GOTAS DE REFLEXÃO - EVANGELHO DOMINICAL
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Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Homilias e Comentário Exegético (ou Estudo Bíblico) extraído do site Presbíteros.com
. Evangelho de 15/06/2014 - Santíssima Trindade
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07.06.2020
SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE — ANO A
( Branco, Glória, Creio, Prefácio Próprio – IV Semana do Saltério )
__ "Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito..." __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos hoje o mistério da Santíssima Trindade. A fé em Deus Trindade nos leva reconhecer a beleza e a profundidade da realidade humana. Deus é UM em três pessoas, mistério de amor e comunhão, perfeita unidade na diversidade. Por isso, a comunidade humana encontrará a sua verdadeira realização à medida que buscar conviver numa relação de igualdade entre todos os seus membros, respeitando as diferenças.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, aqui nos reunimos, no Domingo, dia do Senhor, para professarmos juntos a nossa fé no Deus-Amor. É ao Pai que nos voltamos em reverente adoração e louvação, por seu Filho que por nós morreu e ressuscitou, na força e no poder do Espírito Santo. Já pelo nosso Batismo, Ele nos fez participar do mistério da Trindade Santa, e hoje somos a assembleia de batizados e batizadas que, todos os dias, experimenta e dá testemunho do Amor de Deus. Alegres, bendigamos ao Senhor.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Quando o homem olha para dentro de sí, a fim de analisar sua experiência religiosa, tem a sensação de um abismo sem fundo, uma profundeza infinita. A essa profundeza inatingível de nosso ser refere-se a palavra "Deus". Deus significa isto: a profundeza última de nossa vida, a fonte de nosso ser, a meta de todos os nossos esforços. Esse fundo íntimo do nosso ser manifesta-se na abertura do nosso "eu" para um "tu", e na seriedade dessa inclinação. Vemos assim impressa em nosso ser a realidade profunda e grandiosa do Deus cristão, a Trindade. Isto é, o mistério de um Deus que é comunidade e comunhão de vida. Um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, cantemos cânticos jubilosos ao Senhor!
(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)
PRIMEIRA LEITURA (Ex 34,4b-6.8-9): - "Senhor, se é verdade que gozo de teu favor, peço-te, caminha conosco."
SALMO RESPONSORIAL (Dn 3, 52.-56): - "A vós louvor, honra e glória eternamente!*Honra e glória* eternamente!"
SEGUNDA LEITURA (2Cor 13,11-13): - "Irmãos: alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, cultivai a concórdia, vivei em paz, e o Deus do amor e da paz estará convosco."
EVANGELHO (Jo 3,16-18): - "A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio."
Homilia do Diácono José da Cruz – SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – ANO A
"A FAMÍLIA DA TRINDADE"
Nem acreditei quando Dona Ida falou com minha mãe, pedindo para me deixar passar um domingo na chácara da família, pois o Valdir, meu colega de escola, tinha por mim um grande afeto e manifestou aos pais o desejo de que eu lhe fizesse companhia. Naquela noite nem consegui dormir direito de tanta ansiedade e bem cedinho, com orgulho e alegria, lá fui eu, dentro do carro, com toda a família rumo a chácara para passar um dia, que na minha infância modesta foi mesmo inesquecível.
A chácara era belíssima, havia um lago onde andamos de barco e depois fizemos uma pescaria, nos refrescamos na piscina aonde Dona Ida nos serviu um suco delicioso. Daí fomos jogar futebol em um campinho gramado onde as traves tinham até rede. Fiquei tonto com tanta diversão, andamos a cavalo, andamos muito de bicicleta, empinamos pipa e acho que em apenas um dia me diverti por um ano, pois em casa os brinquedos eram bem raros e só em uma ocasião ou outra, saía para algum passeio.
Na hora do almoço, que foi servido na varanda com uma mesa farta, por ser acanhado retirei-me para um canto, pois minha mãe dizia que eu não tinha modos e eu não queria fazer feio. Mas foi quando Dona Ida chamou-me pelo nome “Venha filho, sente-se e coma à vontade com a gente!”
Desculpei-me dizendo que não estava com fome, mas a bondosa mulher falou carinhosamente “Olha, você é como um irmão para o Valdirzinho que fica muito feliz quando está com você por perto, então se sente aqui, pois vocês faz parte da nossa família, queremos muito bem seu pai e sua mãe e a todos vocês”. E após essas palavras, o Sr. Valter veio até mim, pegou-me pela mão e conduziu-me até a mesa, “Ida prepare um prato bem delicioso, o menino está faminto”! Comi até ficar triste, depois fomos descansar na sombra de um pomar onde nos deliciamos com frutas adocicadas. Á tardinha, quando eles me deixaram em frente a minha casa, nos deram uma sacola cheia de frutas e legumes.
Tive outros dias maravilhosos como aquele, a amizade com o Valdirzinho tornou-se sólida, mas confesso que áquele primeiro dia foi inesquecível, pois na minha cabeça de menino pobre, filho de pai operário, as palavras da Dona Ida “Sente-se e coma a vontade, você faz parte da família”, fez nascer no meu coração uma incontida alegria, mesclada com sentimento de afeto e gratidão. Não era mais um estranho, ficava bem a vontade, o que era do Valdirzinho também era meu, os brinquedos, a casa, o sítio, a piscina, o campo de futebol, os cavalos, o lago e o barco. Era uma gente abençoada, cuja riqueza maior era saber partilhar o que tinha. Eles ajudavam muitas pessoas com obras de caridade, mas eu me sentia especial, porque “fazia parte da família”, segundo a Dona Ida.
O homem desde os seus primórdios sonha e deseja a plenitude, a fartura, o viver bem e ser feliz, muito cedo o ser humano descobriu que essa vida plena de realizações só se encontra em Deus, é esse desejo que encontramos na humilde oração de Moisés, na primeira leitura: “Se tenho o vosso favor, Senhor, dignai-vos caminhar no meio de nós, pois somos um povo de cabeça dura, perdoa nossas iniqüidades e pecados e nos aceita como propriedade vossa”
Sendo eu um menino pobre, meu pai nunca teria recurso para que pudesse desfrutar de todo aquele conforto, que esta família me proporcionava com freqüência! Assim também, a humanidade, tão pequena, frágil e limitada em suas misérias, jamais teria acesso a graça e salvação do Deus Todo Poderoso e Altíssimo, indigno e sem condições de olhar, Moisés, que representa toda humanidade, se prostra diante dele.
Festa da Santíssima Trindade lembra-me um Deus de rosto bondoso como o de Dona Ida, me dizendo naquele domingo inesquecível “Vem sentar-se conosco à mesa, te amamos muito, você faz parte da nossa família!” Eu gozava de toda esta estima de Dona Ida e do Sr. Valter, que até me consideravam como filho, por causa do Valdirzinho, que se afeiçoara a mim, de modo especial.
Para a humanidade, este amigo e irmão que nos ama de maneira gratuita e incondicional, este elo de ligação que nos permite fazer parte da família divina, e desfrutar de toda graça dispensada, é Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, e assim como a amizade com o meu amigo, me possibilitava ser praticamente um membro da família, desse mesmo modo a nossa fé em Jesus Cristo, todo amoroso e misericordioso nos comunica á salvação, porque nos insere na comunhão da Trindade que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo, fazendo com que a sua graça, lá no mais íntimo de nós, faça brotar no coração essa incontida alegria de ser amado e querido do Pai, que um dia nos acolherá para sempre, na plenitude dos tempos, em sua “casa”, não apenas por um dia, mas por toda eternidade, sendo isso que Deus deseja ardentemente para todo homem.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – ANO A
“O amor da Santíssima Trindade pelo mundo”
O que você diria se alguém afirmasse que a Capela Sixtina no Vaticano, pintada pelo grande Miguel Angelo, é uma obra indecente porque tem muita gente nua? Além do susto que levaríamos talvez a primeira observação que faríamos seria essa: “- indecente?! Você está louco?” No entanto, é preciso comprender. Há por aí uma espécie de puritanismo que desconsidera que esse mundo é obra da Santíssima Trindade – do Pai e do Filho e do Espírito Santo – e que, portanto, é bom. Como pode ser mal algo que saiu das mãos de Deus que é a bondade absoluta? Tudo o que é fruto da ação de Deus só pode ser bom. Não há alternativa!
Caso não seja suficiente a afirmação veterotestamentária sobre a bondade da criação (cfr. Gn 1, 10.12.18.21), prestemos atenção nessas palavras do Evangelho: “De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
As conclusões implícitas nessas palavras são, entre outras, que o corpo humano é bom, que o sexo é bom, que todas as criaturas são boas. Ou seja, a cerveja e a pinga não são más. O cigarro não é do diabo. A televisão não é o olho de Satanás. As calças femininas não são o pecado encarnado. As pessoas enquanto tais não são más. No entanto, o mal se instalou no coração do ser humano por causa da malicia do pecado. Foi apartir desse momento quando, por exemplo, o sexo, que em si é bom, começou a ser utilizado fora das relações matrimoniais e fora das regras ínsitas na natureza humana. Particularmente, tudo o que se refere à questão sexual foi tomado muito em sério pelo inimigo da nossa salvação. É simples: o sexo deve ser expressão do amor entre um homem e uma mulher unidos em santo matrimônio. Há um interesse enorme para desviturar as relações sexuais, para colocar o corpo humano ao serviço do egoísmo e da depravação. Que absurdo quando se tolera o adultério como algo normal, a fornicação como algo normal ou as relações homosexuais como algo também normal! Não é sinal de modernidade afirmar a baixeza, é simplesmente sinal de pouca vergonha e perversão. A Igreja tem toda a comprensão para com o pecador, mas nenhuma tolerancia com o pecado. Jesus salva o pecador destruindo o pecado.
A criação da Trindade Santíssima não é algo pecaminoso. O que nos conduz ao mal é o coração depravado, não purificado, cheio daquilo que a Escritura chama “homem velho” (cfr. Ef 4,22).
Alguns autores chegaram até mesmo a pensaar que o versículo “façamos o homem à nossa imagem e semelhança” do livro do Gênese (1,26) significa uma presença oculta da Trindade no Antigo Testamento. Sem dúvida, a Trindade é eterna e estava presente na antiga aliança; no entanto, a revelação do mistério de que em Deus há Pai e Filho e Espírito Santo só acontece no Novo Testamento. Cristo nos revelou essa grande verdade principalmente ao dizer que Deus é o seu Pai e que, portanto, ele é o Filho de Deus.
O Pai e o Filho e o Espírito Santo sempre estiveram presente ao mundo. Por amor ao mundo, o Pai enviou o Filho para salvar-nos e é o Espírito Santo quem continua aplicando os méritos de Cristo aos homens para integrá-los ao Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja.
A Trindade ama o mundo e o cristão não pode não amá-lo. Não se pode ter uma visão pessimista das coisas que Deus criou. É preciso limpar os olhos e pedir ao Senhor que nos conceda a luz necessária para contemplar o mundo abençoado por Deus sobre o qual ainda paira o Espírito Criador. Falei que é preciso limpar os olhos, é isso mesmo! Frequentemente, vemos as coisas negativamente, de maneira pessimista, colocando a culpa em tantas coisas e em tantas pessoas porque o nosso olhar não é puro. O problema não está nas coisas, mas em nós, no nosso coração. Dá muito trabalho purificar o coração. É obra de Deus, mas cada um de nós pode colaborar com ele.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
Comentário Exegético — SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – ANO A
(Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios)
Caríssimos Irmãos e Irmãs,
Que a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre com cada um de vocês!
Em virtude do Comentário Exegético desta semana não ter sido publicado no site de origem, tomo a liberdade de trazer um excelente artigo de São José Maria Escrivá para vossa meditação, pois é necessário compreender qual a verdadeira missão dos padres no mundo. Principalmente, levando-se em conta que nesse mundo tão conturbado faltam pessoas corajosas que queiram dedicar sua vida totalmente a serviço de Deus.
Aproveitem esta oportunidade e peçam ao Senhor da Messe, Deus nosso Pai, que envie mais trabalhadores.
Boa reflexão e uma santa semana, na Paz de Jesus!
Dermeval Pereira Neves
Webmaster - NPDBRASIL
Sacerdote para eternidade
Há dias, ao celebrar a Santa Missa, detive-me um breve momento para considerar as palavras
de um salmo que a liturgia punha na antífona da Comunhão: O Senhor é o meu pastor, nada
me poderá faltar. Esta invocação trouxe-me à memória os versículos de outro salmo, que se
recitava na cerimónia da Primeira Tonsura: o Senhor é a parte da minha herança. O próprio
Cristo põe-se nas mãos dos sacerdotes, que se fazem assim dispensadores dos mistérios – das maravilhas – do Senhor. No próximo Verão receberá as Sagradas Ordens meia centena de
membros do Opus Dei. Desde 1944 sucedem-se, como uma realidade de graça e de serviço à
Igreja, estas ordenações sacerdotais de alguns membros da Obra. Apesar disso, todos os anos
há gente que se espanta. Como é possível, interrogam-se, que trinta, quarenta, cinquenta
homens, com uma vida cheia de afirmações e de promessas, estejam dispostos a ser
sacerdotes? Queria expor hoje algumas considerações, mesmo correndo o risco de aumentar
nessas pessoas os motivos de perplexidade.
Porquê ser Sacerdote?
O santo sacramento da Ordem Sacerdotal será ministrado a este grupo de membros da Obra,
que contam com uma valiosa experiência – talvez de muito tempo – como médicos, advogados,
engenheiros, arquitectos ou de outras diversíssimas actividades profissionais. São homens
que, como fruto do seu trabalho, estariam capacitados para aspirar a postos mais ou menos
relevantes na sua esfera social.
Vão ordenar-se para servir. Não para mandar, não para brilhar, mas para se entregarem, num
silêncio incessante e divino ao serviço de todas as almas. Quando forem sacerdotes não se
deixarão arrastar pela tentação de imitar as ocupações e o trabalho, dos leigos, mesmo que se
trate de tarefas que conheçam bem por as terem realizado até agora, o que lhes conferiu uma
mentalidade laical que não perderão nunca.
A sua competência nos diversos ramos do saber humano – da história, das ciências naturais,
da psicologia, do direito, da sociologia -, embora faça parte necessariamente dessa
mentalidade laical, não os levará a quererem apresentar-se como sacerdotes-psicólogos,
sacerdotes-biólogos ou sacerdotes-sociólogos. Receberam o sacramento da Ordem para
serem, nem mais nem menos, sacerdotes-sacerdotes, sacerdotes cem por cento.
É provável que sobre muitos assuntos temporais e humanos, entendam mais do que muitos
leigos. Mas, desde que são sacerdotes, calam com alegria essa competência para continuarem
a fortalecer-se espiritualmente através da oração constante, para falarem só de Deus, para
pregarem o Evangelho e administrarem os sacramentos. Este é, se assim se pode dizer, o seu
novo trabalho profissional, ao qual dedicam todas as horas do dia, que sempre serão poucas,
porque é preciso estudar constantemente a ciência de Deus, orientar espiritualmente tantas
almas, ouvir muitas confissões, pregar incansavelmente e rezar muito, muito, com o coração
sempre posto no Sacrário, onde está realmente presente Aquele que nos escolheu para
sermos seus, numa maravilhosa entrega cheia de alegria, inclusivamente no meio de
contrariedades, que a nenhuma criatura faltam.
Todas estas considerações podem aumentar, como vos dizia, os motivos de admiração. Alguns
continuarão talvez a perguntar a si mesmos: mas porquê esta renúncia a tantas coisas boas e
nobres da terra, a uma profissão mais ou menos brilhante, a influir cristãmente, com o exemplo,
no âmbito da cultura profana, do ensino, da economia, ou de qualquer outra actividade social?
Outros ficarão admirados lembrando-se de que hoje, em não poucos sítios, grassa uma
desorientação notável sobre a figura do sacerdote; apregoa-se que é preciso procurar a sua
identidade e põe-se em dúvida o significado que, nas circunstâncias actuais, possa ter a
entrega a Deus no sacerdócio. Finalmente, também poderá surpreender alguns que, numa
época em que escasseiam as vocações sacerdotais, estas surjam entre cristãos que já tinham
resolvido – graças a um trabalho pessoal exigente – os problemas de colocação e trabalho no
mundo.
Sacerdotes e leigos
Compreendo essa estranheza, mas não seria sincero se afirmasse que a compartilho. Estes
homens que, livremente, porque assim o quiseram – e isto é uma razão muito sobrenatural -
abraçam o sacerdócio, sabem que não fazem nenhuma renúncia, no sentido em que
vulgarmente se emprega esta palavra. Já se dedicavam – pela sua vocação ao Opus Dei – ao
serviço da Igreja e de todas as almas, com uma vocação plena, divina, que os levava a
santificar o trabalho e a procurar, por meio dessa ocupação profissional, a santificação dos
outros.
Como todos os cristãos, os membros do Opus Dei, sacerdotes e leigos, sempre cristãos
correntes, encontram-se entre os destinatários destas palavras de S. Pedro: vós sois raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido, afim de anunciantes as virtudes d’Aquele
que vos chamou das trevas para a Sua luz admirável. Vós que outrora não éreis o Seu povo,
mas que agora sois o povo de Deus; vós que antes não tínheis alcançado misericórdia e agora
a alcançastes.
Uma única e a mesma é a condição de fiéis cristãos nos sacerdotes e nos leigos, porque Deus
Nosso Senhor nos chamou a todos à plenitude da caridade, à santidade: bendito seja Deus e
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a espécie de bênçãos
espirituais em Cristo. Foi assim que n’Ele nos escolheu antes da constituição do mundo, para
sermos santos e imaculados diante dos Seus olhos.
Não há santidade de segunda categoria: ou existe uma luta constante por estar na graça de
Deus e ser conformes a Cristo, nosso Modelo, ou desertamos dessas batalhas divinas. O
Senhor convida todos para que cada um se santifique no seu próprio estado. No Opus Dei esta
paixão pela santidade – apesar dos erros e misérias individuais – não se diferencia pelo facto de
se ser sacerdote ou leigo; e, além disso, os sacerdotes são apenas uma pequeníssima parte,
em comparação com o total de membros.
Olhando com olhos de fé, a chegada ao sacerdócio não constitui, portanto, nenhuma renúncia;
e chegar ao sacerdócio também não significa um passo mais na vocação ao Opus Dei. A
santidade não depende do estado – solteiro, casado, viúvo, sacerdote -, mas sim da
correspondência pessoal à graça, que a todos é concedida, para aprendermos a afastar de nós
as obras das trevas e para nos revestirmos das armas da luz, da serenidade, da paz, do
serviço sacrificado e alegre à humanidade inteira.
Dignidade do Sacerdócio
O sacerdócio leva a servir a Deus num estado que, em si mesmo, não é melhor nem pior do
que os outros; é diferente. Mas a vocação de sacerdote aparece revestida duma dignidade e
duma grandeza que nada na terra supera. Santa Catarina de Sena põe na boca de Jesus
Cristo estas palavras: não quero que diminua a reverência que se deve professar aos
sacerdotes, porque a reverência e o respeito que se lhes manifesta, não se dirige a eles, mas a
Mim, em virtude do Sangue que lhes dei para que o administrem. Se não fosse isso, deveríeis
dedicar-lhes a mesma reverência que aos leigos e não mais… Não devem ser ofendidos:
ofendendo-os ofende-se a Mim e não a eles. Por isso o proibi e estabeleci que não admito que
toqueis nos meus Cristos.
Alguns afadigam-se à procura, como dizem, da identidade do sacerdote. Que claras resultam
estas palavras da Santa de Sena! Qual é a identidade do sacerdote? A de Cristo. Todos os
cristãos podem e devem ser, não já alter Christus, mas ipse Christus: outros Cristos, o próprio
Cristo! Mas no sacerdote isto dá-se imediatamente, de forma sacramental.
Para realizar uma obra tão grande – a da Redenção – Cristo está sempre presente na Igreja,
principalmente nas acções litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, tanto na pessoa do
Ministro – “oferecendo-se agora por ministério dos sacerdotes O mesmo que se ofereceu a si
mesmo na cruz” -, como, sobretudo, sob as espécies eucarísticas. Pelo sacramento da Ordem,
o sacerdote torna-se efectivamente apto para emprestar a Nosso Senhor a voz, as mãos, todo
o seu ser: é Jesus Cristo quem, na Santa Missa, com as palavras da consagração, transforma
a substância do pão e do vinho no Seu Corpo, Alma, Sangue e Divindade.
Nisto se fundamenta a incomparável dignidade do sacerdote. Uma grandeza emprestada,
compatível com a minha pequenez. Eu peço a Deus Nosso Senhor que nos dê, a todos os
sacerdotes, a graça de realizar santamente as coisas santas, e de reflectir também na nossa
vida as maravilhas das grandezas do Senhor. Nós, que celebramos os mistérios da Paixão do
Senhor, temos de imitar o que fazemos. E então a hóstia ocupará o nosso lugar diante de
Deus, se nós mesmos nos fizermos hóstias.
Se alguma vez encontrais um sacerdote que, exteriormente, não parece viver de acordo com o
Evangelho – não o julgueis, Deus o julga – , sabei que, se celebrar validamente a Santa Missa,
com intenção de consagrar, Nosso Senhor não deixa de descer até àquelas mãos, ainda que
sejam indignas. Pode haver maior entrega, maior aniquilamento? Mais do que em Belém e no
Calvário! Porquê? Porque Jesus Cristo tem o Coração oprimido pelas suas ânsias redentoras,
porque não quer que ninguém possa dizer que não foi chamado, porque se faz encontrar pelos
que não O procuram.
É amor? Não há outra explicação. Que insuficientes se tornam as palavras, para falar do Amor
de Cristo! Ele baixa-se a tudo, admite tudo, expõe-se a tudo – a sacrilégios, a blasfémias, à
frieza da indiferença de tantos – com o fim de oferecer, ainda que seja a um único homem, a
possibilidade de descobrir o bater de um Coração que salta no Seu peito chagado.
Esta é a identidade do sacerdote: instrumento imediato e diário da graça salvadora que Cristo
ganhou para nós. Se se compreende isto, se isto é meditado no silêncio activo da oração,
como se pode considerar o sacerdócio uma renúncia? É um ganho impossível de calcular. A
Nossa Mãe Santa Maria, a mais santa das criaturas – mais do que Ela, só Deus – trouxe uma
vez Jesus ao mundo; os sacerdotes trazem-no à nossa terra, ao nosso corpo e à nossa alma,
todos os dias: Cristo vem para nos alimentar, para no vivificar, para ser, desde já, penhor da
vida futura.
Sacerdócio comum e sacerdócio ministerial
Nem como homem, nem como fiel cristão, o sacerdote é mais do que o leigo. Por isso é muito
conveniente que o sacerdote professe uma profunda humildade, para entender como também
no seu caso se cumprem plenamente, de modo especial, aquelas palavras de S. Paulo: que
possuís que não tenhais recebido? O recebido… é Deus! O recebido é poder celebrar a
Sagrada Eucaristia, a Santa Missa – fim principal da ordenação sacerdotal -, perdoar os
pecados, administrar outros sacramentos e pregar com autoridade a Palavra de Deus, dirigindo
os outros fiéis nas coisas que se referem ao Reino dos Céus.
O sacerdócio dos presbíteros, que pressupõe os sacramentos da iniciação cristã, confere-se
mediante um Sacramento particular, pelo qual os presbíteros, pela unção do Espírito Santo,
são selados com um carácter especial e se configuram com Cristo Sacerdote de tal modo que
podem actuar na pessoa de Cristo cabeça. A Igreja é assim, não por capricho dos homens,
mas por expressa vontade de Jesus Cristo, seu Fundador. O sacrifício e o sacerdócio estão tão
unidos, por determinação de Deus, que em toda a Lei, na Antiga e na Nova Aliança, existiram
os dois. Tendo, pois, recebido a Igreja Católica no Novo Testamento, por instituição do Senhor,
o sacrifício visível da Eucaristia, deve-se também confessar que há n’Ele um novo sacerdócio,
visível e externo, no qual se transformou o antigo.
Nos que são ordenados este sacerdócio ministerial soma-se ao sacerdócio comum de todos os
fiéis. Portanto, seria um erro defender que um sacerdote é mais cristão do que qualquer outro
fiel, mas pode afirmar-se que é mais sacerdote: pertence, como todos os cristãos, ao povo
sacerdotal redimido por Cristo e, além disso, está marcado com o carácter do sacerdócio
ministerial, que se diferencia essencialmente, e não apenas em grau, do sacerdócio comum
dos fiéis.
Não compreendo o empenho de alguns sacerdotes em se confundirem com os outros cristãos
esquecendo ou descuidando a sua missão específica na Igreja, para a qual foram ordenados.
Pensam que os cristãos desejam ver no sacerdote um homem mais Não é verdade. No
sacerdote querem admirar as virtudes próprias de qualquer cristão e de qualquer homem
honrado: a compreensão, a justiça, a vida de trabalho – trabalho sacerdotal neste caso -, a
caridade, a educação, a delicadeza no trato. Mas, juntamente com isto, os fiéis pretendem que
se destaque claramente o carácter sacerdotal: esperam que o sacerdote reze, que não se
negue a administrar os Sacramentos, que esteja disposto a acolher a todos sem se constituir
chefe ou militante de partidarismos humanos, sejam de que tipo forem; que ponha amor e
devoção na celebração da Santa Missa, que se sente no confessionário, que conforte os
doentes e os atormentados, que ensine catequese às crianças e aos adultos, que pregue a
Palavra de Deus e não qualquer tipo de ciência humana, que – mesmo que a conhecesse
perfeitamente – não seria a ciência que salva e leva à vida eterna; que saiba aconselhar e ter
caridade com os necessitados.
Numa palavra: pede-se ao sacerdote que aprenda a não estorvar em si a presença de Cristo
nele, especialmente no momento em que realiza o Sacrifício do Corpo e Sangue e quando, em
nome de Deus, na Confissão sacramental auricular e secreta, perdoa os pecados. A
administração destes dois Sacramentos é tão capital na missão do sacerdote, que tudo o mais
deve girar à sua volta. As outras tarefas sacerdotais – a pregação e a instrução na fé -
careceriam de base, se não estivessem dirigidas a ensinar a ter intimidade com Cristo, a
encontrar-se com Ele no tribunal amoroso da Penitência e na renovação incruenta do Sacrifício
do Calvário, na Santa Missa.
Deixai que me detenha ainda um pouco na consideração do Santo Sacrifício: porque, se para
nós é o centro e a raiz da vida cristã, deve sê-lo, de modo especial, na vida do sacerdote. Um
sacerdote que, culpavelmente, não celebrasse diariamente o Santo Sacrifício do Altar,
demonstraria pouco amor de Deus; seria como lançar em cara a Cristo que não compartilha da
ânsia de Redenção, que não compreende a sua impaciência em se entregar, inerme, como
alimento da alma.
Sacerdote para a Santa Missa
Convém recordar, com importuna insistência, que todos nós, sacerdotes, quer sejamos
pecadores quer santos, quando celebramos a Santa Missa não somos nós próprios. Somos
Cristo, que renova no altar o seu divino Sacrifício do Calvário. A obra da nossa Redenção
cumpre-se continuamente no mistério do Sacrifício Eucarístico, no qual os sacerdotes exercem
o seu principal ministério, e por isso recomenda-se encarecidamente a sua celebração diária
pois, mesmo que os fiéis não possam estar presentes, é um acto de Cristo e da sua Igreja.
Ensina o Concilio de Trento que na Missa se realiza, se contém e incruentamente se imola
aquele mesmo Cristo que uma só vez se ofereceu Ele mesmo cruentamente no altar da Cruz…
Com efeito, a vítima é uma e a mesma: e O que agora se oferece pelo ministério dos
sacerdotes, é O mesmo que então se ofereceu na Cruz, sendo apenas diferente a maneira de
se oferecer.
A assistência ou a falta de assistência de fiéis à Santa Missa não altera em nada esta verdade
de fé. Quando celebro rodeado de povo, sinto-me satisfeito, sem necessidade de me
considerar presidente de nenhuma assembleia. Sou, por um lado, um fiel como os outros, mas
sou, sobretudo, Cristo no Altar! Renovo incruentamente o divino Sacrifício do Calvário e
consagro in persona Christi, representando realmente Jesus Cristo, porque lhe empresto o meu
corpo, a minha voz e as minhas mãos, o meu pobre coração, tantas vezes manchado, que
quero que Ele purifique.
Quando celebro a Santa Missa apenas com a participação daquele que ajuda à Missa, também
aí há povo. Sinto junto de mim todos os católicos, todos os crentes e também os que não
crêem. Estão presentes todas as criaturas de Deus – a terra, o céu, o mar, e os animais e as
plantas -, dando glória ao Senhor da Criação inteira.
E especialmente – di-lo-ei com palavras do Concilio Vaticano II – unimo-nos no mais alto grau
ao culto da Igreja celestial, comunicando e venerando sobretudo a memória da gloriosa sempre
Virgem Maria, de S. José, dos santos Apóstolos e Mártires e de todos os santos.
Peço a todos os cristãos que rezem muito por nós, sacerdotes, para que saibamos realizar
santamente o Santo Sacrifício. Rogo-lhes que mostrem um amor tão delicado à Santa Missa,
que nos leve, a nós, sacerdotes, a celebrá-la com dignidade – com elegância – humana e
sobrenatural: com asseio nos paramentos e nos objectos destinados ao culto, com devoção,
sem pressas.
Porquê pressa? Têm-na por acaso os namorados ao despedir-se? Parece que se vão embora
e não vão: voltam uma e outra vez, repetem palavras correntes como se acabassem de as
descobrir… Não receeis aplicar exemplos do amor humano, nobre, limpo, às coisas de Deus.
Se amarmos o Senhor com este coração de carne – não temos outro – não sentiremos pressa
em terminar esse encontro, essa entrevista amorosa com Ele.
Alguns vivem com calma e não se importam de prolongar até ao cansaço leituras, avisos,
anúncios Mas, ao chegarem ao momento principal da Santa Missa, ao Sacrifício propriamente
dito, precipitam-se, contribuindo assim para que os outros fiéis não adorem com piedade
Cristo, Sacerdote e Vítima; nem aprendam a dar-lhe graças depois – com pausa, sem
precipitações -, por ter querido vir de novo até nós.
Todos os afectos e necessidades do coração do cristão encontram na Santa Missa o melhor
caminho: aquele que, por Cristo, chega ao Pai no Espirito Santo. O sacerdote deve pôr
especial empenho em que todos o saibam e vivam. Não há actividade alguma que possa
antepor-se normalmente à de ensinar e fazer amar e venerar a Sagrada Eucaristia.
O sacerdote exerce dois actos: um, principal, sobre o Corpo de Cristo verdadeiro; outro,
secundário, sobre o Corpo Místico de Cristo. O segundo acto ou ministério depende do
primeiro, e não ao contrário . Por isso, o que há de melhor no ministério sacerdotal é procurar
que todos os católicos se aproximem do Santo Sacrifício cada vez com mais pureza, humildade
e veneração. Se o sacerdote se esforça nesta tarefa, não ficará defraudado, nem defraudará as
consciências dos seus irmãos cristãos.
Na Santa Missa adoramos, cumprindo amorosamente o primeiro dever da criatura para com o
seu Criador: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. Não adoração fria, exterior, de
servo; mas íntima estima e acatamento, que é amor profundo de filho.
Na Santa Missa encontramos a oportunidade perfeita de expiar os nossos pecados e os de
todos os homens: para poder dizer, como S. Paulo, que estamos cumprindo na nossa carne o
que falta padecer a Cristo. Ninguém caminha sozinho no mundo, ninguém deve considerar-se
livre de uma parte de culpa no mal que se comete sobre a terra, consequência do pecado
original e também da soma de muitos pecados pessoais. Amemos o sacrifício, procuremos a
expiação. Como? Unindo-nos na Santa Missa a Cristo, Sacerdote e Vítima; será sempre Ele
quem carregará com o peso imenso das infidelidades das criaturas; das tuas e das minhas…
O Sacrifício do Calvário é uma prova infinita a generosidade de Cristo. Nós – cada um – somos
sempre muito interesseiros; mas Deus Nosso Senhor não se importa de que na Santa Missa
Lhe apresentemos todas as nossas necessidades. Quem não tem coisas a pedir? Senhor,
aquela doença… Senhor, esta tristeza… Senhor, aquela humilhação, que não sei suportar por
amor de Ti… Queremos o bem, a felicidade e a alegria das pessoas da nossa casa; oprime-nos
o coração a sorte dos que padecem fome e sede de pão e de justiça; dos que sentem a
amargura da solidão; dos que, no termo dos seus dias, não recebem um olhar de carinho nem um gesto de ajuda.
Mas a grande miséria que nos faz sofrer, a grande necessidade a que queremos pôr remédio é
o pecado, o afastamento de Deus, o risco de que as almas se percam para toda a eternidade.
Levar os homens à glória eterna no amor de Deus: esta é a nossa aspiração fundamental ao
celebrar a Missa, como o foi a de Cristo ao entregar a sua vida no Calvário.
Acostumemo-nos a falar com esta sinceridade ao Senhor, quando desce, vítima inocente, até
às mãos do sacerdote. A confiança no auxilio do Senhor dar-nos-á essa delicadeza de alma,
que se traduz sempre em obras de bem e de caridade, de compreensão, de profunda ternura
com os que sofrem e com os que vivem artificialmente fingindo uma satisfação oca, tão falsa,
que depressa se converte em tristeza.
Agradeçamos, finalmente, tudo o que Deus Nosso Senhor nos concede, pelo facto maravilhoso
de Se nos entregar Ele mesmo. Que venha ao nosso peito o Verbo Encarnado!… Que se
encerre, na nossa pequenez, Aquele que criou céus e terra!… A Virgem Maria foi concebida
imaculada para albergai Cristo no seu seio. Se a acção de graças há-de ser proporcional à
diferença entre o dom e os méritos, não devíamos converter todo o nosso dia numa Eucaristia
contínua? Não saiais do templo, mal acabeis de receber o Santo Sacramento. Tão importante é
o que vos espera que não podeis dedicar ao Senhor dez minutos para lhe dizer obrigado? Não
sejamos mesquinhos. Amor com amor se paga.
Um sacerdote que vive deste modo a Santa Missa adorando, expiando, impetrando, dando
graças, identificando-se com Cristo -, e que ensina os outros a fazer do Sacrifício do Altar o
centro e a raiz da vida do cristão, demonstrará realmente a grandeza incomparável da sua
vocação, esse carácter com que foi selado, e que não perderá por toda a eternidade. Sei que
me compreendeis quando vos afirmo que, ao lado de um sacerdote assim, se pode considerar
um fracasso – humano e cristão – a conduta de alguns que se comportam como se tivessem de
pedir desculpa por ser ministros de Deus. É uma desgraça, porque os leva a abandonar o
ministério, a arremedar os leigos, a procurar uma segunda ocupação que a pouco e pouco
suplanta a que lhes é própria por vocação e por missão. Frequentemente, ao fugir do trabalho
de cuidar espiritualmente das almas, tendem a substituí-lo por uma intervenção em campos
próprios dos leigos – nas iniciativas sociais, na política -, aparecendo então esse fenómeno do
clericanismo, que é a patologia da verdadeira missão sacerdotal.
Não quero terminar com esta nota sombria, que pode parecer pessimismo. Não desapareceu
na Igreja de Deus o autêntico sacerdócio cristão; a doutrina é imutável, ensinada pelos lábios
divinos de Jesus. Há muitos milhares de sacerdotes em todo o mundo que cumprem
plenamente a sua missão, sem espectáculo, sem cair na tentação de lançar pela borda fora um
tesouro de santidade e de graça, que existe na Igreja desde o princípio.
Aprecio a dignidade da finura humana e sobrenatural destes meus irmãos, espalhados por toda
a terra. É de justiça que se vejam já agora rodeados pela amizade, a ajuda e o carinho de
muitos cristãos. E quando chegar o momento de se apresentarem diante de Deus, Jesus Cristo
irá ao seu encontro, para glorificar eternamente aqueles que, no tempo, actuaram em seu
nome e na sua Pessoa, derramando com generosidade a graça de que eram administradores.
Voltemos de novo, em pensamento, aos membros do Opus Dei que serão sacerdotes no
próximo Verão. Não deixeis de pedir por eles, para que sejam sempre sacerdotes fiéis,
piedosos, doutos, entregues, alegres! Encomendai-os especialmente a Santa Maria, que torna
ainda mais generosa a sua solicitude de Mãe com aqueles que se empenham, para toda a
vida, em servir de perto o seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, Sacerdote Eterno.
São Josemaria Escrivá.
EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA
- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.
- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.
Interpretação errada do evangelho:
- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).
Consequências:
- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.
CAMPANHA DA VELA VIRTUAL DO SANTUÁRIO DE APARECIDA
CLIQUE AQUI, acenda uma vela virtual, faça seu pedido e agradecimento a Nossa Senhora Aparecida pela sagrada intercessão em nossas vidas!
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!
Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus! Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".
( Salmos )
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