Nos últimos dias, a humanidade concentrou
suas atenções no Vaticano, onde o conclave dos
Cardeais elegeu o Papa Bento XVI para ser o Chefe Espiritual
da nossa Igreja neste Terceiro Milênio. A eleição
do Sumo pontífice foi precedida por muitas especulações,
os progressistas sonharam com um Papa Latino americano, os
mais conservadores já apostavam todas as fichas no
Papa eleito, os liberais, dentro e fora da Igreja, também
ficaram na expectativa de um Papa liberal, que afrouxasse
a rédea disciplinar da Santa Igreja e acabasse com
o rigorismo religioso em questões polêmicas como
o uso de preservativos, anticoncepcionais, casamento entre
Gays, homossexualismo, aborto e eutanásia entre outros,
e não faltou lideranças femininas defendendo
a ocupação de ministérios ordenados na
Igreja, juntando-se a estes os que defendem a distribuição
da comunhão aos divorciados e separados.
Após a eleição começaram
as manifestações de todos os lados e a acusação
principal é a de que o novo Papa é ultraconservador
por isso a Igreja irá agora retroagir voltando a ser
a Igreja Tridentina, rigorosa, moralista e radicalmente contra
tudo o que é do mundo.
Graças a Deus, o nosso Deus não
têm ideologia! Não é do centro, nem de
esquerda e nem da direita, não é progressista
e nem conservador, pois como afirmava Santo Agostinho, Deus
não se enquadra em nenhuma categoria humana. A sociedade
padece de um mal chamado indiferentismo religioso, admite-se
a existência de Deus, mas não se admite que ele
fique interferindo na vida do homem, que na sua auto-suficiência
quer decidir o que fazer na vida, sem preocupar-se com o que
Deus pensa disso.
A sociedade materialista quer um Deus que
tape os olhos para tudo o que é ilícito ou desmedido,
se possível, um Deus camarada, que legalize o que é
ilegal nesse modernismo contemporâneo, com todos os
seus nefastos desdobramentos e conseqüências danosas
na ética, na moral e nas estruturas da sociedade, da
economia, da política e da família. Um Deus
mudo, surdo e cego, que não ouça, não
veja e não fale, causando-nos inquietações
e questionamentos, pois o homem vaidoso desse tempo, não
admite ser questionado na sua moral.
O Deus dos Cristãos não é
assim! Ele vê e fala, não fica à distância,
indiferente ao destino do homem, mas encarna-se em nosso meio
e vem fazer parte da nossa história “Armou
a sua tenda no meio de nós”, portanto,
no templo da plenitude manifestou-se aos homens em Jesus Cristo,
filho de Maria e José, que pisou este chão e
viveu nossa fraqueza como nos afirma a carta aos Hebreus.
Ao concluir a sua missão terrena,
depois que o Pai o ressuscitou, antes de voltar ao Pai, Jesus
instituiu a sua Igreja no grupo dos doze, confiando-lhes a
continuidade da sua missão. A Igreja é a assembléia
dos que crêem, dos que querem levar a sua fé
na fidelidade do santo Batismo, buscando a Santidade como
Cristo nos deu e ensinou.
Deus vê, ouve e fala na sua Igreja!
Independente de qualquer bloco ideológico, de qualquer
corrente de pensamento ou sectarismo. Ninguém conseguirá
fazer calar os seus ministros, ninguém impedirá
à sua ação santificante e operante através
dos Sacramentos. Conceitos e ideologias chegam, quanto muito
no campo das idéias, mas só Deus chega ao coração
dos homens, por influxo da sua graça.
Portanto, podem se digladiar os progressistas
e os conservadores, os da direita contra os da esquerda, os
tradicionalistas contra os mais liberais, pois os conflitos
e as tensões, mesmo no seio da igreja, sempre ocorreram
desde os primórdios do cristianismo, mas nunca impediram
que a Igreja caminhasse e ela prossegue firme e serena, sem
medo do vendaval que a assola por todos os lados, de Pedro
a João Paulo II, e agora nas mãos de Bento XVI,
há de prosseguir anunciando o Reino de Deus no meio
da história dos homens, em uma constante tensão
escatológica, será assim até o fim, a
Igreja de Cristo nunca terá trégua.
Muitos idealistas sucumbiram pelo caminho,
mas os homens de fé avançam confiantes e sem
medo, guiados pelo Espírito Santo, animados pelo próprio
Ressuscitado que vai à frente, pois, se a Igreja de
Cristo não passasse de uma instituição
humana, como muitos imaginam, já teria sucumbido no
primeiro século de sua história, contudo, já
entramos no Terceiro Milênio, grandes impérios
e reinos poderosos já passaram, outros passarão,
mas a Igreja não passa, porque o seu caráter
Divino supera toda e qualquer limitação da igreja
institucional. “Eu estarei convosco até
o final dos tempos!”, disse o próprio
Cristo aos seus apóstolos.
O conservadorismo maléfico e pernicioso,
que os progressistas e liberais condenam em Bento XVI, não
será mais forte que a Graça de Deus e o Carisma
do Espírito Santo presente nele. O mundo ateísta,
saturado de tantas ideologias e correntes de pensamento, pode
olhar para o Vaticano com desprezo, com repúdio e frieza
porque ele não fala à sua ideologia, podem atacar
como cães ferozes a pessoa do Papa, não podemos
censurá-los e nem condená-los porque eles olham
e julgam somente a partir da história, “Eu
não vim para condenar o mundo” –
disse Jesus, mas nós cristãos, que temos o olhar
iluminado pela luz da fé e possuímos, portanto
a capacidade, dada peça Graça de Deus, de enxergarmos
além daquilo que é temporal e visível,
temos que nos irmanar em comunhão com toda a Igreja,
assistida sim, permanentemente pelo Espírito Santo,
nosso orientador, nosso advogado.
Que Deus abençoe e ilumine a todos
nós, em especial ao Papa Bento XVI, para que, movido
pelo Espírito Santo ele conduza com firmeza e fidelidade
a Igreja una – Santa –Católica e Apostólica!
Não vamos permitir que o racionalismo exacerbado ofusque
a Luz da nossa Fé!
Diácono José da Cruz |