não foi  criado, não foi gerado; que o Filho não foi criado pelo Pai, foi gerado, o que  é muito diferente; que o Espírito Santo não foi criado nem gerado pelo Pai e  pelo Filho, mas foi espirado, o que também é distinto. A geração do Filho pelo  Pai é um ato espiritual, eterno e não pressupõe nenhuma ação fora da realidade  de Deus. A espiração do Espírito Santo é também um ato espiritual e eterno,  dentro da vida divina, que tem como fonte o Pai enquanto que tem um Filho; daí  que no Ocidente sempre foi comum dizer que o Espírito Santo procede do Pai e do  Filho (Filioque), isto é, do Pai através do Filho, expressão mais próxima ao  oriente cristão. 
            Quando dialogamos sobre a criação do mundo utilizando o  argumento de que é preciso, seguindo as causas do que existe, chegar a um  momento inicial, um princípio eterno que cause tudo o que existe, não é incomum  encontrar a seguinte pergunta: “e quem fez Deus?”. A esta pergunta há que responder:  Deus não foi feito por ninguém; se Deus fosse criado não seria Deus, seria  criatura. Por outro lado, o nosso interlocutor precisa ser consequente: se não  admitíssemos a existência de um Principio sem principio, que chamamos Deus, não  existiria nada. Essa argumentação filosófica é completada pela afirmação  teológica: a criação é obra de toda a Santíssima Trindade: do Pai e do Filho e  do Espírito Santo; a criação é o resultado externo – e não necessário – do amor  interno e necessário de Deus. 
            O Mistério da Santíssima é o motor da nossa vida  cristã. Todas as nossas orações começam com o Sinal da Cruz e com a Santíssima  Trindade; fomos feitos filhos do Pai no Filho pelo Espírito Santo; as orações  da liturgia se dirigem ao Pai através do Nosso Senhor Jesus Cristo na unidade  do Espírito Santo; a fé e a esperança e a caridade manifestam sobrenaturalmente  as características internas da vida de Deus em nós; a nossa estrutura humana  intelectual também leva a marca da Trindade nas nossas potencias de memória, inteligência  e vontade. Enfim, estamos tocados até o mais profundo do nosso ser pelo  Mistério do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Toda a nossa salvação depende  da Santíssima Trindade, com a qual colaboramos. Não nos cansemos dizer,  portanto, no dia de hoje e sempre: “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito  Santo”.  
            Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa 
             
            Comentário Exegético — Santíssima Trindade — ANO C 
              (Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios) 
            CARÍSSIMOS IRMÃOS E IRMÃS, 
            Não publicaremos nesta semana o Comentário Exegético. Estamos publicando excepcionalmente outras homilias relacionadas ao tema deste domingo. 
            Vejam na página EVANGELHO DO DIA a liturgia completa e na página Roteiros Homiléticos mais sugestões para a celebração desta Solenidade 
            Desejamos a todos uma feliz e santa semana! 
             
            Homilia do D. Henrique Soares da Costa – Santíssima  Trindade – Ano C 
            Pr 8,22-31 / 
              Sl 8 / 
              Rm 5,1-5 / 
              Jo 16,12-15 
            É estranho celebrar com uma festa litúrgica a Santíssima  Trindade, pois a Trindade Santa é celebrada em toda a vida cristã e,  particularmente, em toda e cada Eucaristia. Recordemos que a Missa é  glorificação da Trindade Santíssima, na qual o Filho se oferece e é por nós  oferecido ao Pai no Espírito Santo, para a salvação nossa e do mundo inteiro.  Mas, aproveitando a festa hodierna, façamos algumas considerações que nos  ajudem na contemplação e adoração desse Mistério tão santo, que nos desvela a  vida íntima do próprio Deus. 
            Poderíamos começar com uma pergunta provocadora: como a  Igreja descobriu a Trindade? Descobriu, como duas pessoas se descobrem:  revelando-se! Duas pessoas somente se conhecem de verdade se conviverem, se  forem se revelando no dia-a-dia, se se amarem. Só há verdadeiro conhecimento  onde há verdadeiro amor. É costume dizer-se que ninguém ama o que não conhece;  pois, que seja dito também: ninguém conhece o que não ama. O amor é a forma  mais profunda e completa de conhecimento! Foi, portanto, por puro amor a nós, à  nossa pobre humanidade, que Deus quis dirigir-se a nós, revelar-se, convivendo  conosco, abrindo-nos seu coração, dando-nos a conhecer e a experimentar seu  amor… E fez isso trinitariamente! Então, desde o início, a Igreja experimentou  Deus na sua vida concreta, e o experimentou trinitariamente, como Pai, como  Filho e como Espírito Santo. Antes de falar sobre a Trindade, a Igreja  experimentou a Trindade! 
            Primeiramente, o Senhor Deus incutiu no coração do povo  de Israel e da própria Igreja que ele é um só: “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso  Deus, o Senhor é um só!” Um porque não pode haver outro ao seu lado, Um porque  não pode ser multiplicado, Um porque não pode ser dividido e Um porque deve ser  o único horizonte, o único apoio, a única rocha de nossa existência: ele, o  Senhor Deus, é o único absoluto, o único que é, sem princípio e sem fim, sem  mudança e sem limite! Jamais poderemos imaginar tal grandeza, tal plenitude,  tal suficiência de si mesmo! Deus É – e basta! Tudo o mais apenas existe porque  vem dele, daquele que É! Mas, ele não é um Deus frio: sempre apresentou-se ao  povo de Israel como um Deus amante, um Deus de misericórdia e compaixão, um  Deus que não sossega enquanto não levar à plenitude da vida as suas criaturas.  Por isso, com paciência e bondade, conduziu o seu povo de Israel, formando-o,  educando-o, orientando-o e prometendo um futuro de bênção e plenitude, de  eternidade e abundância de dons, que se concretizaria com um personagem que ele  enviaria: o Messias, seu Ungido. 
            Esse Messias prometido, nós, cristãos, o reconhecemos em  Jesus, nosso Senhor. Ele é o enviado de Deus, do Deus único, Deus de Abraão, de  Isaac e de Jacó, Deus do povo de Israel. A esse Deus tão grande e tão santo,  Jesus chamava de Abbá – Papai: o meu Papai! A si mesmo, Jesus se chamava “o  Filho” – Filho único, unigênito de Deus, Filho Amado! Mais ainda: o próprio  Jesus, que veio para nós e por amor de nós, agiu neste mundo, em nosso favor,  com uma autoridade que ultrapassava de longe a autoridade de um simples ser  humano: ele agia como o próprio Deus. Não só interpretava a Lei de Moisés, como  também a modificou e a ultrapassou; perdoava os pecados, exigia um amor e uma  obediência absolutos à sua pessoa… amor que somente Deus pode exigir. Jesus se  revelava igual ao Pai, absolutamente unido a ele: “Eu e o Pai somos uma coisa  só! Quem me vê, vê o Pai. Eu estou no Pai e o Pai está em mim”. Após a  ressurreição, a Igreja compreendeu, impressionada, maravilhada: Jesus não  somente é o enviado daquele Deus a quem chamava de “Pai”, mas ele é igual ao  Pai: ele é Deus como o Pai, é eterno como o Pai, é o Filho amado pelo Pai desde  toda a eternidade. Então, o Deus de Israel é Pai, Pai eterno, Pai eternamente,  que eternamente gera no amor o Filho amado. Por amor, ele nos enviou este  Filho: “Verdadeiro homem, concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem  Maria, viveu em tudo a condição humana, menos o pecado. Anunciou aos pobres a  salvação, aos oprimidos, a liberdade, aos tristes, a alegria”. E para realizar  o plano de amor do Pai, “entregou-se à morte e, ressuscitando dos mortos,  venceu a morte e renovou a vida”. 
            Mas, há ainda mais: o Filho, ressuscitado e glorificado,  derramou sobre seus discípulos o Espírito Santo, que é o próprio Amor que o  liga ao Pai. Este Espírito de Amor não é uma coisa, não é simplesmente uma  força, não é algo: é Alguém, é o Amor que une o Pai e o Filho, e agora é, na  Igreja de Cristo, o Paráclito-Consolador, Aquele que dá testemunho de Jesus  morto e ressuscitado, Aquele que vivifica e orienta a Igreja, Aquele que renova  em Cristo todas as coisas. Ele é o Dom que o Filho ressuscitado recebeu do Pai  e derramou sobre a Igreja, para santificar todas as coisas. Este Espírito  permanece no nosso meio na Palavra e nos sacramentos; este Espírito conserva a  Igreja unida na mesma fé e na mesma caridade fraterna, este Espírito é a Força  divina, a Energia criadora que nos ressuscitará, como ressuscitou o Filho Jesus  para a glória do Pai. 
            É assim que a Igreja confessa um só Deus, imutável,  indivisível, perfeito, eterno, absolutamente um só. Mas confessa e experimenta  igualmente que este Deus único é real e verdadeiramente Pai, Filho e Espírito  Santo, numa Trindade de amor perfeito e perfeitíssima Unidade. A oração inicial  da Missa de hoje, exprime este Mistério: “Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo  a Palavra da verdade, que é o Filho, e o Espírito santificador, revelastes o  vosso inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a  glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente”. 
            Continuemos, então, a nossa Eucaristia, na qual torna-se  presente sobre o Altar a oferta do Filho que, por nós, entregou-se ao Pai num  Espírito eterno. 
            Ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito, Trindade santa a  consubstancial, a glória e o louvor pelos séculos dos séculos. Amém. 
            Dom Henrique Soares da Costa 
             
            Homilia de Mons. José Maria Pereira – Santíssima Trindade  – Ano C 
             Santíssima Trindade 
            Depois de ter celebrado os mistérios da Salvação, desde o  nascimento de Cristo (Natal) até a vinda do Espírito Santo (Pentecostes), a  liturgia propõe-nos o mistério central de nossa fé: a Santíssima Trindade. 
            Toda a vida da Igreja está impregnada pelo Mistério da  Santíssima Trindade. E quando falamos aqui de mistério, não pensemos no  incompreensível, mais na realidade mais profunda que atinge o núcleo do nosso  ser e do nosso agir. 
            Mas é Cristo quem nos revela a intimidade do mistério  trinitário e o convite para que participemos dele. “Ninguém conhece o Pai senão  o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt, 11, 27). Ele revelou-nos  também a existência do Espírito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para  que a santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima Unidade  de vida entre as Pessoas divinas (Cf. Jo16, 12-15). 
            O mistério da Santíssima Trindade é o ponto de partida de  toda a verdade revelada e a fonte de que procede a vida sobrenatural e para a  qual nos encaminhamos: somos filhos do Pai, irmãos e co-herdeiros do Filho,  santificados continuamente pelo Espírito Santo para nos assemelharmos cada vez  mais a Cristo. 
            Por ser o mistério central da vida da Igreja, a  Santíssima Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. Fomos  batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e em seu nome  perdoam-se os pecados; ao começarmos e ao terminarmos muitas orações,  dirigimo-nos ao Pai, por mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito  Santo. Muitas vezes ao longo do dia, nós, os cristãos repetimos: Glória ao Pai  e ao Filho e ao Espírito Santo. 
            Meditando sobre a Trindade dizia S. Josemaria Escrivá:  “Deus é o meu Pai! Se meditares nisto, não sairás dessa consoladora consideração. 
            Jesus é meu Amigo íntimo ! (outra descoberta), que me ama  com toda a divina loucura do seu coração. 
            O Espírito Santo é meu Consolador!, que me guia nos  passos de todo o meu caminho. Pensa bem, nisso. Tu és de Deus…, e Deus é teu”  (Forja, nº2). 
            Desde que o homem é chamado a participar da própria vida  divina pela graça recebida no Batismo, está destinado a participar cada vez  mais dessa Vida. É um caminho que é preciso percorrer continuamente. 
            A Santíssima Trindade habita na nossa alma como num  templo. E São Paulo faz-nos saber que o amor de Deus foi derramado em nossos  corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Cf. Rm 5, 5). E aí, na  intimidade da alma, temos de nos acostumar a relacionar-nos com Deus Pai, com  Deus Filho e com Deus Espírito Santo. Dizia Santa Catarina de Sena: “Vós,  Trindade eterna, sois mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro,  e quanto mais descubro, mais vos procuro”. 
            Imensa é a alegria por termos a presença da Santíssima  Trindade na nossa alma! Esta alegria é destinada a todo cristão, chamado à  santidade no meio dos seus afazeres profissionais e que deseja amar a Deus com  todo o seu ser; se bem que, como diz Santa Teresa, “há muitas almas que  permanecem rodando o castelo (da alma), no lugar onde montam guarda as sentinelas  , e nada se lhes dá de penetrar nele. Não sabem o que existe em tão preciosa  mansão, nem quem mora dentro dela”. Nessa “preciosa mansão”, na alma que  resplandece pela graça, está Deus conosco: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 
            Desde pequenos, aprendemos de nossos pais a fazer o sinal  da cruz e chamar a Deus: de Pai, Filho e Espírito Santo. 
            Assim com toda a naturalidade, estávamos invocando o  mistério mais profundo de nossa fé e da vida cristã: Santíssima Trindade que  hoje celebramos. 
            Só Cristo nos revelou claramente essa verdade: Fala  constantemente do Pai: Quando Felipe diz: “Mostra-nos o Pai…”, Jesus responde:  “Felipe… quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,8). 
            Jesus promete o Espírito Santo: “Quando vier o Espírito  da Verdade, ele vos conduzirá à plena Verdade”. 
            Quando se despede, no dia da Ascensão, afirma: “Ide… e  batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” 
            A contemplação e o louvor à Santíssima Trindade são a  substância da nossa vida sobrenatural, e esse é também o nosso fim: porque no  Céu, junto de Nossa Senhora – Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de  Deus Espírito Santo: mais do que Ela, só Deus – , a nossa felicidade e o nosso  júbilo serão um louvor eterno ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. 
            Mons. José Maria Pereira 
             
            EXCURSUS:  NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA 
            - A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa  nova. 
            -  Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor  misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus  na vida humana.  
              -  Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que  não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua  condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no  dia de natal: é o Deus da eudokias,  dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama. 
            Interpretação  errada do evangelho: 
            - Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma  predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus. 
              - Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará  destas pedras filhos de Abraão). 
            Consequências: 
            -  O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus  [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como  filho que é amado. 
              - O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou  jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio. 
              - O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua  pelo amor. 
              - O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele  é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele. 
              -  Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do  Pai  e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro  definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo  infinito por cima de qualquer fragilidade humana. 
             
              
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              09.06.2019 
                Solenidade de Pentecostes — ANO C 
                (Vermelho, Glória, Sequência [na missa do dia], Creio, Prefácio Próprio  Ofício da Solenidade) 
                __ O Espírito Santo anima a comunidade. A Igreja vive no Espírito de Cristo __ 
              
             
            Ambientação:  
            Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! 
            INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Espírito Santo nos reúne numa assembleia de irmãos, com vários dons e ministérios para ouvir a Palavra e viver a alegria da partilha e da comunhão. É Ele que transforma o pão e o vinho nos sinais da páscoa de Cristo dando-nos força para renovarmos a face da terra. Somos hoje revestidos deste Espírito que nos torna testemunhas alegres e corajosas do Cristo Ressuscitado, senhor da vida e da história. 
            INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, hoje recordamos o dia em que o mistério pascal atingiu a sua plenitude no dom do Espírito derramado sobre a Igreja nascente. Nós que vivemos nesta grande cidade convivendo com tantas culturas, damos graças ao Pai porque o Espírito revelou a todos os povos o mistério escondido nos séculos e reuniu todas as raças na alegria da salvação. Por força desse mistério, seremos revestidos da força do Espírito para sermos testemunhas do Cristo ressuscitado. 
            INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A Solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para a Igreja: a sua apresentação ao mundo, o nascimento oficial com o batismo no Espírito. Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração e na atividade dos discípulos; início da expansão da Igreja e princípio da sua fecundidade, ela se renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembléia eucarística e sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos grupos até o fim dos tempos. A "plenitude" do Espírito é a característica dos tempos messiânicos, preparados pela secreta atividade do Espírito de Deus que "falou por meio dos profetas" e inspira em todos os tempos os atos de bondade, justiça e religiosidade dos homens, até que encontrem em Cristo seu sentido definitivo (cf AG 4). 
            Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor! 
             
            
               (coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia) 
             
             
            PRIMEIRA LEITURA (Atos 2,1-11):   - "Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." 
            SALMO RESPONSORIAL (Sl 103/104):    - "Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai." 
            SEGUNDA LEITURA (1 Coríntios 12,3-7.12-13):    - "Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo." 
            EVANGELHO (João 20,19-23):   - "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós." 
             
            
             
            Homilia do Diácono José da Cruz — Solenidade de Pentecostes — ANO C 
            RENASCIDOS NO ESPÍRITO 
            Quando se capricha na reforma de uma casa antiga, mudando totalmente  sua fachada, costuma se dizer que ela ficou como nova, a esse respeito,  lembro-me também do tempo em que a compra de um sapato novo era onerosa e a  gente optava por levar o velho ao sapateiro, que colocava meia sola, passava  uma tinta, dava um brilho e quando ia buscar, era como se fosse um sapato novo,  e um último exemplo, um dos carros que tive foi uma Brasília, que em certa  ocasião, mandei fazer uma reforma caprichada e ao sair com ela da oficina,  dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nesses três casos, a palavra NOVA  é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e a Brasília, continuaram  velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito de Deus realiza em nós,  não é uma reforma de fachada, não somos uma casa velha reformada, mas nele  somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser realmente novas  criaturas, porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21). 
            Quando o homem toma conhecimento dessa verdade, fica confuso como  Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que podia um homem, sendo já velho,  nascer de novo,e se era necessário entrar novamente no útero materno. Nas  leituras da missa da vigília, e do domingo de Pentecostes descobrimos que esse  renascimento e essa renovação não dependem do homem, mas é iniciativa de Deus.  Quando celebramos Pentecostes estamos na verdade celebrando o renascimento de  todo gênero humano, a renovação de toda humanidade, onde o homem, consciente e  crente desta renovação, se une a seu Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na  Igreja, que é o Povo da Nova Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêm e  vivem segundo o Espírito, vivenciando um amor que se traduz em serviço,  impelido pelos carismas. 
            Igreja não é um grupo fechado e particular que têm exclusividade sobre  o Espírito Santo, monopolizando seus dons e carismas, o Espírito é derramado  sobre todos e não canalizado para alguns em particular como pensam algumas correntes  religiosas. Todos os textos que ilustram essa Festa de Pentecostes, da missa da  Vigília e da própria Festa, não deixam margem para dúvidas a esse respeito.  “Derramarei o meu Espírito sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1) “todos ficaram  cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o  espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus devotos de todas as nações  do mundo, quando ouviram o barulho, juntaram-se á multidão e cada um os ouvia  falarem em sua própria língua” (Atos 2, 4-5) Através do seu Espírito que é  único, Deus se comunica com todos os homens no pluralismo de valores, de  culturas e religiões, em uma única linguagem! 
            No espírito descobrimos que somos todos iguais embora queiramos  parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do Espírito, derrubaríamos por  terra todas as barreiras que nos separam e homens de todas as nações, culturas  e religiões, iriam se dar às mãos e em uma única voz cantariam um único louvor,  ao único e verdadeiro Deus, reunidos em uma única Igreja que já não seria mais  este ou aquele templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as  entranhas do homem. Eis aí algo esplendido que Pentecostes nos revela: nascemos  de novo e nos renovamos porque Deus em seu Espírito Santo, entra em nós. “Nossos  ossos estavam secos, nossa esperança havia acabado , texto que em Ezequiel 17,  mostra não só a situação de um povo, que tinha perdido a sua identidade de povo  de Deus, mas da própria humanidade, que sem Deus não consegue sonhar, ou  esperar nada de bom, mas só tem pesadelos, e neste mesmo texto vemos a  maravilhosa profecia “Porei em vós o meu Espírito para que vivais... e os  anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão” isso significa que todos,  jovens e velhos poderão esperar algo novo, uma nova e feliz realidade. 
            Essa possibilidade se concretizou ao anoitecer  daquele dia, quando Jesus soprou sobre a comunidade dos discípulos,  concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio Espírito. Precisamente ali surgiu  a nova humanidade, em uma Igreja que na força do Espírito Santo perdeu o medo,  abriu suas portas que estavam fechadas e saiu em missão para anunciar a todos  os homens essa verdade, que o Espírito do Senhor nos renovou, que em todos os  homens, a graça é maior e mais abundante que o pecado. E quando todo homem  olhar para dentro de si e tomar consciência dessa verdade, de que é uma Igreja  ambulante porque o Senhor habita nele em Espírito, então passará a produzir os  frutos doces e saborosos da caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade,  bondade, lealdade e mansidão. Você já fez essa experiência? (Domingo de  Pentecostes) 
            José da Cruz é Diácono da  
              Paróquia Nossa
              Senhora Consolata – Votorantim – SP 
              E-mail  jotacruz3051@gmail.com 
             
            Homilia do Padre Françoá Costa — Solenidade de Pentecostes — ANO C 
            A surpresa: fruto da ação do Espírito 
            E se alguém lhe dissesse que você está errado há muitos séculos? No mínimo seria um exagero. Foi exatamente isso que um professor de moral costumava dizer aos seus alunos: “estamos equivocados há muitos séculos porque pensamos que a moral é fazer algumas coisas boas”. Eu imagino o olhar expectante dos alunos rumo ao professor experimentado, mas que talvez deixassem notar através das próprias feições alguma censura ao velho professor. Nesse momento, o catedrático continuava: “Não! A moral cristã não é de obrigação, mas uma moral de surpresa, moral de salvação”. 
            Moral de surpresa?! Eu estou de acordo. Efetivamente, Deus nos surpreende constantemente. A graça, a salvação, a ação do Espírito Santo nas pessoas é uma surpresa maravilhosa. Mas, será que dessa maneira não estaríamos suprimindo a colaboração humana na própria salvação? É muito conhecida aquela frase de S. Agostinho: “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. E é verdade! No entanto, não deixa de causar surpresa que nós possamos fazer obras que mereçam a salvação eterna. Essa afirmação já deixou a mais de uma pessoa deslumbrada, até mesmo escandalizada. Martinho Lutero aceitava que toda a obra da salvação é de Deus, mas se esquecia de que Deus, pela sua infinita bondade e generosidade, capacita o próprio ser humano para poder realizar ações meritórias. 
            Vejamos esse assunto com mais calma. Santo Irineu disse que Deus, no principio, plantou a vinha do gênero humano; amou muito a humanidade e se propôs estender sobre ela o seu Espírito e conferir-lhe a adoção filial. E esse plano de Deus cumpriu-se! Desta maneira, o Pai olha as obras daqueles que são os seus filhos por graça, aceitando-as, prévio auxilio de seu próprio poder, de Deus. 
            Uma ideia comum que aparece nos Santos Padres é a seguinte: assim como existe um único Deus, existe também uma única humanidade e uma única fraternidade humana. Assim como Deus é três Pessoas distintas, de maneira semelhante há variedade no gênero humano: as muitas pessoas humanas. Essa variedade não se opõe à unidade da humanidade. No entanto, esse projeto de unidade foi despedaçado pelo pecado logo nos inícios. Logicamente, assim como não se perdeu totalmente imagem de Deus com o pecado original, tampouco a unidade fundada nessa imagem. Não obstante, as relações do homem com Deus e do homem com os demais se viram mudadas a pior como fruto podre da desagregação que o homem experimentou dentro de si mesmo. O homem, segundo os Padres da Igreja, foi disperso em vários pedacinhos. A salvação de Cristo, nesse contexto, seria uma restauração, um recolher o homem disperso. Cristo é o homem singular, mas também é o homem universal, ou seja, leva em si toda a humanidade. 
            O ser humano, quando se encontrava disperso, e quando se encontra em pecado mortal, logicamente, não pode realizar obras meritórias. Mas quando se encontra em graça, restaurado pelo amor de Deus, as suas obras luzem diante do Senhor que as vê com agrado. 
            A solenidade de Pentecostes é a festa da unidade porque a obra da reunificação foi projetada pelo Pai, realizada em Cristo e atualizada pelo poder do Espírito Santo. Assim como o Espírito Santo, na intimidade da Trindade, é o “lugar” de encontro do Pai e do Filho, o Espírito Santo é quem nos une a Cristo. A salvação consiste, segundo S. Agostinho, em ser unidos ao Corpo de Cristo (cfr. In Ioann tract. 52, n.6; PL 35,1771) pela ação do Espírito Santo através da Palavra e dos Sacramentos. 
            Sendo a salvação uma ação do Pai e do Filho e do Espírito Santo, é também uma realidade que não se dá se nós não a queremos. E para colaborar eficazmente na nossa própria salvação, e na dos outros, o melhor que podemos fazer é ser dóceis à ação do Espírito Santo nas nossas almas. Se perguntarmos qual é a atitude do cristão para com o Espírito Santo, a resposta deveria resumir-se nessa palavrinha: “docilidade”. Deixar Deus agir e surpreender-nos, deixar que ele organize a nossa vida, dê os critérios da nossa maneira de pensar e de querer. Não nos arrependeremos! O cristão tem somente duas opções: ou ser um homem espiritual ou ser um homem carnal, ou ser uma pessoa penetrada pela ação do Espírito Santo que tudo unifica ou ser uma pessoa dispersa pela carne e pelos diversos apetites desse mundo, ou ser filho de Deus na casa do Pai alimentando-se com os manjares da mesa da Palavra e do Corpo e Sangue do Senhor ou ser filho pródigo e contentar-se com o alimento dos porcos. Nós escolhemos! Mas é Deus quem nos salva! 
            Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa 
             
            Comentário Exegético — Solenidade de Pentecostes — ANO C 
              (Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios) 
            CARÍSSIMOS IRMÃOS E IRMÃS, 
            Não publicaremos nesta semana o Comentário Exegético da Solenidade de Pentecostes. Entretanto, estamos publicando excepcionalmente para este domingo, uma Homilia Especial, a Homilia de D. Henrique da Costa e a Homilia do Papa Bento XVI proferida na Solenidade de Pentecostes de 2006, no Vaticano. 
            Vejam na página EVANGELHO DO DIA a liturgia completa da celebração desta Solenidade 
            Desejamos a todos uma feliz e santa semana! 
             
            Homilia Especial – SOLENIDADE DE PENTECOSTES - (Ano C) 
            «Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós»! (Jo.20,21) 
              1. Concluímos o tempo pascal, voltando ao ponto de partida, em que o 
              começámos: precisamente, no mesmo lugar, onde os discípulos estavam reunidos na tarde de Páscoa! Assim, no princípio, no meio e no fim deste 
              tempo novo, está agora e sempre “o sopro” transformador do Espírito de 
              Cristo Ressuscitado, que sacode o medo dos discípulos e lhes abre as portas
              da missão: “Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós” 
              (Jo.20,21)! Como se vê, «a missão recebemo-la sempre de Cristo, que nos deu a 
              conhecer o que ouviu a seu Pai, e somos nela investidos, por meio do Espírito, 
              na Igreja» (Bento XVI, Homilia no Porto, 14.05.2010). 
            2. Se na tarde daquele dia, o primeiro da semana, “o sopro” do Ressuscitado
              transformava já a tímida massa humana dos discípulos, em audazes
              anunciadores da ressurreição, agora, no mesmo lugar, «quando chegou o dia
              de Pentecostes», “um rumor, semelhante a forte rajada de vento, enche toda
              a casa onde se encontravam” e extravasa para uma multidão, que “os ouve
              proclamar na sua própria língua as maravilhas do Senhor”! E todos ficam“repletos” do Espírito Santo, capazes de comunicar, sem barreiras, nem 
              fronteiras, a alegria do evangelho! Como uma espécie de “primeira
              assembleia das nações unidas”, a Igreja nasce ali, no Pentecostes, como casa
              e escola de comunhão, onde povos e línguas diferentes aprendem a falar a 
              linguagem essencial do Amor! O protagonista silencioso deste milagre de
              comunhão e de comunicação, de proclamação e de missão, é o Espírito Santo! 
              Impelida por Ele, toda a Igreja, doravante, é chamada a anunciar a todos os 
              povos as maravilhas do Senhor! O Pentecostes é assim como um fogo ardente
              e um vento impetuoso, para a vida cristã, e para a missão de toda a Igreja! 
            3. Do maravilhoso relato do Pentecostes, que ouvimos todos os anos, gostaria
              de destacar três aspectos, para este ano de missão:  
               Primeiro aspecto: «Os apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar» (Act.2,1). «Permanecer juntos» foi a condição exigida por Jesus, para receber o
              dom do Espírito Santo! Pressuposto da sua concórdia, foi uma oração
              prolongada! Por vezes, pensamos que a eficiência missionária dependa principalmente de uma programação atenta e da sua inteligente realização,
              mediante um empenho concreto. Sem dúvida, o Senhor pede a nossa colaboração, mas antes de qualquer resposta nossa é necessária a sua
              iniciativa: é o seu Espírito o verdadeiro protagonista da Igreja. As raízes do nosso ser e do nosso agir estão no silêncio sábio e providente de Deus (Bento
              XVI, Homilia no Pentecostes, 4.06.2006). Diríamos então, com o Papa: “quanto tempo 
              perdido, quanto trabalho adiado, por inadvertência deste ponto” (Bento XVI,
              Homilia no Porto, 14.05.2010)! 
            Segundo aspecto: O Espírito Santo vence o medo! Depois da ressurreição de 
              Jesus, o medo dos discípulos não desapareceu repentinamente. Mas eis que
              no Pentecostes, quando o Espírito Santo pairou sobre eles, eles saíram sem
              temor e começaram a anunciar a todos a boa nova! Vede, então, queridos
              irmãos e irmãs: onde entra, o Espírito de Deus afasta o medo; faz-nos
              conhecer e sentir que estamos nas mãos de uma Omnipotência de amor: 
              aconteça o que acontecer, o seu amor infinito não nos abandona! Demonstram-no a coragem dos mártires e a audácia dos missionários. Demonstra-o a história da Igreja: não obstante os limites e pecados dos 
              homens, a Igreja continua a atravessar o oceano da história, impelida pelo sopro do Espírito e animada pelo seu fogo purificador! Não tenhais medo! 
            Terceiro e último aspecto: Há, de facto, uma espantosa desproporção, entre
              o pequeno grupo dos Doze e a multidão do vasto mundo, a quem são 
              enviados! Esta “desproporção de forças em campo é semelhante àquela que 
              podiam admirar todos aqueles que viam e ouviam Cristo, só, ou quase só, os
              momentos decisivos! Apenas Ele em união com o Pai, Ele na força do Espírito! E todavia, aconteceu que, por fim, pelo mesmo Amor que criou o mundo, a
              novidade do Reino surgiu como pequena semente que germina na terra, como
              centelha de luz que irrompe nas trevas, como aurora de um dia sem ocaso!” 
              (Bento XVI, Homilia no Porto, 14.05.2010). Não tenhamos, por isso medo nem 
              vergonha, de ser Igreja e de estar, como sal e fermento, neste mundo, sem o 
              apoio de qualquer espécie de poder, sem o aplauso da cultura dominante! 
              Contemos, sobretudo, com esta força pessoal do Espírito de Deus, capaz de 
              nos renovar e de fazer de nós uma «minoria criadora e criativa», para recriar 
              a face da Terra, a partir de Deus, sempre e só de Deus, pela luz e alegria do 
              Espírito Santo! 
             Por isso, e para isso mesmo, invoquemos, agora e sempre, e de novo, como o 
              salmista: “Mandai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a terra” (Sal.103,30). 
             
            Homilia do D. Henrique Soares da Costa – Pentecostes –  Ano C 
            At 2,1-11 / Sl 103 / 1Cor 12,3b-7.12-13 / Jo 20,19-23 
            A Igreja conclui hoje o Tempo Pascal com a solenidade de  Pentecostes. Não poderia ser diferente, pois o Espírito Santo é o fruto da  paixão morte e ressurreição do Senhor Jesus. Ele morreu entregando na cruz o  Espírito e, no mesmo Espírito, foi ressuscitado pelo Pai. Agora, plenificado  por esse Espírito, derramou-o e derrama-o sobre a Igreja e sobre toda a  criação. 
              Vejamos alguns aspectos da ação do Espírito. 
            (1) Primeiramente, por ser Espírito do Cristo, ele nos une  ao Senhor Jesus, dando-nos a sua própria vida, como a cabeça dá vida ao corpo e  o tronco dá vida aos ramos. É no Espírito que Cristo habita realmente em nós  desde o nosso batismo, e faz crescer sua presença em nós em cada eucaristia,  quando comungamos o corpo e o sangue daquele Senhor, que é pleno do Espírito.  Só no Espírito podemos dizer que Cristo permanece em nós e nós permanecemos  nele; só no Espírito podemos dizer que já não somos nós que vivemos, mas Cristo  vive em nós, com seus sentimentos, suas atitudes e sua entrega ao Pai. Por  isso, somente no Santo Espírito nossa vida pode ser vida em Cristo, vida de  santidade. 
            (2) Mas, o Espírito, além de agir em cada cristão, age na  Comunidade como um todo, edificando a Igreja, fazendo-a sempre corpo de Cristo.  Antes de tudo, ele vivifica a Igreja com a vida do Ressuscitado, incorporando  sempre nela novos membros, fazendo-a crescer mais na plenitude de Cristo.  Depois, ele suscita incontáveis ministérios, carismas e dons, desde os mais  simples, como até aqueles mais vistosos ou mais estáveis, como os ministérios  ordenados: os Bispos, padres e diáconos. É o Espírito que mantém esta variedade  em harmonia e unidade, para que tudo e todos contribuam para a edificação do  corpo de Cristo, que é a Igreja. Assim, é no Espírito que surge e ressurge  sempre a vida religiosa, com tantos carismas diferentes, é no Espírito que os  mártires testemunham Cristo até a morte, é no Espírito que se exerce a  caridade, se visita os enfermos, se consola os sofredores, se aconselha, se socorre  os pobres, se prega o Evangelho… enfim, é no Espírito que a Igreja vive, cresce  e respira! 
            (3) É no Espírito que os santos sacramentos são  celebrados com eficácia, pois que o Espírito é a própria energia, a própria  graça, a própria força de vida e ressurreição que o Cristo recebe do Pai e  derrama sobre a Igreja. Sendo assim, é no Espírito que a Igreja é continuamente  edificada e renovada, até a vida eterna. 
            (4) É no Espírito que os cristãos podem rezar,  proclamando do fundo do coração que Jesus é Senhor e que Deus é nosso Pai de  verdade. Somente porque temos o Espírito recebido no batismo é que somos  realmente filhos de Deus, já que recebemos o Espírito do Filho que clama em nós  “Abbá” – Pai. O Espírito une a nossa oração à oração de Jesus, dando-lhe valor  e eficácia e colocando-nos na vida da própria Trindade Santa. Sem o Espírito,  não poderíamos chamar a Deus de Pai, sem o Espírito nossa oração não seria a de  Jesus e nosso louvor, nossa adoração e nossa intercessão não estariam unidas e  inseridas na própria união de Jesus com o Pai. 
            (5) É o Espírito quem recorda sempre à Igreja a verdade do Evangelho,  conduzindo-a sempre mais adiante no conhecimento de Cristo. Por isso, assistida  pelo Espírito da Verdade, a Igreja jamais pode errar na sua profissão de fé;  jamais pode afastar-se da verdade católica que recebeu dos apóstolos. Assim,  somente no Espírito é que cremos com fé certa na fé da Igreja! 
            (6) É ainda no Espírito que a Igreja, ansiosa, olha para  a frente, para o futuro e, inquieta, clama que o Esposo venha logo para  consumar todas as coisas. Por isso, na força do Espírito, a Igreja deverá ser  sempre fiel a cada época, sem saudosismos nem medos, construindo com humildade  o Reino de Deus, até que venha o seu Esposo e leve tudo à consumação. É no  Espírito que os cristãos devem viver como profetas do Reino que está por vir,  denunciando com doçura e vigor tudo quanto se oponha à manifestação desse  Reino. No Espírito, a Igreja anunciará sempre o Evangelho, superando todo medo  de falar de modo novo a constante e imutável verdade do Evangelho, que  interpela, transforma e converte o coração. 
            (7) Mas, o Espírito não está restrito à Igreja. Ele  enche, impregna e renova o universo e toda a humanidade. Onde menos esperamos,  onde ainda não chegamos, lá já podemos encontrar a ação do Espírito do Senhor,  que cai cristificando toda a humanidade e todas as coisas. 
            (8) É o Espírito que vai, com força e discrição, guiando  a história humana para a plenitude de Cristo, e isto por mais que, tantas  vezes, o mundo pareça perdido e sem rumo, em meio a guerras, injustiças,  hipocrisias, violências, tristezas e mortes. Cabe aos cristãos, saberem  discernir e interpretar os sinais dos tempos, que o Santo Espírito faz brotar  por toda parte, tendo ouvidos para ouvir o que o ele diz à Igreja. 
            (9) Finalmente, é no Espírito, que um dia, no Dia de  Cristo, quando ele, nossa vida, aparecer em glória, tudo será glorificado, a  história será passada a limpo, a criação inteira será transfigurada, o pecado  será destruído para sempre, a morte será vencida e nossos corpos mortais  ressuscitarão, transfigurados como o corpo do Cristo Jesus ressuscitado. Então,  plena do Espírito, toda criação será plenamente corpo de Cristo. O Ressuscitado  será Cabeça dessa nova criação e entregará tudo ao Pai, para que o Pai, pelo  Filho, no Espírito, seja tudo em todas as coisas. 
            É esta a nossa esperança, a nossa certeza e a plenitude  da nossa salvação. É esta realidade estupenda que se iniciou com o dom do  Espírito, celebrado na festa de hoje. 
            Só nos resta implorar novamente o que cantamos antes do “aleluia”: 
            “Espírito de Deus,/ enviai dos céus/ um raio de luz! 
              Vinde, Pai dos pobres,/ dai aos corações/ vossos sete dons. 
              Consolo que acalma,/ Hóspede da alma,/ doce Alívio, vinde! 
              No labor, Descanso,/ na aflição, Remanso, / no calor, Aragem. 
              Enchei, Luz bendita,/ Chama que crepita,/ o íntimo de nós. 
              Sem a Luz que acode,/ nada o homem pode,/ nenhum bem há nele. 
              Ao sujo lavai,/ ao seco regai,/ curai o doente. 
              Dobrai o que é duro,/ guiai-nos no escuro, o frio aquecei. 
              Daí à vossa Igreja,/ que espera e deseja,/ vossos sete dons. 
              Dai em prêmio ao forte/ uma santa morte,/ alegria eterna./ Amém”. 
            D. Henrique Soares da Costa 
             
            Homilia de Bento XVI na Missa de Pentecostes - 04/Junho/2006 
            CIDADE DO VATICANO, domingo, 4 de junho de 2006 (ZENIT.org). 
            Queridos irmãos e irmãs! 
            No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu com poder sobre os apóstolos;   deste modo começou a missão da Igreja no mundo. O próprio Jesus havia preparado   os onze para esta missão ao aparecer-lhes em várias ocasiões depois da   ressurreição (cf. Atos 1, 3). Antes da ascensão ao Céu, «ele mandou que não se   ausentassem de Jerusalém, mas que aguardassem a Promessa do Pai» (cf. Atos 1,   4-5); ou seja, ele lhes pediu que ficassem juntos para se preparar para receber   o dom do Espírito Santo. E eles se reuniram na ocasião com Maria no Cenáculo, à   espera deste acontecimento prometido (Cf. Atos 1, 14). 
            Permanecer juntos foi a condição que pôs Jesus para acolher o dom do Espírito   Santo; o pressuposto de sua concórdia foi a oração prolongada. Deste modo, é   oferecida a nós uma formidável lição para cada comunidade cristã. Às vezes se   pensa que a eficácia missionária depende principalmente de uma programação   atenta e de sua sucessiva aplicação inteligente através de um compromisso   concreto. Certamente o Senhor pede nossa colaboração, mas antes de qualquer   outra resposta é necessária sua iniciativa: seu Espírito é o verdadeiro   protagonista da Igreja. As raízes de nosso ser e de nosso atuar estão no   silêncio sábio e providente de Deus. 
            As imagens que São Lucas utiliza para indicar a irrupção do Espírito Santo ?   o vento e o fogo ? recordam o Sinai, onde Deus havia se revelado ao povo de   Israel e havia concedido sua aliança (cf. Êxodos 19, 3ss). A festa do Sinai, que   Israel celebrava cinqüenta dias depois da Páscoa, era a festa do Pacto. Ao falar   das línguas de fogo (cf. Atos 2, 3), São Lucas quer representar Pentecostes como   um novo Sinai, como a festa do novo Pacto, no qual a Aliança com Israel se   estende a todo os povos da terra. A Igreja é católica e missionária desde o seu   nascimento. A universalidade da salvação se manifesta com a lista das numerosas   etnias às quais pertence quem escuta o primeiro anúncio dos apóstolos (cf. Atos   2, 9-11). 
            O Povo de Deus, que havia encontrado no Sinai sua primeira configuração,   amplia-se hoje até superar toda fronteira de raça, cultura, espaço e tempo. De   forma diferente de como aconteceu com a torre de Babel, quando os homens que   queriam construir com suas mãos um caminho para o céu haviam terminado   destruindo sua própria capacidade de compreender-se reciprocamente, o   Pentecostes do Espírito, com o dom das línguas, mostra que sua presença une e   transforma a confusão em comunhão. O orgulho e o egoísmo do homem sempre criam   divisões, levantam muros de indiferença, de ódio e de violência. O Espírito   Santo, pelo contrário, faz que os corações sejam capazes de compreender as   línguas de todos, pois restabelece a ponte da autêntica comunicação entre a   Terra e o Céu. O Espírito Santo é o Amor. 
            Mas como é possível entrar no mistério do Espírito Santo? Como se pode   compreender o segredo do Amor? A passagem evangélica nos leva hoje ao Cenáculo,   onde, terminada a última Ceia, uma experiência de desconcerto entristece os   apóstolos. O motivo é que as palavras de Jesus suscitam interrogantes   inquietantes: fala do ódio do mundo para com Ele e para com os seus, fala de uma   misteriosa partida sua e fica ainda muito por dizer, mas no momento os apóstolos   não são capazes de carregar o peso (cf. João 16, 12). Para consolá-los,   explica-lhes o significado de sua partida: irá, mas voltará, e enquanto isso não   abandonará, não os deixará órfãos. Enviará o Consolador, o Espírito do Pai, e   será o Espírito quem lhes permitirá conhecer que a obra de Cristo é obra de   amor: amor dEle que se entregou, amor do Pai que o deu. 
            Este é o mistério de Pentecostes: o Espírito Santo ilumina o espírito humano   e, ao revelar Cristo crucificado e ressuscitado, indica o caminho para fazer-se   mais semelhante a Ele, ou seja, ser «expressão e instrumento do amor que provém   dEle» («Deus caritas est», 33). Reunida junto a Maria, como em seu nascimento, a   Igreja hoje implora: «Veni Sancte Spiritus!» – «Vinde, Espírito Santo, enchei os   corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!». Amém. 
            [Traduzido por Zenit © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana] 
             
            EXCURSUS:  NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA 
            - A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa  nova. 
            -  Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor  misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus  na vida humana.  
              -  Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que  não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua  condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no  dia de natal: é o Deus da eudokias,  dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama. 
            Interpretação  errada do evangelho: 
            - Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma  predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus. 
              - Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará  destas pedras filhos de Abraão). 
            Consequências: 
            -  O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus  [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como  filho que é amado. 
              - O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou  jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio. 
              - O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua  pelo amor. 
              - O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele  é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele. 
              -  Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do  Pai  e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro  definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo  infinito por cima de qualquer fragilidade humana. 
             
            
                  
                    
                    
                     
             
              
              CAMPANHA DA VELA VIRTUAL DO SANTUÁRIO DE APARECIDA 
               
              CLIQUE AQUI, acenda uma vela virtual, faça seu pedido e agradecimento a Nossa Senhora Aparecida pela sagrada intercessão em nossas vidas! 
             
             
            
             
            
              QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!  
             
            Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, 
              levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente 
              as que mais precisarem! 
            Graças e louvores se dê a todo momento: 
              ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento! 
              
            
              
                
                    Mensagem: 
                      "O Senhor é meu pastor, nada me faltará!" 
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!". 
                    ( Salmos ) 
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